Questões de Concurso Sobre crase em português

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Q468599 Português
      O ofício da enfermagem exige mais altruísmo que o nosso. Por mais atenção que dediquemos aos pacientes, quanto tempo passamos com eles? Nossas visitas duram minutos, enquanto esses profissionais ficam encarregados de administrar-lhes os medicamentos prescritos, puncionar veias invisíveis, fazer curativos, cuidar da higiene, ouvir reclamações, incitá-los a reagir e a enfrentar o desconforto, consolá-los, orientar e amparar os familiares, tarefas que requerem competência profissional, empatia e desprendimento.

Reescrevendo-se o segmento frasal – ... incitá-los a reagir e a enfrentar o desconforto, ... –, de acordo com a regência e o acento indicativo da crase, tem-se:
Alternativas
Ano: 2014 Banca: CEC Órgão: Prefeitura de Piraquara - PR Provas: CEC - 2014 - Prefeitura de Piraquara - PR - Técnico Florestal | CEC - 2014 - Prefeitura de Piraquara - PR - Educador Social | CEC - 2014 - Prefeitura de Piraquara - PR - Fiscal | CEC - 2014 - Prefeitura de Piraquara - PR - Terapeuta Ocupacional | CEC - 2014 - Prefeitura de Piraquara - PR - Técnico Administrativo | CEC - 2014 - Prefeitura de Piraquara - PR - Técnico em Construções | CEC - 2014 - Prefeitura de Piraquara - PR - Técnico em Enfermagem | CEC - 2014 - Prefeitura de Piraquara - PR - Técnico em Higiene Dental | CEC - 2014 - Prefeitura de Piraquara - PR - Artes Visuais | CEC - 2014 - Prefeitura de Piraquara - PR - Assistente Social | CEC - 2014 - Prefeitura de Piraquara - PR - Contador | CEC - 2014 - Prefeitura de Piraquara - PR - Engenheiro Agrônomo | CEC - 2014 - Prefeitura de Piraquara - PR - Biólogo | CEC - 2014 - Prefeitura de Piraquara - PR - Enfermeiro | CEC - 2014 - Prefeitura de Piraquara - PR - Fisioterapeuta | CEC - 2014 - Prefeitura de Piraquara - PR - Médico veterinário | CEC - 2014 - Prefeitura de Piraquara - PR - Nutricionista | CEC - 2014 - Prefeitura de Piraquara - PR - Fonoaudiólogo | CEC - 2014 - Prefeitura de Piraquara - PR - Procurador Municipal | CEC - 2014 - Prefeitura de Piraquara - PR - Engenheiro Civil | CEC - 2014 - Prefeitura de Piraquara - PR - Psicólogo | CEC - 2014 - Prefeitura de Piraquara - PR - Professor | CEC - 2014 - Prefeitura de Piraquara - PR - Arquiteto | CEC - 2014 - Prefeitura de Piraquara - PR - Analista de Sistema | CEC - 2014 - Prefeitura de Piraquara - PR - Artes Cênicas | CEC - 2014 - Prefeitura de Piraquara - PR - Técnico em Recursos Humanos |
Q468288 Português
                                                   O MAPA DO CÉREBRO
                                                                                                                        Drauzio Varella

O cérebro humano é a estrutura mais complexa do Universo. Decifrar os mecanismos por meio dos quais ele consegue criar movimentos, percepções, pensamentos, memórias e a consciência é o maior desafio científico de todos os tempos.

Está prestes a ser criado o BAM - Brain Activity Map (Mapa da Atividade Cerebral) -, um megaprojeto organizado para desenvolver novas gerações de técnicas que permitam mapear a atividade de neurônio por neurônio, com precisão de milissegundos.

Parece pretensão paranoide, mas não é. A neuro-ciência tem feito enormes avanços na tecnologia que tornou possível estudar as funções de neurônios isolados.

Imagens do cérebro em ação podem ser obtidas através da ressonância magnética funcional, método que consiste em injetar na veia glicose marcada com isótopos radioativos, e analisar através da ressonância sua distribuição pelas diferentes áreas cerebrais, enquanto a pessoa realiza funções como andar, rir, olhar para figuras que despertam compaixão, raiva, atração sexual, solidariedade.

Apesar desses avanços, os mecanismos responsáveis pela percepção, cognição e ação permanecem misteriosos porque resultam de interações em tempo real de grande número de neurônios, conectados em redes que formam circuitos de altíssima complexidade.

O projeto BAM propõe construir pontes que permitam descrever e manipular as atividades desses circuitos e redes de neurônios e até de cérebros inteiros, com a precisão em microescala de neurônio por neurônio.

O programa tem três objetivos:

1) Construir ferramentas capazes de, a um só tempo, obter imagens da maioria ou de todos os neurônios que fazem parte de cada circuito envolvido nas funções cerebrais;

2) Desenvolver métodos para interferir com o funcionamento de cada neurônio, desses circuitos;

3) Entender as funções essenciais de circuito por circuito. Para atingir tais objetivos, é necessário criar programas de informática capazes de armazenar, manipular e compartilhar dados de imagens e propriedades fisiológicas, em larga escala, que serão compartilhados com todos os investigadores participantes. Será obrigatoriamente um esforço de colaboração internacional entre neurocientistas, físicos, engenheiros e teóricos que trabalham na academia ou na indústria.

