Questões de Concurso Sobre conjunções: relação de causa e consequência em português

Foram encontradas 4.688 questões

Resolva questões gratuitamente!

Junte-se a mais de 4 milhões de concurseiros!

Q933129 Português

Texto 14A15AAA




Marcelo Gleiser. A dança do universo: dos mitos de criação ao Big-Bang. São Paulo: Companhia das Letras, 2006, p. 384-5 (com adaptações).
No que se refere aos aspectos linguísticos do texto 14A15AAA, julgue o item que segue.
No trecho “se não por intermédio ... intelectual” (l. 20 a 23) as expressões “se não” e “ao menos” poderiam ser substituídas, sem prejuízo para a correção gramatical e os sentidos do texto, por não só e mas também, respectivamente.
Alternativas
Q933114 Português
Imagem associada para resolução da questão

A correção gramatical do texto precedente, assim como sua coerência e sua coesão, seriam preservadas se

o terceiro e o quarto parágrafos fossem fundidos em um único parágrafo mediante a introdução, entre eles, da conjunção Contudo ou da conjunção Todavia, feitas as devidas alterações na pontuação e nas letras maiúsculas e minúsculas.
Alternativas
Q933113 Português
A correção gramatical do texto precedente, assim como sua coerência e sua coesão, seriam preservadas se
o segundo e o terceiro parágrafos passassem a compor um único parágrafo mediante a união de ambos de uma das seguintes formas: (...) da identificação do indivíduo sob exame, porquanto, como as impressões digitais, (...) ou (...) da identificação do indivíduo sob exame, uma vez que, como as impressões digitais, (...).
Alternativas
Q932605 Português

Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.


    A sistematização dos fatos, feita pelos cientistas ou estudiosos, não passa, por mais complicada que pareça, disto mesmo − de sistematização dos fatos. Com o tempo, um estudo muito aplicado fica inacessível para aqueles que não se dedicaram muito a ele. Por isso não entendemos de medicina, direito ou matemática − a não ser que sejamos médicos, juristas ou matemáticos. Cada nova geração herda esse patrimônio de conceitos e palavras e tenta aperfeiçoá-lo, modificá-lo, revê-lo e assim por diante. Então, por mais que pareça um termo complicado, não existe nada de intrinsecamente difícil em “ideologia”. Ela é simplesmente a palavra usada para descrever um conjunto de fatos que é parte integrante de nossas vidas, sendo mesmo difícil conceber um ser humano que não abrigue alguma forma de pensamento ideológico. A ideologia é uma maneira de pensar, uma espécie de “forma” em que moldamos o mundo.

    Uma determinada maneira de ver o mundo não pode deixar de procurar uma lógica para todos os fatos observáveis, sob o risco de tornar-se incoerente e insatisfatória. A ideologia incorpora sempre uma teoria sobre o mundo, uma explicação totalizante. Por conseguinte, está relacionada com a existência de classes sociais.

    As classes sociais e o número de denominadores comuns que, nas sociedades de hoje, podem unir as pessoas não são tão simples ou esquemáticos. É claro que, entre assalariados, existe uma enorme diferença quando um deles ganha cem salários mínimos e o outro apenas um. Da mesma forma, existem divergências inconciliáveis entre um industrial e um proprietário de terras.

    A assunção de uma ideologia não deve ser encarada como algo mecânico. Não se pode esperar que pertencer a uma classe social definida determine, por si só, nossa maneira de pensar e agir, pois há inúmeros fatores que podem, de certa forma, bloquear a consciência de nossa própria situação e induzir a que vejamos como nossos os interesses da classe oposta. O ser humano, além disso, não é uma máquina que reage mecanicamente da mesma forma ao mesmo comando, nem um animal que funcione à base de reflexos condicionados (embora haja quem pense o contrário), de maneira que a formação do pensamento ideológico não é um processo singelo.

    As ideologias e as posições políticas são, ainda hoje, muito vistas em termos de Esquerda e Direita. Ao contrário do que seu uso indiscriminado pode sugerir, não são conceitos claros e a maioria das pessoas teriam dificuldade para defini-los com alguma precisão. As palavras estão sujeitas a empregos arbitrários e abusivos, de tal forma que acabam por ter seu sentido diluído ou tornado imprestável para uma comunicação adequada.


(Adaptado de: RIBEIRO, João Ubaldo. Política: Quem manda, por que manda, como manda. Rio de Janeiro: Objetiva, 2011, edição digital)
Por conseguinte, está relacionada com a existência de classes sociais. (2o parágrafo)
O termo sublinhado acima assinala no texto noção de
Alternativas
Q932602 Português

Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.


    A sistematização dos fatos, feita pelos cientistas ou estudiosos, não passa, por mais complicada que pareça, disto mesmo − de sistematização dos fatos. Com o tempo, um estudo muito aplicado fica inacessível para aqueles que não se dedicaram muito a ele. Por isso não entendemos de medicina, direito ou matemática − a não ser que sejamos médicos, juristas ou matemáticos. Cada nova geração herda esse patrimônio de conceitos e palavras e tenta aperfeiçoá-lo, modificá-lo, revê-lo e assim por diante. Então, por mais que pareça um termo complicado, não existe nada de intrinsecamente difícil em “ideologia”. Ela é simplesmente a palavra usada para descrever um conjunto de fatos que é parte integrante de nossas vidas, sendo mesmo difícil conceber um ser humano que não abrigue alguma forma de pensamento ideológico. A ideologia é uma maneira de pensar, uma espécie de “forma” em que moldamos o mundo.

