Questões de Concurso
Sobre conjunções: relação de causa e consequência em português
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Um grande teste de sustentabilidade
Ao se considerar que a raça humana já está consumindo anualmente 50% a mais do que a Terra produz nesse período, torna-se forçoso planejar como conseguiremos alimentar toda a população prevista para o futuro – em 2050, de acordo com as estimativas, seremos mais de 9 bilhões. É quando pensamos nas variáveis envolvidas nessa questão que começamos a ter uma ideia do desafio à nossa frente.
Não basta pensar simplesmente em produzir alimentos para essa enorme quantidade de pessoas. A solução tem que levar em conta simultaneamente premissas como minimizar as emissões de gases de efeito estufa, inibir a expansão de áreas cultivadas, impedir a extinção de espécies animais e preservar a água. Além de aumentar o volume de alimentos produzidos nas terras agrícolas existentes, é necessário reduzir à metade o desperdício de comida registrado principalmente nas sociedades mais desenvolvidas.
Um fator comum aos estudos existentes, inclusive ao que deu origem à chamada “dieta da saúde planetária”, é que a criação de bovinos para abate nas atuais proporções precisa ser revista urgentemente. Esses animais realmente exercem uma pressão substancial sobre os recursos naturais – boa parte da produção agrícola mundial, aliás, é destinada a alimentá-los. E, no balanço final, os bovinos são responsáveis por apenas 33% das proteínas e 17% das calorias consumidas ao redor do mundo.
Isso significa que todos devem pensar em consumir apenas produtos de origem vegetal? É prematuro dizer isso. Previsivelmente, não há como impor de cima para baixo uma proposta como essa. Existem tradições, culturas, hábitos arraigados (o churrasco brasileiro é um exemplo) que não serão abandonados de uma hora para outra. Existe também toda uma cadeia econômica fundamentada na proteína animal que certamente vai lutar por sua sobrevivência nos moldes atuais. Mais cedo ou mais tarde, porém, teremos que encarar esse assunto. Em jogo está a nossa própria sobrevivência neste planeta.
(Eduardo Araia. Revista Planeta. Editorial, abril/maio, 2019. Adaptado)
[...] Homens cujo estado de espírito difere drasticamente da média dos demais existem desde as épocas mais remotas – assim como tratamentos para curá-los. No entanto, por séculos, acreditava-se que a loucura era causada pela vontade dos deuses sendo, portanto, parte do destino de alguns. Fosse para punir ou até mesmo para recompensar – o Alcorão conta como Maomé achava veneráveis os loucos, já que tinham sido abençoados com loucura por Alá, que lhes tirava o juízo para que não pecassem – fato é que a loucura estava associada com a ideia de destino e participava da vida social assim como outras formas de percepção da realidade. “A definição de loucura em termos de ‘doença’ é uma operação recente na história da civilização ocidental”, escreveu João Frayze-Pereira, no livro O que é a loucura. [...]
Disponível em:<https://super.abril.com.br/saude/louco-eu/> . Acesso em: 18 out. 2017.
A conjunção em destaque já que estabelece o sentido de
TEXTO 2
Todo filho é pai da morte de seu pai
Há uma quebra na história familiar onde as idades se acumulam e se sobrepõem e a ordem natural não tem sentido: é quando o filho se torna pai de seu pai.
É quando o pai envelhece e começa a trotear como se estivesse dentro de uma névoa. Lento, devagar, impreciso.
É quando aquele pai que segurava com força nossa mão já não tem como se levantar sozinho. É quando aquele pai, outrora firme e intransponível, enfraquece de vez e demora o dobro da respiração para sair de seu lugar.
É quando aquele pai, que antigamente mandava e ordenava, hoje só suspira, só geme, só procura onde é a porta e onde é a janela – tudo é corredor, tudo é longe.
É quando aquele pai, antes disposto e trabalhador, fracassa ao tirar sua própria roupa e não lembrará de seus remédios.
E nós, como filhos, não faremos outra coisa senão trocar de papel e aceitar que somos responsáveis por aquela vida. Aquela vida que nos gerou depende de nossa vida para morrer em paz.
Todo filho é pai da morte de seu pai.
Ou, quem sabe, a velhice do pai e da mãe seja curiosamente nossa última gravidez. Nosso último ensinamento. Fase para devolver os cuidados que nos foram confiados ao longo de décadas, de retribuir o amor com a amizade da escolta.
E assim como mudamos a casa para atender nossos bebês, tapando tomadas e colocando cercadinhos, vamos alterar a rotina dos móveis para criar os nossos pais.
Uma das primeiras transformações acontece no banheiro.
Seremos pais de nossos pais na hora de pôr uma barra no box do chuveiro.
A barra é emblemática. A barra é simbólica. A barra é inaugurar um cotovelo das águas.
Porque o chuveiro, simples e refrescante, agora é um temporal para os pés idosos de nossos protetores. Não podemos abandoná-los em nenhum momento, inventaremos nossos braços nas paredes.
A casa de quem cuida dos pais tem braços dos filhos pelas paredes. Nossos braços estarão espalhados, sob a forma de corrimões.
Pois envelhecer é andar de mãos dadas com os objetos, envelhecer é subir escada mesmo sem degraus.
Seremos estranhos em nossa residência. Observaremos cada detalhe com pavor e desconhecimento, com dúvida e preocupação. Seremos arquitetos, decoradores, engenheiros frustrados. Como não previmos que os pais adoecem e precisariam da gente?
