Questões de Concurso
Sobre pronomes relativos em português
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Analise as ocorrências da palavra ‘que’ abaixo:
I. “os motivos que levaram os participantes a jogar comida fora.” (l. 11-12).
II. “O projeto, que está tramitando no Congresso americano, prevê...” (l. 22).
III. “O estudo também verificou que as pessoas...” (l. 25).
Quais são pronomes relativos?
I. Na linha 08, visto que introduz uma oração adverbial causal, exprimindo causa, motivo, razão; no contexto, uma vez que poderia substituir essa locução adequadamente.
II. Tanto na linha 10 quanto na 13 evidenciam-se conjunções integrantes.
III. Na linha 26, em nas quais, o pronome relativo faz referência à informação que o precede.
Quais estão corretas?
Cientistas descobrem que a música clássica evolui por seleção natural
O trítono – um conjunto de notas dissonante que era evitado na Idade Média – se tornou um favorito dos compositores em 1900. E sua adoção seguiu padrões matemáticos similares aos da evolução de seres vivos.
26 de outubro de 2018
A evolução por seleção natural foi descoberta por Charles Darwin como uma espécie de lei da natureza. Mas ela não se aplica só a animais ou plantas. Na verdade, ela está mais para uma constatação matemática – um fenômeno inevitável que entra em vigor sempre que certas condições são cumpridas.
Para tirar o papo dessa abstração maluca de CDF, vamos a um exemplo prático (ainda que hipotético): imagine um grupo de empresas farmacêuticas competindo. A demanda do consumidor por remédios é limitada. Um cientista derrama um frasco numa placa de Petri sem querer e descobre um antibiótico capaz de matar superbactérias. Bingo: a empresa toma conta do mercado e as outras vão à falência. Seleção natural.
O caso acima, porém, é uma exceção: na maior parte das vezes, a inovação em uma empresa é fruto da vontade deliberada, e não de um acidente. E uma das premissas da seleção natural é justamente que mutações no DNA são aleatórias, majoritariamente péssimas e jamais voltadas a um objetivo. Só em intervalos de tempo extremamente longos (e sempre por acidente) surgem modificações vantajosas. E é por isso que a evolução de uma espécie leva milhões de anos.
Quando uma característica dá benefícios a seu portador e permite que ele se reproduza mais que os demais membros de sua população, ela tende a se espalhar seguindo padrões estatísticos extremamente precisos – que na época de Darwin não eram conhecidos, mas hoje são especialidade de uma área de pesquisa chamada “genética de populações”.
O ser humano foi agraciado pela seleção natural com um troço notável – um cérebro imenso e autoconsciente – e desde então tudo que ele faz tende a ser pensado para dar certo, em vez de dar certo por acaso. Alguns fenômenos culturais, porém, continuam sujeitos à evolução darwinista, simplesmente porque são abordados por nós de maneira inconsciente, intuitiva. É o caso da música.
Para saber se o estilo e o gosto musical se desenvolvem à moda darwinista, Eita Nakamura, da Universidade de Kyoto, e Kunihiko Kaneko, da Universidade de Tóquio, analisaram 9996 peças de 76 compositores da tradição europeia entre 1500 e 1900. Ou, em resumo, o que se chama de “música clássica”. Eles estavam em busca de ideias e recursos musicais que – simplesmente por serem muito legais – se espalhassem pelas composições ao longo do tempo – como uma bactéria resistente a antibióticos se espalha no organismo de alguém com tuberculose.
A seleção natural, é claro, precisa selecionar alguma coisa. Na biologia, há diversas unidades de seleção bem estabelecidas. Isso, inclusive, é motivo de debate: alguns dizem que é o gene para a característica vantajosa que é escolhido pela natureza. Outros adotam o indivíduo beneficiado como um todo. Não importa: o ponto é que todo pesquisador admite que a seleção natural atua sobre uma entidade bem definida, seja lá qual for ela. Na música, isso é mais difícil de fazer. Qual será a unidade fundamental? A nota? O acorde? Nakamura e Kaneko não chegaram a uma resposta definitiva, mas encontraram um item do repertório musical que era um bom candidato a sofrer de darwinismo crônico: o trítono.