    Uma determinada maneira de ver o mundo não pode deixar de procurar uma lógica para todos os fatos observáveis, sob o risco de tornar-se incoerente e insatisfatória. A ideologia incorpora sempre uma teoria sobre o mundo, uma explicação totalizante. Por conseguinte, está relacionada com a existência de classes sociais.

    As classes sociais e o número de denominadores comuns que, nas sociedades de hoje, podem unir as pessoas não são tão simples ou esquemáticos. É claro que, entre assalariados, existe uma enorme diferença quando um deles ganha cem salários mínimos e o outro apenas um. Da mesma forma, existem divergências inconciliáveis entre um industrial e um proprietário de terras.

    A assunção de uma ideologia não deve ser encarada como algo mecânico. Não se pode esperar que pertencer a uma classe social definida determine, por si só, nossa maneira de pensar e agir, pois há inúmeros fatores que podem, de certa forma, bloquear a consciência de nossa própria situação e induzir a que vejamos como nossos os interesses da classe oposta. O ser humano, além disso, não é uma máquina que reage mecanicamente da mesma forma ao mesmo comando, nem um animal que funcione à base de reflexos condicionados (embora haja quem pense o contrário), de maneira que a formação do pensamento ideológico não é um processo singelo.

    As ideologias e as posições políticas são, ainda hoje, muito vistas em termos de Esquerda e Direita. Ao contrário do que seu uso indiscriminado pode sugerir, não são conceitos claros e a maioria das pessoas teriam dificuldade para defini-los com alguma precisão. As palavras estão sujeitas a empregos arbitrários e abusivos, de tal forma que acabam por ter seu sentido diluído ou tornado imprestável para uma comunicação adequada.


(Adaptado de: RIBEIRO, João Ubaldo. Política: Quem manda, por que manda, como manda. Rio de Janeiro: Objetiva, 2011, edição digital)
Com o tempo, um estudo muito aplicado fica inacessível para aqueles que não se dedicaram muito a ele. Por isso não entendemos de medicina, direito ou matemática... (1o parágrafo)
Identificam-se nas ideias expostas acima, respectivamente, as noções de
Alternativas
Q932438 Português

Leia o texto para responder à questão.


    Foi no domingo passado, andando pela feira-livre aqui da Lapa e dando uma olhada nas bancas, que percebi que muitas daquelas frutas maravilhosas ali expostas simplesmente não existiam no meu tempo de menino.

    O kiwi, por exemplo. Quando usava calças curtas, kiwi era aquele bichinho da Nova Zelândia, um dos poucos verbetes da letra K, na enciclopédia que ficava na estante da minha casa. Não havia tomate cereja! Vivíamos sem ele. Como não havia a lichia.

    A gente não encontrava goiaba na feira, como não encontrava jabuticaba, nem carambola. Goiaba era só no pé e com bicho, não existia goiaba sem bicho. Jabuticaba, só em Sabará, e carambola, só na chácara de Dona Catarina, em Cataguases.

    Laranja era a pera, a Bahia e a lima. Hoje tem até laranja Bahia importada da Espanha, sem contar o grapefruit, primo de primeira da laranja.

    Aos poucos, novas frutas vão invadindo o mercado: uxi, xixá, tapiá, sapucaia, monguba, marolo...

    Quem manteve a linha e não inventou moda foi a banana, que continua a mesma de sempre. A prata, a nanica, a maçã, a banana-da-terra e a ouro. E todas – dizem – ainda a preço de banana.


(Alberto Villas. A revolução das frutas. CartaCapital. www.cartacapital.com.br. 01.08.2014. Adaptado)

O trecho “Não havia tomate cereja! Vivíamos sem ele.” está reescrito de forma a apresentar a primeira afirmação como causa da segunda em:
Alternativas
Q931823 Português
Todos os períodos abaixo são compostos por dois segmentos; assinale a opção em que foi inserida uma conjunção adequada ao sentido original.
Alternativas
Q931452 Português

                         Einstein e o papel dos cientistas na sociedade


                                                                                          José Goldemberg

                                     Professor Emérito da USP, é presidente da Fapesp


Albert Einstein foi, sem dúvida alguma, o cientista mais importante do século 20. No início do século passado, ele formulou a teoria da relatividade, que mudou a concepção do mundo em que vivemos, a qual havia sido estabelecida por Newton, no século 18, co nforme descrita com clareza por Kant: um espaço e tempo absolutos que não dependem da posição do observador, quer esteja em repouso ou em movimento.

O que Einstein mostrou é que isso só é verdade quando o observador se movimenta lentamente, como é o nosso caso. Se sua velocidade for muito grande, as dimensões mudam e o tempo passa mais devagar ou mais depressa, dependendo do local onde o observador se encontra.

Uma das consequências da teoria da relatividade é a constatação de que matéria pode transformar-se em energia. Essa é a base da construção das bombas atômicas, em que os átomos de urânio se desintegram em fragmentos velozes. Com base nessas ideias, foi possível construir armas com poder explosivo milhões de vezes maior que o das explosões de substân cias químicas, como a nitroglicerina.

