Questões de Concurso Sobre conjunções: relação de causa e consequência em português

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Q2465998 Português
A questão refere-se ao texto a seguir.

A fisiologia do corpo desempregado

Veny Santos

           Ao receber a notícia, colocou as mãos diante dos olhos, não tão próximas ao rosto, e esperou. Aos poucos, cobriu-se o corpo com a dormência da aurora no amanhecer de um dia já perdido. Estavam ambas petrificadas. As mãos, por anos encarregadas de trabalhar, agora eram observadas como se função não mais tivessem. Perderam o emprego. Anatomicamente as mesmas. Fisiologicamente desconhecidas.
         Quando passa muitos dos anos vividos em um trabalho, dedicando-se não apenas à sobrevivência mas também ao ofício que confere sentido às habilidades adquiridas, o corpo pode se confundir com o cargo. O conjunto de partes que monta o ser passa a estabelecer uma relação funcionalista com o cotidiano e seus vínculos empregatícios. Opera-se uma máquina, uma tecnologia, uma série de processos administrativos, um comércio, no intuito de sentir que ainda se está funcionando. Que ainda há alguma função. Que presta para algo —ou alguém— o funcionário.
         O desemprego vem, então, como a descaracterização do personagem trabalhador, aquele necessário de ser encenado todos os dias para que seja possível cultivar uma real vida fora da esfera profissional. Tal ruptura, para além das suas supostas bases técnicas e pragmáticas, como justificativas clichês para se dispensar alguém sem justa causa, quebra também o corpo, não só em partes, mas nas funções que cada uma delas parece ter para existir. Quebra-o por inteiro e o faz desconhecer a si enquanto capaz de manter o sustento no dia seguinte. Um corpo desconhecido. É o fim da sensação de utilidade e a causa de seu medo quase paralisante. Uma justa causa para tamanho temor, compreendemos.
        Começou ele pelas mãos, mas a tudo sentiu tremer. Os olhos tentavam enxergar saídas de emergência para a situação financeira. A boca seca não dizia, os ouvidos zuniam e voz nenhuma vinha para lhe confortar —o que ecoava em sua mente era a pergunta repetitiva, mania anunciada na mesma velocidade que o desligamento: "Como vou contar para a família e pagar as contas?". Peito mais subia que descia, e no descompasso do respiro, nenhum alívio. Crise disso, crise daquilo, ansiedade e angústia já não mais se distinguiam uma da outra. Acharam um ponto de convergência: a paúra. As pernas inquietas a balançar não sabiam para onde ir, por onde começar a procurar outro carreiro para recolocar o corpo nas trilhas de suas funções que garantiam o sustento.
       De que servia a língua agora? E os argumentos? De que servia sua realidade concreta, uma vez que era no abismo da abstração onde se findava o mais sólido dos fatos: sem dinheiro não se dura e duro não se vive. Ainda assim, é com a carne do pescoço rija que ele mira o nada e desenha no horizonte a imaginária linha reta que ilude ao promoter alguma direção e estabilidade. O zunido diminui. Passa a ganhar um ritmo lento, primeiro opressivo, depois desolador, triste. A cor escurecida de sua pele parece ser a única a não ter perdido a função junto com a demissão. Ao encobri-lo, cantou um blues.
       A depender das posições no tabuleiro do serviço, há quem jogue —por prazer ou horror— com os peões para não comprometer reis e rainhas. Pelas bordas, esmagam feito as torres, condenam como os bispos ou simplesmente saltam de oportunidade em oportunidade montados nos alazões a pisotear o que lhes obriga a fazer curva. Os peões, como se sabe, não jogam, de fato. Os peões são jogados.
        Em 2023, o Instituto Cactus lançou o iCASM (Índice Instituto Cactus — Atlas de Saúde Mental) no intuito de levantar dados sobre os diferentes aspectos da vida social que impactam na psique da população brasileira. Destacou-se um alerta sobre a condição das pessoas desempregadas. Estão elas entre as mais abaladas psicologicamente e, com isso, pode-se supor, suscetíveis às psicopatologias que crescem a cada ano no país.
      As mãos, ainda diante dos olhos, seguram-se. No toque, parecem lembrar para que servem. Recobram a função. As mãos servem para carregar o recomeço.

Disponível em: < https://www1.folha.uol.com.br/>. Acesso em: 08 mar. 2024

No quinto parágrafo, o uso da expressão “ainda assim” sinaliza


Alternativas
Q2465678 Português
O colágeno é uma proteína essencial encontrada no corpo humano, responsável pela resistência e elasticidade de diferentes tecidos, como pele, ossos e cartilagens.
(Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/articles/c3g2e4xlq8do. Adaptado.)

