Questões de Concurso
Para colégio pedro ii
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No início do trimestre, a professora anuncia que o conteúdo a ser tematizado seria "Capoeira e práticas corporais afro-brasileiras". Após seu anúncio, ouve de um aluno insatisfeito os seguintes questionamentos: – Professora, por que não handebol ou voleibol? Por que capoeira?
Então a professora problematiza esses discursos, demonstrando a importância da capoeira no currículo de Educação Física. Na sequência do diálogo, busca junto aos estudantes seus conhecimentos prévios sobre a capoeira, assim como ideias para a sua tematização. Foi quando uma estudante disse: – Professora, o servente da escola me disse que dá aulas de capoeira no bairro onde mora. Podemos chamá-lo para nos ensinar alguns movimentos? A professora adorou a ideia e juntos começaram a planejar essa imersão nas culturas afro-brasileiras.
O tema abordado na situação relatada dialoga com Nunes e Neiva (2016), que apontam pressupostos curriculares da Educação Física relativos aos estudos culturais.
NUNES, L. F.; NEIRA, M. G. Os estudos culturais e o ensino de Educação Física. In: NEIRA, M. G. (Org.). Educação Física cultural. São Paulo: Blucher, 2016. Cap. 6, p.105-126.
Com base em Nunes e Neira (2016), aponte quais pressupostos dos estudos culturais foram abordados diretamente no relato acima.
DARIDO, S. C.; RANGEL, I. C. A. (Org.). Educação Física na escola: implicações para a prática pedagógica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
Segundo as autoras, adotar uma prática reflexiva como metodologia implica
De acordo com Nista-Piccolo e Moreira (2014, p. 95), para selecionar os melhores temas a serem trabalhados, “é importante que o/a professor/a analise o contexto em que as aulas acontecem, pedindo sugestões às próprias crianças sobre o que elas gostam de brincar e observando práticas de atividades com as quais elas mais se identificam”.
NISTA-PICCOLO, V. L.; MOREIRA, W. W. Corpo em movimento na educação infantil.
São Paulo: Cortez, 2014.
Assinale a alternativa cujo texto faz referência ao tema “atividades rítmicas e expressivas”.
Bossle (2021, p. 9) apresenta uma reflexão sobre como a educação libertadora de Paulo Freire pode nos inspirar ou nos desafiar, em um reposicionamento da Educação Física crítica. No texto, apresenta um estudo de um doutorando, que identifica uma brincadeira infantil, “capitão do mato” ou “feitor pega escravo”, que constava de uma obra destinada à Educação Física, do 3º ao 5º ano do Ensino Fundamental, que foi amplamente distribuída pelo Programa Nacional do Livro e Material Didático (PNLD):
O texto explica o que era o capitão do mato, o que era o feitor, e orienta que deve se escrever com giz no chão as palavras senzala e quilombo. A brincadeira consiste em organizar as crianças em três grupos, um de “capitães do mato”, outro grupo, na senzala e, outro, no espaço “quilombo”. Os “capitães do mato” devem perseguir os “escravos” que tentarem fugir da “senzala” para o “quilombo”. No texto ainda é apresentado que é possível trocar de papéis e que ela se constitui em atividade “lúdica”.
BOSSLE, F. Educação Física Escolar crítica e educação libertadora: reposicionamento pela pedagogia dooprimido no processo de descolonização curricular. Revista Brasileira de Educação Física Escolar, v. 1,p. 6-19, 2021. Disponível em: http://conbrace.org.br. Acesso em: 15 ago. 2022.
Esse exemplo de atividade reforça como a colonização, por meio de sua racionalidade epistemológica, sustenta os currículos e as práticas disciplinares e as naturalizam de forma mecanizada, sem questionar a compreensão histórica, o racismo e as lutas diárias dos negros por respeito e humanidade.