Einstein formulou suas ideias quando trabalhava no Departamento de Patentes em Zurique, na Suíça, e seu propósito foi sempre satisfazer sua própria curiosidade e tentar entender o universo em que vivemos. Além disso, era um pacifista convicto que se recusou a participar do trabalho dos seus colegas em Berlim, na produção de armas durante a 1ª Guerra Mundial (1914 -18), chegando a renunciar à nacionalidade alemã por isso.

Cerca de 30 anos mais tarde, como judeu refugiado nos EUA, após a ascensão do nazismo e do antissemitismo na Alemanha, escreveu uma carta dirigida ao presidente americano Franklin Roosevelt sugerindo a criação de um programa para produzir armas nucleares, a primeira das quais arrasou Hiroshima em 1945.

Einstein tentou impedir que essas armas fossem usadas contra o Japão, escrevendo novamente ao presidente. Com o falecimento de Roosevelt, o vice-presidente Harry Truman recusou os apelos de Einstein e de muitos outros dos cientistas que construíram as arm as, desqualificando-os como “tolos” e “ingênuos” que não entendiam a importância das explosões atômicas para vencer o Japão e evitar a perda de muitos milhares de soldados americanos.

Três anos depois, a União Soviética realizou explosões e, com isso, se iniciou a corrida nuclear, que marcou o resto do século 20 e até hoje nos assombra.

O canal de televisão National Geographic exibiu, recentemente, uma série de episódios sobre a vida de Einstein que ilustra bem os dilemas enfrentados por cientistas quando seu trabalho – muitas vezes contemplativo – é utilizado para fins militares. O que a série captou foi sua complexa vida sentimental e as sérias dificuldades com esposas, amantes e filhos. Captou também que, para Einstein, decifrar o comportamento do universo foi mais fácil do que compreender os sentimentos humanos.

Mais do que isso, a vida de Einstein demonstra que o avanço da ciência, que pode ocorrer nos lugares mais inesperados, como o Departamento de Patentes da Suíça, acaba sendo usado pelos governos segundo interesses muito diferentes daqueles que eram antecipados pelos cientistas.

Esse problema é antigo. Há 20 séculos, Arquimedes, que foi um grande cientista, ajudou o rei de Siracusa a defender a cidade de um ataque naval romano. Arquimedes constru iu espelhos que concentravam luz solar nos navios romanos para incendiá-los, o que não impediu a vitória dos atacantes. Arquimedes foi morto como um combatente. O comandante romano lamentou sua morte, provavelmente interessado em usar seus serviços. 

Outro exemplo é o de Fritz Haber, o grande químico, colega de Einstein na Academia Prussiana de Ciência, que descobriu como fazer amônia com o nitrogênio do ar, que é a base dos fertilizantes. Durante a 1ª Guerra Mundial, ele desenvolveu os gases venenosos que provocaram enorme morticínio e sofrimento nos exércitos francês e inglês, em guerra com a Alemanha. Haber defendeu-se argumentando que os gases eram uma arma tão terrível que eliminaria definitivamente as guerras, o que se mostrou uma tolice, porque os franceses logo desenvolveram gases que foram usados contra os soldados alemães.

Outros exemplos ainda são os de Trofim Lysenko, na União Soviética, e Werner Heisenberg, na Alemanha nazista. Lysenko convenceu Stalin a adotar suas ideias incorretas e arruinou a ciência da genética e a agricultura soviética. Heisenberg foi encarregado pelo governo nazista de produzir armas atômicas, à semelhança de Robert Oppenheimer, que dirigiu o programa americano proposto por Einstein, mas Hitler concentrou todo o esforço técnico-científico da Alemanha nos foguetes que atingiram Londres e não deu atenção suficiente ao projeto nuclear. Há também indícios de que Heisenberg e alguns de seus colegas não se esforçaram suficientemente na sua missão.

A interação de cientistas e governos é, portanto, complexa: bons cientistas, como Heisenberg, podem desapontar governos; maus cientistas, como Lysenko, podem desorientá -los; e excelentes cientistas, como Haber, Prêmio Nobel de Química, podem fazer coisas perversas.

Einstein tem um papel especial nesse espectro: foi pacifista toda a sua vida, mas deu início à corrida nuclear com a justificativa de que isso foi necessário para destruir um mal maior, que era o nazismo. Passou o resto de sua vida, após 1945, juntamente com Bertrand Russel e outros, promovendo movimentos antinucleares. Além disso, algo que fez a vida toda foi ajudar as vítimas do antissemitismo, auxiliando cientistas nas suas carreiras, e ainda enfrentou corajosamente a caça às bruxas promovida pela histeria anticomunista nos EUA após o fim da 2ª Guerra Mundial.

Por mais talentosos e criativos que sejam os cientistas, eles não podem ter a ilusão de poder definir as políticas adotadas pelos governantes.

Disponível em: <http://opiniao.estadao.com.br/> . Acesso em: 18 jul. 2017. [Adaptado]

Considere o período


A interação de cientistas e governos é, portanto, complexa: bons cientistas, como Heisenberg, podem desapontar governos; maus cientistas, como Lysenko, podem desorientá-los; e excelentes cientistas, como Haber, Prêmio Nobel de Química, podem fazer coisas perversas.