Dentro de cinco anos, vai ser possível monitorar ou controlar dezenas de milhares de neurônios. Ao redor dos dez anos, esse número terá sido multiplicado por dez.

Aos 15 anos, já poderemos observar a ação simultânea de um milhão de neurônios. Nessa fase, estaremos aptos a avaliar a função do cérebro inteiro do minúsculo peixe-zebra - usado como modelo em laboratório - ou de determinadas áreas do córtex cerebral de camundongos e de primatas.

Quando essa metodologia estiver disponível, poderá ser utilizada para diagnosticar e tratar distúrbios neuropsiquiátricos, ajudar na recuperação de funções perdidas depois de derrames cerebrais e criar teorias a respeito da cognição e do comportamento humano, baseadas em evidências.

Transtornos cerebrais devastadores como demências, esquizofrenia, depressão, autismo, epilepsia têm suas origens na desorganização das interações entre circuitos de neurônios, no interior do cérebro. Da mesma forma, as perdas de movimentos voluntários provocadas por derrames, paralisia cerebral, esclerose múltipla ou traumatismos medulares que desconectam os centros cerebrais do restante do corpo, poderão ser tratadas e corrigidas por meio dessas novas tecnologias.

As atividades econômicas envolvidas no BAM serão comparáveis às do Projeto Genoma, que exigiu investimentos da ordem de U$ 3,8 bilhões, mas gerou U$ 800 bilhões de impacto econômico. O financiamento deverá vir de fontes governamentais e da iniciativa privada.

Lamento não estarmos vivos - você e eu, leitor - para assistirmos à descrição das bases neurais da consciência, o desafio maior.

A consciência seria uma característica especial e exclusiva de nossa espécie ou apenas um subproduto natural de cérebros mais complexos, que emergiria como simples consequência da integração da experiência individual com as informações sensoriais?

Haverá resposta para indagações como essas?

                                              VARELLA, Dráuzio. O mapa do cérebro. Folha de S. Paulo, 3 maio 2014.

Observe a frase a seguir, retirada do texto-base.

As atividades econômicas envolvidas no BAM serão comparáveis às do Projeto Genoma, que exigiu investimentos da ordem de U$ 3,8 bilhões, mas gerou U$ 800 bilhões de impacto econômico

Em qual das alternativas a seguir temos um uso de crase que tem a mesma justificativa que teria a da ocorrência de crase utilizada em “às" na frase acima?
Alternativas
Q468098 Português
De acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa e quanto à ocorrência de crase, assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q468043 Português
O Livro da Solidão

Os senhores todos conhecem a pergunta famosa universalmente repetida: “Que livro escolheria para levar consigo, se tivesse de partir para uma ilha deserta...?"

Vêm os que acreditam em exemplos célebres e dizem naturalmente: “Uma história de Napoleão.” Mas uma ilha deserta nem sempre é um exílio... Pode ser um passatempo...

Os que nunca tiveram tempo para fazer leituras grandes, pensam em obras de muitos volumes. É certo que numa ilha deserta é preciso encher o tempo... E lembram-se das “Vidas” de Plutarco, dos “Ensaios” de Montaigne, ou, se são mais cientistas que filósofos, da obra completa de Pasteur. Se são uma boa mescla de vida e sonho, pensam em toda a produção de Goethe, de Dostoievski, de Ibsen. Ou na Bíblia. Ou nas “Mil e uma noites”.

Pois eu creio que todos esses livros, embora esplêndidos, acabariam fatigando; e, se Deus me concedesse a mercê de morar numa ilha deserta (deserta, mas com relativo conforto, está claro - poltronas, chá, luz elétrica, ar condicionado) o que levava comigo era um Dicionário. Dicionário de qualquer língua, até com algumas folhas soltas; mas um Dicionário.

Não sei se muita gente haverá reparado nisso - mas o Dicionário é um dos livros mais poéticos, se não mesmo o mais poético dos livros. O Dicionário tem dentro de si o Universo completo

Logo que uma noção humana toma forma de palavra - que é o que dá existência às noções - vai habitar o Dicionário. As noções velhas vão ficando, com seus sestros de gente antiga, suas rugas, seus vestidos fora de moda; as noções novas vão chegando, com suas petulâncias, seus arrebiques, às vezes, sua rusticidade, sua grosseria. E tudo se vai arrumando direitinho, não pela ordem de chegada, como os candidatos a lugares nos ônibus, mas pela ordem alfabética, como nas listas de pessoas importantes, quando não se quer magoar ninguém...

O Dicionário é o mais democrático dos livros. Muito recomendável, portanto, na atualidade. Ali, o que governa é a disciplina das letras. Barão vem antes de conde, conde antes de duque, duque antes de rei. Sem falar que antes do rei também está o presidente.

O Dicionár io r esponde a todas as curiosidades, e tem caminhos para todas as filosofias. Vemos as famílias de palavras, longas,acomodadas na sua semelhança, - e de repente os vizinhos tão diversos! Nem sempre elegantes, nem sempre decentes, - mas obedecendo à lei das letras, cabalística como a dos números..

