Questões de Concurso Sobre pronomes relativos em português

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Q590309 Português
Acerca dos aspectos linguísticos do texto apresentado, julgue o item seguinte.
Na linha 1, o “que" é um elemento expletivo, empregado apenas para dar realce a “Os juízes".
Alternativas
Q589506 Português
Peste Alada

   Mosquitos são criaturas terríveis. Estima-se que eles tenham sido responsáveis por metade de todas as mortes de seres humanos ao longo da história. Ou seja, mataram mais gente do que qualquer outra coisa. Isso acontece porque, como se multiplicam rápido e em enormes quantidades, são excelentes transmissores de doenças - como a dengue, que é causada por um vírus chamado DENV. O mosquito pica uma pessoa infectada, adquire o vírus, e o espalha para outras pessoas ao picá-las também. A dengue é uma doença séria, que pode matar, e um grande problema no Brasil: em 2013, o Ministério da Saúde registrou 1,4 milhão de casos, mais que o dobro do ano anterior. Tudo culpa do Aedes aegypti. Ele é um mosquito de origem africana, que chegou ao Brasil via navios negreiros, na época do comércio de escravos. E hoje, impulsionado pela
globalização, levou a dengue a mais de cem países (na década de 1970, apenas nove tinham epidemias da doença). Os números mostram que, mesmo com todos os esforços de combate e campanhas de educação e prevenção, o mosquito está ganhando a guerra.
   Entra em cena o 0X513A, que foi criado pela Universidade de Oxford, na Inglaterra. Ele é idêntico ao Aedes aegypti - exceto por dois genes modificados, colocados pelo homem. Um deles faz as larvas do mosquito brilharem sob uma luz especial (para que elas possam ser identificadas pelos cientistas). O outro é uma espécie de bomba-relógio, que mata os filhotes do mosquito. A ideia é que ele seja solto na natureza, se reproduza com as fêmeas de Aedes e tenha filhotes defeituosos - que morrem muito rápido, antes de chegar à idade adulta, e por isso não conseguem se reproduzir. Com o tempo, esse processo vai reduzindo a população da espécie, até extingui-la. Recentemente, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, um órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia, aprovou o mosquito. E o Brasil se tornou o primeiro país do mundo a permitir a produção em grande escala do 0X513A- que agora só depende de uma última liberação da Anvisa. A Oxitec, empresa criada pela Universidade de Oxford para explorar a tecnologia, acredita que isso vai ocorrer. Tanto que acaba de inaugurar uma fábrica em Campinas para produzir o mosquito.
   O 0X513A já foi utilizado em testes na Malásia, nas Ilhas Cayman (no Caribe) e em duas cidades brasileiras: Jacobina e Juazeiro, ambas na Bahia. Deu certo. Em Juazeiro, a população de Aedes aegypti caiu 94% após alguns meses de tratamento com os mosquitos transgênicos. Em Jacobina, 92%. As outras formas de combate, como mutirões de limpeza, campanhas educativas e visitas de agentes de saúde, continuaram sendo realizadas. “Nós não paramos nenhuma ação de controle. Adicionamos mais uma técnica”, diz a bióloga Margareth Capurro, da USP, coordenadora técnica das experiências. Há indícios de que o mosquito transgênico funciona. Mas ele também tem seu lado polêmico.
[...]
   Mas, e se o mosquito 0X513A sofresse uma mutação, e se tornasse imune ao gene letal? Afinal, é assim que a evolução funciona. Mutações são inevitáveis. [...] A Oxitec diz que não há risco. Ela estima que até 5% dos filhotes transgênicos poderão sobreviver ao gene letal, e chegar à idade adulta. Mas eles serão menores e mais fracos do que os mosquitos “selvagens”, e por isso não conseguirão se reproduzir. Mesmo se conseguirem, em tese não terão nenhuma característica que os torne mais perigosos que o Aedes comum. Além disso, como eles são criados em laboratório, seu DNA pode ser monitorado. “Os dois genes [que foram] inseridos são muito estáveis. A linhagem 0X513A foi criada em 2002, e até agora teve mais de cem gerações em laboratório, sem nenhuma mudança nos genes inseridos”, afirmou a empresa em nota enviada à SUPER.