Assinale a opção correta quanto à nomenclatura das classes de palavras de acordo com a frase. 
Alternativas
Q2465279 Português

Instrução: A questão refere-se à tirinha abaixo:




Fonte: fotografia.folha.uol.com.br/galerias/27431-tiras-de-armandinho

No segundo quadrinho, a expressão “Por isso” pode ser substituída, sem alteração de sentido, por: 
Alternativas
Q2465278 Português

Instrução: A questão refere-se à tirinha abaixo:




Fonte: fotografia.folha.uol.com.br/galerias/27431-tiras-de-armandinho

Assinale a alternativa que indica o valor semântico predominante indicado pela expressão “Por isso” no segundo quadrinho.
Alternativas
Q2465274 Português

Uma das fantasias ambiciosas de minha família era colocar lajes no pátio



             


              (Disponível em: gauchazh.clicrbs.com.br/colunistas/carpinejar/noticia/2024/03/uma-das-fantasias-        ambiciosasde-minha-familia-era-colocar-lajes-no-patio – texto adaptado especialmente para esta prova).

Relacione a Coluna 1 à Coluna 2, associando as palavras retiradas do texto às suas respectivas classes gramaticais.

Coluna 1
1. Adjetivo.
2. Advérbio.
3. Pronome.
4. Conjunção.
Coluna 2
( ) “não” (l. 02).
( ) “tudo” (l. 02).
( ) “ambiciosas” (l. 07).
( ) “e” (l. 10).

A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: 
Alternativas
Q2465156 Português
Inteligência artificial: a era do “deus” máquina


     No teatro grego antigo, quando não havia solução para um impasse, um ator interpretando uma divindade descia ao palco pendurado num guindaste, resolvia o problema e, assim, acabava a peça. Era o Deus ex-machina – o deus surgido da máquina. Com o avanço sem precedentes da inteligência artificial (IA), é justo pensar que, no mundo contemporâneo, a máquina é a própria deidade.

      Para ela, nada parece impossível. Da confecção de discursos em segundos à criação de obras de arte; da identificação de medicamentos promissores ao diagnóstico preciso de doenças, tudo é resolvido pelo “deus algoritmo”. E, ao observar sua invenção “surgindo do guindaste”, o homem pode se perguntar qual lugar ocupará neste enredo. Segundo especialistas, porém, o perigo não está na criatura e, sim, no uso que o criador faz dela.

       A inteligência artificial faz parte da rotina, ainda que não se perceba. O GPS que indica o percurso, a atendente virtual, o internet banking são exemplos de seu uso no dia a dia. Só que, até agora, ninguém temia os mecanismos de busca dos navegadores, os sistemas de reconhecimento facial dos condomínios ou a sugestão de filmes apresentadas pelos aplicativos de streaming.

    Então, as máquinas começaram a gerar imagens perfeitas de pessoas inexistentes, escrever reportagens com acurácia, resolver enigmas matemáticos em frações de segundos, dirigir e voar sozinhas, elaborar defesas jurídicas e até “ler” pensamentos em experimentos científicos. A ponto de, em um editorial da revista Science, um grupo de cientistas pedir a moratória de pesquisas até alguma regulamentação ética da IA.

       A discussão sobre riscos e avanços da IA ultrapassa o campo da ciência da computação; é também filosófica. Já na Grécia Antiga, filósofos questionavam a essência da inteligência e se ela era um atributo somente humano.

      Hoje, esse é um dos centros da discussão sobre IA: sistemas programados e alimentados por seres humanos poderão ultrapassar em astúcia seus criadores? Não, garante um dos maiores especialistas no tema, o cientista da computação francês Jean-Gabriel Ganascia, da Universidade de Sorbonne que, já em 1980, obteve mestrado em inteligência artificial em Paris.



(Paloma Oliveto, Inteligência artificial: a era do ‘deus’ máquina. https://www.correiobraziliense.com.br/ciencia-e-saude. Adaptado)
A conjunção “embora” substitui corretamente a expressão destacada em:
Alternativas
Ano: 2024 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES Provas: CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Auditor Fiscal de Tributos Municipais | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Analista de Sistemas | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Arquiteto | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Assistente Social | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Auditor Fiscal de Defesa do Consumidor | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Auditor Fiscal de Meio Ambiente | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Auditor Fiscal de Obras | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Auditor Fiscal de Posturas | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Auditor Fiscal de Transportes | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Auditor Fiscal Sanitário | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Bibliotecário | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Biólogo | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Contador | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Engenheiro Agrimensor | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Engenheiro Agrônomo | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Engenheiro Ambiental | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Engenheiro Civil | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Engenheiro de Minas | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Engenheiro de Trânsito e Tráfego | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Engenheiro Eletricista | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Engenheiro Florestal |
Q2464251 Português

Texto CB2A1


        Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento — mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante, me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre a “greve do pão dormido”. De resto não é bem uma greve, é um locaute, greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno; acham que, obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido, conseguirão não sei bem o que do governo.

        Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E, enquanto tomo café, vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento, ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:

        — Não é ninguém, é o padeiro!

        Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo? “Então você não é ninguém?”

        Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: “não é ninguém, não senhora, é o padeiro”. Assim ficara sabendo que não era ninguém...

        Ele me contou isso sem mágoa nenhuma e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo para explicar que estava falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho noturno. Era pela madrugada que deixava a redação de jornal, quase sempre depois de uma passagem pela oficina — e muitas vezes saía já levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina, como pão saído do forno.

        Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque, no jornal que levava para casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou um artigo com o meu nome. O jornal e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar; e dentro do meu coração eu recebi a lição de humildade daquele homem entre todos útil e entre todos alegre; “não é ninguém, é o padeiro!”

         E assobiava pelas escadas.


Rubem Braga. O padeiro (com adaptações). 

Considerando aspectos linguísticos do texto CB2A1, julgue o item a seguir.


No último período do segundo parágrafo, o vocábulo “mas” é empregado com valor adversativo.

Alternativas
Ano: 2024 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES Provas: CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Auditor Fiscal de Tributos Municipais | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Analista de Sistemas | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Arquiteto | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Assistente Social | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Auditor Fiscal de Defesa do Consumidor | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Auditor Fiscal de Meio Ambiente | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Auditor Fiscal de Obras | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Auditor Fiscal de Posturas | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Auditor Fiscal de Transportes | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Auditor Fiscal Sanitário | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Bibliotecário | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Biólogo | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Contador | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Engenheiro Agrimensor | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Engenheiro Agrônomo | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Engenheiro Ambiental | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Engenheiro Civil | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Engenheiro de Minas | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Engenheiro de Trânsito e Tráfego | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Engenheiro Eletricista | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Engenheiro Florestal |
Q2464248 Português

Texto CB2A1


        Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento — mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante, me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre a “greve do pão dormido”. De resto não é bem uma greve, é um locaute, greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno; acham que, obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido, conseguirão não sei bem o que do governo.

        Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E, enquanto tomo café, vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento, ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:

        — Não é ninguém, é o padeiro!

        Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo? “Então você não é ninguém?”

        Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: “não é ninguém, não senhora, é o padeiro”. Assim ficara sabendo que não era ninguém...

        Ele me contou isso sem mágoa nenhuma e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo para explicar que estava falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho noturno. Era pela madrugada que deixava a redação de jornal, quase sempre depois de uma passagem pela oficina — e muitas vezes saía já levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina, como pão saído do forno.

        Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque, no jornal que levava para casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou um artigo com o meu nome. O jornal e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar; e dentro do meu coração eu recebi a lição de humildade daquele homem entre todos útil e entre todos alegre; “não é ninguém, é o padeiro!”

         E assobiava pelas escadas.


Rubem Braga. O padeiro (com adaptações). 

Considerando aspectos linguísticos do texto CB2A1, julgue o item a seguir.


A oração “para não incomodar os moradores” (último período do segundo parágrafo) expressa circunstância de causa.

Alternativas
Q2463972 Português

Tenho pânico de aranha



                                                      (Disponível em: www.gauchazh.clicrbs.com.br/pioneiro/colunistas/trissia-           ordovassartori/noticia/2024/03/tenho-panico-de-aranha.html – texto adaptado especialmente para esta                                                                                                                                                                   prova).

Considerando o fragmento “Mas aí não dá para saber, né?”, assinale a alternativa que apresenta a correta classificação do termo sublinhado.
Alternativas
Q2463970 Português

Tenho pânico de aranha



                                                      (Disponível em: www.gauchazh.clicrbs.com.br/pioneiro/colunistas/trissia-           ordovassartori/noticia/2024/03/tenho-panico-de-aranha.html – texto adaptado especialmente para esta                                                                                                                                                                   prova).

Considerando o fragmento “E que deixe um pouco da melhor versão de si em cada pequena interação”, assinale a alternativa que classifica, correta e respectivamente, as palavras sublinhadas.
Alternativas
Q2463796 Português

 Texto para o item.