O Dicionário explica a alma dos vocábulos: a sua hereditariedade e as suas mutações.
E as surpresas de palavras que nunca se tinham visto nem ouvido! Raridades, horrores, maravilhas...

Tudo isto num dicionário barato - porque os outros têm exemplos, frases que se podem decorar, para empregar nos artigos ou nas conversas eruditas, e assombrar os ouvintes e os leitores...

A minha pena é que não ensinem as crianças a amar o Dicionário. Ele contém todos os gêneros literários, pois cada palavra tem seu halo e seu destino - umas vão para aventuras, outras para viagens, outras para novelas, outras para poesia, umas para a história, outras para o teatro.

E como o bom uso das palavras e o bom uso do pensamento são uma coisa só e a mesma coisa, conhecer o sentido de cada uma é conduzir-se entre claridades, é construir mundos tendo como laboratório o Dicionário, onde jazem, catalogados, todos os necessários elementos.

Eu levaria o Dicionário para a ilha deserta. O tempo passaria docemente, enquanto eu passeasse por entre nomes conhecidos e desconhecidos, nomes, sementes e pensamentos e sementes das flores de retórica.

Poderia louvar melhor os amigos, e melhor perdoar os inimigos, porque o mecanismo da minha linguagem estaria mais ajustado nas suas molas complicadíssimas. E, sobretudo, sabendo que germes pode conter uma palavra, cultivaria o silêncio, privilégio dos deuses, e ventura suprema dos homens.

(MEIRELES, Cecília. O Livro da Solidão.Folha da Manhã , Caderno Único. São Paulo: 11 jul.1948, p. 6.

“... que é o que dá existência às noções...” (§ 6)

Das alterações feitas a seguir na redação do enunciado transcrito acima, é facultativo empregar o acento indicativo de crase em:
Alternativas
Q466758 Português
Casa de canário

Casara-se havia duas semanas. Por isso, em casa dos sogros, a família resolveu que ele é que daria cabodo canário:

- Você compreende. Nenhum de nós teria coragem de sacrificar o pobrezinho, que nos deu tanta alegria. Todos somos muito ligados a ele, seria uma barbaridade. Você é diferente, ainda não teve tempode afeiçoar-se ao bichinho. Vai ver que nem reparou nele, durante o noivado.

- Mas eu também tenho coração, ora essa. Como é que vou matar um pássaro só porque o conheço há menos tempo do que vocês?

- Porque não tem cura, o médico já disse. Pensa que não tentamos tudo? É para ele não sofrer mais e não aumentar o nosso sofrimento. Seja bom; vá.

O sogro, a sogra apelaram no mesmo tom. Os olhos claros de sua mulher pediram-lhe com doçura:

- Vai, meu bem.

Com repugnância pela obra de misericórdia que ia praticar, ele aproximou-se da gaiola. O canário nem sequer abriu o olho. Jazia a um canto, arrepiado, morto-vivo. É, esse está mesmo na última lona, e dói ver a lenta agonia de um ser tão gracioso, que viveu para cantar.

- Primeiro me tragam um vidro de éter, e algodão. Assim ele não sentirá o horror da coisa.

Embebeu de éter a bolinha de algodão, tirou o canário para fora com infinita delicadeza, aconchegouo na palma da mão esquerda e, olhando para outro lado, aplicou-lhe a bolinha no bico. Sempre sem olhar para a vítima, deu-lhe uma torcida rápida e leve, com dois dedos no pescoço.

E saiu para a rua, pequenino por dentro, angustiado, achando a condição humana uma droga. As pessoas da casa não quiseram aproximar-se do cadáver. Coube à cozinheira recolher a gaiola, para que sua vista não despertasse saudade e remorso em ninguém. Não havendo jardim para sepultar o corpo, depositou-o na lata do lixo.

Chegou a hora de jantar, mas quem é que tinha fome naquela casa enlutada? O sacrificador, esse, ficara rodando por aí, e seu desejo seria não voltar para casa nem para dentro de si mesmo.

No dia seguinte, pela manhã, a cozinheira foi ajeitar a lata de lixo para o caminhão, e recebeu uma bicada voraz no dedo.

- Ui!

Não é que o canário tinha ressuscitado, perdão, reluzia vivinho da vida, com uma fome danada?

- Ele estava precisando mesmo era de éter - concluiu o estrangulador, que se sentiu ressuscitarpor sua vez.

Carlos Drummond de Andrade
O acento grave que indica a crase foi usado corretamente na seguinte passagem do texto: “Coube à cozinheira recolher a gaiola, para que sua vista não despertasse saudade e remorso em ninguém.”Marque a alternativa em que há pelo menos um acento grave utilizado indevidamente.
Alternativas
Q466537 Português
Um Apólogo
Machado de Assis

Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:
— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa neste mundo?
— Deixe-me, senhora.
— Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que
sim, e falarei sempre que me der na cabeça.
— Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.
— Mas você é orgulhosa.
— Decerto que sou.
— Mas por quê?
— É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu?
— Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu e muito eu?
— Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados...
— Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás obedecendo ao que eu faço e mando...
— Também os batedores vão adiante do imperador.
— Você é imperador?
— Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto...
Estavam nisto, quando a costureira chegou a casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:
— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e
acima...
A linha não respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha, vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte. Continuou ainda nessa e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha
espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da bela dama, e puxava de um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha para mofar da agulha, perguntou-lhe:
— Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá.
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência,
murmurou a pobre agulha:
— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me
espetam, fico.
Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça:
— Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!