Revista Superinteressante, edição 337, set de 2014
O pronome relativo destacado em: “Ele é um mosquito de origem africana, QUE chegou ao Brasil via navios negreiros, na época do comércio de escravos.” funciona como elemento de coesão que, no texto, retoma o termo:
Alternativas
Q589434 Português
Seriam preservadas a coerência e a correção gramatical do texto caso
Alternativas
Q588577 Português

Texto 1 – Cercados de objetos por todos os lados

      Nunca possuímos tantas coisas como hoje, mesmo que as utilizemos cada vez menos. As casas em que passamos tão pouco tempo são repletas de objetos. Temos uma tela de plasma em cada aposento, substituindo televisores de raios catódicos que há apenas cinco anos eram de última geração. Temos armários cheios de lençóis; acabamos de descobrir um interesse obsessivo pelo “número de fios”. Temos guarda-roupas com pilhas de sapatos. Temos prateleiras de CDs e salas cheias de jogos eletrônicos e computadores. Temos jardins equipados com carrinhos de mão, tesouras, podões e cortadores de grama. Temos máquinas de remo em que nunca nos exercitamos, mesa de jantar em que não comemos e fornos triplos em que não cozinhamos. São os nossos brinquedos: consolos às pressões incessantes por conseguir o dinheiro para comprá-los, e que, em nossa busca deles nos infantilizam. [...]

      Exatamente como quando as marcas de moda põem seus nomes em roupas infantis, uma cozinha nova de aço inoxidável nos concede o álibi do altruísmo quando a compramos. Sentimo-nos seguros acreditando não se tratar de caprichos, mas de investimento na família. E nossos filhos possuem brinquedos de verdade: caixas e caixas de brinquedos que eles deixam de lado em questão de dias. E, com infâncias cada vez mais curtas, a natureza desses brinquedos também mudou. O Mc Donald’s se tornou o maior distribuidor mundial de brinquedos, quase todos usados, para fazer merchandising de marcas ligadas a filmes. [...]

      Na minha vida, devo admitir que andei fascinado pelo brilho do consumo e ao mesmo tempo enojado e com vergonha de mim mesmo diante do volume do que nós todos consumimos e da atração superficial, mas forte, que a fábrica do querer exerce sobre nós.

                            (Sudjic, Deyan. A linguagem das coisas, Rio de Janeiro: Intrínseca, 2010.) 

“As casas em que passamos tão pouco tempo são repletas de objetos”. Nesse período, o pronome relativo está precedido da preposição “em”, devido à regência do verbo “passar”. A frase abaixo em que a preposição está mal-empregada em face da norma culta tradicional é:
Alternativas
Q585270 Português
Considere o texto abaixo para responder à questão.

    Há uma explicação para a escultura de Picasso não ter sido reunida com frequência. Picasso, o filho de pintor, treinado como pintor, não se levava a sério como escultor. Não considerava as esculturas vendáveis ou tema de exposição. Ele as guardava em casa e no estúdio, misturadas aos objetos da decoração. Depois de sua morte, em 1973, a organização do espólio permitiu que obras fossem adquiridas por outras coleções. Embora as esculturas ficassem longe do público, elas foram vistas por artistas que visitavam Picasso.

    O diálogo do pintor com o escultor é constante. A escultura, diz a curadora Ann Temke, adaptava-se ao temperamento irrequieto de Picasso, que se permitia improvisação no meio. Na década em que predomina o metal, ela se diverte com a ideia do artista mais rico da história frequentando ferros-velhos em busca de objetos.

    A influência da arte africana sobre a pintura de Pablo Picasso é conhecida. É só admirar as sublimes Demoiselles D'Avignon, que moram no quinto andar do MoMA. Mas só quando apreciamos a obra em escultura a conexão fica mais evidente e compreensiva. Ann Temke lembra que a visita de Picasso ao Museu Etnográfico de Paris, em 1907, por sugestão do amigo e pintor André Derain, foi um divisor de águas. “A noção de fazer um espírito habitar uma figura vem daí", diz ela. “Você não olha para a escultura europeia daquele tempo e pensa neste poder mágico."