Um trítono é um intervalo musical – isto é, duas notas tocadas ao mesmo tempo – que soa especialmente dissonante em relação aos outros. Há um post inteiro neste blog explicando do ponto de vista matemático porque ele soa tão sinistro. Até hoje rola por aí a lenda de que o trítono foi proibido pela Igreja Católica na Idade Média por sua natureza demoníaca – mas isso é mito (outra coisa que você pode entender no post já mencionado).
É óbvio que uma composição nova, para dar certo, não pode ser só ruptura: ela também precisa incluir elementos da tradição musical pré-existente, com que os ouvidos já estão familiarizados. Em outras palavras, precisa conter elementos musicais manjados e de eficiência garantida (como um elefante na savana) – acompanhados de toques de novidade (como um elefante com uma tromba mais flexível).
O trítono é justamente o toque de novidade: era quase inexistente na harmonia suave dos corais medievais, mas é onipresente no jazz e na música modernista de Schoenberg, 500 anos depois. Em resumo, um toque de dissonância que foi absorvido aos poucos. Calculando a maneira como o trítono se espalhou por aí da época de Cabral até a de Coltrane, os japoneses descobriram que sua disseminação seguiu um padrão matemático chamado distribuição beta. O mesmo verificado na evolução de seres vivos.
É claro que isso não é o mesmo que dizer que a música é regida pela aleatoriedade, e não pelo talento de certos gênios. A questão é: o novo sempre vem. E você acaba adotando ele sem perceber. Nas palavras dos pesquisadores: “Nós concluímos que algumas tendências na música podem ser formuladas como leis estatísticas evolutivas em vez das circunstâncias dos compositores individuais”.
VAIANO, Bruno. Disponível em: https://super.abril.com.br/ciencia/cientistas-descobrem-que-a-musica-classica-evolui-por-selecao-natural/. Acesso em: 30 out. 2018. Adaptado.
[...] ela também precisa incluir elementos da tradição musical pré-existente, com que os ouvidos já estão familiarizados.
Mantendo corretos a regência, a concordância e o uso dos pronomes relativos, a construção em destaque poderia ser SUBSTÍTUIDA por:
Instrução: A questão pode referir-se ao do texto abaixo; consulte-o, quando necessário.
Faltando pouco para o Enem, escolas contam como contornam ansiedade de alunos
Texto adaptado. Disponível em: https://istoe.com.br – Agência Brasil
( ) A segunda oração do primeiro período do primeiro parágrafo do texto classifica-se como subordinada adjetiva explicativa, sendo introduzida por um pronome relativo cujo referente o precede. ( ) Na linha 06, a palavra ‘que’ funciona como pronome relativo, referindo-se a ‘debates e atividades’, os quais funcionam como núcleos de complemento verbal. ( ) Na linha 20, ‘a trabalhar isso’ representa uma oração subordinada substantiva objetiva indireta reduzida de infinitivo; já ‘isso’ representa um termo integrante, cuja função é objeto direto.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
Observe a oração a seguir.
Esse é o primeiro dos dois trunfos com que ela joga para responder aos violentos ataques da ala dura de seu partido.
Indique o pronome relativo que melhor substituiria o item sublinhado.
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.
Todo dia é dia de falar sobre George Orwell
(Henrique Balbi – Revista Época – 11/09/2019 – Disponível em: https://epoca.globo.com/ - disponível)
I. Na linha 09, o ‘que’ exerce a função de sujeito da oração adjetiva. II. Na linha 21, o ‘que’ classifica-se como uma conjunção integrante e introduz uma oração subordinada substantiva subjetiva. III. Na linha 35, o ‘que’ funciona como um pronome relativo, introduzindo uma oração subordinada adjetiva explicativa.
Quais estão corretas?
