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Q2701034 Enfermagem

A posição indicada, em um procedimento cirúrgico, para visualizar as regiões torácicas e abdominais denomina-se posição

Alternativas
Q2701033 Enfermagem

O paciente J. M. apresenta respiração com períodos de dispneia, alternados com períodos de apneia, e movimentos respiratórios que aumentam e diminuem. Assim, é correto afirmar que ele está com

Alternativas
Q2701032 Enfermagem

Exercer a enfermagem com liberdade, autonomia e ser tratado segundo os pressupostos e princípios legais, éticos e dos direitos humanos são

Alternativas
Q2701031 Enfermagem

Os locais de aplicação recomendados para injeção intramuscular são:

Alternativas
Q2701030 Enfermagem

Sífilis é uma doença infectocontagiosa e sexualmente transmissível, causada pela bactéria

Alternativas
Q2701024 Geografia

Entre os vários tipos de clima existentes no planeta, o clima do estado do Ceará é

Alternativas
Q2701006 Matemática

A média aritmética simples de quatro números inteiros positivos é igual a 5 e a soma de dois destes números é 6. Assim, é correto afirmar que a soma dos outros dois números é

Alternativas
Q2701004 Português

A Copa do despertar feminista de Marta: “O futebol feminino depende de vocês para sobreviver”


BREILLER PIRES -

São Paulo 24 JUN 2019 - 00:56 BRT


1 Quando marcou o gol de pênalti contra

2 a Austrália, no segundo jogo da seleção pela

3 Copa feminina, Marta chamou a atenção do

4 mundo para uma causa que abraçou como

5 sua. Na comemoração, apontou para as

6 chuteiras personalizadas com um símbolo pela

7 igualdade de gênero no esporte. Aos 33 anos,

8 seis vezes eleita como a melhor jogadora do

9 planeta, a craque brasileira se engaja como

10 nunca para deixar um legado para as

11 mulheres no futebol que extrapole seus

12 recordes e conquistas individuais. “Não gosto

13 de falar, gosto de mostrar”, disse a camisa 10

14 do Brasil após o gesto diante das australianas.

15 Já o desabafo logo em seguida à eliminação

16 para a França, nas oitavas de final, soou como

17 uma convocação inspiradora para que as

18 jovens atletas se dediquem a cuidar da

19 semente que ela ajudou a plantar: “Não vai

20 ter uma Marta para sempre, uma Cristiane,

21 uma Formiga. E o futebol feminino depende

22 de vocês para sobreviver”. “Chore no começo

23 para sorrir no fim”, concluiu.

24 Marta jamais havia se apresentado

25 como feminista nem aderido de forma tão

26 contundente a pautas do movimento. Mas não

27 era difícil ecoá-lo sendo dona de uma

28 trajetória que espelha as desigualdades

29 enfrentadas pela mulher, inclusive no esporte.

30 Foi criada apenas pela mãe, depois que o pai

31 abandonou a casa da família quando ela tinha

32 um ano, e impedida de jogar futebol em sua

33 cidade, no sertão de Alagoas. Seu primeiro

34 salário na Europa era equivalente a 3.000

35 reais e até hoje, mesmo consagrada, ainda

36 está muito distante de receber as milionárias

37 cifras embolsadas pelos grandes craques do

38 masculino. Chegou ao Mundial da França, o

39 mais visto da história, sem nenhum contrato

40 fixo de patrocínio, depois de recusar propostas

41 que lhe ofereciam menos da metade do que já

42 chegou a ganhar em outras temporadas.

43 A mudança de postura, que antes se

44 concentrava mais no desempenho esportivo

45 em detrimento dos discursos, coincide com a

46 nomeação da atacante como embaixadora da

47 ONU Mulheres, no ano passado. “Marta é um

48 modelo excepcional para mulheres e meninas

49 em todo o mundo. Sua própria experiência de

50 vida conta uma história poderosa do que pode

51 ser alcançado com determinação, talento e

52 coragem”, afirmou Phumzile Mlambo-Ngcuka,

53 diretora-executiva da organização das Nações

54 Unidas, que tem utilizado a imagem da atleta

55 para promover campanhas contra o sexismo e

56 a discriminação de gênero.

57 Em março, ao participar de um evento

58 na sede da ONU, em Nova York, Marta

59 emocionou a plateia ao contar sobre os

60 desafios que precisou superar para se tornar

61 uma jogadora profissional. “O preconceito e a

62 falta de oportunidades já me doeram ao longo

63 do meu caminho. Doeu quando meninos não

64 me deixaram jogar. Doeu quando treinadores

65 me tiravam dos campeonatos porque eu era

66 apenas uma menina. Mas minha certeza de

67 onde eu iria chegar nunca me deixou desistir”,

68 discursou antes de ser aplaudida de pé. A

69 ONU Mulheres trabalha com a meta de

70 alcançar a igualdade de gênero em escala

71 global até 2030 e bate na tecla da equidade

72 salarial reivindicada pelas mulheres no

73 futebol.

74 Uma das inspirações de Marta, que

75 atua no Orlando Pride dos Estados Unidos,

76 onde está desde 2017, é o movimento

77 de jogadoras da seleção norte-americana, que

78 entrou com ação coletiva contra a federação

79 local por discriminação de gênero

80 institucionalizada. Apesar de gerarem maior

81 receita de bilheteria que a seleção masculina,

82 elas alegam disparidade de remuneração e

83 premiações em relação aos homens, que

84 recebem cerca de cinco vezes mais para

85 defender o país. Mesmo sabendo da realidade

86 diferente amargada pelo futebol feminino no

87 Brasil, em que a maioria das jogadoras nem

88 sequer tem carteira assinada, Marta aproveita

89 a onda de protestos para cobrar

90 patrocinadores por equiparação.

91 Neste campo dos patrocínios, ela

92 começa a se movimentar e querer desfrutar,

93 inclusive financeiramente, do status de

94 influenciadora. No último jogo do Brasil na

95 fase de grupos, ela entrou em campo com um

96 indefectível batom de cor “sangria”, uma

97 ação, ela disse quando perguntada, para a

98 marca Avon — neste domingo, escolheu um

99 vermelho fechado. A repercussão em várias

100 páginas e publicações reforça o apelo

101 midiático da craque como uma personalidade

102 capaz de estender sua bandeira em outros

103 campos. Já foi destaque no jornal The New

104 York Times e na revista de moda Vogue Brasil,

105 que estampa a jogadora na capa de sua

106 edição de julho com a chamada “A vez de

107 Marta”. A publicação ressalta que

108 a importância da jogadora não está

109 condicionada ao resultado no Mundial, como

110 explica a editora-chefe Paula Merlo. “A taça é

111 um mero detalhe para o quão longe ela

112 chegou e para tudo o que representa para

113 esta e para as próximas gerações”.

114 Desde que se tornou a grande

115 referência da modalidade, Marta vem sendo

116 cobrada por assumir posicionamentos mais

117 incisivos pela valorização das mulheres no

118 futebol.

119 Embaixadora da causa pelo

120 empoderamento das mulheres e também do

121 futebol feminino no Brasil, Marta mostrou,

122 pelo menos em seus pronunciamentos e

123 atitudes nesta Copa do Mundo, que se

124 convenceu da importância de marcar posição

125 além do gramado. Depois de bater o recorde

126 no Mundial, contra a Itália, se convertendo na

127 maior artilheira de todos os tempos do

128 torneio, com 17 gols, ela dedicou o feito a

129 todas as atletas. “Hoje temos uma mulher

130 como a maior goleadora das Copas. Esse

131 recorde não representa só a jogadora Marta,

132 mas todas as mulheres num esporte

133 ainda visto por muitos como masculino”,

134 disse, olhando para várias câmeras,

135 reafirmando ainda o compromisso de defender

136 os direitos das que se inspiram em seu

137 exemplo fora do esporte. “Eu divido com

138 vocês que lutam e batalham em todos os

139 setores e ainda têm de provar que são

140 capazes de desempenhar qualquer tipo de

141 atividade. É nosso!”

Assinale a opção cujos termos sublinhados têm a função sintática de Objeto Direto.

Alternativas
Q2701003 Português

A Copa do despertar feminista de Marta: “O futebol feminino depende de vocês para sobreviver”


BREILLER PIRES -

São Paulo 24 JUN 2019 - 00:56 BRT


1 Quando marcou o gol de pênalti contra

2 a Austrália, no segundo jogo da seleção pela

3 Copa feminina, Marta chamou a atenção do

4 mundo para uma causa que abraçou como

5 sua. Na comemoração, apontou para as

6 chuteiras personalizadas com um símbolo pela

7 igualdade de gênero no esporte. Aos 33 anos,

8 seis vezes eleita como a melhor jogadora do

9 planeta, a craque brasileira se engaja como

10 nunca para deixar um legado para as

11 mulheres no futebol que extrapole seus

12 recordes e conquistas individuais. “Não gosto

13 de falar, gosto de mostrar”, disse a camisa 10

14 do Brasil após o gesto diante das australianas.

15 Já o desabafo logo em seguida à eliminação

16 para a França, nas oitavas de final, soou como

17 uma convocação inspiradora para que as

18 jovens atletas se dediquem a cuidar da

19 semente que ela ajudou a plantar: “Não vai

20 ter uma Marta para sempre, uma Cristiane,

21 uma Formiga. E o futebol feminino depende

22 de vocês para sobreviver”. “Chore no começo

23 para sorrir no fim”, concluiu.

24 Marta jamais havia se apresentado

25 como feminista nem aderido de forma tão

26 contundente a pautas do movimento. Mas não

27 era difícil ecoá-lo sendo dona de uma

28 trajetória que espelha as desigualdades

29 enfrentadas pela mulher, inclusive no esporte.

30 Foi criada apenas pela mãe, depois que o pai

31 abandonou a casa da família quando ela tinha

32 um ano, e impedida de jogar futebol em sua

33 cidade, no sertão de Alagoas. Seu primeiro

34 salário na Europa era equivalente a 3.000

35 reais e até hoje, mesmo consagrada, ainda

36 está muito distante de receber as milionárias

37 cifras embolsadas pelos grandes craques do

38 masculino. Chegou ao Mundial da França, o

39 mais visto da história, sem nenhum contrato

40 fixo de patrocínio, depois de recusar propostas

41 que lhe ofereciam menos da metade do que já

42 chegou a ganhar em outras temporadas.

43 A mudança de postura, que antes se

44 concentrava mais no desempenho esportivo

45 em detrimento dos discursos, coincide com a

46 nomeação da atacante como embaixadora da

47 ONU Mulheres, no ano passado. “Marta é um

48 modelo excepcional para mulheres e meninas

49 em todo o mundo. Sua própria experiência de

50 vida conta uma história poderosa do que pode

51 ser alcançado com determinação, talento e

52 coragem”, afirmou Phumzile Mlambo-Ngcuka,

53 diretora-executiva da organização das Nações

54 Unidas, que tem utilizado a imagem da atleta

55 para promover campanhas contra o sexismo e

56 a discriminação de gênero.

57 Em março, ao participar de um evento

58 na sede da ONU, em Nova York, Marta

59 emocionou a plateia ao contar sobre os

60 desafios que precisou superar para se tornar

61 uma jogadora profissional. “O preconceito e a

62 falta de oportunidades já me doeram ao longo

63 do meu caminho. Doeu quando meninos não

64 me deixaram jogar. Doeu quando treinadores

65 me tiravam dos campeonatos porque eu era

66 apenas uma menina. Mas minha certeza de

67 onde eu iria chegar nunca me deixou desistir”,

68 discursou antes de ser aplaudida de pé. A

69 ONU Mulheres trabalha com a meta de

70 alcançar a igualdade de gênero em escala

71 global até 2030 e bate na tecla da equidade

72 salarial reivindicada pelas mulheres no

73 futebol.