   A curadora vê na representação erótica das formas femininas uma âncora do diálogo entre o pintor e o escultor. “Ele estava mapeando a renovação de sua linguagem em duas e três dimensões ao mesmo tempo.
"

(Adaptado de: GUIMARÃES, Lúcia. O Estado de S. Paulo. 26 Setembro 2015)
Considere para o que se afirma:
I. O elemento sublinhado em ...que se permitia improvisação no meio. (2º parágrafo) introduz uma restrição ao sentido do termo imediatamente anterior.
II. Sem prejuízo da correção e do sentido, o segmento sublinhado em Na década em que predomina o metal... (2º parágrafo) pode ser substituído por: “à qual".
III. O elemento sublinhado em ...que moram no quinto andar do MoMA (3º parágrafo) é um pronome, com o papel de sujeito na oração que introduz.
Está correto o que se afirma APENAS em 
Alternativas
Q585268 Português
    A Áustria entrou para a história da inteligência do século 20 como fonte de gênios − Sigmund Freud, o criador da psicanálise, e o pintor expressionista Egon Schiele são alguns deles. Em outra face, menos vistosa, foi também um dos berços mentais do nazismo. Numa perspectiva mais amena, vastas regiões do país são conhecidas pela sua beleza inóspita, altas montanhas, desfiladeiros e precipícios onde a neve e o verde competem, sob a proteção de hospedarias pitorescas, para atrair turistas ao som da música típica do Tirol.

    Lá viveu, também, Thomas Bernhard (1931-1989), um dos mais agressivos escritores do século passado − e alguém que, radicado na Áustria desde criança, dedicou sua vida a falar mal do país, a ponto de tornar esse mal-estar um dos pontos centrais de sua arte. Um dos itens de seu testamento foi a proibição expressa de que peças suas fossem representadas e seus textos inéditos fossem publicados no país − o mesmo país que, hoje, subsidia a tradução de seus livros para o resto do mundo. Podemos nos perguntar como um projeto aparentemente tão limitado − que um leigo creditaria a uma mera expressão de ressentimento confessional − possa de fato se transformar em grande literatura. Em livros como O náufrago, Árvores abatidas e Extinção, um narrador exasperado e aparentemente sem rumo, que se realiza em frases a um tempo irresistíveis e intermináveis, vai como que destruindo a golpes de medida impaciência qualquer possibilidade de remissão humana.

    Um exemplo: “Num hotel do centro de Viena, cidade que sempre tratou pensadores e artistas com a maior falta de consideração e desfaçatez possíveis e que poderia com certeza ser chamada de o grande cemitério de fantasias e das ideias, porque dilapidou, desperdiçou e aniquilou um número mil vezes maior de gênios do que aqueles aos quais de fato emprestou fama e renome mundial, foi encontrado morto um homem que, com absoluta clareza de pensamento, deixou registrado num bilhete o verdadeiro motivo de seu suicídio, bilhete que, então, prendeu ao paletó." O trecho é de um dos textos que compõem O imitador de vozes.

    Distinta de suas narrativas mais conhecidas, a obra mantém intactas a linguagem e a verve de Thomas Bernhard. Há um humor sombrio em todas as páginas, mas nada se reduz a uma anedota − o leitor ri de algo que não consegue controlar ou definir.

    Este meticuloso painel do desespero se compõe de breves relatos aparentemente jornalísticos, casos curiosos ou inexplicáveis. O narrador dessas histórias, em que não há quase nada de onírico ou alegórico, frequentemente é uma representação coletiva: “chamou-nos a atenção", “conhecemos um homem". Esse “nós", que nunca se apresenta, é a representação de um coro, uma voz coletiva, o temível “senso comum" − ou a voz da Áustria, que Thomas Bernhard transformou numa província asfixiante e opressiva e numa das obras mais desconcertantes da literatura ocidental.

(Adaptado de: TEZZA, Cristovao. Disponível em: http://www.cristovaotezza.com.br/textos/p_resenhas.htm)
Está correta a redação da frase que se encontra em: 
Alternativas
Q584748 Português
Considere as frases a seguir: I. Este é o homem ______ causa lutei. II. Nem todo político é _______. III. Tudo na vida tem um _______. Complete - pela ordem - as lacunas.
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Q583892 Português
Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.

No Engenho do Pau d’Arco, na Paraíba, nas ruas do Recife e João Pessoa, no início do século XX, cismava, sofria, escrevia poemas, um homem jovem, magro e taciturno, que se tornaria conhecido na história da literatura brasileira pelo nome de Augusto dos Anjos.

