Questões de Concurso
Sobre crase em português
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Texto para as questões de 1 a 10.
Internet: <relevium.com.br> (com adaptações).
Fabrício Carpinejar, poeta, cronista e jornalista, viralizou escrevendo frases em guardanapos. Veja uma dessas frases abaixo:
Fonte: Twitter de Fabrício Carpinejar. Disponível em: https://twitter.com/CARPINEJAR Acesso: 21 ago. 2023
As frases a seguir também são de Carpinejar.
I – Melhor morrer de saudade _____ deixar a saudade morrer.
II – A paz só vem quando estiver cumprindo realmente o seu destino, não mais atendendo _____ expectativas dos outros.
III – Qualquer um perde _____ vontade quando escuta do outro “tanto faz”.
IV – No amor, um passo atrás é estar _____ frente.
Complete-as, de acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa:
I. Já solicitamos a Sua Excelência, o governador, a observância do dispositivo legal.
II. Li a apostila da página 40 a página 82.
III. Caminhamos tanto que fomos até a praia do Farol, que é belíssima.
IV. Nosso amigo, no verão passado, foi a Cuba.
V. Depois da tempestade, finalmente os marinheiros chegaram a terra.
VI. Só como frango com arroz a grega.
Assinale a alternativa que indica de modo CORRETO as frases em que o uso do acento indicativo de crase é obrigatório:
1) No trecho “Engana-se quem pensa que o serviço público tem papel pequeno ou irrelevante na vida do brasileiro.” (1º §), a opção de colocar o sujeito do verbo “enganar” após o verbo confere realce ao verbo que inicia o enunciado.
2) No trecho “Acredite: o serviço público está em tudo” (1º §), a opção pelo uso de uma forma verbal no modo imperativo é um recurso por meio do qual o autor dialoga diretamente com seu leitor.
3) No trecho “Precisamos nos preparar para a reconstrução do Estado brasileiro” (4º §), a opção de empregar a primeira pessoa do plural é um recurso empregado para aumentar o envolvimento entre autor e leitor(es), pois o autor se inclui no que enuncia.
4) No trecho “A qualidade do serviço público prestado à população nunca será superior à qualidade do prestador.” (5º §), o sinal indicativo de crase é facultativo, já que “prestado” não exige preposição.
Estão corretas, apenas:
Texto CB2A1-I
Como tudo que é muito valorizado, a ciência também é alvo de falsificação. O prestígio a que a ciência faz jus vem de sua atitude fundamental de respeito pela totalidade da evidência e de abertura à revisão crítica. Isso significa que, antes de pronunciar um resultado, o cientista deve levar em conta todos os dados relevantes para a questão que busca responder, não apenas aqueles que se conformam a sua hipótese.
Além disso, caso outros estudiosos do mesmo assunto encontrem erros em seu trabalho, ou se novos dados invalidarem a conclusão obtida, essas críticas e novidades devem ser assimiladas, mesmo que o resultado seja a demolição de uma hipótese que já parecia bem confirmada.
É graças a essa atitude que a ciência pode reivindicar o posto de melhor descrição possível da realidade factual. Isso não significa dizer que ela nunca erra, ou que uma descrição alternativa qualquer, obtida por outros meios, estará necessariamente errada. Significa dizer que, na maioria das vezes, havendo uma divergência entre descrições, aquela que foi produzida segundo a atitude científica é a que tem a maior chance de estar certa (ou menos errada).
Natalia Pasternak e Carlos Orsi. Que bobagem! Pseudociências
e outros absurdos que não merecem ser levados a sério.
São Paulo: Editora Contexto, 2023, p. 7-8 (com adaptações).
Em relação a aspectos linguísticos do texto CB2A1-I, julgue o item subsecutivo.
A inserção do sinal indicativo de crase no vocábulo “a”, em
“graças a essa atitude” (primeiro período do terceiro
parágrafo), não prejudicaria a correção gramatical do texto.
