Questões de Concurso Sobre conjunções: relação de causa e consequência em português
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Leia o texto abaixo para responder às questões de número 1 e 2
Exercício: faça o que puder, mas faça
EUA lançaram nova edição de recomendações contra o sedentarismo que valem para todas as idades
Por Mariza Tavares —
Rio de Janeiro 04/12/2018 06h01
O governo norte-americano divulgou, em meados de novembro, a segunda edição de recomendações para combater o sedentarismo. Com o título de ―Physical Activities Guidelines for Americans‖, essas diretrizes vêm substituir a versão anterior, de 2008, e são resultado de dois anos de estudos que não deixam dúvidas sobre a relação entre atividade física e o quadro geral de saúde. A primeira constatação das pesquisas foi a de que ficar sentado representa um problema maior do que simplesmente não se exercitar. Ainda não há como quantificar o limite de tempo para o sedentarismo, mas, como esse blog já noticiou, há uma espécie de reação em cadeia provocada pela inatividade que conduz ao risco aumentado para doenças crônicas, como diabetes, demências e acidentes vasculares encefálicos (popularmente conhecidos como derrames).
A recomendação para se exercitar não tem como objetivo apenas fortalecer o corpo, mas também garantir que o cérebro continue funcionando bem em todo o curso de vida. Para todas as idades, a atividade física traz benefícios para o aprendizado, a qualidade de sono e a redução da ansiedade. Na edição anterior das diretrizes, ainda havia a compreensão de que a atividade física deveria ter pelo menos dez minutos de duração para produzir algum efeito no organismo: era a ―regra dos dez minutos‖. Embora os especialistas continuem recomendando 150 minutos de exercícios por semana, sugerem que pequenas quantidades de movimento – como subir escadas, por exemplo – devem ser somadas para atingir esse objetivo. É uma mudança significativa de abordagem, com o propósito de não desencorajar quem não consegue atingir esse patamar. Faça o que puder, mas faça – é o recado.
Um outro aspecto relevante é que as diretrizes valem para todas as idades, dando o recado de que as pessoas não devem abrir mão da atividade física porque envelhecem. É claro que doentes crônicos precisam fazer os ajustes necessários de acordo com suas condições de saúde, mas a recomendação, para jovens e velhos, inclui musculação, exercícios aeróbicos e de equilíbrio. A soma dessas ações também previne osteoartrites e sarcopenia, que é a perda de massa e de força muscular. O resumo da ópera é claro e serve para todos: o nível de atividade é uma questão de saúde, e não de idade, lembrando que sete das dez doenças crônicas mais comuns teriam um desfecho mais favorável com a prática de atividade física.
(Disponível em: https://g1.globo.com/bemestar/blog/longevidade-modo-de-usar/post/2018/12/04/exercicio-faca-o-que-puder-mas-faca.ghtml)
No trecho retirado do texto:
“Embora os especialistas continuem recomendando 150 minutos de exercícios por semana, sugerem que pequenas quantidades de movimento – como subir escadas, por exemplo – devem ser somadas para atingir esse objetivo.”
Ocorreria mudança de sentido se a conjunção em destaque fosse substituída por:
INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto abaixo para responder às questões que se seguem.
O PODER DA ALEGRIA
1 undefined As tardes de sábado eram ansiosamente esperadas pela pequena Meiry Ito. De vestidinho rosa, ela e as
irmãs, Marilda, Márcia, Miltes, Miriam, Marta e Marly, de mãos dadas com o caçula, Milton, seguiam os
passos rápidos do pai rumo ao galpão onde eram projetados filmes para os plantadores de chá e comerciantes
de Registro, cidadezinha do interior de São Paulo às margens do Rio Ribeira de Iguape. Feliz, acomodava-se na
5 palha macia destinada às crianças enquanto a mãe distribuía para os filhos os motis, bolinhos de arroz, retirados
com cuidado da furoshiki, a trouxa multicolorida de pano usada pelos descendentes de japoneses da região. Era
um instante de sublime contentamento. “Não tínhamos nada, nada, nada, mas a alegria daquele momento é
inesquecível”, lembra ela, que completou 84 anos em fevereiro. Naquele cinema improvisado, a fita de
celuloide do filme rompia-se constantemente e só era possível sentar onde as goteiras do teto não pingavam. Mas
10 Meiry experimentava ali uma plenitude: estarem todos juntos na expectativa do filme, comer as delícias
preparadas pela mãe e ser invadida pelo sabor do que era especial e único durante toda a semana
proporcionavam um prazer indizível para ela. Até hoje, ao lembrar dessa cena, seus olhos brilham e seu rosto se
abre num largo sorriso. Por alguns momentos, ela tem novamente 8 anos de idade.