Augusto dos Anjos vive em um ambiente de decadência, doença e luto. Mas o que desmorona não é apenas sua família: é todo um amplo setor da classe latifundiária do Nordeste atingida por transformações econômicas, sociais e políticas.
Na época em que Augusto forjava os instrumentos de sua expressão poética, o Parnasianismo e o Simbolismo eram as tendências atuantes na poesia brasileira. Tanto uma como outra influíram na sua formação, mas a nenhuma delas se filiou.
Na obra de Augusto dos Anjos aparecem, não de maneira eventual, e sim como elemento constitutivo de sua linguagem, alguns traços que caracterizam a nova poesia, a que se convencionou chamar de poesia moderna. Daí a presença, em sua obra, de elementos que o põem adiante de sua época. Mas em que me baseio para afirmar que existe, no poeta do Eu, elementos que antecipam a linguagem moderna da poesia brasileira? Para responder essa questão, devo primeiramente esclarecer o que entendo por “poesia moderna” ou “nova linguagem da poesia”.
Quando a linguagem da poesia desceu ao nível da prosa, o próprio poeta decidiu que habitaria o cotidiano e passou a ver nele não o mundo de que se deve fugir e sim o mundo que se deve transformar. A desmistificação do real implica, naturalmente, a desmistificação da linguagem. A poesia se torna, cada vez mais, o trabalho objetivo do poeta sobre a linguagem, visando exprimir a complexidade desse mundo concreto e dinâmico. Sua “ação” só terá sentido na medida em que sua linguagem não apareça como um discurso vazio a deslizar pela superfície das coisas.
Toda atividade humana é um esforço para superar a contradição sujeito-mundo. A poesia é um modo específico de tentar essa superação infinitamente recomeçada. É, por isso, um discurso deliberadamente desconcertante, que contraria a normalidade.
Para atingi-lo, o poeta moderno lança mão de uma série de recursos que constituem as características de sua nova linguagem: construção sintática inusitada, choque de palavras, enumeração caótica, mistura de formas verbais coloquiais e eruditas, de palavras vulgares com palavras “poéticas”, etc. Alguns desses recursos foram utilizados por Augusto dos Anjos.

(Adaptado de: GULLAR, Ferreira. Disponível em: jornal-daparaiba.com.br/euaugusto)
O elemento que NÃO é um pronome está sublinhado em:
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Q582778 Português

Leia o texto para responder à questão.

      A atual falta de água em São Paulo já virou motivo de piada. Charges, montagens e até samba (“Saudade dos tempos de enchente”) foram criados para chamar a atenção sobre o tema. É, “a coisa tá feia... mas, se você quer chorar, chora lá na Cantareira”, brincam os autores do samba. Você sabia que, já no início do século 20, o humor também foi usado para retratar o mesmo problema? O choque da urbanização da cidade, o aumento da população com a vinda dos imigrantes, o crescimento desordenado e a falta de estrutura local ________ em uma grande crise hídrica. A Cantareira, _________ recursos ficam cada vez mais escassos, não deu conta de abastecer parte da população naquela época.

              (Bruna S. Cruz. UOL educação. http://goo.gl/4GqxXD. 26.01.15. Adaptado)

De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, as lacunas do texto devem ser preenchidas, respectivamente, com:
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Q582022 Português

                                       Um gesto que salva vidas

Doar sangue é um ato de amor, mas muitos brasileiros ainda não perceberam a importância dessa atitude. Nos últimos anos, as doações vêm caindo, enquanto a demanda não para de aumentar. A Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza que a média de doadores de sangue deve estar entre 3% e 5% da população total do país. Nações como Canada e Inglaterra já atingiram mais de 5%. O Brasil tem uma média de 1,8%. As principais causas de o brasileiro não ser doador freqüente são a falta de informação, a falta de motivação e a ausência de cultura de uma doação regular.

Em uma tentativa de equacionar essa situação, o Ministério da Saúde lançou recentemente a Campanha Nacional de Doação de Sangue. A intenção é aumentar a frequência com que as pessoas doam. Como se trata de uma mobilização visando uma mudança de comportamento, não há a pretensão de corrigir o problema de uma única vez. É preciso estabelecer o hábito na população brasileira. Uma pessoa adulta tem, em média, cinco litros de sangue em seu organismo, e a quantidade retirada durante a doação (cerca de 450ml) não afeta a saúde, pois a recuperação ocorre logo em seguida. Muitas variáveis influenciam a demanda por sangue: a necessidade aumenta em períodos festivos, férias ou durante epidemias. O que não significa que nas outras épocas ele não seja tão necessário quanto. É fundamental manter a frequência das doações em todos os períodos do ano.