74 Uma das inspirações de Marta, que

75 atua no Orlando Pride dos Estados Unidos,

76 onde está desde 2017, é o movimento

77 de jogadoras da seleção norte-americana, que

78 entrou com ação coletiva contra a federação

79 local por discriminação de gênero

80 institucionalizada. Apesar de gerarem maior

81 receita de bilheteria que a seleção masculina,

82 elas alegam disparidade de remuneração e

83 premiações em relação aos homens, que

84 recebem cerca de cinco vezes mais para

85 defender o país. Mesmo sabendo da realidade

86 diferente amargada pelo futebol feminino no

87 Brasil, em que a maioria das jogadoras nem

88 sequer tem carteira assinada, Marta aproveita

89 a onda de protestos para cobrar

90 patrocinadores por equiparação.

91 Neste campo dos patrocínios, ela

92 começa a se movimentar e querer desfrutar,

93 inclusive financeiramente, do status de

94 influenciadora. No último jogo do Brasil na

95 fase de grupos, ela entrou em campo com um

96 indefectível batom de cor “sangria”, uma

97 ação, ela disse quando perguntada, para a

98 marca Avon — neste domingo, escolheu um

99 vermelho fechado. A repercussão em várias

100 páginas e publicações reforça o apelo

101 midiático da craque como uma personalidade

102 capaz de estender sua bandeira em outros

103 campos. Já foi destaque no jornal The New

104 York Times e na revista de moda Vogue Brasil,

105 que estampa a jogadora na capa de sua

106 edição de julho com a chamada “A vez de

107 Marta”. A publicação ressalta que

108 a importância da jogadora não está

109 condicionada ao resultado no Mundial, como

110 explica a editora-chefe Paula Merlo. “A taça é

111 um mero detalhe para o quão longe ela

112 chegou e para tudo o que representa para

113 esta e para as próximas gerações”.

114 Desde que se tornou a grande

115 referência da modalidade, Marta vem sendo

116 cobrada por assumir posicionamentos mais

117 incisivos pela valorização das mulheres no

118 futebol.

119 Embaixadora da causa pelo

120 empoderamento das mulheres e também do

121 futebol feminino no Brasil, Marta mostrou,

122 pelo menos em seus pronunciamentos e

123 atitudes nesta Copa do Mundo, que se

124 convenceu da importância de marcar posição

125 além do gramado. Depois de bater o recorde

126 no Mundial, contra a Itália, se convertendo na

127 maior artilheira de todos os tempos do

128 torneio, com 17 gols, ela dedicou o feito a

129 todas as atletas. “Hoje temos uma mulher

130 como a maior goleadora das Copas. Esse

131 recorde não representa só a jogadora Marta,

132 mas todas as mulheres num esporte

133 ainda visto por muitos como masculino”,

134 disse, olhando para várias câmeras,

135 reafirmando ainda o compromisso de defender

136 os direitos das que se inspiram em seu

137 exemplo fora do esporte. “Eu divido com

138 vocês que lutam e batalham em todos os

139 setores e ainda têm de provar que são

140 capazes de desempenhar qualquer tipo de

141 atividade. É nosso!”

A opção que apresenta a correta função sintática do que grifado como Sujeito é

Alternativas
Q2701002 Português

A Copa do despertar feminista de Marta: “O futebol feminino depende de vocês para sobreviver”


BREILLER PIRES -

São Paulo 24 JUN 2019 - 00:56 BRT


1 Quando marcou o gol de pênalti contra

2 a Austrália, no segundo jogo da seleção pela

3 Copa feminina, Marta chamou a atenção do

4 mundo para uma causa que abraçou como

5 sua. Na comemoração, apontou para as

6 chuteiras personalizadas com um símbolo pela

7 igualdade de gênero no esporte. Aos 33 anos,

8 seis vezes eleita como a melhor jogadora do

9 planeta, a craque brasileira se engaja como

10 nunca para deixar um legado para as

11 mulheres no futebol que extrapole seus

12 recordes e conquistas individuais. “Não gosto

13 de falar, gosto de mostrar”, disse a camisa 10

14 do Brasil após o gesto diante das australianas.

15 Já o desabafo logo em seguida à eliminação

16 para a França, nas oitavas de final, soou como

17 uma convocação inspiradora para que as

18 jovens atletas se dediquem a cuidar da

19 semente que ela ajudou a plantar: “Não vai

20 ter uma Marta para sempre, uma Cristiane,

21 uma Formiga. E o futebol feminino depende

22 de vocês para sobreviver”. “Chore no começo

23 para sorrir no fim”, concluiu.

24 Marta jamais havia se apresentado

25 como feminista nem aderido de forma tão

26 contundente a pautas do movimento. Mas não

27 era difícil ecoá-lo sendo dona de uma

28 trajetória que espelha as desigualdades

29 enfrentadas pela mulher, inclusive no esporte.

30 Foi criada apenas pela mãe, depois que o pai

31 abandonou a casa da família quando ela tinha

32 um ano, e impedida de jogar futebol em sua

33 cidade, no sertão de Alagoas. Seu primeiro

34 salário na Europa era equivalente a 3.000

35 reais e até hoje, mesmo consagrada, ainda

36 está muito distante de receber as milionárias

37 cifras embolsadas pelos grandes craques do

38 masculino. Chegou ao Mundial da França, o

39 mais visto da história, sem nenhum contrato

40 fixo de patrocínio, depois de recusar propostas

41 que lhe ofereciam menos da metade do que já

42 chegou a ganhar em outras temporadas.

43 A mudança de postura, que antes se

44 concentrava mais no desempenho esportivo

45 em detrimento dos discursos, coincide com a

46 nomeação da atacante como embaixadora da

47 ONU Mulheres, no ano passado. “Marta é um

48 modelo excepcional para mulheres e meninas

49 em todo o mundo. Sua própria experiência de

50 vida conta uma história poderosa do que pode

51 ser alcançado com determinação, talento e

52 coragem”, afirmou Phumzile Mlambo-Ngcuka,

53 diretora-executiva da organização das Nações

54 Unidas, que tem utilizado a imagem da atleta

55 para promover campanhas contra o sexismo e

56 a discriminação de gênero.

57 Em março, ao participar de um evento

58 na sede da ONU, em Nova York, Marta

59 emocionou a plateia ao contar sobre os

60 desafios que precisou superar para se tornar

61 uma jogadora profissional. “O preconceito e a

62 falta de oportunidades já me doeram ao longo

63 do meu caminho. Doeu quando meninos não

64 me deixaram jogar. Doeu quando treinadores

65 me tiravam dos campeonatos porque eu era

66 apenas uma menina. Mas minha certeza de

67 onde eu iria chegar nunca me deixou desistir”,

68 discursou antes de ser aplaudida de pé. A

69 ONU Mulheres trabalha com a meta de

70 alcançar a igualdade de gênero em escala

71 global até 2030 e bate na tecla da equidade

72 salarial reivindicada pelas mulheres no

73 futebol.

74 Uma das inspirações de Marta, que

75 atua no Orlando Pride dos Estados Unidos,

76 onde está desde 2017, é o movimento

77 de jogadoras da seleção norte-americana, que

78 entrou com ação coletiva contra a federação

79 local por discriminação de gênero

80 institucionalizada. Apesar de gerarem maior

81 receita de bilheteria que a seleção masculina,

82 elas alegam disparidade de remuneração e

83 premiações em relação aos homens, que

84 recebem cerca de cinco vezes mais para

85 defender o país. Mesmo sabendo da realidade

86 diferente amargada pelo futebol feminino no

87 Brasil, em que a maioria das jogadoras nem

88 sequer tem carteira assinada, Marta aproveita

89 a onda de protestos para cobrar

90 patrocinadores por equiparação.

91 Neste campo dos patrocínios, ela

92 começa a se movimentar e querer desfrutar,

93 inclusive financeiramente, do status de

94 influenciadora. No último jogo do Brasil na

95 fase de grupos, ela entrou em campo com um

96 indefectível batom de cor “sangria”, uma

97 ação, ela disse quando perguntada, para a

98 marca Avon — neste domingo, escolheu um

99 vermelho fechado. A repercussão em várias

100 páginas e publicações reforça o apelo

101 midiático da craque como uma personalidade

102 capaz de estender sua bandeira em outros

103 campos. Já foi destaque no jornal The New

104 York Times e na revista de moda Vogue Brasil,

105 que estampa a jogadora na capa de sua

106 edição de julho com a chamada “A vez de

107 Marta”. A publicação ressalta que

108 a importância da jogadora não está

109 condicionada ao resultado no Mundial, como

110 explica a editora-chefe Paula Merlo. “A taça é

111 um mero detalhe para o quão longe ela

112 chegou e para tudo o que representa para

113 esta e para as próximas gerações”.

114 Desde que se tornou a grande

115 referência da modalidade, Marta vem sendo

116 cobrada por assumir posicionamentos mais

117 incisivos pela valorização das mulheres no

118 futebol.

119 Embaixadora da causa pelo

120 empoderamento das mulheres e também do

121 futebol feminino no Brasil, Marta mostrou,

122 pelo menos em seus pronunciamentos e

123 atitudes nesta Copa do Mundo, que se

124 convenceu da importância de marcar posição

125 além do gramado. Depois de bater o recorde

126 no Mundial, contra a Itália, se convertendo na

127 maior artilheira de todos os tempos do

128 torneio, com 17 gols, ela dedicou o feito a

129 todas as atletas. “Hoje temos uma mulher

130 como a maior goleadora das Copas. Esse

131 recorde não representa só a jogadora Marta,

132 mas todas as mulheres num esporte

133 ainda visto por muitos como masculino”,

134 disse, olhando para várias câmeras,

135 reafirmando ainda o compromisso de defender

136 os direitos das que se inspiram em seu

137 exemplo fora do esporte. “Eu divido com

138 vocês que lutam e batalham em todos os

139 setores e ainda têm de provar que são

140 capazes de desempenhar qualquer tipo de

141 atividade. É nosso!”

Assinale a opção cujo conector grifado expressa uma relação de tempo.

Alternativas
Q2701001 Português

A Copa do despertar feminista de Marta: “O futebol feminino depende de vocês para sobreviver”


BREILLER PIRES -

São Paulo 24 JUN 2019 - 00:56 BRT


1 Quando marcou o gol de pênalti contra

2 a Austrália, no segundo jogo da seleção pela

3 Copa feminina, Marta chamou a atenção do

4 mundo para uma causa que abraçou como

5 sua. Na comemoração, apontou para as

6 chuteiras personalizadas com um símbolo pela

7 igualdade de gênero no esporte. Aos 33 anos,

8 seis vezes eleita como a melhor jogadora do

9 planeta, a craque brasileira se engaja como

10 nunca para deixar um legado para as

11 mulheres no futebol que extrapole seus

12 recordes e conquistas individuais. “Não gosto

13 de falar, gosto de mostrar”, disse a camisa 10

14 do Brasil após o gesto diante das australianas.

15 Já o desabafo logo em seguida à eliminação

16 para a França, nas oitavas de final, soou como

17 uma convocação inspiradora para que as

18 jovens atletas se dediquem a cuidar da

19 semente que ela ajudou a plantar: “Não vai

20 ter uma Marta para sempre, uma Cristiane,

21 uma Formiga. E o futebol feminino depende

22 de vocês para sobreviver”. “Chore no começo

23 para sorrir no fim”, concluiu.