Em relação aos elementos linguísticos em destaque,

Alternativas
Q931027 Português

                Empatia: a arte de se colocar no lugar do outro


      Certamente a empatia não é uma habilidade fácil de se colocar em prática. Além de as relações humanas serem complexas, há o fato de o individualismo ser uma característica cada vez mais recorrente, em razão da escassez de tempo das pessoas para se preocupar com o próximo. A empatia, caso você não saiba, é a capacidade de se colocar no lugar do outro, de entendê-lo, de tentar compreender o que se passa em sua mente não a partir da nossa perspectiva, mas tentando pensar como ele, com as suas crenças e valores, e imaginando se teríamos a mesma atitude se estivéssemos na situação dele.

      De qualquer forma, com uma coisa todo mundo concorda: a empatia é um antídoto poderoso para esses tempos de individualismo e uma ferramenta eficaz para uma vida melhor.

      “Ver o mundo conectado no olhar do outro facilita a comunicação, cria laços, fortalece, promove a solidariedade e permite aprender com a experiência do outro”, diz a psicoterapeuta Socorro Leite. Se você deseja se relacionar saudavelmente, precisa aceitar e compreender os sentimentos e emoções das outras pessoas. “Essa conduta nos leva a agir com mais respeito, lealdade, transparência e generosidade. Afinal, todos queremos um mundo mais pacífico, justo, colaborativo e sustentável”, ressalta.

      Mas por que algumas pessoas têm a capacidade de se colocar no lugar dos outros enquanto outras não? A falta de empatia pode ser ocasionada pela falta de carinho e atenção ao longo da vida.

      Segundo pesquisa de uma universidade norte-americana, o brasileiro não está entre os povos mais empáticos do mundo. O Brasil ficou em 51° lugar na lista entre os 63 países pesquisados. A boa notícia é que a empatia pode ser aprendida. Graças à maleabilidade dos circuitos neurais do nosso cérebro, a chamada neuroplasticidade, a tendência de empatia e compaixão do cérebro nunca é fixa; ou seja, é possível reprogramá-lo para que seja mais compreensivo em pequenas escolhas do dia a dia.

                  (Gisele Bortoleto, Revista Be Bem-estar, 20-05-2018. Adaptado)

Para responder a esta questão, considere a seguinte passagem:


Se você deseja se relacionar saudavelmente, precisa aceitar e compreender os sentimentos e emoções das outras pessoas.


A alternativa que identifica o sentido da conjunção que inicia o trecho destacado e o reescreve corretamente, preservando o sentido original, é:

Alternativas
Q925704 Português
Atenção: A questão refere-se ao texto a seguir, que trata da direção da economia brasileira no Segundo Reinado.

    Entre 1808, com a abertura dos portos, e 1850, no auge da centralização imperial, modificara-se a pacata, fechada e obsoleta sociedade. O país europeizava-se, para escândalo de muitos, iniciando um período de progresso rápido, progresso conscientemente provocado, sob moldes ingleses. O vestuário, a alimentação, a mobília mostram, no ingênuo deslumbramento, a subversão dos hábitos lusos, vagarosamente rompidos com os valores culturais que a presença europeia infiltrava, juntamente com as mercadorias importadas. O contato litorâneo das duas culturas, uma dominante já no período final da segregação colonial, articula-se no ajustamento das economias.
    Ao Estado, a realidade mais ativa da estrutura social, coube o papel de intermediar o impacto estrangeiro, reduzindo-o à temperatura e à velocidade nativas. A engrenagem de acomodação e amortecimento poderia e deveria, se homogêneas as economias e coerentes as concepções sobre estas, ser a obra dos comerciantes estrangeiros, nas filiais brasileiras ligadas à metrópole. Poderiam esses quistos comerciais, ainda, submeter a política financeira aos seus interesses, segundo o velho padrão colonial, que viriam substituir sem mudar a substância do vínculo.
    Na verdade, evitada a prematura bravata nacionalista, diga-se, desde logo, que a dependência da economia brasileira é inegável, mas não será, entretanto, uma dependência colonial, nem se afirmará no prolongamento da atividade metropolitana, passivamente aceita. Será uma dependência por via do Estado, sob a vigilância, desconfiada muitas vezes, entusiástica outras, de uma camada social, apta a participar das vantagens do intercâmbio, preocupada, não raro, em desviar-lhe o rumo submisso. A manipulação legal e financeira apressa ou retarda a integração, enquanto nas ruas o sentimento nativista, antiluso nas suas origens, ressente-se do invasor europeu, no qual identifica a arrogância colonialista.
    O núcleo diretor da intermediação situa-se na estrutura financeira do país. Sua fraqueza, bem como seus episódicos impulsos, dão a tonalidade à necessária passagem da maré estrangeira por um filtro nacional. O Tesouro, ao tempo que reflete a realidade econômica, a ordena e a dirige, na ânsia, depois de 1850 acentuada, de erguer o país do marasmo, de adequá-lo ao mundo moderno e de impor-lhe maior ritmo de progresso. Ele expressa, no contexto do aparelhamento estatal, a face da dependência e, na preocupação de desenvolvimento, a fisionomia larvarmente autonomista.

(FAORO, Raymundo. Estado dependente, sob a orientação do Tesouro. Os donos do poder: formação do patronato político brasileiro. v. 2, 10. ed. São Paulo: Globo; Publifolha, 2000. Grandes nomes do pensamento brasileiro. p. 3 e 4)
Na verdade, evitada a prematura bravata nacionalista, diga-se, desde logo, que a dependência da economia brasileira é inegável, mas não será, entretanto, uma dependência colonial, nem se afirmará no prolongamento da atividade metropolitana, passivamente aceita.
Acerca do que se encontra acima, considerado em seu contexto, é acertado comentar:
Alternativas
Q924685 Português

Leia o texto a seguir para responder à questão.




Disponível em: <https://mariajoaoredatora.wordpress.com/>. Acesso em: 20 jan. 2018.
No trecho “Se educação é um direito de toda criança, denunciar a exploração da mão de obra infantil é seu dever.”, a conjunção que introduz a oração em destaque exprime uma ideia de
Alternativas
Q922132 Português

Leia o texto a seguir para responder a questão.


Texto I:


Olhos de Ressaca


Enfim, chegou a hora da encomendação e da partida. Sancha quis despedir-se do marido, e o desespero daquele lance consternou a todos. Muitos homens choravam também, as mulheres todas. Só Capitu, amparando a viúva, parecia vencer-se a si mesma. Consolava a outra, queria arrancá-la dali. A confusão era geral. No meio dela, Capitu olhou alguns instantes para o cadáver tão fixa, tão apaixonadamente fixa, que não admira lhe saltassem algumas lágrimas poucas e caladas...

As minhas cessaram logo. Fiquei a ver as dela; Capitu enxugou-as depressa, olhando a furto para a gente que estava na sala. Redobrou de carícias para a amiga, e quis levá-la; mas o cadáver parece que a retinha também. Momento houve em que os olhos de Capitu fitaram o defunto, quais os da viúva, sem o pranto nem palavras desta, mas grandes e abertos, como a vaga do mar lá fora, como se quisesse tragar também o nadador da manhã.


Fonte: ASSIS, Machado. Olhos de ressaca. In: Dom Casmurro. 8. ed. São Paulo, Ática, 1978, p. 133-134 (adaptado).

Considere o fragmento destacado: “Redobrou de carícias para a amiga, e quis levá-la; mas o cadáver parece que a retinha também”.
O mas, no trecho mencionado, é uma conjunção adversativa que se contrapõe a algo dito anteriormente na sentença. Portanto, analise as afirmativas abaixo e responda a questão.
I. O mas se contrapõe ao verbo redobrar, ou seja, Capitu se redobrou anteriormente e não se redobrará mais. II. O mas se contrapõe à ideia de Capitu querer levar Sancha (a amiga) para longe e não conseguir fazer isso porque o cadáver a retinha. III. O mas se contrapõe às carícias: Capitu fez carícias à Sancha e não fará mais.
Assinale a alternativa CORRETA.
Alternativas
Q921606 Português

Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.



Adaptado de: ESSENFELDER, Renato. Em tempos de carnaselfie, ninguém quer parecer ridículo. Estado de São Paulo, São Paulo, 12 de fevereiro de 2018. Disponível em http://emais.estadao.com.br/blogs/renato-essenfelder/em-tempos-de-carnaselfie-ninguem-quer-parecer-ridiculo/. Acesso em 12/05/2018.
Indique qual é a oração iniciada por conjunção integrante nos exemplos abaixo.
Alternativas
Q919980 Português

Atenção: A questão refere-se ao texto que segue.


    A vida privada não é uma realidade natural, dada desde a origem dos tempos: é uma realidade histórica. A história da vida privada é, em primeiro lugar, a história de sua definição: como evoluiu sua distinção na sociedade francesa do século XX? Como o domínio da vida privada variou em seu conteúdo e abrangência?

    A questão é tanto mais importante na medida em que não é certo que seu contorno tenha o mesmo sentido em todos os meios sociais. Para a burguesia da Belle Époque1, não há nenhuma dúvida: o “muro da vida privada” separa claramente os domínios. Por trás desse muro protetor, a vida privada e a família coincidem com bastante exatidão. Esse domínio abrange as fortunas, a saúde, os costumes, a religião: se os pais que querem casar os filhos consultam o notário ou o pároco para “tomar informações” sobre a família de um eventual pretendente, é porque a família oculta cuidadosamente ao público o tio fracassado, o irmão de costumes dissolutos e o montante das rendas. E Jaurès2, respondendo a um deputado socialista que lhe censurava a comunhão solene da filha: “Meu caro colega, você sem dúvida faz o que quer de sua mulher, eu não”, marcava com grande precisão a fronteira entre sua existência de político e sua vida privada.

    Essa separação era organizada por uma densa teia de prescrições. A baronesa Staffe3, por exemplo, cita: “Quanto menos relações mantemos com a vizinhança, mais merecemos a estima e consideração dos que nos cercam”, “não devemos falar de assuntos íntimos com os parentes ou amigos que viajam conosco na presença de desconhecidos”. O apartamento ou a casa burguesa, aliás, se caracterizam por uma nítida diferença entre as salas para as visitas e os demais aposentos. O lugar da família propriamente dita não é o salão: as crianças não entram no aposento quando há visitas e, como explica a baronesa, as fotos de família ficariam deslocadas nesse recinto. Ademais, as salas de visitas não são abertas a todos. Se toda dama da boa sociedade tem seu “dia” de receber − em 1907, são 178 em Nevers4 −, a visita à esposa de um figurão supõe uma apresentação prévia. As salas de recepção estabelecem, portanto, um espaço de transição para a vida privada propriamente dita.