Para ser doador, basta estar saudável, apresentar documento com foto, ter entre 18 e 65 anos de idade e pesar acima de 50 quilos. A doação pode ser feita em um hemocentro ou unidade de coleta, e todo sangue doado é separado em diferentes componentes ( hemácias, plaquetas e plasma), o que pode beneficiar mais de um paciente. Em resumo, é um gesto simples que pode realmente salvar várias vidas.

                              (fonte: Genovez, Guilherme. Um gesto que salva vidas. Almanaque Brasil.

                                                                                                                 São Paulo, ago.2008)

No trecho "A doação pode ser feita em um hemocentro ou unidade de coleta, e todo sangue doado é separado em diferentes componentes ( hemácias, plaquetas e plasma), o que pode beneficiar mais de um paciente", a expressão " o que" retoma a informação sobre a
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Q580648 Português

            Texto: Insustentabilidade dos agrotóxicos

      O Brasil é o campeão mundial no uso de agrotóxicos no cultivo de alimentos. Cerca de 20% dos pesticidas fabricados no mundo são despejados em nosso país. Um bilhão de litros ao ano: 5,2 litros por brasileiro! Ao recorde quantitativo soma-se o drama de autorizarmos o uso das substâncias mais perigosas, já proibidas na maior parte do mundo por causarem danos sociais, econômicos e ambientais.

      Pesquisas científicas comprovam os impactos dessas substâncias nas vidas de trabalhadores rurais, consumidores e demais seres vivos, revelando como desencadeiam doenças como câncer, disfunções neurológicas e má-formação fetal, entre outras. [...]

      O poder das transnacionais que produzem agrotóxicos (uma dúzia delas controla 90% do que é ofertado no mundo) permite que o setor garanta a autorização desses produtos danosos nos países menos desenvolvidos, mesmo já tendo sido proibidos em seus países de origem.

      As pesquisas para a emissão de autorizações analisam somente os efeitos de cada pesticida isoladamente. Não há estudos que verifiquem a combinação desses venenos que se misturam no ambiente e em nossos organismos ao longo dos anos.

      É insustentável a afirmação de que a produção de alimentos, baseada no uso de agrotóxicos, é mais barata. Ao contrário, os custos sociais e ambientais são incalculáveis. Somente em tratamentos de saúde há estimativas de que, para cada real gasto com a aquisição de pesticidas, o poder público desembolsa R$1,28 para os cuidados médicos necessários. Essa conta todos nós pagamos sem perceber.

      O modelo monocultor, baseado em grandes propriedades e utilização de agroquímicos, não resolveu nem irá resolver a questão da fome mundial (872 milhões de desnutridos, segundo a FAO).

      Esse sistema se perpetua com a expansão das fronteiras de cultivo, já que ignora a importância da biodiversidade para o equilíbrio do solo e do clima, fazendo com que as áreas utilizadas se degradem ao longo do tempo. Ele cresce enquanto há novas áreas a serem incorporadas, aumentando a destruição ambiental e o êxodo rural.

      Em um planeta finito, assolado por desequilíbrios crescentes, a terra fértil e saudável é cada vez mais preciosa para garantir a sobrevivência dos bilhões de seres humanos.

      Infelizmente não há meio termo nesse setor. É impossível garantir a qualidade, a segurança e o volume da produção de alimentos dentro desse modelo degradante. Não há como incentivar o uso correto de pesticidas. Isso não é viável em um país tropical como o Brasil, em que o calor faz roupas e equipamentos de segurança, necessários para as aplicações, virarem uma tortura para os trabalhadores.

      Há que buscar solução na transição agroecológica, ou seja, na gradual e crescente mudança do sistema atual para um novo modelo baseado no cultivo orgânico, mantendo o equilíbrio do solo e a biodiversidade, e redistribuindo a terra em propriedades menores.

      Isso facilita a rotatividade e o consórcio de culturas, o combate natural às pragas e o resgate das relações entre os seres humanos e a natureza, valorizando o clima e as espécies locais.

     Existem muitas experiências bem-sucedidas em nosso país e em todo o mundo, que comprovam a viabilidade desse novo modelo. Até em assentamentos da reforma agrária há exemplos de como promover a qualidade de vida, a justiça social e o desenvolvimento sustentável. [...]

     A outra opção é seguir nos iludindo com os falsos custos dos alimentos, envenenando nossa terra, reduzindo a biodiversidade, promovendo a concentração de renda, a socialização dos prejuízos e a criação de hospitais especializados no tratamento de câncer, como ocorre em Unaí (MG), onde se multiplicam os casos dessa gravíssima doença, devido ao cultivo tóxico de feijão.