24 Marta jamais havia se apresentado

25 como feminista nem aderido de forma tão

26 contundente a pautas do movimento. Mas não

27 era difícil ecoá-lo sendo dona de uma

28 trajetória que espelha as desigualdades

29 enfrentadas pela mulher, inclusive no esporte.

30 Foi criada apenas pela mãe, depois que o pai

31 abandonou a casa da família quando ela tinha

32 um ano, e impedida de jogar futebol em sua

33 cidade, no sertão de Alagoas. Seu primeiro

34 salário na Europa era equivalente a 3.000

35 reais e até hoje, mesmo consagrada, ainda

36 está muito distante de receber as milionárias

37 cifras embolsadas pelos grandes craques do

38 masculino. Chegou ao Mundial da França, o

39 mais visto da história, sem nenhum contrato

40 fixo de patrocínio, depois de recusar propostas

41 que lhe ofereciam menos da metade do que já

42 chegou a ganhar em outras temporadas.

43 A mudança de postura, que antes se

44 concentrava mais no desempenho esportivo

45 em detrimento dos discursos, coincide com a

46 nomeação da atacante como embaixadora da

47 ONU Mulheres, no ano passado. “Marta é um

48 modelo excepcional para mulheres e meninas

49 em todo o mundo. Sua própria experiência de

50 vida conta uma história poderosa do que pode

51 ser alcançado com determinação, talento e

52 coragem”, afirmou Phumzile Mlambo-Ngcuka,

53 diretora-executiva da organização das Nações

54 Unidas, que tem utilizado a imagem da atleta

55 para promover campanhas contra o sexismo e

56 a discriminação de gênero.

57 Em março, ao participar de um evento

58 na sede da ONU, em Nova York, Marta

59 emocionou a plateia ao contar sobre os

60 desafios que precisou superar para se tornar

61 uma jogadora profissional. “O preconceito e a

62 falta de oportunidades já me doeram ao longo

63 do meu caminho. Doeu quando meninos não

64 me deixaram jogar. Doeu quando treinadores

65 me tiravam dos campeonatos porque eu era

66 apenas uma menina. Mas minha certeza de

67 onde eu iria chegar nunca me deixou desistir”,

68 discursou antes de ser aplaudida de pé. A

69 ONU Mulheres trabalha com a meta de

70 alcançar a igualdade de gênero em escala

71 global até 2030 e bate na tecla da equidade

72 salarial reivindicada pelas mulheres no

73 futebol.

74 Uma das inspirações de Marta, que

75 atua no Orlando Pride dos Estados Unidos,

76 onde está desde 2017, é o movimento

77 de jogadoras da seleção norte-americana, que

78 entrou com ação coletiva contra a federação

79 local por discriminação de gênero

80 institucionalizada. Apesar de gerarem maior

81 receita de bilheteria que a seleção masculina,

82 elas alegam disparidade de remuneração e

83 premiações em relação aos homens, que

84 recebem cerca de cinco vezes mais para

85 defender o país. Mesmo sabendo da realidade

86 diferente amargada pelo futebol feminino no

87 Brasil, em que a maioria das jogadoras nem

88 sequer tem carteira assinada, Marta aproveita

89 a onda de protestos para cobrar

90 patrocinadores por equiparação.

91 Neste campo dos patrocínios, ela

92 começa a se movimentar e querer desfrutar,

93 inclusive financeiramente, do status de

94 influenciadora. No último jogo do Brasil na

95 fase de grupos, ela entrou em campo com um

96 indefectível batom de cor “sangria”, uma

97 ação, ela disse quando perguntada, para a

98 marca Avon — neste domingo, escolheu um

99 vermelho fechado. A repercussão em várias

100 páginas e publicações reforça o apelo

101 midiático da craque como uma personalidade

102 capaz de estender sua bandeira em outros

103 campos. Já foi destaque no jornal The New

104 York Times e na revista de moda Vogue Brasil,

105 que estampa a jogadora na capa de sua

106 edição de julho com a chamada “A vez de

107 Marta”. A publicação ressalta que

108 a importância da jogadora não está

109 condicionada ao resultado no Mundial, como

110 explica a editora-chefe Paula Merlo. “A taça é

111 um mero detalhe para o quão longe ela

112 chegou e para tudo o que representa para

113 esta e para as próximas gerações”.

114 Desde que se tornou a grande

115 referência da modalidade, Marta vem sendo

116 cobrada por assumir posicionamentos mais

117 incisivos pela valorização das mulheres no

118 futebol.

119 Embaixadora da causa pelo

120 empoderamento das mulheres e também do

121 futebol feminino no Brasil, Marta mostrou,

122 pelo menos em seus pronunciamentos e

123 atitudes nesta Copa do Mundo, que se

124 convenceu da importância de marcar posição

125 além do gramado. Depois de bater o recorde

126 no Mundial, contra a Itália, se convertendo na

127 maior artilheira de todos os tempos do

128 torneio, com 17 gols, ela dedicou o feito a

129 todas as atletas. “Hoje temos uma mulher

130 como a maior goleadora das Copas. Esse

131 recorde não representa só a jogadora Marta,

132 mas todas as mulheres num esporte

133 ainda visto por muitos como masculino”,

134 disse, olhando para várias câmeras,

135 reafirmando ainda o compromisso de defender

136 os direitos das que se inspiram em seu

137 exemplo fora do esporte. “Eu divido com

138 vocês que lutam e batalham em todos os

139 setores e ainda têm de provar que são

140 capazes de desempenhar qualquer tipo de

141 atividade. É nosso!”

Assinale a opção que apresenta a correta associação entre a palavra e a classificação quanto ao processo de derivação.

Alternativas
Q2701000 Português

A Copa do despertar feminista de Marta: “O futebol feminino depende de vocês para sobreviver”


BREILLER PIRES -

São Paulo 24 JUN 2019 - 00:56 BRT


1 Quando marcou o gol de pênalti contra

2 a Austrália, no segundo jogo da seleção pela

3 Copa feminina, Marta chamou a atenção do

4 mundo para uma causa que abraçou como

5 sua. Na comemoração, apontou para as

6 chuteiras personalizadas com um símbolo pela

7 igualdade de gênero no esporte. Aos 33 anos,

8 seis vezes eleita como a melhor jogadora do

9 planeta, a craque brasileira se engaja como

10 nunca para deixar um legado para as

11 mulheres no futebol que extrapole seus

12 recordes e conquistas individuais. “Não gosto

13 de falar, gosto de mostrar”, disse a camisa 10

14 do Brasil após o gesto diante das australianas.

15 Já o desabafo logo em seguida à eliminação

16 para a França, nas oitavas de final, soou como

17 uma convocação inspiradora para que as

18 jovens atletas se dediquem a cuidar da

19 semente que ela ajudou a plantar: “Não vai

20 ter uma Marta para sempre, uma Cristiane,

21 uma Formiga. E o futebol feminino depende

22 de vocês para sobreviver”. “Chore no começo

23 para sorrir no fim”, concluiu.

24 Marta jamais havia se apresentado

25 como feminista nem aderido de forma tão

26 contundente a pautas do movimento. Mas não

27 era difícil ecoá-lo sendo dona de uma

28 trajetória que espelha as desigualdades

29 enfrentadas pela mulher, inclusive no esporte.

30 Foi criada apenas pela mãe, depois que o pai

31 abandonou a casa da família quando ela tinha

32 um ano, e impedida de jogar futebol em sua

33 cidade, no sertão de Alagoas. Seu primeiro

34 salário na Europa era equivalente a 3.000

35 reais e até hoje, mesmo consagrada, ainda

36 está muito distante de receber as milionárias

37 cifras embolsadas pelos grandes craques do

38 masculino. Chegou ao Mundial da França, o

39 mais visto da história, sem nenhum contrato

40 fixo de patrocínio, depois de recusar propostas

41 que lhe ofereciam menos da metade do que já

42 chegou a ganhar em outras temporadas.

43 A mudança de postura, que antes se

44 concentrava mais no desempenho esportivo

45 em detrimento dos discursos, coincide com a

46 nomeação da atacante como embaixadora da

47 ONU Mulheres, no ano passado. “Marta é um

48 modelo excepcional para mulheres e meninas

49 em todo o mundo. Sua própria experiência de

50 vida conta uma história poderosa do que pode

51 ser alcançado com determinação, talento e

52 coragem”, afirmou Phumzile Mlambo-Ngcuka,

53 diretora-executiva da organização das Nações

54 Unidas, que tem utilizado a imagem da atleta

55 para promover campanhas contra o sexismo e

56 a discriminação de gênero.

57 Em março, ao participar de um evento

58 na sede da ONU, em Nova York, Marta

59 emocionou a plateia ao contar sobre os

60 desafios que precisou superar para se tornar

61 uma jogadora profissional. “O preconceito e a

62 falta de oportunidades já me doeram ao longo

63 do meu caminho. Doeu quando meninos não

64 me deixaram jogar. Doeu quando treinadores

65 me tiravam dos campeonatos porque eu era

66 apenas uma menina. Mas minha certeza de

67 onde eu iria chegar nunca me deixou desistir”,

68 discursou antes de ser aplaudida de pé. A

69 ONU Mulheres trabalha com a meta de

70 alcançar a igualdade de gênero em escala

71 global até 2030 e bate na tecla da equidade

72 salarial reivindicada pelas mulheres no

73 futebol.

74 Uma das inspirações de Marta, que

75 atua no Orlando Pride dos Estados Unidos,

76 onde está desde 2017, é o movimento

77 de jogadoras da seleção norte-americana, que

78 entrou com ação coletiva contra a federação

79 local por discriminação de gênero

80 institucionalizada. Apesar de gerarem maior

81 receita de bilheteria que a seleção masculina,

82 elas alegam disparidade de remuneração e

83 premiações em relação aos homens, que

84 recebem cerca de cinco vezes mais para

85 defender o país. Mesmo sabendo da realidade

86 diferente amargada pelo futebol feminino no

87 Brasil, em que a maioria das jogadoras nem

88 sequer tem carteira assinada, Marta aproveita

89 a onda de protestos para cobrar

90 patrocinadores por equiparação.

91 Neste campo dos patrocínios, ela

92 começa a se movimentar e querer desfrutar,

93 inclusive financeiramente, do status de

94 influenciadora. No último jogo do Brasil na

95 fase de grupos, ela entrou em campo com um

96 indefectível batom de cor “sangria”, uma

97 ação, ela disse quando perguntada, para a

98 marca Avon — neste domingo, escolheu um

99 vermelho fechado. A repercussão em várias

100 páginas e publicações reforça o apelo

101 midiático da craque como uma personalidade

102 capaz de estender sua bandeira em outros

103 campos. Já foi destaque no jornal The New

104 York Times e na revista de moda Vogue Brasil,

105 que estampa a jogadora na capa de sua

106 edição de julho com a chamada “A vez de

107 Marta”. A publicação ressalta que

108 a importância da jogadora não está

109 condicionada ao resultado no Mundial, como

110 explica a editora-chefe Paula Merlo. “A taça é

111 um mero detalhe para o quão longe ela

112 chegou e para tudo o que representa para

113 esta e para as próximas gerações”.

114 Desde que se tornou a grande

115 referência da modalidade, Marta vem sendo

116 cobrada por assumir posicionamentos mais

117 incisivos pela valorização das mulheres no

118 futebol.