undefined Quem de nós não tem na memória momentos de infinita alegria na infância? Temos uma predisposição
15 natural para sermos alegres nesse período. Nossas lembranças de momentos felizes são tão abundantes e plenas,
nos primeiros anos de vida, que é fácil identificar numerosas imagens que a traduzem: mergulhar na onda
para pegar jacaré, pular corda, balançar, brincar de pique, viajar... Com a idade, porém, os bons momentos
costumam escassear. E são cada vez mais intercalados por emoções como tristeza, desencanto, amargura. Mas o
que será que temos de tão precioso quando crianças que perdemos durante a vida?
20 undefined A primeira resposta: vitalidade. “O contrário da alegria não é a tristeza. É a falta de energia vital”, afirma
categoricamente o pensador e professor gaúcho Mário Sérgio Cortela em suas palestras. É muito importante
destacar essa diferença. Quando se está pleno de vigor e disposição, é impossível ficar triste e deprimido por
muito tempo. Pode ser até que sejamos atingidos pela melancolia, mas a recuperação é rápida. Porque
a alegria está ligada ao prazer de estar vivo. Vida e alegria podem ser interpretadas como sinônimos. Portanto,
25 o contentamento tem uma base biológica, vital, e está muito ligado ao corpo. Alguns estados de depressão
estão relacionados à má alimentação e à falta de exercícios, que ativam a energia vital. Então, para reviver a
alegria de uma criança, é preciso recobrar o potencial energético que temos na infância, pelo menos em
parte (caminhadas, exercícios físicos [...] são muito bons para começar).
undefined Ainda dentro do campo da biologia, temos de entender que os estados emocionais positivos, como a
30 alegria, a gratidão e a compaixão, criam um padrão neuronal positivo. Em outras palavras, quanto mais
alegre você for, mais fácil será sentir alegria. Isso porque o cérebro, com a repetição dos mesmos estados
emocionais, formará um padrão, uma reação que se repetirá até formar uma característica da personalidade.
“As características emocionais têm um efeito condicionante na forma como as pessoas olham as
experiências cotidianas e reagem a elas. Alguém predisposto ao medo ou à depressão, por exemplo, tem
35 mais chances de encarar situações com um senso de temor, enquanto alguém predisposto à confiança
encarará a mesma situação com mais equilíbrio e segurança”, escreveu o monge tibetano Mingyur Rinpoche
em A Alegria de Viver (Elsevier), um livro precioso que pode ser baixado gratuitamente.
undefined Ele tem razão. Conheci Mingyur de perto (ele jantou em casa...), e sua alegria é realmente contagiante: ri com
uma cascata de hahahas cristalinos, assim como subitamente fica sério e atento se o assunto exige. Enfim, uma
40 pessoa alegre não é necessariamente um bobo alegre, como alguns podem supor, mas alguém capaz de entrar em
contato com suas emoções e expressá-las com gentileza e intensidade. [...]
(ALVES, Liane. O poder da alegria. Revista Vida Simples. p. 44, maio de 2016. Adaptado.)
“Em outras palavras, quanto mais alegre você for, mais fácil será sentir alegria.” (Linhas 31-32)
A locução conjuntiva presente nesse trecho introduz nele uma ideia de:
Por que o criador do botão “curtir” do Facebook apagou as redes sociais do celular
“A tecnologia só deve prender nossa atenção nos momentos em que nós queremos, conscientemente, prestar atenção nela. Em todos os outros casos, deve ficar fora do nosso caminho.” Quem afirma isso não é um dos críticos tradicionais das redes sociais ou um psicólogo preocupado com o vício em internet, mas justamente o executivo responsável pela criação do botão curtir nos primórdios do Facebook, ___ mais de dez anos.