Frei Betto. Disponível em: http://www.freibetto.org/index.php/ artigos/14-artigos/33-

                                        insustentabilidade-dos-agrotoxicos. Acesso em 8/05/2015.

“como ocorre em Unaí (MG), onde se multiplicam os casos dessa gravíssima doença" – último parágrafo. De acordo com as normas referentes à língua padrão escrita, há inadequação no emprego do pronome relativo destacado em:
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Q577479 Português
Leia o poema para responder à questão.
                           
                                           Nova poética

Vou lançar a teoria do poeta sórdido.
Poeta sórdido:
Aquele em cuja poesia há a marca suja da vida.
Vai um sujeito,
Sai um sujeito de casa com a roupa de brim branco muito
bem engomada, e
       [na primeira esquina passa um caminhão, salpica-lhe
       [o paletó ou a calça de uma nódoa de lama:
É a vida.

O poema deve ser como a nódoa no brim:
Fazer o leitor satisfeito de si dar o desespero.

Sei que a poesia é também orvalho.
Mas este fica para as menininhas, as estrelas alfas, as virgens
cem por cento e
    [as amadas que envelheceram sem maldade.

(Manuel Bandeira, Estrela da vida inteira).
Há, no poema, dois pronomes que expressam a ideia de posse em relação a uma coisa possuída. Assinale a alternativa em que eles estão destacados.
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Q577210 Português

Quanto à classificação dos pronomes, marque a opção cujas frases apresentam pronomes demonstrativos.

I. Isto aqui está bem diferente agora.

II. Quero morar em uma cidade onde eu possa ter o mínimo de segurança.

III. O que sair por último apagará o quadro.

IV. Precisamos entender melhor tudo o que os nossos pais nos ensinaram.

V. Comprei um livro que tem umas histórias bem interessantes.

Alternativas
Q574521 Português

                                                              FESTA

Uma explicação simples para a proliferação nas favelas e nos subúrbios de campinhos de terra batida: o futebol, no Brasil, é esse fenômeno que leva à gloria e à fortuna um menino pobre, quase sempre negro ou mulato, o que já o situa em um país que aboliu a escravidão mas não a sua herança.

Pelé ou Neymar, esse menino serve de espelho às esperanças de um povo inteiro a quem o futebol oferece uma oportunidade — rara, quase única — de se sentir o melhor do mundo. A centralidade do futebol na vida dos brasileiros é razão de sobra para vivermos este mês em estado de euforia como se na Copa do Mundo estivesse em jogo a nossa identidade. (...)

A Copa do Mundo revela ambiguidades de nosso tempo. Um bilhão e meio de pessoas assistem às mesmas imagens confirmando o avanço da globalização. Mas o conteúdo das imagens a que todos assistem afirma os pertencimentos nacionais, expressos com símbolos ancestrais, bandeiras, emblemas, hinos entoados com lágrimas nos olhos. O nosso é cantado a capela pelos jogadores e uma multidão em verde e amarelo desafiando o regulamento da FIFA, entidade sem pertencimento que salpica no espetáculo, em poucas notas mal tocadas, o que para cada povo é a evocação emocionada de sua história. No mundo de hoje comunicação e mobilidade se fazem em escala global, mas os sentimentos continuam tingidos pelas cores da infância.

O respeito às regras, saber ganhar e saber perder, são conquistas de um pacto civilizatório cuja validade se testa a cada jogo. (...)

O futebol é useiro e vezeiro em contrariar cenários previsíveis. O acaso pode ser um desmancha-prazeres. A multidão que se identifica com os craques e que conta com eles para realizar o gesto de grandeza que em vidas sem aventuras nunca acontece, essa massa habitada pela nostalgia da glória deifica os jogadores e esquece — e por isso não perdoa — que deuses às vezes tropeçam nos próprios pés, na angústia e no medo.

É essa irrupção do acaso que faz do futebol mais do que um esporte, um jogo, cuja emoção nasce de sua indisfarçada semelhança com a própria vida, onde sucesso ou fracasso depende tanto do imponderável. Não falo de destino porque a palavra tem a nobreza das tragédias gregas, do que estava escrito e fatalmente se cumprirá. O acaso é banal, é próximo do absurdo. É, como poderia não ter sido. Se o acaso é infeliz chamamos de fatalidade. Feliz, de sorte. O acaso decide um jogo. Nem sempre a vida é justa, é o que o futebol ensina.