Considerando o emprego do vocábulo “que”, analise as assertivas a seguir:
I. Na linha 20, a ocorrência do vocábulo “que” pode ser classificada como pronome relativo cujo antecedente é a palavra “pontos”.
II. Na linha 42, a palavra “que” é uma conjunção integrante e introduz a oração subordinada que tem a função de objeto direto do verbo “notar” (l. 41).
III. Na linha 46, poderíamos substituir a expressão “as quais” por “que” sem que isso resulte em alteração do sentido da oração ou em incorreção gramatical.
Quais estão corretas?
Analise a charge para responder a questão:
Disponível em: https://brainly.com.br/tarefa/13173117. Acesso: 08 de dezembro de 2018.
Como nasce uma história
Fernando Sabino
Quando cheguei ao edifício, tomei o elevador que serve do primeiro ao décimo quarto andar. Era pelo menos o que dizia a tabuleta no alto da porta.
— Sétimo — pedi.
Eu estava sendo aguardado no auditório, onde faria uma palestra. Eram as secretárias daquela companhia que celebravam o Dia da Secretária e que, desvanecedoramente para mim, haviam-me incluído entre as celebrações.
A porta se fechou e começamos a subir. Minha atenção se fixou num aviso que dizia:
É expressamente proibido os funcionários, no ato da subida, utilizarem os elevadores para descerem.
Desde o meu tempo de ginásio sei que se trata de
problema complicado, este do infinitivo pessoal.
Prevaleciam então duas regras mestras que deveriam
ser rigorosamente obedecidas, quando se tratava do
uso deste traiçoeiro tempo de verbo. O diabo é que as
duas não se complementavam: ao contrário, em certos
casos francamente se contradiziam. Uma afirmava que
o sujeito, sendo o mesmo, impedia que o verbo se
flexionasse. Da outra infelizmente já não me lembrava.
Bastava a primeira para me assegurar de que, no caso,
havia um clamoroso erro de concordância.
Mas não foi o emprego pouco castiço do infinito pessoal que me intrigou no tal aviso: foi estar ele concebido de maneira chocante aos delicados ouvidos de um escritor que se preza.
Ah, aquela cozinheira a que se refere García Márquez, que tinha redação própria! Quantas vezes clamei, como ele, por alguém que me pudesse valer nos momentos de aperto, qual seja o de redigir um telegrama de felicitações. Ou um simples aviso como este:
É expressamente proibido os funcionários…
Eu já começaria por tropeçar na regência, teria de consultar o dicionário de verbos e regimes: não seria aos funcionários? E nem chegaria a contestar a validade de uma proibição cujo aviso se localizava dentro do elevador e não do lado de fora: só seria lido pelos funcionários que já houvessem entrado e portanto incorrido na proibição de pretender descer quando o elevador estivesse subindo. Contestaria antes a maneira ambígua pela qual isto era expresso:
… no ato da subida, utilizarem os elevadores para descerem.
Qualquer um, não sendo irremediavelmente burro,
entenderia o que se pretende dizer neste aviso. Pois
um tijolo de burrice me baixou na compreensão,
fazendo com que eu ficasse revirando a frase na
cabeça: descerem, no ato da subida? Que quer dizer
isto? E buscava uma forma simples e correta de
formular a proibição:
É proibido subir para depois descer.
É proibido subir no elevador com intenção de descer.
É proibido ficar no elevador com intenção de descer, quando ele estiver subindo.
Descer quando estiver subindo! Que coisa difícil, meu Deus. Quem quiser que experimente, para ver só. Tem de ser bem simples:
Se quiser descer, não tome o elevador que esteja subindo.
Mais simples ainda:
Se quiser descer, só tome o elevador que estiver descendo.
De tanta simplicidade, atingi a síntese perfeita do que Nelson Rodrigues chamava de óbvio ululante, ou seja, a enunciação de algo que não quer dizer absolutamente nada:
Se quiser descer, não suba.
Tinha de me reconhecer derrotado, o que era
vergonhoso para um escritor.
Foi quando me dei conta de que o elevador havia
passado do sétimo andar, a que me destinava, já
estávamos pelas alturas do décimo terceiro.