Na Educação Física escolar, a perspectiva da educação libertadora, de acordo com Paulo Freire, possibilita a compreensão de que
Castro (2021, p. 92) afirma que a escola coloca as singularidades em ruínas, pois “é nela que descobrimos que estamos acima do peso ou magros além do esperado, feios, baixos [...], inclusive, de forma violenta”, com especial destaque para a Educação Física, na qual os corpos ficam em evidência.
CASTRO, J. N. Singularidades em ruínas: o controle escolar dos corpos e das identidades em aulas de Educação Física. In: RIBEIRO, W. G.; SILVA, R. C. O.; DESTRO, D. S. (Org.) Educação Física e
diferença: perspectivas e diálogos. Curitiba: CRV, 2021. Cap. 4, p. 75-100.
Com base no exposto no texto de Castro, é correto afirmar que a escola coloca as singularidades em ruínas
Cavalcanti (2021) estabelece que afirmar as corporeidades negras de forma positiva é fundamental para que os sujeitos se engajem nas lutas antirracistas. Para esse fim, o autor apresenta narrativas acerca da necessidade de reconhecimento e representatividade das corporeidades negras nas práticas pedagógicas no cotidiano escolar.
CAVALCANTI, A. S. S. A cultura corporal na construção de práticas antirracistas: microações afirmativas
nos cotidianos de educação infantil. In: RIBEIRO, W. G.; SILVA, R. C. O.; DESTRO, D. S. (Org.) Educação
Física e diferença: perspectivas e diálogos. Curitiba: CRV, 2021.
Assinale a alternativa cuja narrativa apresenta uma prática que NÃO segue os parâmetros defendidos pelo autor.
O princípio da dignidade do ser humano é o paradigma maior de nossa Constituição para o respeito entre os cidadãos. A exigência de uma educação infantil de qualidade não pode se curvar aos ditames lentos de uma burocracia estatal guarnecidos por limitações financeiras. Eis porque a tensão entre direito e dever postula dos gestores e dos cidadãos a busca de um diálogo transparente e público em vista da proteção integral da criança como prioridade absoluta. (CURY, 2018, p. 75, grifo do autor)
CURY, C. R. Educação Infantil como dever do Estado. In: ABRAMOWICZ, A.; HENRIQUES, A. (Org.). Educação Infantil: a luta pela infância. Campinas: Papirus, 2018.
Com base no fragmento de texto, e tendo como referência a histórica luta pela Educação Infantil de qualidade e para todos, é correto afirmar que
Minha perspectiva é pensar de que maneira a criança pode ela própria interrogar sua infância, de que maneira a criança pode infletir, interrogar, subtrair a ideia de infância, e resistir a ela, quando esta se apresenta como um dispositivo fechado e, de certa maneira, garantidor de um funcionamento da sociedade. (ABRAMOWICZ, 2018, p. 41)
ABRAMOWICZ, A. Introdução – Panorama atual da Educação Infantil: suas temáticas e políticas.
In: ABRAMOWICZ, A.; HENRIQUES, A. (Org.). Educação infantil: a luta pela infância.
Campinas: Papirus, 2018.
Com base na leitura do texto, sobre a relação entre infância e institucionalização, é correto afirmar que
Era o momento mais aguardado do dia, o pátio, e a bola da turma sumiu. Foi feita uma reunião com as crianças para pensar como achar a bola. Algumas alternativas surgiram, foram debatidas e colocadas em votação. Com pequena margem de vantagem, ganhou a alternativa que previa a confecção de cartazes a serem espalhados pela escola, à procura da bola. (Registro da professora, 2022)
Com base nesse pequeno recorte do cotidiano, sobre a relação entre infância, letramento e Educação Infantil, é correto afirmar que a leitura e a escrita devem ser trabalhadas de modo fluido no cotidiano escolar, e a oportunidade do sumiço da bola
Três metamorfoses, nomeio-vos, do espírito: como o espírito se torna camelo e o camelo, leão e o leão, por fim, criança.
(...)
Inocência, é a criança, e esquecimento; um novo começo, um jogo, uma roda que gira por si mesma, um movimento inicial, um sagrado dizer “sim”.