(...)

A melhor técnica, o treino mais cuidadoso estão sujeitos aos deslizes humanos.

(...)

O melhor do futebol é a alegria de torcer. Essa Copa do Mundo vem sendo uma festa vivida nos estádios, nas ruas e em cada casa onde se reúnem os amigos para misturar ansiedades. A cada gol da seleção há um grito que vem das entranhas da cidade. A cidade grita. Nunca tinha ouvido o Rio gritar de alegria. Um bairro ou outro, talvez, em decisões de campeonato. Nunca a cidade inteira, um país inteiro. Em tempos de justificado desencanto e legítimo mau humor, precisamos muito dessa alegria que se estende noite adentro nas celebrações e na confraternização das torcidas. 

Passada a Copa, na retomada do cotidiano, é provável que encontremos intactos o desencanto e o mau humor, já que não há, à vista, sinais de mudança no que os causou. Uma razão a mais para valorizar esse tempo de alegria na vida de uma população que, no jogo da vida, sofre tantas faltas.

                                    (OLIVEIRA, Rosiska Darcy de. Festa. Seção: Opinião. O Globo, 21.6.2014, p. 20). 

O pronome relativo sublinhado exerce a função de objeto direto (e não de sujeito) em:
Alternativas
Q574392 Português
Está plenamente adequado o emprego de ambas as expressões sublinhadas na frase:
Alternativas
Ano: 2012 Banca: CCV-UFC Órgão: UFC Prova: CCV-UFC - 2012 - UFC - Assistente Administrativo |
Q570180 Português
No trecho: “E são justamente essas duas ferramentas que permitem que as pessoas possam trabalhar de qualquer lugar” (linhas 07-08), a forma grifada está no plural:
Alternativas
Q569692 Português

Na questão, assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, os espaços das frases dadas.

Antes de examinar a calçada _________estavam os sacos de lixo, a policial entrou no prédio __________nervosa.

Alternativas
Ano: 2015 Banca: Quadrix Órgão: CRESS-PR Prova: Quadrix - 2015 - CRESS-PR - Agente Fiscal |
Q566830 Português
Para responder à questão, leia o texto abaixo.

Migrantes pegam trens com destino à Alemanha e à Áustria.