119 Embaixadora da causa pelo

120 empoderamento das mulheres e também do

121 futebol feminino no Brasil, Marta mostrou,

122 pelo menos em seus pronunciamentos e

123 atitudes nesta Copa do Mundo, que se

124 convenceu da importância de marcar posição

125 além do gramado. Depois de bater o recorde

126 no Mundial, contra a Itália, se convertendo na

127 maior artilheira de todos os tempos do

128 torneio, com 17 gols, ela dedicou o feito a

129 todas as atletas. “Hoje temos uma mulher

130 como a maior goleadora das Copas. Esse

131 recorde não representa só a jogadora Marta,

132 mas todas as mulheres num esporte

133 ainda visto por muitos como masculino”,

134 disse, olhando para várias câmeras,

135 reafirmando ainda o compromisso de defender

136 os direitos das que se inspiram em seu

137 exemplo fora do esporte. “Eu divido com

138 vocês que lutam e batalham em todos os

139 setores e ainda têm de provar que são

140 capazes de desempenhar qualquer tipo de

141 atividade. É nosso!”

O texto suscita reflexão sobre gênero, sexismo e discriminação. Para tanto, foram utilizados alguns nomes apresentando a oposição de gênero. A classificação do substantivo está correta em

Alternativas
Q2700999 Português

A Copa do despertar feminista de Marta: “O futebol feminino depende de vocês para sobreviver”


BREILLER PIRES -

São Paulo 24 JUN 2019 - 00:56 BRT


1 Quando marcou o gol de pênalti contra

2 a Austrália, no segundo jogo da seleção pela

3 Copa feminina, Marta chamou a atenção do

4 mundo para uma causa que abraçou como

5 sua. Na comemoração, apontou para as

6 chuteiras personalizadas com um símbolo pela

7 igualdade de gênero no esporte. Aos 33 anos,

8 seis vezes eleita como a melhor jogadora do

9 planeta, a craque brasileira se engaja como

10 nunca para deixar um legado para as

11 mulheres no futebol que extrapole seus

12 recordes e conquistas individuais. “Não gosto

13 de falar, gosto de mostrar”, disse a camisa 10

14 do Brasil após o gesto diante das australianas.

15 Já o desabafo logo em seguida à eliminação

16 para a França, nas oitavas de final, soou como

17 uma convocação inspiradora para que as

18 jovens atletas se dediquem a cuidar da

19 semente que ela ajudou a plantar: “Não vai

20 ter uma Marta para sempre, uma Cristiane,

21 uma Formiga. E o futebol feminino depende

22 de vocês para sobreviver”. “Chore no começo

23 para sorrir no fim”, concluiu.

24 Marta jamais havia se apresentado

25 como feminista nem aderido de forma tão

26 contundente a pautas do movimento. Mas não

27 era difícil ecoá-lo sendo dona de uma

28 trajetória que espelha as desigualdades

29 enfrentadas pela mulher, inclusive no esporte.

30 Foi criada apenas pela mãe, depois que o pai

31 abandonou a casa da família quando ela tinha

32 um ano, e impedida de jogar futebol em sua

33 cidade, no sertão de Alagoas. Seu primeiro

34 salário na Europa era equivalente a 3.000

35 reais e até hoje, mesmo consagrada, ainda

36 está muito distante de receber as milionárias

37 cifras embolsadas pelos grandes craques do

38 masculino. Chegou ao Mundial da França, o

39 mais visto da história, sem nenhum contrato

40 fixo de patrocínio, depois de recusar propostas

41 que lhe ofereciam menos da metade do que já

42 chegou a ganhar em outras temporadas.

43 A mudança de postura, que antes se

44 concentrava mais no desempenho esportivo

45 em detrimento dos discursos, coincide com a

46 nomeação da atacante como embaixadora da

47 ONU Mulheres, no ano passado. “Marta é um

48 modelo excepcional para mulheres e meninas

49 em todo o mundo. Sua própria experiência de

50 vida conta uma história poderosa do que pode

51 ser alcançado com determinação, talento e

52 coragem”, afirmou Phumzile Mlambo-Ngcuka,

53 diretora-executiva da organização das Nações

54 Unidas, que tem utilizado a imagem da atleta

55 para promover campanhas contra o sexismo e

56 a discriminação de gênero.

57 Em março, ao participar de um evento

58 na sede da ONU, em Nova York, Marta

59 emocionou a plateia ao contar sobre os

60 desafios que precisou superar para se tornar

61 uma jogadora profissional. “O preconceito e a

62 falta de oportunidades já me doeram ao longo

63 do meu caminho. Doeu quando meninos não

64 me deixaram jogar. Doeu quando treinadores

65 me tiravam dos campeonatos porque eu era

66 apenas uma menina. Mas minha certeza de

67 onde eu iria chegar nunca me deixou desistir”,

68 discursou antes de ser aplaudida de pé. A

69 ONU Mulheres trabalha com a meta de

70 alcançar a igualdade de gênero em escala

71 global até 2030 e bate na tecla da equidade

72 salarial reivindicada pelas mulheres no

73 futebol.

74 Uma das inspirações de Marta, que

75 atua no Orlando Pride dos Estados Unidos,

76 onde está desde 2017, é o movimento

77 de jogadoras da seleção norte-americana, que

78 entrou com ação coletiva contra a federação

79 local por discriminação de gênero

80 institucionalizada. Apesar de gerarem maior

81 receita de bilheteria que a seleção masculina,

82 elas alegam disparidade de remuneração e

83 premiações em relação aos homens, que

84 recebem cerca de cinco vezes mais para

85 defender o país. Mesmo sabendo da realidade

86 diferente amargada pelo futebol feminino no

87 Brasil, em que a maioria das jogadoras nem

88 sequer tem carteira assinada, Marta aproveita

89 a onda de protestos para cobrar

90 patrocinadores por equiparação.

91 Neste campo dos patrocínios, ela

92 começa a se movimentar e querer desfrutar,

93 inclusive financeiramente, do status de

94 influenciadora. No último jogo do Brasil na

95 fase de grupos, ela entrou em campo com um

96 indefectível batom de cor “sangria”, uma

97 ação, ela disse quando perguntada, para a

98 marca Avon — neste domingo, escolheu um

99 vermelho fechado. A repercussão em várias

100 páginas e publicações reforça o apelo

101 midiático da craque como uma personalidade

102 capaz de estender sua bandeira em outros

103 campos. Já foi destaque no jornal The New

104 York Times e na revista de moda Vogue Brasil,

105 que estampa a jogadora na capa de sua

106 edição de julho com a chamada “A vez de

107 Marta”. A publicação ressalta que

108 a importância da jogadora não está

109 condicionada ao resultado no Mundial, como

110 explica a editora-chefe Paula Merlo. “A taça é

111 um mero detalhe para o quão longe ela

112 chegou e para tudo o que representa para

113 esta e para as próximas gerações”.

114 Desde que se tornou a grande

115 referência da modalidade, Marta vem sendo

116 cobrada por assumir posicionamentos mais

117 incisivos pela valorização das mulheres no

118 futebol.

119 Embaixadora da causa pelo

120 empoderamento das mulheres e também do

121 futebol feminino no Brasil, Marta mostrou,

122 pelo menos em seus pronunciamentos e

123 atitudes nesta Copa do Mundo, que se

124 convenceu da importância de marcar posição

125 além do gramado. Depois de bater o recorde

126 no Mundial, contra a Itália, se convertendo na

127 maior artilheira de todos os tempos do

128 torneio, com 17 gols, ela dedicou o feito a

129 todas as atletas. “Hoje temos uma mulher

130 como a maior goleadora das Copas. Esse

131 recorde não representa só a jogadora Marta,

132 mas todas as mulheres num esporte

133 ainda visto por muitos como masculino”,

134 disse, olhando para várias câmeras,

135 reafirmando ainda o compromisso de defender

136 os direitos das que se inspiram em seu

137 exemplo fora do esporte. “Eu divido com

138 vocês que lutam e batalham em todos os

139 setores e ainda têm de provar que são

140 capazes de desempenhar qualquer tipo de

141 atividade. É nosso!”

Assinale a opção em cuja série há uma palavra que tem a justificativa de acentuação diferente das demais.

Alternativas
Q2700998 Português

A Copa do despertar feminista de Marta: “O futebol feminino depende de vocês para sobreviver”


BREILLER PIRES -

São Paulo 24 JUN 2019 - 00:56 BRT


1 Quando marcou o gol de pênalti contra

2 a Austrália, no segundo jogo da seleção pela

3 Copa feminina, Marta chamou a atenção do

4 mundo para uma causa que abraçou como

5 sua. Na comemoração, apontou para as

6 chuteiras personalizadas com um símbolo pela

7 igualdade de gênero no esporte. Aos 33 anos,

8 seis vezes eleita como a melhor jogadora do

9 planeta, a craque brasileira se engaja como

10 nunca para deixar um legado para as

11 mulheres no futebol que extrapole seus

12 recordes e conquistas individuais. “Não gosto

13 de falar, gosto de mostrar”, disse a camisa 10

14 do Brasil após o gesto diante das australianas.

15 Já o desabafo logo em seguida à eliminação

16 para a França, nas oitavas de final, soou como

17 uma convocação inspiradora para que as

18 jovens atletas se dediquem a cuidar da

19 semente que ela ajudou a plantar: “Não vai

20 ter uma Marta para sempre, uma Cristiane,

21 uma Formiga. E o futebol feminino depende

22 de vocês para sobreviver”. “Chore no começo

23 para sorrir no fim”, concluiu.

24 Marta jamais havia se apresentado

25 como feminista nem aderido de forma tão

26 contundente a pautas do movimento. Mas não

27 era difícil ecoá-lo sendo dona de uma

28 trajetória que espelha as desigualdades

29 enfrentadas pela mulher, inclusive no esporte.

30 Foi criada apenas pela mãe, depois que o pai

31 abandonou a casa da família quando ela tinha

32 um ano, e impedida de jogar futebol em sua

33 cidade, no sertão de Alagoas. Seu primeiro

34 salário na Europa era equivalente a 3.000

35 reais e até hoje, mesmo consagrada, ainda

36 está muito distante de receber as milionárias

37 cifras embolsadas pelos grandes craques do

38 masculino. Chegou ao Mundial da França, o

39 mais visto da história, sem nenhum contrato

40 fixo de patrocínio, depois de recusar propostas

41 que lhe ofereciam menos da metade do que já

42 chegou a ganhar em outras temporadas.

43 A mudança de postura, que antes se

44 concentrava mais no desempenho esportivo

45 em detrimento dos discursos, coincide com a

46 nomeação da atacante como embaixadora da

47 ONU Mulheres, no ano passado. “Marta é um

48 modelo excepcional para mulheres e meninas

49 em todo o mundo. Sua própria experiência de

50 vida conta uma história poderosa do que pode

51 ser alcançado com determinação, talento e

52 coragem”, afirmou Phumzile Mlambo-Ngcuka,

53 diretora-executiva da organização das Nações

54 Unidas, que tem utilizado a imagem da atleta

55 para promover campanhas contra o sexismo e

56 a discriminação de gênero.