(Adaptado de: PROST, Antoine. Fronteiras e espaços do privado. In: PROST, Antoine; VINCENT, Gérard (orgs.). História da vida privada 5: Da Primeira Guerra a nossos dias. Trad. Denise Bottmann. São Paulo: Companhia das Letras, 2009, p. 14 e 15.)

Obs.: 1 Período de cultura cosmopolita na história da Europa que vai de fins do século XIX até a eclosão da Primeira Guerra Mundial.

2 Jean Léon Jaurès (1859-1914): político socialista francês.

3 Pseudônimo de Blanche-Augustine-Angèle Soyer (1843-1911), autora francesa, célebre em seu tempo pela obra Uso do mundo, sobre como saber viver na sociedade moderna.

4 Região da França, ao sul-sudeste de Paris.

Se toda dama da boa sociedade tem seu “dia” de receber − em 1907, são 178 em Nevers −, a visita à esposa de um figurão supõe uma apresentação prévia.
Considere o acima transcrito e as assertivas que seguem, acerca de elementos da frase.
I. A conjunção Se introduz um fato comprovado. II. A estruturação do período denota que a conjunção Se faz parte de esquema comparativo. III. É aceitável entender que a conjunção Se anuncia um fato eventual, que, existindo, gerará a consequência citada depois do último travessão. IV. A expressão boa sociedade e as palavras figurão e dama exemplificam o uso informal da linguagem. V. Em a visita à esposa de um figurão, o acento grave sinaliza adequadamente a contração da preposição com um artigo, exatamente como ocorre em “a visita àquela mansão”.
Está correto o que se afirma APENAS em
Alternativas
Q919907 Português
Considerando os aspectos linguísticos do texto, assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q919787 Português

Atenção: Leia o texto a seguir para responder a questão.


1. A neurocientista Suzana Herculano-Houzel é autora da coletânea de textos O cérebro nosso de cada dia, que tratam de curiosidades como o mito de que usamos apenas 10% do cérebro, por que bocejo contagia, se café vicia, o endereço do senso de humor, os efeitos dos antidepressivos. A escrita é acessível e descontraída e os exemplos são tirados do cotidiano. Mesmo assim, Suzana descreve o processo de realização de cada pesquisa e discute as questões mais complexas, como a relação entre herança e ambiente, as origens fisiológicas de determinados comportamentos e o conceito de consciência. Leia a entrevista abaixo.


2. Muitos se queixam da ausência de uma “teoria da mente” satisfatória e dizem que a consciência humana é um mistério que não se poderia resolver – mesmo porque caberia à própria consciência humana resolvê-lo. O que acha? Acho que, na ciência, mais difícil do que encontrar respostas é formular perguntas boas. A ciência precisa de hipóteses testáveis, e somente agora, quando a neurociência chega perto dos 150 anos de vida, começam a aparecer hipóteses testáveis sobre os mecanismos da consciência. Mas “teorias da mente” bem construídas e perfeitamente testáveis já existem. A própria alegação de que deve ser impossível à mente humana desvendar a si mesma, aliás, não passa de uma hipótese esperando ser posta por terra. É uma afirmação desafiadora, e com um apelo intuitivo muito forte. Mas não tem fundamento. De qualquer forma, a neurociência conta hoje com um leque de ferramentas que permite ao pesquisador, se ele assim desejar, investigar por exemplo a ativação em seu cérebro enquanto ele mesmo pensa, lembra, faz contas, adormece e, em seguida, acorda. O fato de que o objeto de estudo está situado dentro da cabeça do próprio pesquisador não é necessariamente um empecilho.


3. Há várias pesquisas descritas em seu livro sobre a influência da fisiologia no comportamento. Você concorda com Edward O. Wilson que “a natureza humana é um conjunto de predisposições genéticas”? Acredito que predisposições genéticas existem, mas, na grande maioria dos casos, não passam de exatamente isso: predisposições. Exceto em alguns casos especiais, genética não é destino. A meu ver, fatores genéticos, temperados por acontecimentos ao acaso ao longo do desenvolvimento, fornecem apenas uma base de trabalho, a matéria bruta a partir da qual cérebro e comportamento serão esculpidos. Somadas a isso influências do ambiente e da própria experiência de vida de cada um, é possível transcender as potencialidades de apenas 30 mil genes – a estimativa atual do número de genes necessários para “montar” um cérebro humano – para montar os trilhões e trilhões de conexões entre as células nervosas, criando o arco-íris de possibilidades da natureza humana.


4. Uma dessas influências diz respeito às diferenças entre homens e mulheres, que seu livro menciona. Como evitar que isso se torne motivação de preconceitos ou de generalizações vulgares, como no fato de as mulheres terem menos neurônios? Se diferenças entre homens e mulheres são evidentes pelo lado de fora, é natural que elas também existam no cérebro. Na parte externa do cérebro, o córtex, homens possuem em média uns quatro bilhões de neurônios a mais. Mas o simples número de neurônios em si não é sinônimo de maior ou menor habilidade. A não ser quando concentrado em estruturas pequenas com função bastante precisa. Em média, a região do cérebro que produz a fala tende a ser maior em mulheres do que em homens, enquanto neles a região responsável por operações espaciais, como julgar o tamanho de um objeto, é maior do que nelas. Essa diferença casa bem com observações da psicologia: elas costumam falar melhor (e não mais!), eles costumam fazer operações espaciais com mais facilidade. O realmente importante é reconhecer que essas diferenças não são limitações, e sim pontos de partida, sobre os quais o aprendizado e a experiência podem agir.