Centenas de migrantes que estavam bloqueados em campos de refugiados improvisados em estações de Budapeste, na Hungria, conseguiram embarcar com destino à Alemanha e à Áustria. Famílias com crianças estão no grupo que conseguiu entrar nos trens. Centenas também embarcaram na Macedônia em direção à Sérvia.
A empresa que opera o sistema de trens na Hungria informou que a composição que vai para Munique parou em Hegyeshalom, cidade na fronteira com a Áustria, à espera da "ação das autoridades".
A polícia austríaca informou que quem pediu asilo à Hungria não pode prosseguir viagem. Já aqueles que querem pedir refúgio à Áustria podem se mover por duas semanas no país. Depois disso, eles podem ser devolvidos para o último país de trânsito.
Budapeste
Muitos refugiados aproveitaram que não havia forças de segurança para correr até os trens que partiam para Viena, Munique e Berlim, de acordo com a agência France Presse.
A checagem dos documentos era feita pelas autoridades dentro do trem, segundo a Reuters. De acordo com o canal local M1, no entanto, embarcaram apenas migrantes que tinham comprado as passagens e dispunham de documentos válidos.
(1) vários dias, muitas pessoas (2) espera de asilo na Alemanha, Áustria ou em um país escandinavo permaneceram em acampamentos improvisados e pediam que (3) autoridades deixassem o grupo seguir viagem.
Na Macedônia, o governo forneceu trens, que partem duas vezes por dia, para os imigrantes que se dirigem à Servia. Em um acampamento improvisado, as pessoas receberam ajuda humanitária antes de embarcar em comboios escoltados pela polícia e pelo exército macedônio.
[...]
Nos últimos dias, as autoridades detiveram 36 pessoas por tráfico de seres humanos, que enfrentarão investigações policiais, indicou o relatório do Ministério do Interior húngaro.
Os ministros do Interior da França, da Alemanha e do Reino Unido pediram à presidência da União Europeia que organize uma reunião nas duas próximas semanas sobre a chegada de grande quantidade de imigrantes às fronteiras do bloco.
Guerras, pobreza, repressão política e religiosa são alguns dos motivos que impulsionam milhares de pessoas a deixar países como Síria, Afeganistão, Iraque, Líbia e Eritreia.
                                                                                                                                                                  (g1.globo.com/)
Sabe-se que o pronome relativo exerce determinadas funções sintáticas, de acordo com a construção de que participa. Pode-se afirmar que o pronome relativo destacado no primeiro parágrafo do texto exerce a mesma função sintática do termo destacado em:
Alternativas
Q566606 Português
A questão abaixo tomará por base a continuação da crônica de Wanda Sily, publicada no jornal Século Diário (ES), de 18/08/2012.
Sônia de quê, pergunta sem interrogação, pois acha que ela não vai responder. Sônia Dalmin Roger. Parece nome de casada, diz. Fui, mas como você estou em fase de reabilitação. Sozinha, sem sono e sem senso de humor, ele pensa mas não fala. Por que não toma um relaxante? Porque não tenho em casa. Nem eu. E você, tem nome ou se esconde atrás de um pseudônimo? ela quer saber. Amado, Olavo Amado. Omitiu o de Jesus, uma humilhação. Não há quem não ria ou zombe, ou morra de pena quando lhe ouve o nome. Amado de Jesus, sem emprego, sem sono e sozinho? com certeza ela perguntaria. A mãe queria que ele fosse padre. Vou pra cama ou amanhã estarei um lixo pra tal entrevista... Ela diz que vai também, e aconselha meditação, sempre ajuda. No estado em que anda minha vida, quanto mais medito pior fica. Ela joga uns rs, rs, rs, achando que é brincadeira. Não sabe da missa um terço, diria minha mãe, se ainda pudesse dizer alguma coisa. Vai direto da insônia para a entrevista, e na sala cheia de candidatos que passaram a noite dormindo, procura alguém que possa se chamar Sônia e com cara de sono, mas coincidências nunca acontecem duas vezes, dizia o pai, que não o deixou ser padre.
Olavo Amado de Jesus! chama a secretária, e um repentino silêncio se faz no recinto. Segue para a sala que ela lhe indica. A Dra. Sônia vai atendê-lo.
Todas as alternativas contêm oração iniciada por pronome relativo, exceto esta:
Alternativas
Q566533 Português
O quão popular é a lenda de Atlântida? O que há de tão interessante na história dessa antiga cidade para atrair o homem moderno? Precisamos agradecer ao filósofo grego Platão pela lenda de Atlântida. Em um de seus livros, Platão cria um cenário no qual uma sociedade perfeita é subitamente exposta a grandes dificuldades, inclusive um ataque por um inimigo bárbaro, acompanhado de todo conflito e confusão associados a tal agressão. Nessa obra, Atenas era uma sociedade idealizada; Atlântida, seu hostil agressor. Antes dos escritos de Platão, não existe menção em lugar algum da literatura a respeito de tal ilha e civilização antiga. Além de ser um dos grandes pensadores de todos os tempos, Platão era também um excelente contador de histórias. Em Atlântida havia um grande e maravilhoso império que se empenhou em subjugar de um só golpe toda a terra nos limites das ilhas gregas.

Mas a história contada por Platão não se baseava na realidade. Era uma alegoria. Ele tentava transmitir uma lição moral a seus discípulos ao contar a história de Atenas e Atlântida. Ele a inventou – provavelmente utilizando um antigo mito egípcio como fonte. Ninguém menos que Aristóteles, discípulo de Platão, confirmou que a história era uma fábula escrita para ressaltar um ponto de vista. Ainda assim, a lenda de Atlântida sobrevive até hoje.

 de Stephen Spignesi (traduzido por Bruna Hartstein), publicado em Os 100 Maiores Mistérios do Mundo (DIFEL, 2004: p. 45-46). 

Na frase “Platão cria um cenário no qual uma sociedade perfeita é subitamente exposta a grandes dificuldades", o pronome relativo está empregado de acordo com as regras da língua padrão. O mesmo acontece em todas as alterações propostas a seguir, exceto esta:
Alternativas
Respostas
1321: E
1322: D
1323: B
1324: C
1325: E
1326: C
1327: A
1328: A
1329: E
1330: E
1331: A
1332: B
1333: A
1334: D
1335: C
1336: B
1337: B
1338: E
1339: A
1340: A