Texto extraído do livro "Para Gostar de Ler - Volume 9 - Contos",
Editora Ática - São Paulo, 1984, pág. 59.

Propositalmente se omitiu o uso indicativo da crase em uma passagem do texto, assinale a alternativa CORRETA em relação ao uso da crase no texto:
Alternativas
Ano: 2014 Banca: FCC Órgão: SABESP Prova: FCC - 2014 - SABESP - Atendente |
Q466488 Português
Sobre a dificuldade de ler

Gostaria de lhes falar não da leitura e dos riscos que ela comporta, mas de um risco ainda maior, ou seja, da dificuldade ou da impossibilidade de ler; gostaria de tentar lhes falar não da leitura, mas da ilegibilidade.

Cada um de vocês terá feito a experiência daqueles momentos nos quais gostaríamos de ler, mas não conseguimos, nos quais nos obstinamos a folhear as páginas de um livro, mas ele nos cai literalmente das mãos.

Gostaria de lhes sugerir que prestassem atenção aos seus momentos de não leitura, quando o livro do mundo cai das suas mãos, porque a impossibilidade de ler lhes diz respeito tanto quanto a leitura e é, talvez, tanto ou mais instrutiva do que esta.

Há também uma outra e mais radical impossibilidade de ler, que até poucos anos atrás era, antes de tudo, comum. Refiro-me aos analfabetos, que, há apenas um século, eram a maioria. Um grande poeta espanhol do século 20 dedicou um livro de poesia seu “ao analfabeto para/por quem eu escrevo”. É importante compreender o sentido desse “para/por”.

Gostaria que vocês refletissem sobre o estatuto especial desse livro que, na sua essência, é destinado aos olhos que não podem lê-lo e foi escrito com uma mão que, em um certo sentido, não sabe escrever. O poeta ou escritor que escreve pelo/para o analfabeto tenta escrever o que não pode ser lido, põe no papel o ilegível. Mas precisamente isso torna a sua escrita mais interessante do que a que foi escrita somente por/para quem sabe ler.

Há, finalmente, um outro caso de não leitura do qual gostaria de lhes falar. Refiro-me aos livros que foram escritos e publicados, mas estão - talvez para sempre - à espera de serem lidos. Eu conheço - e cada um de vocês, eu acredito, poderia citar - livros que mereciam ser lidos e não foram lidos, ou foram lidos por pouquíssimos leitores. Eu penso que, se esses livros eram verdadeiramente bons, não se deveria falar de uma espera, mas de uma exigência. Esses livros não esperam, mas exigem ser lidos, mesmo que não o tenham sido ou não o serão jamais.

Mas agora gostaria de dar um conselho aos editores e àqueles que se ocupam de livros: parem de olhar para as infames, sim, infames classificações de livros mais vendidos e - presume-se - mais lidos e tentem construir em vez disso na mente de vocês uma classificação dos livros que exigem ser lidos. Só uma editora fundada nessa classificação mental poderia fazer o livro sair da crise que - pelo que ouço ser dito e repetido - está atravessando.

(Adaptado de: AGAMBEN, Giorgio. Sobre a dificuldade de ler. Trad. de Cláudio Oliveira. Revista Cult, ano 16, n. 180. São Paulo: Bregantini, junho de 2013. p. 46 e 47)

No trecho Refiro-me aos livros que foram escritos e publicados, mas estão – talvez para sempre – à espera de serem lidos (6o parágrafo), o uso do acento de crase obedece à mesma regra seguida em:
Alternativas
Ano: 2013 Banca: IBFC Órgão: SEAP-DF Prova: IBFC - 2013 - SEAP-DF - Professor - Atividades |
Q466408 Português
Indique a alternativa em que o sinal da crase é facultativo:
Alternativas
Q466309 Português
Assinale a alternativa em que a utilização do acento indicativo de crase está CORRETA, tal como no trecho: “... por eu me encaixar à perfeição num tal perfil do terrorista...” (l. 10)
Alternativas
Q466248 Português
Texto 3 – “A Lua Cheia entra em sua fase Crescente no signo de Gêmeos e vai movimentar tudo o que diz respeito à sua vida profissional e projetos de carreira. Os próximos dias serão ótimos para dar andamento a projetos que começaram há alguns dias ou semanas. Os resultados chegarão rapidamente”.