A respeito do emprego dos sinais de pontuação e do sinal indicativo de crase no texto CB1A1-I, julgue o próximo item.
No trecho “seu efeito impacta mais a indústria consumidora
intensiva do que a média das indústrias” (final do primeiro
parágrafo), seria correto o uso do sinal indicativo de crase no
vocábulo “a”, desde que em ambas as suas ocorrências.
Considerando o trecho lido, marque a alternativa que apresenta uma adaptação correta, conforme as regras de uso do sinal indicativo de crase.
O único caso em que essa reescritura NÃO apresenta erro em relação ao uso do acento grave é:
A reescritura da passagem acima que NÃO apresenta erro quanto ao uso do acento grave é:
Em breve, poderemos chegar à publicidade virtualmente irresistível.
O uso do acento grave, nesse período, justifica-se pela regência do
A questão refere-se ao texto a seguir.
Como frear os massacres nas escolas
Alexandre Carvalho
Luz, câmeras do circuito interno preparadas… e ação! Um adolescente de 17 anos saca uma arma de
fogo e dispara contra ex-colegas. Segundos depois, seu cúmplice, de 25, usa um machado para atingir vítimas
já caídas no chão. Cinco alunos, uma coordenadora pedagógica e uma inspetora do colégio foram
assassinados. Antes do ataque, um dos atiradores fez questão de se exibir na internet: publicou 20 fotos suas
no Facebook, alternando entre o rosto zangado à mostra e coberto com uma máscara de caveira – a mesma
que ele usou no que ficaria conhecido como o “Massacre de Suzano”.
As cenas registradas na escola da Região Metropolitana de São Paulo, em março de 2019, foram exibidas à exaustão nos portais de internet e telejornais. Os espectadores assistiram às armas apontadas, aos golpes de machado em cabeças com a imagem distorcida – para não ferir (ainda mais) a sensibilidade da audiência. Viram as crianças pulando o muro da escola em desespero; ouviram seus gritos, choros e ligações para o celular dos pais, implorando socorro. Uma edição de cenas idênticas às dos filmes de ação mais eletrizantes. Mas era um terror real.
Eis que um salto de quatro anos nos leva à tragédia do dia 28 de março agora. Um adolescente assassinou com facadas sua professora de 71 anos numa escola da Vila Sônia, zona oeste paulistana. Também feriu colegas até ser imobilizado e desarmado por duas mulheres. Em depoimento à polícia, o garoto confessou: “Fui inspirado pelo Massacre de Suzano”. Não à toa, usava a mesma máscara com imagem de caveira que um de seus ídolos ostentava na internet. E seguiu o padrão de se gabar. Horas antes do ataque, publicou no Twitter: “Irá acontecer hoje, esperei por esse momento a vida inteira”. Em seu perfil nessa rede social, usava o sobrenome de um dos atiradores de Suzano.
A influência por trás desse adolescente assassino se encaixa na descrição do “efeito copycat”: o interesse de alguém no sensacionalismo em torno de crimes violentos (ou suicídios) a ponto de cometer atos semelhantes. No caso de criminosos em potencial, é gente que quer a mesma celebridade de seus malvados favoritos.
Mas por que a publicidade de crimes geraria mais crimes? A resposta passa primeiro pela nossa própria essência: a linha entre civilização e barbárie é mais tênue do que Homo sapiens modernos tendem a crer. Freud tinha uma explicação para isso. Ele afirmava que a pressão civilizatória para a vida em sociedade trouxe um mal-estar para o que se esconde no nosso cérebro primitivo, confortável com o comportamento violento. Afinal, a humanidade passou o grosso de sua história lidando com assassinatos como parte do dia a dia. O psicólogo Steven Pinker, que estudou as razões do declínio da violência através dos tempos, escreveu: “Até recentemente, a maioria das pessoas não achava que havia algo particularmente errado com elas”.