Depois de perceber que as notificações de aplicativos como o próprio Facebook, Instagram e Twitter ocupavam boa parte do seu dia, eram distrativas e o afastavam das relações na vida real, o matemático Justin Rosenstein decidiu apagar todas as redes sociais, aplicativos de e-mails e notícias de seu iPhone, em busca de mais “presença” no mundo off-line. “Percebi que frequentemente estava usando meu telefone como uma muleta, para filmar momentos em tempo real, ou que meu telefone vibrava e me tirava do momento enquanto eu tentava ter uma conexão emocional profunda com alguém”, conta. “(Temos que) permitir que pessoas não se comuniquem apenas on-line e compartilhem fotos de si mesmas, mas efetivamente se encontrem e tenham conexões profundas e verdadeiras pessoalmente”.
A principal consequência inesperada, segundo o executivo, é o fato de as redes sociais hoje prenderem nossa atenção independentemente da nossa intenção - ou de nossa vontade. “Muitas vezes, nos vemos subindo e descendo telas no telefone, e 30 minutos depois sentimos que não foi um tempo bem gasto, sentimos que perdemos um pedaço do dia”, diz. “Eu acho que é muito importante dar atenção ___ isso e fazer essas escolhas sobre como eu quero passar meu dia.”
Rosenstein afirma que há outros aplicativos em seu telefone, como Google Maps, ou aplicativos de meditação ou notas, que são ótimos para transformar seu telefone em algo mágico no seu bolso. “Se eu quiser fazer um carro vir até mim, posso fazer isso. Se quiser saber o caminho para um lugar, também posso. Esses aplicativos são muito úteis. Para os outros... bem, eu ainda uso redes sociais, mas ao esperar até voltar para o computador, sou capaz de moderar meu comportamento com mais facilidade e gastar 20 minutos por dia fazendo isso, em vez de algo que estou constantemente checando, mesmo inconscientemente”.
http://www.bbc.com/... - adaptado.
O trecho sublinhado em “A principal consequência inesperada, segundo o executivo, é o fato de as redes sociais hoje prenderem nossa atenção independentemente da nossa intenção” apresenta uma conjunção subordinativa:
TEXTO 1
A IDADE MÉDIA NACIONAL
O Brasil desencaixou. Desencaixou e passou a rodar no fuso paraguaio. Lá, como se sabe, depois de peculiar processo, o presidente Fernando Lugo foi impedido, assumindo o vice-presidente. Também não amputaram a Lugo os direitos políticos. Dizem os golpistas de lá, como os daqui, que o processo de impedimento seguiu os trâmites legais, que não houve atentado à Constituição nem violência física. Aqui, como também se sabe, os golpistas mantiveram os ritos, não promoveram violência (as pancadarias de antes e de depois do golpe não contam, claro) e garantiram direitos políticos à presidente impedida.
Dizia o Carlos Marx que a história só se repete como farsa; bela frase, mas um erro rotundo. A Segunda Guerra Mundial reencenou tragicamente a Primeira, as duas resultando da estúpida competição por mercados entre imperialismos expansionistas. A guerra do Vietnã é a da Coréia, só que com inovação tecnológica: a bomba de napalm, despejada sobre populações civis. O golpe brasileiro de 2016 não reprisa 1964, mas o paraguaio de 2002, em sua mais pura essência política: uma condenação sem provas, os legisladores maculando o mandato que detinham; uma concessão de direitos políticos que não possuíam autoridade constitucional para outorgar. Garantir os direitos políticos de Dilma Rousseff é tanto indício de golpe de Estado quanto cassar seu mandato: o de reescrever a Constituição pela força tirânica de maioria institucional.
O país ingressa em sua Idade Média. Os conservadores dominam as instituições do Executivo, do Legislativo e do Judiciário com base em inegável maioria ocasional. Não é por isso, apenas, que são golpistas, mas pelo uso soberbo do poder. Assim como a Idade Média e o absolutismo só foram unânimes pela repressão, o conservadorismo hegemônico só se sustenta pela asfixia da divergência. Asfixia de que não está ausente a chantagem da vida privada de alguns, como bem a conhecem ilustres membros do Judiciário e do Legislativo, e violência nas ruas, com a brutalidade que for necessária.
Só entregarão o poder por via democrática se, multiplicando fogueiras, não puderem evitá-lo.
Wanderley Guilherme dos Santos. Cientista Político, Professor aposentado da UFRJ.