O texto 3 mostra exemplos de emprego correto do “a” com acento grave indicativo da crase – “diz respeito à sua vida profissional”. A frase abaixo em que o emprego do acento grave da crase é corretamente empregado é:
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Ano: 2014 Banca: FCC Órgão: TJ-AP Provas: FCC - 2014 - TJ-AP - Analista Judiciário - Área Administrativa - Administração | FCC - 2014 - TJ-AP - Analista Judiciário - Área Apoio Especializado - Tecnologia da Informação - Desenvolvimento de Sistemas | FCC - 2014 - TJ-AP - Analista Judiciário - Área Apoio Especializado - Contabilidade | FCC - 2014 - TJ-AP - Analista Judiciário - Área Apoio Especializado - Tecnologia da Informação - Segurança da Informação | FCC - 2014 - TJ-AP - Analista Judiciário - Área Apoio Especializado - Tecnologia da Informação - Administração em Redes de Computadores | FCC - 2014 - TJ-AP - Analista Judiciário - Área Apoio Especializado - Tecnologia da Informação - Telecomunicações | FCC - 2014 - TJ-AP - Analista Judiciário - Área Apoio Especializado - Tecnologia da Informação - Banco de Dados- DBA | FCC - 2014 - TJ-AP - Analista Judiciário - Área Apoio Especializado - Arquivologia | FCC - 2014 - TJ-AP - Analista Judiciário - Área Apoio Especializado - Serviço Social | FCC - 2014 - TJ-AP - Analista Judiciário - Área Apoio Especializado - Arquitetura | FCC - 2014 - TJ-AP - Analista Judiciário - Área Apoio Especializado - Enfermagem | FCC - 2014 - TJ-AP - Analista Judiciário - Área Apoio Especializado - Psicologia | FCC - 2014 - TJ-AP - Analista Judiciário - Área Apoio Especializado - Jornalismo | FCC - 2014 - TJ-AP - Analista Judiciário - Área Apoio Especializado - História | FCC - 2014 - TJ-AP - Analista Judiciário - Área Apoio Especializado - Engenharia Civil | FCC - 2014 - TJ-AP - Analista Judiciário - Área Apoio Especializado - Engenharia Elétrica | FCC - 2014 - TJ-AP - Analista Judiciário - Área Apoio Especializado - Medicina - Medicina do Trabalho | FCC - 2014 - TJ-AP - Analista Judiciário - Área Apoio Especializado - Medicina - Perícia Médica | FCC - 2014 - TJ-AP - Analista Judiciário - Área Apoio Especializado - Medicina - Psiquiatria |
Q465717 Português

Embora a aspiração por justiça seja tão antiga quanto os primeiros agrupamentos sociais, seu significado sofreu profundas alterações no decorrer da história. Apesar das mudanças, um símbolo atravessou os séculos - a deusa Têmis -, imponente figura feminina, com os olhos vendados e carregando em uma das mãos uma balança e na outra uma espada. Poucas divindades da mitologia grega sobreviveram tanto tempo. Poucos deixariam de reconhecer na imagem o símbolo da justiça.

A moderna ideia de justiça e de direito é inerente ao conceito de indivíduo, um ente que tem valor em si mesmo, dotado de direitos naturais. Tal doutrina se contrapunha a uma concepção orgânica, segundo a qual a sociedade é um todo.

A liberdade, nesse novo paradigma, deixa de ser uma concessão ou uma característica de uma camada social e converte-se em um atributo do próprio homem.

A crença de que os direitos do homem correspondiam a uma qualidade intrínseca ao próprio homem implicou enquadrar a justiça em um novo paradigma. O justo não é mais correspondente à função designada no corpo social, mas é um bem individual, identificado com a felicidade, com os direitos inatos.

Da igualdade nos direitos naturais derivava-se não só a liberdade, mas também as possibilidades de questionar a desigualdade entre os indivíduos, de definir o tipo de organização social e o direito à resistência. Toda e qualquer desigualdade passa a ser entendida como uma desigualdade provocada pelo arranjo social. Nesse paradigma, a sociedade e o Estado não são fenômenos dados, mas engendrados pelo homem. A desigualdade e o poder ilimitado deixam, pois, de ser justificados como decorrentes da ordem natural das coisas. À lei igual para todos incorpora-se o princípio de que desiguais devem ser tratados de forma desigual. Cresce a força de movimentos segundo os quais a lei, para cumprir suas funções, deve ser desigual para indivíduos que são desiguais na vida real.

Nesse novo contexto, modifica-se o perfil do poder público. O judiciário, segundo tais parâmetros, representa uma força de emancipação. É a instituição pública encarregada, por excelência, de fazer com que os preceitos da igualdade prevaleçam na realidade concreta. Assim, os supostos da modernidade, particularmente a liberdade e a igualdade, dependem, para se materializarem, da força do Judiciário, de um lado, e do acesso à justiça, das possibilidades reais de se ingressar em tribunais, de outro.

Para terminar, volto à deusa Têmis, que enfrentava no Olimpo o deus da guerra, Ares. Naquele tempo, como hoje, duas armas se enfrentam: a violência, que destrói e vive da desigualdade, e a lei, que constrói e busca a igualdade.


(Adaptado de SADEK, Maria Tereza Aina. “Justiça e direitos: a construção da igualdade". In: Agenda Brasileira. São Paulo, Cia. das Letras, 2011, p. 326-333.)



Sem que nenhuma outra alteração seja feita na frase, o sinal indicativo de crase deverá ser mantido caso se substitua o elemento sublinhado pelo que se encontra entre parênteses em:
Alternativas
Q465630 Português
No dia 9 de janeiro de 1921, um sortido grupo reuniu-se no salão de festas do badalado restaurante Trianon, no alto da aprazível avenida Paulista, para um banquete em homenagem a Menotti Del Picchia, que lançava uma edição do poema Máscaras.