A sociedade mudou, mas bem mais rapidamente do que o funcionamento do órgão que temos na caixa craniana. Lá no fundo, esse instinto homicida ainda existe e quer se manifestar – e nem sempre à sombra do olhar da Justiça. Afinal, a notoriedade de um assassinato pode ser favorável a quem quer ser temido ou aceito pelo grupo (pense em grupos que dominavam outros à base da força). E, até hoje, acaricia o ego dos que desejam pôr a cabeça para fora da maioria.
Veja o caso da morte de John Lennon. O beatle teve de escrever muitas das melhores composições da música pop para se estabelecer como um superstar. Seu assassino só precisou de cinco disparos para ter seu rosto estampado pelo mundo, e ver seu nome se tornar quase tão conhecido quanto o de sua vítima.
O massacre da Columbine High School, de 1999, no qual dois adolescentes mataram 13 pessoas a tiros e se suicidaram em seguida, tornou os rostos e nomes dos assassinos conhecidos mundialmente. Virou filme, documentário. E levou a uma corrente de atos parecidos mundo afora. Só nos EUA, houve 377 ataques em escolas desde então.
Com as redes sociais, o estrelato psicótico ficou ainda mais acessível. E a própria evolução no número de massacres americanos mostra isso. Em 2000, um ano após Columbine, e com a internet ainda na infância, aconteceram 12 tiroteios em escolas. Em 2018, o ano em que o TikTok se tornou o app mais baixado dos EUA, foram 30 ataques com armas de fogo. No ano passado, 46 – o recorde até agora. Um estudo da Temple University (EUA) vai ao encontro dessa ligação entre os massacres e a ascensão das redes: mostrou que adolescentes se tornam cinco vezes mais propensos a cometer crimes se sabem que seus colegas estão vendo.
No mundo pré-internet, era mais difícil para alguém com pendor para a prática criminosa encontrar grupos com interesses idênticos. Com redes sociais é diferente: aqueles com tendências violentas acham seus semelhantes com facilidade, mesmo que estejam em cidades, estados ou países diferentes. E um agressor em potencial mais ousado estimula o outro.
Há caminhos para minimizar essa tendência. Se o descontrole no acesso ao conteúdo está na essência das redes sociais, um relatório do Crest, consultoria britânica especializada em crime e Justiça, traz algumas recomendações. Estamos falando de treinamento de crianças como espectadores de mídia social, para orientá-las sobre como identificar (e dar um alerta) se algo parecer levar à violência. Outra seria criar uma escala de classificação para plataformas de rede social, indicando o quão seguras elas são para crianças – já que isso pressionaria as próprias redes a abolir conteúdo impróprio de forma mais eficiente. No Brasil, o Ministério da Justiça anunciou a ampliação de 10 para 50 o número de policiais do grupo de monitoramento da dark web, a terra sem lei onde comunidades de criminosos se sentem em casa.
Mas talvez a mais importante das iniciativas seja algo simples. E que está começando a ser defendida (e posta em prática) no Brasil com ênfase depois que, poucos dias após o assassinato na Vila Sônia, um homem de 25 anos invadiu uma creche em Blumenau (SC) e matou quatro crianças com uma machadinha. É não dar o que alguns desses matadores mais querem: a celebridade.
No mesmo dia do massacre dessas meninas e meninos, William Bonner anunciou no Jornal Nacional que os nomes e as imagens de autores de ataques, assim como vídeos dos crimes, não seriam mais divulgados na Globo. Outros órgãos de imprensa adotaram a mesma abordagem. E é o que fizemos neste artigo, incluindo casos do passado. Glamourizar assassinos, afinal, equivale a pedir por mais assassinatos.
Disponível em:< https://super.abril.com.br/sociedade>. Acesso em 25 jun. 2023.
Acerca de aspectos linguísticos do texto CB1A1-I, julgue o próximo item.
No trecho “correspondem a novas ansiedades emergentes”
(final do segundo parágrafo), seria gramaticalmente correta a
inserção do acento indicativo de crase no vocábulo “a”, haja
vista a regência do verbo corresponder e a flexão da palavra
“novas” no feminino.