(Adaptado de: PIZA, Daniel. Perfis & Entrevistas. São Paulo, Contexto, 2004)
Caso se altere o segmento ...com mais facilidade. O realmente importante é... (último parágrafo) para “com mais facilidade, I o realmente importante é”, preenche corretamente a lacuna, mantendo, em linhas gerais, o sentido, a conjunção que se encontra em:
Alternativas
Ano: 2018 Banca: FUNDEP (Gestão de Concursos) Órgão: INB Provas: FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - INB - Analista de Comunicação | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - INB - Engenheiro de Segurança do Trabalho | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - INB - Engenheiro Ambiental | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - INB - Administrador | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - INB - Engenheiro da Computação | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - INB - Engenheiro de Produção | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - INB - Engenheiro Civil | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - INB - Engenheiro de Automação e Controle | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - INB - Engenheiro Mecânico | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - INB - Engenheiro Químico | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - INB - Engenheiro Agrônomo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - INB - Engenheiro Eletricista | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - INB - Engenheiro Metalúrgico | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - INB - Médico do Trabalho | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - INB - Bibliotecário | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - INB - Analista de Sistemas | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - INB - Economista | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - INB - Advogado | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - INB - Contador | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - INB - Analista de Comércio Exterior | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - INB - Assistente Social | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - INB - Psicólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - INB - Geólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - INB - Biólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - INB - Auditor | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - INB - Enfermeiro do Trabalho | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - INB - Químico | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - INB - Físico |
Q917062 Português

INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir para responder à questão.


As anatomias do belo


Ainda polêmico, o corpo livre sempre foi um dos elementos centrais para a produção artística, seja a serviço de padrões de beleza, seja para quebrá-los radicalmente


O corpo sempre esteve presente na arte, durante muito tempo por meio de representações que dizem bastante sobre a cultura de cada época e, também, sobre a maneira como enxergamos cada uma delas. Nas pinturas rupestres, por exemplo, as imagens ilustravam basicamente homens em lutas com animais. Eram quase dicas de sobrevivência. Naquela época, não existiam pretensões estéticas, mas hoje somos capazes de ver equilíbrio nos traços duros de uma realidade crua. Também aprendemos a apreciar as figuras humanas angulosas da Grécia antiga, reflexos de uma sociedade otimista, voltada para uma revolução filosófica e, aí sim, em busca de ideais de beleza.

Entre a violência de um e a harmonia de outro, a história da arte foi construindo o que seria a percepção da beleza através do corpo humano. Trata-se de um conceito largo mesmo, que trafega entre a barbárie e a civilização com uma facilidade enganosa: variações entre esses dois extremos estão no centro da discussão, atualíssima, de como o corpo pode expressar – ou não – o belo na arte.

Ato 1: No dia 19 de novembro de 1971, o artista norte-americano Chris Burden entrou na pequena galeria F Space, em Santa Ana, Califórnia, e se posicionou em frente a uma parede. A uma distância de cerca de quatro metros, seu assistente empunhou um rifle calibre 22 e disparou em sua direção. O plano era que o tiro pegasse de raspão o seu braço esquerdo, fazendo escorrer uma única gota de sangue. Um vermelho singelo e poético. Belo. Mas a bala acabou entrando na pele. No registro da performance, filmada em Super 8, vemos um Chris Burden assustado sair de cena.

Shoot era uma crítica aos tiroteios a que os norte-americanos assistiam diariamente na TV durante a Guerra do Vietnã. Mas foi além e garantiu ao artista um lugar de destaque entre aqueles que exploram os limites entre a arte e a vida, e questionam a repulsa ou a atração que situações extremas causam nas pessoas. Os espectadores podiam interromper o atirador a qualquer momento. Mas, como viria a acontecer outras vezes na arte, testemunharam tudo em silêncio. A possibilidade do sangue derramado se impôs como outro tipo de estética – a de uma beleza que nasce do terrível.


KATO, Gisele. Bravo. Disponível em: <http://bravo.vc/seasons/ s03e02/>. Acesso em: 28 nov. 2017 (Adaptação).

Releia o trecho a seguir.
“Naquela época, não existiam pretensões estéticas, mas hoje somos capazes de ver equilíbrio nos traços duros de uma realidade crua.”
Em relação a essa frase, analise as afirmativas a seguir.
I. A conjunção utilizada nesse trecho indica que o que é dito na segunda oração é uma ressalva do que é dito na primeira. II. O advérbio e a locução adverbial presentes na frase conferem a ela um aspecto comparativo. III. Os sujeitos das orações são compostos.
Estão corretas as afirmativas:
Alternativas
Q914082 Português

Leia o texto para responder a questão.


O padeiro


    Levanto cedo, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento – mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre a “greve do pão dormido” – uma greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno; acham que obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não sei bem o quê do governo.
    Está bem. E enquanto tomo meu café vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:
    – Não é ninguém, é o padeiro!
    Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo?
    “Então você não é ninguém?”
    Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: “não é ninguém, não senhora, é o padeiro”. Assim ficara sabendo que não era ninguém...
    Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu preferi não o deter para explicar que estava falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho noturno. Era pela madrugada que deixava a redação de jornal – e muitas vezes saía já levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina, como pão saído do forno.
    Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque no jornal que levava para casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou um artigo em meu nome. O jornal e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar; e dentro do meu coração eu recebi a lição de humildade daquele homem entre todos útil e entre todos alegre; “não é ninguém, é o padeiro!”
    E assobiava pelas escadas.

(Rubem Braga. Para gostar de ler. Vol. 1 – crônicas. São Paulo: Ática, 1979. Adaptado)
Considere as frases:
• Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. • ... estava falando com um colega, ainda que menos importante.
As expressões em destaque nas frases exprimem, respectivamente, ideia de
Alternativas
Q914072 Português

Leia o texto para responder a questão.


    O aspecto mais perverso da brutal recessão de 2014-16 – e da lenta recuperação que a sucedeu até agora – é o custo desproporcional imposto aos mais pobres.

    Como primeiro impacto, o fechamento de vagas no mercado de trabalho e a queda da renda reverteram uma trajetória de avanços sociais que já completava uma década. Durante o longo ciclo de retração, a taxa de desemprego subiu de 6,5% para 13,7%, ou, dito de outro modo, 5,9 milhões de pessoas perderam seus postos de trabalho.

    A retomada do crescimento econômico, iniciada no ano passado, tem se mostrado tímida e, embora a desocupação tenha caído um pouco, a qualidade das vagas geradas deixa a desejar.

    Não surpreende, pois, que os dados mais recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE mostrem um quadro deteriorado.

    A partir deles, a consultoria LCA calculou que em 2017 a pobreza extrema se elevou em 11%. Conforme os números publicados pelo jornal Valor Econômico, 14,8 milhões de brasileiros são miseráveis – considerando uma linha de R$ 136 mensais. O Nordeste abriga 55% desse contingente.

    Embora não se possa afirmar com certeza, uma vez que o IBGE alterou a metodologia da Pnad e ainda não divulgou as novas séries históricas, é plausível que também a exorbitante desigualdade social brasileira tenha aumentado com a recessão.


(Miséria brasileira, editorial. Folha de S.Paulo. 14.04.2018. Adaptado)

Considere o último parágrafo do texto para responder a questão.


Embora não se possa afirmar com certeza, uma vez que o IBGE alterou a metodologia da Pnad e ainda não divulgou as novas séries históricas, é plausível que também a exorbitante desigualdade social brasileira tenha aumentado com a recessão.


A expressão “uma vez que”, em destaque, estabelece entre as frases relação com sentido de

Alternativas
Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: PC-SP Prova: VUNESP - 2018 - PC-SP - Papiloscopista Policial |
Q911028 Português

Leia o texto para responder a questão.


Mal-estar


    Causa inquietude a situação do mercado de trabalho desde o final do ano passado, conforme observada nas pesquisas mais recentes do IBGE. Os números decepcionantes acentuam as dúvidas em torno da força e da persistência da retomada do crescimento econômico.
    A atividade no início deste ano se mostra, em geral, fraca. Em abril, os índices de confiança de consumidores e empresas ou ficaram estagnados ou regrediram. Compreende-se a reticência, dados os indicadores do mundo do emprego.
    O poder de compra dos salários começou a se recuperar no ano passado, mas a melhora perde ritmo. No primeiro trimestre, o rendimento médio do país não passou de R$ 2.169 mensais – o mesmo valor do mesmo período de 2017, considerada a inflação.
    Descontados efeitos sazonais, a taxa de desocupação não cai desde setembro do ano passado.
    A oferta de empregos permanece precária, baseada em vagas sem carteira assinada e trabalho por conta própria, na maior parte dos casos, informal e mal remunerado.
    As taxas de juros bancárias estão em níveis semelhantes ou superiores aos verificados no final de 2017. A tímida evolução dos rendimentos pode ter influência da estagnação do salário-mínimo. O desempenho da agricultura, ainda bom, não iguala os resultados extraordinários do início do ano passado.
    A construção civil não conseguiu se recuperar e ainda desemprega. Os investimentos no setor deixaram de cair apenas no final do ano passado. Não há dados mais recentes, mas sabe-se que faltam novos canteiros de obras devido, em grande parte, à penúria orçamentária em todos os níveis de governo.
    Os indicadores de confiança econômica detectaram ligeiro aumento do pessimismo em relação aos próximos meses.
    Ressalte-se que ainda existe crescimento, com taxa esperada entre 2,5% e 3% neste ano. De todo modo, neste momento é inegável o mal-estar na recuperação econômica.

(Folha de S.Paulo, 30.04.2018. Adaptado)
Na frase que inicia o 7o parágrafo – A construção civil não conseguiu se recuperar e ainda desemprega. –, além do sentido de adição, a conjunção “e” expressa também sentido de
Alternativas
Respostas
3161: E
3162: C
3163: C
3164: A
3165: B
3166: A
3167: A
3168: B
3169: C
3170: B
3171: A
3172: B
3173: C
3174: D
3175: C
3176: A
3177: A
3178: B
3179: D
3180: B