Questões de Concurso Sobre guerras, conflitos e terrorismo em conhecimentos gerais
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A morte de Iasser Arafat deixou um grande vazio e suscitou diversas interrogações quanto ao futuro do conflito e do processo de paz. Do lado dos palestinos, a morte de um símbolo, do “velho” líder carismático de mais de meio século de resistência, é sentida como o episódio mais recente de um drama interminável: Arafat não conquistou o Estado palestino, e nada parece indicar que os palestinos vão obtê-lo, tanto que estão mais pessimistas do que nunca. Ariel Sharon, por seu lado, afirmava, com a concordância implícita de Washington, que Arafat era um obstáculo à paz; com seu desaparecimento, tanto ele quanto Bush dizem que “alguma coisa” volta a ser possível. Será que ainda é possível acreditar neles?
Tariq Ramadan. Novas estratégias para o Oriente
Médio? In: Folha de S. Paulo, 28/11/2004, p. A39.
O Brasil tem uma grande contribuição a dar ao novo ano. A diplomacia e a sociedade brasileira devem por em marcha uma estratégia internacional de associação crescente às forças que se organizam em torno da remodelação dos termos da inserção desigual. O exemplo do G-20, como também a via do aprofundamento da construção de uma grande área de entendimento na América do Sul, entre outras iniciativas, permitem cimentar caminhos plausíveis, realistas e coerentes, ante os tempos difíceis que seguirão se avizinhando.
Aqui, no extremo Ocidente, em uma região relativamente alheia ao foco do terrorismo internacional islâmico, há condições plenas para se viabilizar práticas democráticas que não signifiquem apenas a adoção pouco crítica do jargão formal das eleições perpetuadoras de modelos econômicos que ampliam a vulnerabilidade social da região. O Brasil poderá ser um exemplo no futuro. Para tal, o país terá que melhorar sua imagem externa. Sem um novo ciclo virtuoso na política, sem uma profunda reorientação nas formas de exercê-la e sem uma reversão dos dados pífios da curva de desaquecimento econômico que tivemos em 2005, não poderemos reivindicar o papel de construtores do futuro. O mundo não poderá confiar em nós.