Sim, meus irmãos, para o jogo da criação é preciso dizer um sagrado “sim”; o espírito, agora, quer a sua vontade, aquele que está perdido para o mundo conquista o seu mundo.
Nomeei-vos três metamorfoses do espírito: como o espírito tornou-se camelo e o camelo, leão e o leão, por fim, criança – Assim falou Zaratustra. E achava-se, nesse tempo, na cidade chamada A Vaca Pintalgada. (NIETZSCHE, 2006, p. 53)
NIETZSCHE, F. Assim falou Zaratustra: um livro para todos e para ninguém.
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006.
É correta a inferência, com base no trecho acima, que se trata de uma ideia de infância
“Esse aqui não é igual ao Zoom que dá pra ver e passar os amigos” - comenta Jonas no encontro on-line da turma pela plataforma Google Meet. (Registro da professora, 2021)
A tecnologia está cada vez mais presente na rotina das crianças desde a mais tenra idade, seja em casa, seja na escola, o que leva a um novo campo de estudos, no qual se insere o trabalho de Sarmento e Barra, que se dedicam às interações desse público na rede.
SARMENTO, M.; BARRA, S. M. Os saberes das crianças e as interações na rede.
Revista Zero-A-Seis, Florianópolis: UFSC, v. 8, n.14, jul.-dez. 2006.
Disponível em: https://periodicos.ufsc.br. Acesso em: 15 ago. 2022.
No contexto pandêmico da covid-19, as escolas públicas de Educação Infantil enfrentaram o dilema do trabalho remoto com as crianças pequenas. A respeito da relação das crianças com a internet e com os dispositivos tecnológicos, na perspectiva de Sarmento e Barra (2006), é correto afirmar que
[...] quando pensamos a escola como um espaço específico de formação inserida num processo educativo bem mais amplo, encontramos mais do que currículos, disciplinas escolares, regimentos, normas, projetos, provas, teses e conteúdos. A escola pode ser considerada, então, como um dos espaços que interferem na construção da identidade negra. O olhar lançado sobre o negro e sua cultura, na escola, tanto pode valorizar identidades e diferenças quanto pode estigmatizá-los, discriminá-los e até mesmo negá-los. (GOMES, 2003, p.171-172)
GOMES, N. L. Educação, identidade negra e formação de professores/as: um olhar sobre o corpo negro e o
cabelo crespo. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 29, n. 1, p. 167-182, jan.-jul. 2003.
Com base no trecho acima, assinale a alternativa cujas propostas NÃO estão de acordo com a Lei n. 11.645/2008, que torna obrigatório o estudo da história e cultura indígena e afro-brasileira na educação básica.
Considerando que vivemos uma situação de emergência planetária, será necessário pensar os objetivos da Educação em função de escolhas que envolvem novas formas de pensar a existência humana sobre a Terra.
TIRIBA, L. Crianças, natureza e Educação Infantil. 29ª Reunião Anual da Anped. Caxambu (MG), 2006.
Assinale a alternativa correta acerca do direito das crianças ao convívio com a natureza, de acordo com a perspectiva da autora.
Sem dúvida, a infância surgiu como um outro do adulto, assim como o negro foi estabelecido como outro do branco.
NOGUEIRA, R.; ALVES, L. Infância diante do racismo: teses para um bom combate.
Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 44, n. 2, 2019.
Analise as afirmativas a seguir, que tratam da relação adulto-criança, classificando-as como
verdadeiras (V) ou falsas (F):
( ) Ainda encontramos na escola diversos modos de assujeitamento da criança às práticas do adulto, muitas vezes fundamentadas em uma concepção de criança como ser incompleto, segundo a qual o adulto é a figura de autoridade que sabe o que é melhor para elas.
( ) A relação vertical entre adulto e criança manifesta-se como uma das expressões de dominação na sociedade capitalista que se materializa em outras, tais como; empresário x trabalhador; gestor x professor; crianças brancas x crianças negras; crianças pequenas x crianças grandes.