57 Em março, ao participar de um evento

58 na sede da ONU, em Nova York, Marta

59 emocionou a plateia ao contar sobre os

60 desafios que precisou superar para se tornar

61 uma jogadora profissional. “O preconceito e a

62 falta de oportunidades já me doeram ao longo

63 do meu caminho. Doeu quando meninos não

64 me deixaram jogar. Doeu quando treinadores

65 me tiravam dos campeonatos porque eu era

66 apenas uma menina. Mas minha certeza de

67 onde eu iria chegar nunca me deixou desistir”,

68 discursou antes de ser aplaudida de pé. A

69 ONU Mulheres trabalha com a meta de

70 alcançar a igualdade de gênero em escala

71 global até 2030 e bate na tecla da equidade

72 salarial reivindicada pelas mulheres no

73 futebol.

74 Uma das inspirações de Marta, que

75 atua no Orlando Pride dos Estados Unidos,

76 onde está desde 2017, é o movimento

77 de jogadoras da seleção norte-americana, que

78 entrou com ação coletiva contra a federação

79 local por discriminação de gênero

80 institucionalizada. Apesar de gerarem maior

81 receita de bilheteria que a seleção masculina,

82 elas alegam disparidade de remuneração e

83 premiações em relação aos homens, que

84 recebem cerca de cinco vezes mais para

85 defender o país. Mesmo sabendo da realidade

86 diferente amargada pelo futebol feminino no

87 Brasil, em que a maioria das jogadoras nem

88 sequer tem carteira assinada, Marta aproveita

89 a onda de protestos para cobrar

90 patrocinadores por equiparação.

91 Neste campo dos patrocínios, ela

92 começa a se movimentar e querer desfrutar,

93 inclusive financeiramente, do status de

94 influenciadora. No último jogo do Brasil na

95 fase de grupos, ela entrou em campo com um

96 indefectível batom de cor “sangria”, uma

97 ação, ela disse quando perguntada, para a

98 marca Avon — neste domingo, escolheu um

99 vermelho fechado. A repercussão em várias

100 páginas e publicações reforça o apelo

101 midiático da craque como uma personalidade

102 capaz de estender sua bandeira em outros

103 campos. Já foi destaque no jornal The New

104 York Times e na revista de moda Vogue Brasil,

105 que estampa a jogadora na capa de sua

106 edição de julho com a chamada “A vez de

107 Marta”. A publicação ressalta que

108 a importância da jogadora não está

109 condicionada ao resultado no Mundial, como

110 explica a editora-chefe Paula Merlo. “A taça é

111 um mero detalhe para o quão longe ela

112 chegou e para tudo o que representa para

113 esta e para as próximas gerações”.

114 Desde que se tornou a grande

115 referência da modalidade, Marta vem sendo

116 cobrada por assumir posicionamentos mais

117 incisivos pela valorização das mulheres no

118 futebol.

119 Embaixadora da causa pelo

120 empoderamento das mulheres e também do

121 futebol feminino no Brasil, Marta mostrou,

122 pelo menos em seus pronunciamentos e

123 atitudes nesta Copa do Mundo, que se

124 convenceu da importância de marcar posição

125 além do gramado. Depois de bater o recorde

126 no Mundial, contra a Itália, se convertendo na

127 maior artilheira de todos os tempos do

128 torneio, com 17 gols, ela dedicou o feito a

129 todas as atletas. “Hoje temos uma mulher

130 como a maior goleadora das Copas. Esse

131 recorde não representa só a jogadora Marta,

132 mas todas as mulheres num esporte

133 ainda visto por muitos como masculino”,

134 disse, olhando para várias câmeras,

135 reafirmando ainda o compromisso de defender

136 os direitos das que se inspiram em seu

137 exemplo fora do esporte. “Eu divido com

138 vocês que lutam e batalham em todos os

139 setores e ainda têm de provar que são

140 capazes de desempenhar qualquer tipo de

141 atividade. É nosso!”

No texto, encontra-se o uso de palavras compostas ligadas por hífen como “diretoraexecutiva” (linha 53) e “norte-americana” (linha 77). Com o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, alguns usos do hífen foram abolidos. Então, há um erro ortográfico em

Alternativas
Q2700997 Português

A Copa do despertar feminista de Marta: “O futebol feminino depende de vocês para sobreviver”


BREILLER PIRES -

São Paulo 24 JUN 2019 - 00:56 BRT


1 Quando marcou o gol de pênalti contra

2 a Austrália, no segundo jogo da seleção pela

3 Copa feminina, Marta chamou a atenção do

4 mundo para uma causa que abraçou como

5 sua. Na comemoração, apontou para as

6 chuteiras personalizadas com um símbolo pela

7 igualdade de gênero no esporte. Aos 33 anos,

8 seis vezes eleita como a melhor jogadora do

9 planeta, a craque brasileira se engaja como

10 nunca para deixar um legado para as

11 mulheres no futebol que extrapole seus

12 recordes e conquistas individuais. “Não gosto

13 de falar, gosto de mostrar”, disse a camisa 10

14 do Brasil após o gesto diante das australianas.

15 Já o desabafo logo em seguida à eliminação

16 para a França, nas oitavas de final, soou como

17 uma convocação inspiradora para que as

18 jovens atletas se dediquem a cuidar da

19 semente que ela ajudou a plantar: “Não vai

20 ter uma Marta para sempre, uma Cristiane,

21 uma Formiga. E o futebol feminino depende

22 de vocês para sobreviver”. “Chore no começo

23 para sorrir no fim”, concluiu.

24 Marta jamais havia se apresentado

25 como feminista nem aderido de forma tão

26 contundente a pautas do movimento. Mas não

27 era difícil ecoá-lo sendo dona de uma

28 trajetória que espelha as desigualdades

29 enfrentadas pela mulher, inclusive no esporte.

30 Foi criada apenas pela mãe, depois que o pai

31 abandonou a casa da família quando ela tinha

32 um ano, e impedida de jogar futebol em sua

33 cidade, no sertão de Alagoas. Seu primeiro

34 salário na Europa era equivalente a 3.000

35 reais e até hoje, mesmo consagrada, ainda

36 está muito distante de receber as milionárias

37 cifras embolsadas pelos grandes craques do

38 masculino. Chegou ao Mundial da França, o

39 mais visto da história, sem nenhum contrato

40 fixo de patrocínio, depois de recusar propostas

41 que lhe ofereciam menos da metade do que já

42 chegou a ganhar em outras temporadas.

43 A mudança de postura, que antes se

44 concentrava mais no desempenho esportivo

45 em detrimento dos discursos, coincide com a

46 nomeação da atacante como embaixadora da

47 ONU Mulheres, no ano passado. “Marta é um

48 modelo excepcional para mulheres e meninas

49 em todo o mundo. Sua própria experiência de

50 vida conta uma história poderosa do que pode

51 ser alcançado com determinação, talento e

52 coragem”, afirmou Phumzile Mlambo-Ngcuka,

53 diretora-executiva da organização das Nações

54 Unidas, que tem utilizado a imagem da atleta

55 para promover campanhas contra o sexismo e

56 a discriminação de gênero.

57 Em março, ao participar de um evento

58 na sede da ONU, em Nova York, Marta

59 emocionou a plateia ao contar sobre os

60 desafios que precisou superar para se tornar

61 uma jogadora profissional. “O preconceito e a

62 falta de oportunidades já me doeram ao longo

63 do meu caminho. Doeu quando meninos não

64 me deixaram jogar. Doeu quando treinadores

65 me tiravam dos campeonatos porque eu era

66 apenas uma menina. Mas minha certeza de

67 onde eu iria chegar nunca me deixou desistir”,

68 discursou antes de ser aplaudida de pé. A

69 ONU Mulheres trabalha com a meta de

70 alcançar a igualdade de gênero em escala

71 global até 2030 e bate na tecla da equidade

72 salarial reivindicada pelas mulheres no

73 futebol.

74 Uma das inspirações de Marta, que

75 atua no Orlando Pride dos Estados Unidos,

76 onde está desde 2017, é o movimento

77 de jogadoras da seleção norte-americana, que

78 entrou com ação coletiva contra a federação

79 local por discriminação de gênero

80 institucionalizada. Apesar de gerarem maior

81 receita de bilheteria que a seleção masculina,

82 elas alegam disparidade de remuneração e

83 premiações em relação aos homens, que

84 recebem cerca de cinco vezes mais para

85 defender o país. Mesmo sabendo da realidade

86 diferente amargada pelo futebol feminino no

87 Brasil, em que a maioria das jogadoras nem

88 sequer tem carteira assinada, Marta aproveita

89 a onda de protestos para cobrar

90 patrocinadores por equiparação.

91 Neste campo dos patrocínios, ela

92 começa a se movimentar e querer desfrutar,

93 inclusive financeiramente, do status de

94 influenciadora. No último jogo do Brasil na

95 fase de grupos, ela entrou em campo com um

96 indefectível batom de cor “sangria”, uma

97 ação, ela disse quando perguntada, para a

98 marca Avon — neste domingo, escolheu um

99 vermelho fechado. A repercussão em várias

100 páginas e publicações reforça o apelo

101 midiático da craque como uma personalidade

102 capaz de estender sua bandeira em outros

103 campos. Já foi destaque no jornal The New

104 York Times e na revista de moda Vogue Brasil,

105 que estampa a jogadora na capa de sua

106 edição de julho com a chamada “A vez de

107 Marta”. A publicação ressalta que

108 a importância da jogadora não está

109 condicionada ao resultado no Mundial, como

110 explica a editora-chefe Paula Merlo. “A taça é

111 um mero detalhe para o quão longe ela

112 chegou e para tudo o que representa para

113 esta e para as próximas gerações”.

114 Desde que se tornou a grande

115 referência da modalidade, Marta vem sendo

116 cobrada por assumir posicionamentos mais

117 incisivos pela valorização das mulheres no

118 futebol.

119 Embaixadora da causa pelo

120 empoderamento das mulheres e também do

121 futebol feminino no Brasil, Marta mostrou,

122 pelo menos em seus pronunciamentos e

123 atitudes nesta Copa do Mundo, que se

124 convenceu da importância de marcar posição

125 além do gramado. Depois de bater o recorde

126 no Mundial, contra a Itália, se convertendo na

127 maior artilheira de todos os tempos do

128 torneio, com 17 gols, ela dedicou o feito a

129 todas as atletas. “Hoje temos uma mulher

130 como a maior goleadora das Copas. Esse

131 recorde não representa só a jogadora Marta,

132 mas todas as mulheres num esporte

133 ainda visto por muitos como masculino”,

134 disse, olhando para várias câmeras,

135 reafirmando ainda o compromisso de defender

136 os direitos das que se inspiram em seu

137 exemplo fora do esporte. “Eu divido com

138 vocês que lutam e batalham em todos os

139 setores e ainda têm de provar que são

140 capazes de desempenhar qualquer tipo de

141 atividade. É nosso!”

Na língua portuguesa, a escrita de algumas letras é diferente para o mesmo som, por motivações variadas. Assinale a opção em que a grafia das letras grifadas do par NÃO corresponde à representação do mesmo som.

Alternativas
Q2700996 Português

A Copa do despertar feminista de Marta: “O futebol feminino depende de vocês para sobreviver”


BREILLER PIRES -

São Paulo 24 JUN 2019 - 00:56 BRT


1 Quando marcou o gol de pênalti contra

2 a Austrália, no segundo jogo da seleção pela

3 Copa feminina, Marta chamou a atenção do

4 mundo para uma causa que abraçou como

5 sua. Na comemoração, apontou para as

6 chuteiras personalizadas com um símbolo pela

7 igualdade de gênero no esporte. Aos 33 anos,

8 seis vezes eleita como a melhor jogadora do

9 planeta, a craque brasileira se engaja como

10 nunca para deixar um legado para as

11 mulheres no futebol que extrapole seus

12 recordes e conquistas individuais. “Não gosto

13 de falar, gosto de mostrar”, disse a camisa 10

14 do Brasil após o gesto diante das australianas.