Tubarão‑branco morre ao atacar gaiola com mergulhadores nas Maldivas


Testemunhas flagraram o momento em que o predador enrosca a cabeça na grade da gaiola e sofre ferimento letal



 Internet: <www.terra.com.br> (com adaptações).

Em relação a aspectos estruturais do texto, julgue o item.


A conjunção “enquanto” (linha 14) indica anterioridade

Alternativas
Q2463793 Português

 Texto para o item.


Tubarão‑branco morre ao atacar gaiola com mergulhadores nas Maldivas


Testemunhas flagraram o momento em que o predador enrosca a cabeça na grade da gaiola e sofre ferimento letal



 Internet: <www.terra.com.br> (com adaptações).

Em relação a aspectos estruturais do texto, julgue o item.


No subtítulo do texto, a conjunção “e” coordena “flagraram” e “sofre”.

Alternativas
Q2463786 Português

Texto para o item.


Por que cientistas estão congelando animais de espécies ameaçadas



 Internet: <www.bbc.com> (com adaptações).

Em relação aos aspectos gerais do texto, julgue o item.


No trecho “que atingiu um estágio grave demais para ser tratada” (linhas 12 e 13), o vocábulo “que” é uma conjunção integrante.

Alternativas
Q2463039 Português

Texto para a questão.





                    Bruno Garattoni e Tiago Cordeiro. O mistério do efeito placebo. Su-

                       perinteressante, ed. 458, Editora Abril, dez./2023 (com adaptações).



No final do texto, as orações introduzidas por “quanto mais” (linha 49-50) e “mais” (linha 51) estabelecem entre si relação de
Alternativas
Q2461999 Português
QUEM PECOU NÃO PEQUE MAIS – RACHEL DE QUEIROZ

    O mais difícil há de ser a escolha do que é bem e do que é mal; cada um tem que consultar a própria consciência e ver a qualidade do seu erro, onde foi que traiu o espírito ou traiu a carne, pois a carne também tem suas leis e a sua ética. Aquele que peca de gula, por exemplo, peca contra a carne. E aquele que mente, é claro que peca contra o espírito. E quem diz que ama sem amar, simulando os gestos do amor sem sentir, peca ao mesmo tempo contra a carne e contra o espírito, porque aí são o corpo e alma os ofensores – ou os ofendidos. Disse acima que pecam os que mentem, mas há os que mentem e não pecam. Sua mentira não é jocosa, nem oficiosa, nem perniciosa – e são só essas três as qualidades de mentiras padronizadas pelo catecismo. Digamos que é mentira poética ou mentira artística, embora os mentirosos dessas mentiras não as ponham no papel impresso, nem na tela, nem no mármore. Dispersam as invenções pelas conversas de café, de salão e de esquina. São homens de coração piedoso e imaginação ardente, e se compadecem e buscam evasão desta feiura de mundo em que vivemos; criam por isso um jardim de mentiras e convidam os seus amigos a colher flores naquele jardim. Falam de riquezas que nunca tiveram, de amores que nunca sentiram, viagens que nunca viajaram. Inventam terras que não existem, façanhas jamais executadas por heróis que ainda não nasceram; ou se encarnam eles próprios nesse herói nonato, fardam-se de pirata ou de cavaleiro, embarcam na galera aventurosa ou cavalgam o negro corcel. Para esses mentirosos não há pecado, naturalmente. E talvez no seu céu encontrem realizadas todas as esplêndidas mentiras com que sonharam e fizeram os outros sonhar. Pecam, sim, os que mentem para colher proveito, os que levantam falso testemunho, os que se gabam por vaidade ou por impostoria. Quantos aos que bebem, pecam os que bebem para encher a tripa. Mas não os que bebem na ânsia de encher um coração vazio ou para saciar a alma ressequida. Desses sei de certeza que têm igualmente no céu o seu lugar reservado – um recanto plantado de girassóis e lírios que cheiram a lança-perfume. E lá os bêbedos gozam da bem-venturança, sem ressaca nem aspirina, declamando poemas, fazendo confidências, chorando mágoas alcoólicas, debruçados sobre o alvo ombro de seu anjo da guarda. Pecam os cobiçosos, os que se afadigam atrás de dinheiro e poder. Mas não sei se fará parte dessa mesma feia ambição o desejo de possuir a terra, de agarrar-se à terra. Porque a terra é o nosso princípio e o nosso fim, e possuí-la ser dono dela, ter de seu um pedaço de chão, é um pouco como voltar ao ventre de nossa mãe, ou aumentar aquele chão à nossa carne e ao nosso sangue. Direi que é quase como o mistério do amor, esse aumento de uma outra coisa viva ao nosso ser vivo, é uma outra maneira de nos prolongarmos, de continuarmos, nos reproduzindo em plantas e em bichos, como nos reproduzimos em filhos. Não, nada com a terra pode ser pecado. Enfim, pecam sem remissão os mesquinhos, os covardes – quero dizer, os covardes que usam a fraqueza dos outros para exercício da sua crueldade. Pois aqui também cabe uma ressalva: os medrosos não pecam, antes pecam os bravos porque são arrogantes. O medo é o mais antigo e fiel companheiro do homem e é o medo que nos faz conhecer nossas limitações e nos torna humildes. E não há outra virtude que mais agrade ao céu do que a humildade, nem outro pecado mais desagradável do que a soberba. (...) No fim de tudo, a verdade positiva é que só o homem, lá dentro do seu coração, sabe quando pecou. Ele é que cria o seu bem e o seu mal; e muitas vezes peca fazendo bem, porque o tem como mal e, sendo a sua intenção de malícia, pode ter toda a aparência de bem, que não será.