( ) Atentar-se às manifestações infantis implica deslocamento por parte do adulto, logo, permitir que a criança brinque colabora para a construção de práticas horizontalizadas no cotidiano escolar.
A sequência correta é
Paulo Freire, em Pedagogia da autonomia, apresenta alguns saberes demandados pela prática educativa que se deseja ética. A pedagogia freiriana é fundamentada por uma concepção ética da educação na qual está presente uma certa concepção de ser. Em suas palavras:
Mulheres e homens, seres histórico-sociais, nos tornamos capazes de comparar, de valorar, de intervir, de escolher, de decidir, de romper, por tudo isso, nos fizemos seres éticos. Só somos porque estamos sendo. Estar sendo é a condição, entre nós, para ser. Não é possível pensar os seres humanos, longe, sequer, da ética, quanto mais fora dela. (FREIRE, 1996, p. 33)
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
Um dos saberes da prática educativa proposto pela pedagogia freiriana preconiza que ensinar exige
NÓVOA, A. Firmar a posição como professor, afirmar a profissão docente. Cadernos de Pesquisa, v. 47, n. 166, out.-dez. 2017.
Com base no destaque acima, é correto afirmar que cabe ao professor da Educação Infantil
Leia o poema Certas palavras, de Carlos Drummond de Andrade (2016, p. 16):
Certas palavras não podem ser ditas
em qualquer lugar e hora qualquer.
Estritamente reservadas
para companheiros de confiança,
devem ser sacralmente pronunciadas
em tom muito especial
lá onde a polícia dos adultos
não adivinha nem alcança.
Entretanto são palavras simples: definem partes do corpo, movimentos, atos do viver que só os grandes se permitem e a nós é defendido por sentença dos séculos.E tudo é proibido. Então, falamos.
ANDRADE, C. D. Vou crescer assim mesmo: poemas sobre infância.
São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2016.
A potência humana para a linguagem é considerada, pela tradição do pensamento ocidental, marca da distinção entre humanos e animais. A linguagem é compreendida em uma dupla acepção, é ao mesmo tempo condição de transmissibilidade das tradições e culturas e índice de uma especificidade da natureza humana.
Considerando o exposto, é correto afirmar, a respeito da relação entre linguagem e infância, que
BILL WATTERSON. Calvin e Haroldo. São Paulo: Conrad, 2018 (modificado).
Entende-se que o brincar seja uma forma determinante de uma criança estar e ser no mundo, se apresentar ao mundo e apresentar o mundo. A brincadeira possui a potência de deslocar sentidos, instituindo novos, ressignificando conceitos, valores e práticas já habituais. Seu reconhecimento como expressão própria da infância, e que se acredita não restrita apenas às crianças, é o que mobiliza esta proposta pedagógica. (p.115)
COLÉGIO PEDRO II. Projeto Político Pedagógico Institucional, 2017. Disponível em: http://www.cp2.g12.br. Acesso em: 15 ago. 2022.
Com base no trecho acima e na tirinha de Calvin e Haroldo, é correto afirmar que
KUHLMANN JR., M. Educação Infantil e currículo. In: FARIA, A. L.; PALHARES, M. (Org.) Educação Infantil pós-LDB: rumos e desafios. Campinas: Autores Associados, 2001.
Considerando o trecho acima e o artigo 11 das DCNEI, que se ocupa da transição para o Ensino Fundamental, é correto afirmar que, na Educação Infantil, a proposta pedagógica deve prever formas
Segundo Giuseppe Ferraro (2018, p. 29),
Os lugares são as pessoas que os habitam. Um espaço não é um lugar, porque não tem tempo. O lugar é um espaço cheio de tempo, que se torna singular pelas relações que ali se disseminam.
FERRARO, G. A escola dos sentimentos: da alfabetização das emoções à educação afetiva.
Rio de Janeiro: Nefi, 2018.
À luz dessa reflexão, na perspectiva de uma escola como lugar de relações educativas, os tempos e espaços