15 Já o desabafo logo em seguida à eliminação

16 para a França, nas oitavas de final, soou como

17 uma convocação inspiradora para que as

18 jovens atletas se dediquem a cuidar da

19 semente que ela ajudou a plantar: “Não vai

20 ter uma Marta para sempre, uma Cristiane,

21 uma Formiga. E o futebol feminino depende

22 de vocês para sobreviver”. “Chore no começo

23 para sorrir no fim”, concluiu.

24 Marta jamais havia se apresentado

25 como feminista nem aderido de forma tão

26 contundente a pautas do movimento. Mas não

27 era difícil ecoá-lo sendo dona de uma

28 trajetória que espelha as desigualdades

29 enfrentadas pela mulher, inclusive no esporte.

30 Foi criada apenas pela mãe, depois que o pai

31 abandonou a casa da família quando ela tinha

32 um ano, e impedida de jogar futebol em sua

33 cidade, no sertão de Alagoas. Seu primeiro

34 salário na Europa era equivalente a 3.000

35 reais e até hoje, mesmo consagrada, ainda

36 está muito distante de receber as milionárias

37 cifras embolsadas pelos grandes craques do

38 masculino. Chegou ao Mundial da França, o

39 mais visto da história, sem nenhum contrato

40 fixo de patrocínio, depois de recusar propostas

41 que lhe ofereciam menos da metade do que já

42 chegou a ganhar em outras temporadas.

43 A mudança de postura, que antes se

44 concentrava mais no desempenho esportivo

45 em detrimento dos discursos, coincide com a

46 nomeação da atacante como embaixadora da

47 ONU Mulheres, no ano passado. “Marta é um

48 modelo excepcional para mulheres e meninas

49 em todo o mundo. Sua própria experiência de

50 vida conta uma história poderosa do que pode

51 ser alcançado com determinação, talento e

52 coragem”, afirmou Phumzile Mlambo-Ngcuka,

53 diretora-executiva da organização das Nações

54 Unidas, que tem utilizado a imagem da atleta

55 para promover campanhas contra o sexismo e

56 a discriminação de gênero.

57 Em março, ao participar de um evento

58 na sede da ONU, em Nova York, Marta

59 emocionou a plateia ao contar sobre os

60 desafios que precisou superar para se tornar

61 uma jogadora profissional. “O preconceito e a

62 falta de oportunidades já me doeram ao longo

63 do meu caminho. Doeu quando meninos não

64 me deixaram jogar. Doeu quando treinadores

65 me tiravam dos campeonatos porque eu era

66 apenas uma menina. Mas minha certeza de

67 onde eu iria chegar nunca me deixou desistir”,

68 discursou antes de ser aplaudida de pé. A

69 ONU Mulheres trabalha com a meta de

70 alcançar a igualdade de gênero em escala

71 global até 2030 e bate na tecla da equidade

72 salarial reivindicada pelas mulheres no

73 futebol.

74 Uma das inspirações de Marta, que

75 atua no Orlando Pride dos Estados Unidos,

76 onde está desde 2017, é o movimento

77 de jogadoras da seleção norte-americana, que

78 entrou com ação coletiva contra a federação

79 local por discriminação de gênero

80 institucionalizada. Apesar de gerarem maior

81 receita de bilheteria que a seleção masculina,

82 elas alegam disparidade de remuneração e

83 premiações em relação aos homens, que

84 recebem cerca de cinco vezes mais para

85 defender o país. Mesmo sabendo da realidade

86 diferente amargada pelo futebol feminino no

87 Brasil, em que a maioria das jogadoras nem

88 sequer tem carteira assinada, Marta aproveita

89 a onda de protestos para cobrar

90 patrocinadores por equiparação.

91 Neste campo dos patrocínios, ela

92 começa a se movimentar e querer desfrutar,

93 inclusive financeiramente, do status de

94 influenciadora. No último jogo do Brasil na

95 fase de grupos, ela entrou em campo com um

96 indefectível batom de cor “sangria”, uma

97 ação, ela disse quando perguntada, para a

98 marca Avon — neste domingo, escolheu um

99 vermelho fechado. A repercussão em várias

100 páginas e publicações reforça o apelo

101 midiático da craque como uma personalidade

102 capaz de estender sua bandeira em outros

103 campos. Já foi destaque no jornal The New

104 York Times e na revista de moda Vogue Brasil,

105 que estampa a jogadora na capa de sua

106 edição de julho com a chamada “A vez de

107 Marta”. A publicação ressalta que

108 a importância da jogadora não está

109 condicionada ao resultado no Mundial, como

110 explica a editora-chefe Paula Merlo. “A taça é

111 um mero detalhe para o quão longe ela

112 chegou e para tudo o que representa para

113 esta e para as próximas gerações”.

114 Desde que se tornou a grande

115 referência da modalidade, Marta vem sendo

116 cobrada por assumir posicionamentos mais

117 incisivos pela valorização das mulheres no

118 futebol.

119 Embaixadora da causa pelo

120 empoderamento das mulheres e também do

121 futebol feminino no Brasil, Marta mostrou,

122 pelo menos em seus pronunciamentos e

123 atitudes nesta Copa do Mundo, que se

124 convenceu da importância de marcar posição

125 além do gramado. Depois de bater o recorde

126 no Mundial, contra a Itália, se convertendo na

127 maior artilheira de todos os tempos do

128 torneio, com 17 gols, ela dedicou o feito a

129 todas as atletas. “Hoje temos uma mulher

130 como a maior goleadora das Copas. Esse

131 recorde não representa só a jogadora Marta,

132 mas todas as mulheres num esporte

133 ainda visto por muitos como masculino”,

134 disse, olhando para várias câmeras,

135 reafirmando ainda o compromisso de defender

136 os direitos das que se inspiram em seu

137 exemplo fora do esporte. “Eu divido com

138 vocês que lutam e batalham em todos os

139 setores e ainda têm de provar que são

140 capazes de desempenhar qualquer tipo de

141 atividade. É nosso!”

Na frase “a craque brasileira se engaja como nunca para deixar um legado...” (linhas 09-10), a expressão destacada sugere

Alternativas
Q2700995 Português

A Copa do despertar feminista de Marta: “O futebol feminino depende de vocês para sobreviver”


BREILLER PIRES -

São Paulo 24 JUN 2019 - 00:56 BRT


1 Quando marcou o gol de pênalti contra

2 a Austrália, no segundo jogo da seleção pela

3 Copa feminina, Marta chamou a atenção do

4 mundo para uma causa que abraçou como

5 sua. Na comemoração, apontou para as

6 chuteiras personalizadas com um símbolo pela

7 igualdade de gênero no esporte. Aos 33 anos,

8 seis vezes eleita como a melhor jogadora do

9 planeta, a craque brasileira se engaja como

10 nunca para deixar um legado para as

11 mulheres no futebol que extrapole seus

12 recordes e conquistas individuais. “Não gosto

13 de falar, gosto de mostrar”, disse a camisa 10

14 do Brasil após o gesto diante das australianas.

15 Já o desabafo logo em seguida à eliminação

16 para a França, nas oitavas de final, soou como

17 uma convocação inspiradora para que as

18 jovens atletas se dediquem a cuidar da

19 semente que ela ajudou a plantar: “Não vai

20 ter uma Marta para sempre, uma Cristiane,

21 uma Formiga. E o futebol feminino depende

22 de vocês para sobreviver”. “Chore no começo

23 para sorrir no fim”, concluiu.

24 Marta jamais havia se apresentado

25 como feminista nem aderido de forma tão

26 contundente a pautas do movimento. Mas não

27 era difícil ecoá-lo sendo dona de uma

28 trajetória que espelha as desigualdades

29 enfrentadas pela mulher, inclusive no esporte.

30 Foi criada apenas pela mãe, depois que o pai

31 abandonou a casa da família quando ela tinha

32 um ano, e impedida de jogar futebol em sua

33 cidade, no sertão de Alagoas. Seu primeiro

34 salário na Europa era equivalente a 3.000

35 reais e até hoje, mesmo consagrada, ainda

36 está muito distante de receber as milionárias

37 cifras embolsadas pelos grandes craques do

38 masculino. Chegou ao Mundial da França, o

39 mais visto da história, sem nenhum contrato

40 fixo de patrocínio, depois de recusar propostas

41 que lhe ofereciam menos da metade do que já

42 chegou a ganhar em outras temporadas.

43 A mudança de postura, que antes se

44 concentrava mais no desempenho esportivo

45 em detrimento dos discursos, coincide com a

46 nomeação da atacante como embaixadora da

47 ONU Mulheres, no ano passado. “Marta é um

48 modelo excepcional para mulheres e meninas

49 em todo o mundo. Sua própria experiência de

50 vida conta uma história poderosa do que pode

51 ser alcançado com determinação, talento e

52 coragem”, afirmou Phumzile Mlambo-Ngcuka,

53 diretora-executiva da organização das Nações

54 Unidas, que tem utilizado a imagem da atleta

55 para promover campanhas contra o sexismo e

56 a discriminação de gênero.

57 Em março, ao participar de um evento

58 na sede da ONU, em Nova York, Marta

59 emocionou a plateia ao contar sobre os

60 desafios que precisou superar para se tornar

61 uma jogadora profissional. “O preconceito e a

62 falta de oportunidades já me doeram ao longo

63 do meu caminho. Doeu quando meninos não

64 me deixaram jogar. Doeu quando treinadores

65 me tiravam dos campeonatos porque eu era

66 apenas uma menina. Mas minha certeza de

67 onde eu iria chegar nunca me deixou desistir”,

68 discursou antes de ser aplaudida de pé. A

69 ONU Mulheres trabalha com a meta de

70 alcançar a igualdade de gênero em escala

71 global até 2030 e bate na tecla da equidade

72 salarial reivindicada pelas mulheres no

73 futebol.

74 Uma das inspirações de Marta, que

75 atua no Orlando Pride dos Estados Unidos,

76 onde está desde 2017, é o movimento

77 de jogadoras da seleção norte-americana, que

78 entrou com ação coletiva contra a federação

79 local por discriminação de gênero

80 institucionalizada. Apesar de gerarem maior

81 receita de bilheteria que a seleção masculina,

82 elas alegam disparidade de remuneração e

83 premiações em relação aos homens, que

84 recebem cerca de cinco vezes mais para

85 defender o país. Mesmo sabendo da realidade

86 diferente amargada pelo futebol feminino no

87 Brasil, em que a maioria das jogadoras nem

88 sequer tem carteira assinada, Marta aproveita

89 a onda de protestos para cobrar

90 patrocinadores por equiparação.

91 Neste campo dos patrocínios, ela

92 começa a se movimentar e querer desfrutar,

93 inclusive financeiramente, do status de

94 influenciadora. No último jogo do Brasil na

95 fase de grupos, ela entrou em campo com um

96 indefectível batom de cor “sangria”, uma

97 ação, ela disse quando perguntada, para a

98 marca Avon — neste domingo, escolheu um

99 vermelho fechado. A repercussão em várias

100 páginas e publicações reforça o apelo

101 midiático da craque como uma personalidade

102 capaz de estender sua bandeira em outros

103 campos. Já foi destaque no jornal The New

104 York Times e na revista de moda Vogue Brasil,

105 que estampa a jogadora na capa de sua

106 edição de julho com a chamada “A vez de

107 Marta”. A publicação ressalta que

108 a importância da jogadora não está

109 condicionada ao resultado no Mundial, como

110 explica a editora-chefe Paula Merlo. “A taça é

111 um mero detalhe para o quão longe ela

112 chegou e para tudo o que representa para

113 esta e para as próximas gerações”.