— Pedi o sétimo, o senhor não parou! — reclamei.
O ascensorista protestou:
— Fiquei parado um tempão, o senhor não desceu. Os outros passageiros riram:
— Ele parou sim. Você estava aí distraído.
— Falei três vezes, sétimo! sétimo! sétimo!, e o senhor nem se mexeu — reafirmou o ascensorista.
— Estava lendo isto aqui — respondi idiotamente, apontando o aviso. Ele abriu a porta do décimo quarto, os demais passageiros saíram.
passageiros saíram. — Convém o senhor sair também e descer noutro elevador. A não ser que queira ir até o último andar e na volta descer parando até o sétimo.
— Não é proibido descer no que está subindo? Ele riu:
— Então desce num que está descendo
— Este vai subir mais? — protestei: — Lá embaixo está escrito que este elevador vem só até o décimo quarto.
— Para subir. Para descer, sobe até o último.
— Para descer sobe?
Eu me sentia um completo mentecapto. Saltei ali mesmo, como ele sugeria. Seguindo seu conselho, pressionei o botão, passando a aguardar um elevador que estivesse descendo. Que tardou, e muito. Quando finalmente chegou, só reparei que era o mesmo pela cara do ascensorista, recebendo-me a rir:
— O senhor ainda está por aqui? E fomos descendo, com parada em andar por andar. Cheguei ao auditório com 15 minutos de atraso. Ao fim da palestra, as moças me fizeram perguntas, e uma delas quis saber como nascem as minhas histórias. Comecei a contar:
— Quando cheguei ao edifício, tomei o elevador que serve do primeiro ao décimo quarto andar. Era pelo menos o que dizia a tabuleta no alto da porta.
Texto extraído de: SABINO, Fernando. A Volta Por
Cima. Editora Record: Rio de Janeiro, 1990, p. 137
Releia os fragmentos a seguir e, em seguida, assinale a alternativa CORRETA quanto ao emprego de "que:"
I. "Minha atenção se fixou num aviso que dizia [...]".
II. "Desde o meu tempo de ginásio sei que se trata de problema complicado [...]".
(Clarice Niskier – Revista da Cultura – Disponível em www.livrariacultura.com.br – adaptação)
(Roberto Abdenur. Folho de S. Paulo, 25
de janeiro de 2012)
Ele, que com seu livro "O Fim da História" dera como definitivo o triunfo da democracia liberal e da economia de mercado sobre o socialismo real, expressa, em recente artigo na prestigiosa " Foreign Affairs " ("O Futuro da História"), preocupação com os riscos de que os avanços tecnológicos subjacentes à globalização enfraqueçam as classes médias nos países desenvolvidos. Critica o que chama de "ausência da esquerda" e clama por nova mobilização em favor de Estados mais fortes, de medidas redistributivas e de questionamento dos privilégios das atuais elites dominantes. (L.63-76)
As ocorrências da palavra QUE no trecho acima classificam-se,
respectivamente, como
(Roberto Abdenur. Folho de S. Paulo, 25
de janeiro de 2012)
Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna acima.
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.
Daniel Salgado – 08/02/2019 – Disponível em: https://epoca.globo.com – adaptação.
I. “No entanto” poderia ser substituído por ‘Entretanto”, mantendo o mesmo sentido.
II. O conector ‘quando’ introduz no período ideia se tempo; podendo, nesse caso, ser substituído correta e adequadamente por ‘ao’.
III. ‘que’ é um pronome relativo que introduz uma oração adjetiva explicativa.
Quais estão corretas?
Atenção: Para responder a questão, considere o texto abaixo.
(Adaptado de: ALVES, Rubem. “Escritores e cozinheiros”. O retorno e terno. Campinas: Papirus, 1995, p. 155-158)
Se os textos lhes agradam, ótimo. (4º parágrafo)
Os pratos de sua especialidade, os cozinheiros os sabem de cor (5º parágrafo)
Os termos sublinhados acima referem-se, respectivamente, a: