Questões de Concurso Sobre pronomes relativos em português
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Do primeiro celular ao smarthone*
Do primeiro celular a gente nunca se esquece: falo do tijolão preto, quando chegou ao Brasil! Lembro como se fosse o primeiro dinossauro. Causou uma revolução em nossos costumes. Mas era apenas um telefone – falar e ouvir.
Foi um susto ao ver as pessoas falando nas calçadas. Na época, eu pensei que aquele estardalhaço pelas ruas, com o aparelho no ouvido, seria coisa passageira, logo as pessoas entrariam em equilíbrio. Mas não, piorou. Sem cerimônia entramos na vida dos outros, nas conversas de família, nas doenças, nas brigas. E não se respeitam mais hospitais, clínicas, elevadores, lojas... O tranco é o mesmo. Um berreiro. E assim seguiremos, já acostumamos a compartilhar toda a nossa vulnerabilidade em lugar público. Compartilhamos o que somos e o que gostaríamos de ser. Uma mistura surreal contemporânea, massificada.
Atualmente estamos com o que há de mais moderno. Frequentemente, enormes filas se formam à espera de mais um “trocinho” moderno.
Estou sentindo que não levará muito para acabarem com teclados, mouses e a sensação gostosa de sentar à mesa e escrever em silêncio. Contar nossas vivências, nossas histórias, nossa poesia. Não é difícil de entender esse vínculo que criamos de interação em torno da escrita. Mas já ouvi falar em escrita por “comando de voz”. Um desencanto!
O mundo virtual está engolindo o mundo real nas lojas e Bancos. Há uma ânsia em se comunicar, alegrias e tristezas a compartilhar. Os filhos não querem saber de papo familiar, vão direto às redes sociais e lá tiram suas dúvidas com centenas de amigos. Só o futuro dirá algo sobre isso.
(Taís Luso. Disponível em: https://taisluso.blogspot.com/. 22.11.18. Adaptado)
* Smarthone – celular com tecnologias avançadas.
Linguagens
Há muitas linguagens em nossa linguagem. Disse isso a um amigo, a propósito da diversidade de níveis de comunicação, e ele logo redarguiu:
− Mas certamente você concordará em que haverá linguagens boas e linguagens ruins, melhores e piores.
− Não é tão simples assim, respondi. Essa, como se sabe, é uma discussão acesa, um pomo da discórdia, que envolve argumentos linguísticos, sociológicos e políticos. A própria noção de erro ou acerto está mais do que relativizada. Tanto posso dizer “e aí, mano, tudo nos conformes?” como posso dizer “olá, como está o senhor?”: tudo depende dos sujeitos e dos contextos
envolvidos.
As linguagens de uma notícia de jornal, de uma bula de remédio, de um discurso de formatura, de uma discussão no trânsito, de um poema e de um romance diferenciam-se enormemente, cada uma envolvida com uma determinada função. Considerar a pluralidade de discursos e tudo o que se determina e se envolve nessa pluralidade é uma das obrigações a que todos deveríamos atender, sobretudo os que defendem a liberdade de expressão e de pensamento.
(Norton Camargo Pais, inédito)