114 Desde que se tornou a grande

115 referência da modalidade, Marta vem sendo

116 cobrada por assumir posicionamentos mais

117 incisivos pela valorização das mulheres no

118 futebol.

119 Embaixadora da causa pelo

120 empoderamento das mulheres e também do

121 futebol feminino no Brasil, Marta mostrou,

122 pelo menos em seus pronunciamentos e

123 atitudes nesta Copa do Mundo, que se

124 convenceu da importância de marcar posição

125 além do gramado. Depois de bater o recorde

126 no Mundial, contra a Itália, se convertendo na

127 maior artilheira de todos os tempos do

128 torneio, com 17 gols, ela dedicou o feito a

129 todas as atletas. “Hoje temos uma mulher

130 como a maior goleadora das Copas. Esse

131 recorde não representa só a jogadora Marta,

132 mas todas as mulheres num esporte

133 ainda visto por muitos como masculino”,

134 disse, olhando para várias câmeras,

135 reafirmando ainda o compromisso de defender

136 os direitos das que se inspiram em seu

137 exemplo fora do esporte. “Eu divido com

138 vocês que lutam e batalham em todos os

139 setores e ainda têm de provar que são

140 capazes de desempenhar qualquer tipo de

141 atividade. É nosso!”

De acordo com o texto, assinale a opção que indica a associação correta entre o substantivo destacado e o seu referente.

Alternativas
Q2700994 Português

A Copa do despertar feminista de Marta: “O futebol feminino depende de vocês para sobreviver”


BREILLER PIRES -

São Paulo 24 JUN 2019 - 00:56 BRT


1 Quando marcou o gol de pênalti contra

2 a Austrália, no segundo jogo da seleção pela

3 Copa feminina, Marta chamou a atenção do

4 mundo para uma causa que abraçou como

5 sua. Na comemoração, apontou para as

6 chuteiras personalizadas com um símbolo pela

7 igualdade de gênero no esporte. Aos 33 anos,

8 seis vezes eleita como a melhor jogadora do

9 planeta, a craque brasileira se engaja como

10 nunca para deixar um legado para as

11 mulheres no futebol que extrapole seus

12 recordes e conquistas individuais. “Não gosto

13 de falar, gosto de mostrar”, disse a camisa 10

14 do Brasil após o gesto diante das australianas.

15 Já o desabafo logo em seguida à eliminação

16 para a França, nas oitavas de final, soou como

17 uma convocação inspiradora para que as

18 jovens atletas se dediquem a cuidar da

19 semente que ela ajudou a plantar: “Não vai

20 ter uma Marta para sempre, uma Cristiane,

21 uma Formiga. E o futebol feminino depende

22 de vocês para sobreviver”. “Chore no começo

23 para sorrir no fim”, concluiu.

24 Marta jamais havia se apresentado

25 como feminista nem aderido de forma tão

26 contundente a pautas do movimento. Mas não

27 era difícil ecoá-lo sendo dona de uma

28 trajetória que espelha as desigualdades

29 enfrentadas pela mulher, inclusive no esporte.

30 Foi criada apenas pela mãe, depois que o pai

31 abandonou a casa da família quando ela tinha

32 um ano, e impedida de jogar futebol em sua

33 cidade, no sertão de Alagoas. Seu primeiro

34 salário na Europa era equivalente a 3.000

35 reais e até hoje, mesmo consagrada, ainda

36 está muito distante de receber as milionárias

37 cifras embolsadas pelos grandes craques do

38 masculino. Chegou ao Mundial da França, o

39 mais visto da história, sem nenhum contrato

40 fixo de patrocínio, depois de recusar propostas

41 que lhe ofereciam menos da metade do que já

42 chegou a ganhar em outras temporadas.

43 A mudança de postura, que antes se

44 concentrava mais no desempenho esportivo

45 em detrimento dos discursos, coincide com a

46 nomeação da atacante como embaixadora da

47 ONU Mulheres, no ano passado. “Marta é um

48 modelo excepcional para mulheres e meninas

49 em todo o mundo. Sua própria experiência de

50 vida conta uma história poderosa do que pode

51 ser alcançado com determinação, talento e

52 coragem”, afirmou Phumzile Mlambo-Ngcuka,

53 diretora-executiva da organização das Nações

54 Unidas, que tem utilizado a imagem da atleta

55 para promover campanhas contra o sexismo e

56 a discriminação de gênero.

57 Em março, ao participar de um evento

58 na sede da ONU, em Nova York, Marta

59 emocionou a plateia ao contar sobre os

60 desafios que precisou superar para se tornar

61 uma jogadora profissional. “O preconceito e a

62 falta de oportunidades já me doeram ao longo

63 do meu caminho. Doeu quando meninos não

64 me deixaram jogar. Doeu quando treinadores

65 me tiravam dos campeonatos porque eu era

66 apenas uma menina. Mas minha certeza de

67 onde eu iria chegar nunca me deixou desistir”,

68 discursou antes de ser aplaudida de pé. A

69 ONU Mulheres trabalha com a meta de

70 alcançar a igualdade de gênero em escala

71 global até 2030 e bate na tecla da equidade

72 salarial reivindicada pelas mulheres no

73 futebol.

74 Uma das inspirações de Marta, que

75 atua no Orlando Pride dos Estados Unidos,

76 onde está desde 2017, é o movimento

77 de jogadoras da seleção norte-americana, que

78 entrou com ação coletiva contra a federação

79 local por discriminação de gênero

80 institucionalizada. Apesar de gerarem maior

81 receita de bilheteria que a seleção masculina,

82 elas alegam disparidade de remuneração e

83 premiações em relação aos homens, que

84 recebem cerca de cinco vezes mais para

85 defender o país. Mesmo sabendo da realidade

86 diferente amargada pelo futebol feminino no

87 Brasil, em que a maioria das jogadoras nem

88 sequer tem carteira assinada, Marta aproveita

89 a onda de protestos para cobrar

90 patrocinadores por equiparação.

91 Neste campo dos patrocínios, ela

92 começa a se movimentar e querer desfrutar,

93 inclusive financeiramente, do status de

94 influenciadora. No último jogo do Brasil na

95 fase de grupos, ela entrou em campo com um

96 indefectível batom de cor “sangria”, uma

97 ação, ela disse quando perguntada, para a

98 marca Avon — neste domingo, escolheu um

99 vermelho fechado. A repercussão em várias

100 páginas e publicações reforça o apelo

101 midiático da craque como uma personalidade

102 capaz de estender sua bandeira em outros

103 campos. Já foi destaque no jornal The New

104 York Times e na revista de moda Vogue Brasil,

105 que estampa a jogadora na capa de sua

106 edição de julho com a chamada “A vez de

107 Marta”. A publicação ressalta que

108 a importância da jogadora não está

109 condicionada ao resultado no Mundial, como

110 explica a editora-chefe Paula Merlo. “A taça é

111 um mero detalhe para o quão longe ela

112 chegou e para tudo o que representa para

113 esta e para as próximas gerações”.

114 Desde que se tornou a grande

115 referência da modalidade, Marta vem sendo

116 cobrada por assumir posicionamentos mais

117 incisivos pela valorização das mulheres no

118 futebol.

119 Embaixadora da causa pelo

120 empoderamento das mulheres e também do

121 futebol feminino no Brasil, Marta mostrou,

122 pelo menos em seus pronunciamentos e

123 atitudes nesta Copa do Mundo, que se

124 convenceu da importância de marcar posição

125 além do gramado. Depois de bater o recorde

126 no Mundial, contra a Itália, se convertendo na

127 maior artilheira de todos os tempos do

128 torneio, com 17 gols, ela dedicou o feito a

129 todas as atletas. “Hoje temos uma mulher

130 como a maior goleadora das Copas. Esse

131 recorde não representa só a jogadora Marta,

132 mas todas as mulheres num esporte

133 ainda visto por muitos como masculino”,

134 disse, olhando para várias câmeras,

135 reafirmando ainda o compromisso de defender

136 os direitos das que se inspiram em seu

137 exemplo fora do esporte. “Eu divido com

138 vocês que lutam e batalham em todos os

139 setores e ainda têm de provar que são

140 capazes de desempenhar qualquer tipo de

141 atividade. É nosso!”

Assinale a opção cujo adágio popular transmite a mesma ideia presente na conclusão de Marta quando diz: “Chore no começo para sorrir no fim” (linhas 22-23).

Alternativas
Q2700993 Português

A Copa do despertar feminista de Marta: “O futebol feminino depende de vocês para sobreviver”


BREILLER PIRES -

São Paulo 24 JUN 2019 - 00:56 BRT


1 Quando marcou o gol de pênalti contra

2 a Austrália, no segundo jogo da seleção pela

3 Copa feminina, Marta chamou a atenção do

4 mundo para uma causa que abraçou como

5 sua. Na comemoração, apontou para as

6 chuteiras personalizadas com um símbolo pela

7 igualdade de gênero no esporte. Aos 33 anos,

8 seis vezes eleita como a melhor jogadora do

9 planeta, a craque brasileira se engaja como

10 nunca para deixar um legado para as

11 mulheres no futebol que extrapole seus

12 recordes e conquistas individuais. “Não gosto

13 de falar, gosto de mostrar”, disse a camisa 10

14 do Brasil após o gesto diante das australianas.

15 Já o desabafo logo em seguida à eliminação

16 para a França, nas oitavas de final, soou como

17 uma convocação inspiradora para que as

18 jovens atletas se dediquem a cuidar da

19 semente que ela ajudou a plantar: “Não vai

20 ter uma Marta para sempre, uma Cristiane,

21 uma Formiga. E o futebol feminino depende

22 de vocês para sobreviver”. “Chore no começo

23 para sorrir no fim”, concluiu.

24 Marta jamais havia se apresentado

25 como feminista nem aderido de forma tão

26 contundente a pautas do movimento. Mas não

27 era difícil ecoá-lo sendo dona de uma

28 trajetória que espelha as desigualdades

29 enfrentadas pela mulher, inclusive no esporte.

30 Foi criada apenas pela mãe, depois que o pai

31 abandonou a casa da família quando ela tinha

32 um ano, e impedida de jogar futebol em sua

33 cidade, no sertão de Alagoas. Seu primeiro

34 salário na Europa era equivalente a 3.000

35 reais e até hoje, mesmo consagrada, ainda

36 está muito distante de receber as milionárias

37 cifras embolsadas pelos grandes craques do

38 masculino. Chegou ao Mundial da França, o

39 mais visto da história, sem nenhum contrato

40 fixo de patrocínio, depois de recusar propostas

41 que lhe ofereciam menos da metade do que já

42 chegou a ganhar em outras temporadas.

43 A mudança de postura, que antes se

44 concentrava mais no desempenho esportivo

45 em detrimento dos discursos, coincide com a

46 nomeação da atacante como embaixadora da

47 ONU Mulheres, no ano passado. “Marta é um

48 modelo excepcional para mulheres e meninas

49 em todo o mundo. Sua própria experiência de

50 vida conta uma história poderosa do que pode

51 ser alcançado com determinação, talento e

52 coragem”, afirmou Phumzile Mlambo-Ngcuka,

53 diretora-executiva da organização das Nações

54 Unidas, que tem utilizado a imagem da atleta

55 para promover campanhas contra o sexismo e

56 a discriminação de gênero.