Nos arrependeremos dos sofás, das estátuas e do acesso caracol, nos arrependeremos de cada obstáculo e tapete. E feliz do filho que é pai de seu pai antes da morte, e triste do filho que aparece somente no enterro e não se despede um pouco por dia.
Meu amigo José Klein acompanhou o pai até seus derradeiros minutos.
No hospital, a enfermeira fazia a manobra da cama para a maca, buscando repor os lençóis, quando Zé gritou de sua cadeira:
— Deixa que eu ajudo.
Reuniu suas forças e pegou pela primeira vez seu pai no colo.
Colocou o rosto de seu pai contra seu peito.
Ajeitou em seus ombros o pai consumido pelo câncer: pequeno, enrugado, frágil, tremendo.
Ficou segurando um bom tempo, um tempo equivalente à sua infância, um tempo equivalente à sua adolescência, um bom tempo, um tempo interminável.
Embalou o pai de um lado para o outro.
Aninhou o pai. Acalmou o pai.
E apenas dizia, sussurrado:
— Estou aqui, estou aqui, pai!
O que um pai quer apenas ouvir no fim de sua vida é que seu filho está ali.
(Autor desconhecido. Disponível em: http://www.contioutra.com/todo-filho-e-pai-da-morte-de-seu-pai/. Acesso em: 27/12/2016.)
Texto para a questão.
“Desde que eu me casei com o Pedro tenho ficado em casa todos os finais de semana, no entanto, a minha vontade é de sair todos os dias.”
Dos elementos que compõem a oração acima, é correto afirmar que o termo que exerce a função de conjunção é:
I. “Ela saltou em meio da roda, com os braços na cintura, rebolando as ilhargas e bamboleando a cabeça, ora para a esquerda, ora para a direita [...]”. II. “[...] sapateava, miúdo e cerrado, freneticamente, erguendo e abaixando os braços, que dobrava, ora um, ora outro, sobre a nuca [...]”.
Em ambos os trechos, verifica-se o uso da locução conjuntiva “ora..., ora...”. O efeito de sentido obtido a partir desse uso é de:
“A despesa com os estudantes de instituições públicas, no entanto, é quatro vezes maior (...)”.
A conjunção destacada nessa frase apresenta
uma relação de ideia de:
Considerando a correção gramatical e a coerência das substituições propostas para vocábulos e trechos destacados do texto, julgue o iten.
“Contudo” (linha 17) por Entretanto.
Leia o texto para responder a questão.
A China
Quem não está admirado com o milagre da China está apavorado. Não dá para pensar na China sem se entusiasmar ou se assustar.
Dentro de muito pouco tempo, vai acontecer o seguinte: a China vai tornar o resto do mundo supérfluo. Não vai ser preciso existir mais ninguém, de tanto que vai existir a China.
O nosso destino é, enquanto a China cresce, irmos ficando cada vez mais desnecessários. Em... o quê? Vinte anos?
A China terá o maior parque industrial, com a mão de obra mais abundante e, portanto, mais barata, da Terra, e produzirá de tudo para o maior mercado consumidor da Terra, que será qual? O dos chineses, mesmo ganhando pouco.
A China concentrará toda a atividade econômica do planeta entre as suas fronteiras. A China se bastará.
(Luis Fernando Verissimo. http://noblat.oglobo.globo.com/.26.10.2017. Adaptado)
Leia o texto para responder à questão.
Quando a esposa vai embora
Leia a tira para responder à questão.
(Folha de S.Paulo, 28.12.2017)
Notícia 1
A peste suína africana foi erradicada no Brasil em 1984, deixando o país livre da doença. A enfermidade é uma doença viral que não oferece risco à saúde humana, não sendo transmitida ao homem, mas é altamente infecciosa para o rebanho suíno – exigindo o sacrifício dos animais por determinação da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), sendo mais perigosa e fatal do que a peste suína clássica.
Na China, maior produtor e consumidor mundial de carne suína, pelo menos 40 mil animais foram mortos desde agosto em razão da doença. Quarto maior exportador mundial, o Brasil quer garantir a sanidade do próprio rebanho para continuar sendo um mercado-chave para importadores. Hoje, cerca de 20% dos embarques brasileiros de carne suína têm como destino a China, seguido de Hong Kong, que responde por percentual semelhante.
(Joana Colussi. “Brasil reforça vigilância para manter peste suína africana longe do país”. https://gauchazh.clicrbs.com.br, 21.09.2018. Adaptado)
Notícia 2
O Aeroporto Internacional de São Paulo, localizado na cidade de Guarulhos, receberá a ajuda de um cão treinado para evitar a entrada de produtos contaminados que possam espalhar a peste suína e a febre aftosa pelo país. Thor, um labrador, ajudará os auditores-fiscais federais agropecuários que atuam no posto de Vigilância Internacional Agropecuária (Vigiagro) do aeroporto na fiscalização de cargas e bagagens que chegam ao terminal.
No processo de fiscalização, os auditores avaliam a procedência do voo, o ponto de origem onde se inicia a viagem, o perfil dos passageiros, as características das cargas e bagagens e a possibilidade de conterem produtos que ofereçam riscos relativos à introdução destas doenças no país.
“A esses parâmetros soma-se a avaliação prévia do risco sanitário associado a produtos agropecuários específicos. A partir daí, o Thor entra em ação e nos ajuda na identificação e apreensão destes produtos por meio do faro muito sensível”, disse o auditor-fiscal Angelo de Queiroz, coordenador da operação.
(Camila Boehm. “Aeroporto recebe ajuda
de labrador para evitar entrada de peste suína”.
http://agenciabrasil.ebc.com.br, 05.10.2018. Adaptado)