Segunda Opinião, 16 de setembro de 2016 http://insightnet.com.br/segundaopiniao/,
No trecho “Dizia o Carlos Marx que a história só se repete como farsa; bela frase, mas um erro rotundo.”, que inicia o segundo parágrafo, a conjunção mas pode ser substituída, sem alteração de sentido, por:
Texto
A casa do futuro
Quando explodir, a busca será por florestas, montanhas, até lugares isolados. Estou nessa.
Meu sonho sempre foi trabalhar em casa e acordar tarde. Este último realizei jovenzinho, quando comecei a trabalhar em jornalismo. Minha família teve dificuldade para compreender meu novo estilo de vida – na época, eu morava com meus pais. Trabalhava numa revista semanal e, muitas vezes, ficava até 5, 6 da manhã na redação. Tomava café da manhã na rua e só ia dormir depois. Às 9, minha mãe gritava:
– Acorda, preguiçoso!
Pois é. Nunca entrou em sua cabeça que eu trabalhava mesmo até amanhecer. Certamente, me imaginava na esbórnia. Vivo esse problema até hoje. As pessoas tentam marcar reuniões de manhã, almoços. Se explico que escrevo a novela de madrugada e, portanto, não assumo compromissos antes das 13, 14 horas, me encaram como se eu fosse um inútil.
Outro desejo realizei há alguns anos, quando passei a escrever novelas. Autor trabalha em casa! Hoje, o que era uma exceção tornou‐se tendência. Graças à internet, o número de pessoas que trabalham em casa é crescente.
Meu terceiro sonho é morar longe. Por que viver numa cidade poluída, com um trânsito infernal, se poderia morar num sítio, com galinhas, árvores frutíferas, quem sabe uma cascata? Acordar e dormir no silêncio das estrelas? Ou viver numa cidade pequena, bem pequena, onde as pessoas se cumprimentam na rua? Esse é o caminho que a população das cidades grandes deverá tomar, nos próximos anos.
Já andei pesquisando cidades próximas de São Paulo e do Rio. Ou até mais longe, como na região de Bonito, pela qual me apaixonei. Havia casas lindas, com riozinhos próximos e floresta exuberante. Quase fiz negócio. Só desisti ao refletir melhor. Poderia encontrar uma sucuri no riozinho tão lindo. Ou dormir com uma onça rondando a casa. É lindo preservar a vida selvagem, mas os animais caçam! Mesmo assim, seria menos perigoso viver entre sucuris e onças do que em grande parte das cidades pequenas. A violência virou uma loucura.
O estilo de vida na grande cidade subsiste por causa da violência. São Paulo, entre outras cidades brasileiras, ainda permite que alguém viva num certo anonimato que, de certa forma, protege. Mas o futuro é irreversível: as grandes cidades serão lugares onde as pessoas irão para comparecer ao dentista ou assistir à opera. Elas viverão num pequeno círculo, de amigos próximos. E, no enorme círculo das redes sociais, para fazer contatos, encontrar amigos e namorar. Sim, o homem do futuro será paradoxalmente mais sozinho, mas também mais conectado, com relacionamentos duradouros que nunca viu pessoalmente. Pense bem: com uma paisagem tão linda como a deste país, por que passar os dias longe dela?
Viver fora da cidade será mais saudável e mais barato, com hortas domésticas, quem sabe até uma vaca leiteira? Coisas inéditas podem acontecer.
Não acredito em Papai Noel, mas acredito que, um dia, a violência diminuirá. Será possível morar na floresta sem dormir de carabina na mão. A grande cidade também se tornará mais agradável, com menos pessoas no trânsito para ir trabalhar. O voo migratório já começou, mas não é ousado. Temerosas, as pessoas preferem condomínios fechados próximos às grandes cidades. Quando explodir, a busca será por florestas, montanhas, lugares até isolados. Estou nessa. Um dia ainda vou escrever logo depois de tirar o leite da vaca.
(Walcyr Carrasco. Disponível em: http://epoca.globo.com/colunas‐e‐blogs/walcyr‐carrasco/noticia/2013/07/casa‐do‐bfuturob.html. Adaptado.)
No trecho “Sim, o homem do futuro será paradoxalmente mais sozinho, mas também mais conectado, com relacionamentos duradouros que nunca viu pessoalmente.” (7º§), a relação de sentido estabelecida entre as orações pela conjunção destacada é