57 Em março, ao participar de um evento

58 na sede da ONU, em Nova York, Marta

59 emocionou a plateia ao contar sobre os

60 desafios que precisou superar para se tornar

61 uma jogadora profissional. “O preconceito e a

62 falta de oportunidades já me doeram ao longo

63 do meu caminho. Doeu quando meninos não

64 me deixaram jogar. Doeu quando treinadores

65 me tiravam dos campeonatos porque eu era

66 apenas uma menina. Mas minha certeza de

67 onde eu iria chegar nunca me deixou desistir”,

68 discursou antes de ser aplaudida de pé. A

69 ONU Mulheres trabalha com a meta de

70 alcançar a igualdade de gênero em escala

71 global até 2030 e bate na tecla da equidade

72 salarial reivindicada pelas mulheres no

73 futebol.

74 Uma das inspirações de Marta, que

75 atua no Orlando Pride dos Estados Unidos,

76 onde está desde 2017, é o movimento

77 de jogadoras da seleção norte-americana, que

78 entrou com ação coletiva contra a federação

79 local por discriminação de gênero

80 institucionalizada. Apesar de gerarem maior

81 receita de bilheteria que a seleção masculina,

82 elas alegam disparidade de remuneração e

83 premiações em relação aos homens, que

84 recebem cerca de cinco vezes mais para

85 defender o país. Mesmo sabendo da realidade

86 diferente amargada pelo futebol feminino no

87 Brasil, em que a maioria das jogadoras nem

88 sequer tem carteira assinada, Marta aproveita

89 a onda de protestos para cobrar

90 patrocinadores por equiparação.

91 Neste campo dos patrocínios, ela

92 começa a se movimentar e querer desfrutar,

93 inclusive financeiramente, do status de

94 influenciadora. No último jogo do Brasil na

95 fase de grupos, ela entrou em campo com um

96 indefectível batom de cor “sangria”, uma

97 ação, ela disse quando perguntada, para a

98 marca Avon — neste domingo, escolheu um

99 vermelho fechado. A repercussão em várias

100 páginas e publicações reforça o apelo

101 midiático da craque como uma personalidade

102 capaz de estender sua bandeira em outros

103 campos. Já foi destaque no jornal The New

104 York Times e na revista de moda Vogue Brasil,

105 que estampa a jogadora na capa de sua

106 edição de julho com a chamada “A vez de

107 Marta”. A publicação ressalta que

108 a importância da jogadora não está

109 condicionada ao resultado no Mundial, como

110 explica a editora-chefe Paula Merlo. “A taça é

111 um mero detalhe para o quão longe ela

112 chegou e para tudo o que representa para

113 esta e para as próximas gerações”.

114 Desde que se tornou a grande

115 referência da modalidade, Marta vem sendo

116 cobrada por assumir posicionamentos mais

117 incisivos pela valorização das mulheres no

118 futebol.

119 Embaixadora da causa pelo

120 empoderamento das mulheres e também do

121 futebol feminino no Brasil, Marta mostrou,

122 pelo menos em seus pronunciamentos e

123 atitudes nesta Copa do Mundo, que se

124 convenceu da importância de marcar posição

125 além do gramado. Depois de bater o recorde

126 no Mundial, contra a Itália, se convertendo na

127 maior artilheira de todos os tempos do

128 torneio, com 17 gols, ela dedicou o feito a

129 todas as atletas. “Hoje temos uma mulher

130 como a maior goleadora das Copas. Esse

131 recorde não representa só a jogadora Marta,

132 mas todas as mulheres num esporte

133 ainda visto por muitos como masculino”,

134 disse, olhando para várias câmeras,

135 reafirmando ainda o compromisso de defender

136 os direitos das que se inspiram em seu

137 exemplo fora do esporte. “Eu divido com

138 vocês que lutam e batalham em todos os

139 setores e ainda têm de provar que são

140 capazes de desempenhar qualquer tipo de

141 atividade. É nosso!”

Leia atentamente o excerto a seguir:


“O preconceito e a falta de oportunidades já me doeram ao longo do meu caminho. Doeu quando meninos não me deixaram jogar. Doeu quando treinadores me tiravam dos campeonatos porque eu era apenas uma menina”. (linhas 61-66)


A respeito da repetição do verbo “doer” na fala de Marta, é correto afirmar que

Alternativas
Q2700992 Português

A Copa do despertar feminista de Marta: “O futebol feminino depende de vocês para sobreviver”


BREILLER PIRES -

São Paulo 24 JUN 2019 - 00:56 BRT


1 Quando marcou o gol de pênalti contra

2 a Austrália, no segundo jogo da seleção pela

3 Copa feminina, Marta chamou a atenção do

4 mundo para uma causa que abraçou como

5 sua. Na comemoração, apontou para as

6 chuteiras personalizadas com um símbolo pela

7 igualdade de gênero no esporte. Aos 33 anos,

8 seis vezes eleita como a melhor jogadora do

9 planeta, a craque brasileira se engaja como

10 nunca para deixar um legado para as

11 mulheres no futebol que extrapole seus

12 recordes e conquistas individuais. “Não gosto

13 de falar, gosto de mostrar”, disse a camisa 10

14 do Brasil após o gesto diante das australianas.

15 Já o desabafo logo em seguida à eliminação

16 para a França, nas oitavas de final, soou como

17 uma convocação inspiradora para que as

18 jovens atletas se dediquem a cuidar da

19 semente que ela ajudou a plantar: “Não vai

20 ter uma Marta para sempre, uma Cristiane,

21 uma Formiga. E o futebol feminino depende

22 de vocês para sobreviver”. “Chore no começo

23 para sorrir no fim”, concluiu.

24 Marta jamais havia se apresentado

25 como feminista nem aderido de forma tão

26 contundente a pautas do movimento. Mas não

27 era difícil ecoá-lo sendo dona de uma

28 trajetória que espelha as desigualdades

29 enfrentadas pela mulher, inclusive no esporte.

30 Foi criada apenas pela mãe, depois que o pai

31 abandonou a casa da família quando ela tinha

32 um ano, e impedida de jogar futebol em sua

33 cidade, no sertão de Alagoas. Seu primeiro

34 salário na Europa era equivalente a 3.000

35 reais e até hoje, mesmo consagrada, ainda

36 está muito distante de receber as milionárias

37 cifras embolsadas pelos grandes craques do

38 masculino. Chegou ao Mundial da França, o

39 mais visto da história, sem nenhum contrato

40 fixo de patrocínio, depois de recusar propostas

41 que lhe ofereciam menos da metade do que já

42 chegou a ganhar em outras temporadas.

43 A mudança de postura, que antes se

44 concentrava mais no desempenho esportivo

45 em detrimento dos discursos, coincide com a

46 nomeação da atacante como embaixadora da

47 ONU Mulheres, no ano passado. “Marta é um

48 modelo excepcional para mulheres e meninas

49 em todo o mundo. Sua própria experiência de

50 vida conta uma história poderosa do que pode

51 ser alcançado com determinação, talento e

52 coragem”, afirmou Phumzile Mlambo-Ngcuka,

53 diretora-executiva da organização das Nações

54 Unidas, que tem utilizado a imagem da atleta

55 para promover campanhas contra o sexismo e

56 a discriminação de gênero.

57 Em março, ao participar de um evento

58 na sede da ONU, em Nova York, Marta

59 emocionou a plateia ao contar sobre os

60 desafios que precisou superar para se tornar

61 uma jogadora profissional. “O preconceito e a

62 falta de oportunidades já me doeram ao longo

63 do meu caminho. Doeu quando meninos não

64 me deixaram jogar. Doeu quando treinadores

65 me tiravam dos campeonatos porque eu era

66 apenas uma menina. Mas minha certeza de

67 onde eu iria chegar nunca me deixou desistir”,

68 discursou antes de ser aplaudida de pé. A

69 ONU Mulheres trabalha com a meta de

70 alcançar a igualdade de gênero em escala

71 global até 2030 e bate na tecla da equidade

72 salarial reivindicada pelas mulheres no

73 futebol.

74 Uma das inspirações de Marta, que

75 atua no Orlando Pride dos Estados Unidos,

76 onde está desde 2017, é o movimento

77 de jogadoras da seleção norte-americana, que

78 entrou com ação coletiva contra a federação

79 local por discriminação de gênero

80 institucionalizada. Apesar de gerarem maior

81 receita de bilheteria que a seleção masculina,

82 elas alegam disparidade de remuneração e

83 premiações em relação aos homens, que

84 recebem cerca de cinco vezes mais para

85 defender o país. Mesmo sabendo da realidade

86 diferente amargada pelo futebol feminino no

87 Brasil, em que a maioria das jogadoras nem

88 sequer tem carteira assinada, Marta aproveita

89 a onda de protestos para cobrar

90 patrocinadores por equiparação.

91 Neste campo dos patrocínios, ela

92 começa a se movimentar e querer desfrutar,

93 inclusive financeiramente, do status de

94 influenciadora. No último jogo do Brasil na

95 fase de grupos, ela entrou em campo com um

96 indefectível batom de cor “sangria”, uma

97 ação, ela disse quando perguntada, para a

98 marca Avon — neste domingo, escolheu um

99 vermelho fechado. A repercussão em várias

100 páginas e publicações reforça o apelo

101 midiático da craque como uma personalidade

102 capaz de estender sua bandeira em outros

103 campos. Já foi destaque no jornal The New

104 York Times e na revista de moda Vogue Brasil,

105 que estampa a jogadora na capa de sua

106 edição de julho com a chamada “A vez de

107 Marta”. A publicação ressalta que

108 a importância da jogadora não está

109 condicionada ao resultado no Mundial, como

110 explica a editora-chefe Paula Merlo. “A taça é

111 um mero detalhe para o quão longe ela

112 chegou e para tudo o que representa para

113 esta e para as próximas gerações”.

114 Desde que se tornou a grande

115 referência da modalidade, Marta vem sendo

116 cobrada por assumir posicionamentos mais

117 incisivos pela valorização das mulheres no

118 futebol.

119 Embaixadora da causa pelo

120 empoderamento das mulheres e também do

121 futebol feminino no Brasil, Marta mostrou,

122 pelo menos em seus pronunciamentos e

123 atitudes nesta Copa do Mundo, que se

124 convenceu da importância de marcar posição

125 além do gramado. Depois de bater o recorde

126 no Mundial, contra a Itália, se convertendo na

127 maior artilheira de todos os tempos do

128 torneio, com 17 gols, ela dedicou o feito a

129 todas as atletas. “Hoje temos uma mulher

130 como a maior goleadora das Copas. Esse

131 recorde não representa só a jogadora Marta,

132 mas todas as mulheres num esporte

133 ainda visto por muitos como masculino”,

134 disse, olhando para várias câmeras,

135 reafirmando ainda o compromisso de defender

136 os direitos das que se inspiram em seu

137 exemplo fora do esporte. “Eu divido com

138 vocês que lutam e batalham em todos os

139 setores e ainda têm de provar que são

140 capazes de desempenhar qualquer tipo de

141 atividade. É nosso!”

No que diz respeito ao propósito comunicativo presente no texto, é correto afirmar que este tem como objetivos

Alternativas
Respostas
1441: B
1442: C
1443: B
1444: D
1445: A
1446: D
1447: D
1448: B
1449: A
1450: D
1451: C
1452: A
1453: B
1454: B
1455: D
1456: A
1457: B
1458: C
1459: B
1460: D