Situado na área hoje ocupada pelo MASP, o Trianon era uma espécie de restaurante-pavilhão, com salão de chá e de festas. Inaugurado em 1916, tornara-se um dos centros da vida social paulistana, com seus bailes, concertos, aniversários, casamentos e banquetes.

Naquele domingo de verão, ilustres integrantes do mundo cultural e político foram prestigiar o escritor e redator político do Correio Paulistano, homem de amplo arco de amizades.

Mário de Andrade, que estava presente, escreveu sobre a festa na edição da Ilustração Brasileira. Impressionou-se com a diversidade dos convidados, um séquito de homens das finanças, poetas e escritores da velha e da jovem guarda.

Figurões revezaram-se na tribuna, até chegar a vez de Oswald de Andrade, que faria soar, nas palavras de Mário de Andrade, “o clarim dos futuristas" - aquela gente “do domínio da patologia", como gostavam de escrever “certos críticos passadistas, num afanoso rancor pelas auroras".

O tribuno foi logo avisando que não gostaria de confundir sua voz com o cantochão dos conservadores. Juntava- se à louvação a Menotti, mas “numa tecla de sonoridade diferente", em nome “de um grupo de orgulhosos cultores da extremada arte de nosso tempo". Para selar o pertencimento de Menotti ao clã dos modernos, a máscara de seu rosto, esculpida por Victor Brecheret, lhe era ofertada. Disse Oswald: “Examina a máscara que te trazemos em bronze. Produziu-a de ti a mão elucidadora de Victor Brecheret que, com Di Cavalcanti e Anita Malfatti, afirmou que a nossa terra contém uma das mais fortes, expressivas e orgulhosas gerações de criadores".

Não poderia faltar ao discurso a exaltação do dinamismo paulista, pano de fundo da inquietação dos novos artistas e escritores. Num mundo - dizia o orador futurista - em que o pensamento e a ação se deslocavam da Europa para os “países descobertos pela súplica das velas europeias", São Paulo surgia como uma espécie de terra prometida da modernidade. Com suas chaminés e seus bairros em veloz expansão, a cidade agitava as “profundas revoluções criadoras de imortalidades".

E, se a capital bandeirante podia promover aquela festa e nela ofertar uma “obra-prima" de Brecheret ao homenageado, isso significava que uma etapa do processo de arejamento das mentalidades já estava vencida.

Na avaliação de Mário da Silva Brito, o que se viu no Trianon foi o lançamento oficial do movimento modernista em território hostil - um “ataque de surpresa no campo do adversá- rio distraído". Ao que parece, entretanto, a distração do respeitável público foi mais funda - a ponto de poucos terem notado que as palavras ali proferidas representavam um “ataque". Oswald foi aplaudido por passadistas, futuristas e demais presentes. “Todos estavam satisfeitos porque se julgavam incorporados à 'meia dúzia' de que falara o audaz", ironizou Mário de Andrade.


(Adaptado de GONÇALVES, Marcos Augusto. 1922: A semana que não terminou. São Paulo, Cia. das Letras, 2012, formato ebook)






Em conformidade com o contexto, está correto o que se afirma em:



Alternativas
Q465338 Português
O texto adiante é uma adaptação da matéria “Índia Yawanawá vence preconceito e faz revolução feminina na floresta”, originalmente publicada por Mariana Sanches, em O GLOBO, em outubro de 2014. Leia-o, atentamente, e responda às questões propostas a seguir. “Índia Yawanawá vence preconceito e faz revolução feminina na floresta”

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A voz é mansa. O tom é baixo. A fala é pausada. Rucharlo Yawanawá, de 35 anos, conversa como se a tranquilidade a habitasse. Nunca encara o interlocutor nos olhos, não gesticula, não grita ou gargalha. Seus modos contrastam com a revolução que liderou em sua própria vida e na tribo Yawanawá. Emuma aldeia nomeio da densa FlorestaAmazônica e distante sete horas de barco do município acriano mais próximo, Rucharlo se tornou a primeira mulher pajé - líder espiritual - de seu povo e, talvez, do país. É um raríssimo caso de liderança espiritual indígena feminina no Brasil.

O xamã ou pajé é, ao lado do cacique, a maior autoridade de um grupo indígena. No caso dos Yawanawá, são eles os guardiões dos conhecimentos da tribo, desde a medicina até as artes. Acredita-se que tenham dons sobrenaturais - de adivinhação, de cura e até mesmo de matar inimigos telepaticamente. Fazem também a interlocução entre os vivos e os ancestrais. Segundo a sabedoria indígena, são os espíritos que ensinam ao pajé os segredos mágicos. [...] Tais comunicações acontecem em rituais em que os líderes espirituais tomam ayahuasca (chamada por eles de uni) e inalamrapé (umamistura de tabaco empó e da casca moída de uma árvore amazônica chamada por eles de tsunu).

O efeito alucinógeno e estimulante das substâncias permitiria aos xamãs entrar no mundo dos mortos e nos sonhos das pessoas doentes. As doenças, segundo os Yawanawá, sempre têm explicação espiritual. E é o xamã quem descobre a causa do problema nessas incursões oníricas [...].

O processo para se tornar líder espiritual é, assim como o uso da ayahuasca, milenar. Até 2005, era tambémexclusivamentemasculino [...].

No período da reclusão, Rucharlo começou a desenhar as revelações que recebia. Sem conhecer as letras, ela se fazia entender e registrava seu aprendizado por rabiscos. De tão bonitos, seus quadros já foram expostos em museus no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. Com o tempo também descobriu que tinha o dom de “sentir o cheiro das doenças”, como descreve - habilidade fundamental para qualquer curandeiro.Mas, no processo, também chegoumuito perto damorte. [...].

- Eu tinha que provar que era capaz. Sabia que era minha missão colocar as mulheres em um novo patamar, eu tinha que resistir - afirmaRucharlo [...].

Na crença indígena, pajés são seres evoluídos, a meio caminho entre os vivos e os mortos. Por isso falam vagarosamente e não encaram um olhar. Se o mundo de Rucharlo mudou depois de sua experiência, ela tambémmudou a tribo e omundo das de mais mulheres da aldeia.
“No período da reclusão, Rucharlo começou a desenharAS revelações que recebia.”

Nesse trecho, como se pode constatar, não ocorrem as condições gramaticais que exigem o uso do sinal indicativo da crase. No caso do termo destacado com letras maiúsculas,NÃOhá crase, porque:
Alternativas
Q465179 Português

Amor Moderno Dispensa Idealizações



O amor romântico não vive só nas telas de cinema. A publicidade também prega o resgate do romantismo. A atmosfera da ________ com vinho, namorados se beijando na chuva e até mesmo a paquera por telefone ditam o comportamento neo-romântico e ajudam a vender produtos.
De acordo com o diretor de marketing da agência de propagando DPZ, a publicidade ________ o conceito de romantismo ___ modernidade. Para que uma idéia seja aceita pelo público, é necessário que a situação seja pertinente ao seu estilo de vida.
Machado explica que, se a mídia ignorar esse aspecto, vai facilmente despencar para o brega. “Impossível conceber, por exemplo, um comercial onde duas pessoas, de poder aquisitivo alto e residentes em uma metrópole, ficam em casa escrevendo cartas de amor." Na sua opinião, a dose exata de romantismo é aquela que melhor corresponde à modernidade: de forma objetiva, sem cenários idealizados.



(Karin Dauch - O Estado de São Paulo)



ssinalar a alternativa em que a crase foi usada INCORRETAMENTE:
Alternativas
Q465172 Português

Amor Moderno Dispensa Idealizações



O amor romântico não vive só nas telas de cinema. A publicidade também prega o resgate do romantismo. A atmosfera da ________ com vinho, namorados se beijando na chuva e até mesmo a paquera por telefone ditam o comportamento neo-romântico e ajudam a vender produtos.
De acordo com o diretor de marketing da agência de propagando DPZ, a publicidade ________ o conceito de romantismo ___ modernidade. Para que uma idéia seja aceita pelo público, é necessário que a situação seja pertinente ao seu estilo de vida.
Machado explica que, se a mídia ignorar esse aspecto, vai facilmente despencar para o brega. “Impossível conceber, por exemplo, um comercial onde duas pessoas, de poder aquisitivo alto e residentes em uma metrópole, ficam em casa escrevendo cartas de amor." Na sua opinião, a dose exata de romantismo é aquela que melhor corresponde à modernidade: de forma objetiva, sem cenários idealizados.



(Karin Dauch - O Estado de São Paulo)



Assinalar alternativa que preenche CORRETAMENTE as lacunas do texto:
Alternativas
Q464786 Português

O cerco ao tráfico

Num momento em que o tráfico de entorpecentes e o crescente poder do crime organizado surgem como fatos nefastos para a sociedade brasileira e como _________ para a normalização da vida das pessoas, um episódio, como o ocorrido no Morro da Embratel, em Porto Alegre, merece destaque. Moradores do local promoveram uma reação organizada contra a imposição da lei do silêncio e do toque de recolher por parte de um consórcio de traficantes. A reação permitiu que as quadrilhas fossem desarticuladas pelas forças policiais e os quadrilheiros, presos. Trata-se de um exemplo que
deixa lições importantes, a começar pela demonstração de que, com apoio dos cidadãos, a polícia pode ser eficaz e ágil, mapear o crime e seus tentáculos e produzir resultados promissores na guerra contra a criminalidade.
O caso do Morro da Embratel reflete, de alguma maneira, a exaustão da sociedade em relação ___ presença prepotente das organizações criminosas que, além de representarem uma usina de crimes e um evidente fator de desagregação social, impõem-se às comunidades como espécies de Estados paralelos. A união dos cidadãos entre si e com as autoridades é a maneira mais adequada de eliminar essas ________ e de isolar os traficantes. O exemplo carioca das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) confirma que esse é o caminho para o resgate de populações e de territórios para a cidadania, evitando sua marginalização e sua rendição ao crime.
Obviamente, a colaboração da sociedade nesse tipo de operação é sempre de alto risco e precisa ser
cercada do máximo de cuidado, devido ao risco de represálias. Por isso mesmo, o esforço recompensado da comunidade ameaçada é exemplar, pois os moradores do Morro da Embratel valeram-se de recursos singelos, como o telefone, para contribuir na operação, reforçando a importância de haver cada vez maiores facilidades para a realização, com segurança, desse tipo de colaboração.


Zero Hora, 3-6-2010.



“Os traficantes impõem-se às comunidades...”

Em qual das formas verbais abaixo, ao se substituir “impõem-se”, NÃO há caso para crase?
Alternativas
Q464781 Português

O cerco ao tráfico

Num momento em que o tráfico de entorpecentes e o crescente poder do crime organizado surgem como fatos nefastos para a sociedade brasileira e como _________ para a normalização da vida das pessoas, um episódio, como o ocorrido no Morro da Embratel, em Porto Alegre, merece destaque. Moradores do local promoveram uma reação organizada contra a imposição da lei do silêncio e do toque de recolher por parte de um consórcio de traficantes. A reação permitiu que as quadrilhas fossem desarticuladas pelas forças policiais e os quadrilheiros, presos. Trata-se de um exemplo que
deixa lições importantes, a começar pela demonstração de que, com apoio dos cidadãos, a polícia pode ser eficaz e ágil, mapear o crime e seus tentáculos e produzir resultados promissores na guerra contra a criminalidade.
O caso do Morro da Embratel reflete, de alguma maneira, a exaustão da sociedade em relação ___ presença prepotente das organizações criminosas que, além de representarem uma usina de crimes e um evidente fator de desagregação social, impõem-se às comunidades como espécies de Estados paralelos. A união dos cidadãos entre si e com as autoridades é a maneira mais adequada de eliminar essas ________ e de isolar os traficantes. O exemplo carioca das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) confirma que esse é o caminho para o resgate de populações e de territórios para a cidadania, evitando sua marginalização e sua rendição ao crime.
Obviamente, a colaboração da sociedade nesse tipo de operação é sempre de alto risco e precisa ser
cercada do máximo de cuidado, devido ao risco de represálias. Por isso mesmo, o esforço recompensado da comunidade ameaçada é exemplar, pois os moradores do Morro da Embratel valeram-se de recursos singelos, como o telefone, para contribuir na operação, reforçando a importância de haver cada vez maiores facilidades para a realização, com segurança, desse tipo de colaboração.


Zero Hora, 3-6-2010.



“... devido ao risco de represálias...”

Quanto à expressão sublinhada, pode-se afirmar que:
Alternativas
Q464772 Português

O cerco ao tráfico

Num momento em que o tráfico de entorpecentes e o crescente poder do crime organizado surgem como fatos nefastos para a sociedade brasileira e como _________ para a normalização da vida das pessoas, um episódio, como o ocorrido no Morro da Embratel, em Porto Alegre, merece destaque. Moradores do local promoveram uma reação organizada contra a imposição da lei do silêncio e do toque de recolher por parte de um consórcio de traficantes. A reação permitiu que as quadrilhas fossem desarticuladas pelas forças policiais e os quadrilheiros, presos. Trata-se de um exemplo que
deixa lições importantes, a começar pela demonstração de que, com apoio dos cidadãos, a polícia pode ser eficaz e ágil, mapear o crime e seus tentáculos e produzir resultados promissores na guerra contra a criminalidade.
O caso do Morro da Embratel reflete, de alguma maneira, a exaustão da sociedade em relação ___ presença prepotente das organizações criminosas que, além de representarem uma usina de crimes e um evidente fator de desagregação social, impõem-se às comunidades como espécies de Estados paralelos. A união dos cidadãos entre si e com as autoridades é a maneira mais adequada de eliminar essas ________ e de isolar os traficantes. O exemplo carioca das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) confirma que esse é o caminho para o resgate de populações e de territórios para a cidadania, evitando sua marginalização e sua rendição ao crime.
Obviamente, a colaboração da sociedade nesse tipo de operação é sempre de alto risco e precisa ser
cercada do máximo de cuidado, devido ao risco de represálias. Por isso mesmo, o esforço recompensado da comunidade ameaçada é exemplar, pois os moradores do Morro da Embratel valeram-se de recursos singelos, como o telefone, para contribuir na operação, reforçando a importância de haver cada vez maiores facilidades para a realização, com segurança, desse tipo de colaboração.


Zero Hora, 3-6-2010.



A alternativa que preenche, respectivamente, as lacunas do texto é:
Alternativas
Q464712 Português
Considere as seguintes propostas de substituição de palavras do texto.

I - Substituição de anular (l. 31) por anulação.

II - Substituição de influenciavam (l. 44) por exerciam influência.

III - Substituição de ouvem (l. 51) por valorizam.

Quais dessas substituições criariam condições, no período em que fossem realizadas, para o uso do acento grave, indicador de crase?
Alternativas
Q464692 Português
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas das linhas 19, 27 e 29 do texto.
Alternativas
Respostas
5461: E
5462: B
5463: E
5464: B
5465: B
5466: B
5467: D
5468: D
5469: B
5470: D
5471: B
5472: A
5473: B
5474: B
5475: C
5476: C
5477: A
5478: A
5479: A
5480: C