Na frase “Sua mentira não é nem jocosa, nem oficiosa, nem perniciosa”. Os termos em destaque podem ser classificados como:
Alternativas
Q2461351 Português
        Abre-se uma janela do Centro Operário. Será a aula de Dona Palmira em 1920 ou há reunião para discutir os estatutos? Durante toda a minha infância, eles discutiram os estatutos. Eu não podia entender nada, mas havia pontos terrivelmente sérios. Era “Centro Operário de Proteção Mútua” ou “Centro Operário E de Proteção Mútua”? Pela noite afora, ano após ano, um mulato meio velho e magro, de óculos, o dedo em riste, a voz rascante, atacava com extraordinária ferocidade aquele E. Não conseguiu derrubá-lo; os operários talvez se sentissem fracos, sozinhos, precisavam daquele E que os conjugava com outras camadas sociais. Ficou o E, meu pai foi diretor e, quando morreu, teve auxílio no enterro, tudo sem ser operário, tudo graças àquele E. Sem o E eu talvez não tivesse estudado ali, não me sentaria no comprido banco, onde o último da esquerda era o preto Bernardino, e à direita, o rosto lindo de Lélia, com seus cabelos doces e uma covinha quando sorria. Quando não estavam discutindo os estatutos, ou providenciando um enterro de sócio, com a bandeira do Centro em cima do caixão, os operários E todos que queriam proteção mútua estavam dançando; sons de pistom atravessam meu sono infantil; eu achava estranho e ao mesmo tempo alegre e feliz haver baile na mesma sala onde eu tinha aulas.

Rubem Braga. Em Cachoeiro. 200 crônicas escolhidas.
Rio de Janeiro: Record, 2003, p.55 (com adaptações)

Considerando os sentidos e aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item a seguir.


Enquanto, no trecho “precisavam daquele E que os conjugava com outras camadas sociais” (sétimo período), o vocábulo “E” se comporta como um substantivo, no trecho “os operários E todos que queriam proteção mútua estavam dançando” (último período), o mesmo vocábulo está empregado como conjunção aditiva. 

Alternativas
Q2460531 Português

Texto para o item.


Quase 30% das espécies conhecidas no planeta correm risco de extinção, diz órgão internacional


Dentre os destaques, documento alerta que 37% dos tubarões e raias estão ameaçados, assim como os dragões de Komodo. Publicação chamada de “Lista Vermelha”, da IUCN, foi atualizada



Internet: <www.g1.globo.com> (com adaptações).

Considerando os aspectos gerais do texto, julgue o item.


A palavra “também” (linha 25) classifica‑se morfologicamente como conjunção.

Alternativas
Q2460523 Português

Texto para o item.




Internet: <www.g1.globo.com> (com adaptações).

Em relação aos aspectos gerais do texto, julgue o item.


O termo “e” (linha 20) indica uma relação de adição entre ideias.

Alternativas
Q2460033 Português
A Pragmática nasce como um acréscimo ou complemento da Linguística, como uma tentativa de analisar sistematicamente a variabilidade e adaptação dos signos, ou seja, o significado completo que adquirem em seu funcionamento, relacionado à linguagem e à interação. Em todas as frases abaixo foi empregada a conjunção E. Assinale a frase em que seu emprego não está corretamente explicado.
Alternativas
Respostas
681: A
682: E
683: E
684: D
685: E
686: C
687: C
688: E
689: A
690: D
691: E
692: E
693: E
694: C
695: B
696: D
697: C
698: E
699: C
700: B