Questões de Concurso Comentadas para instituto consulplan

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Q2371983 Conhecimentos Gerais
Seis insetos do tipo barbeiro são encontrados na USP

Seis insetos do tipo barbeiro foram encontrados na Cidade Universitária, no Butantã, na Zona Oeste de São Paulo. Eles estavam perto dos institutos de química e de biologia e um deles estava contaminado com o protozoário que provoca a doença de Chagas.
(Disponível em: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/. Acesso em: 19/12/2023.)

Sobre a doença de Chagas, uma patologia que preocupa a sociedade, assinale a afirmativa INCORRETA.
Alternativas
Q2371982 Conhecimentos Gerais
O Brasil apresenta vários biomas, dentre eles a Mata Atlântica. Ela está presente na vegetação de diversos estados como São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. Sabe-se que a maioria das áreas de floresta se encontram de forma fragmentada e desconectada – trata-se de um reflexo da ação humana. Sobre a importância da Mata Atlântica, analise as afirmativas a seguir.

I. As florestas são responsáveis pela produção, regulação e abastecimento de água.
II. Auxilia na regulação e equilíbrio climáticos.
III. Auxilia na proteção de encostas e atenuação de desastres. 


Está correto o que se afirma em

Alternativas
Q2371981 Conhecimentos Gerais
A tecnologia auxilia nas tarefas há anos e tende a ser cada vez mais presente na vida das pessoas. A Inteligência Artificial (IA) vem se mostrando como a evolução da tecnologia, já que ela possui a capacidade que reproduzir competências semelhantes às humanas como o caso do raciocínio e aprendizagem, dentre outros. Considerando que a IA utilizada de forma irresponsável ou de má- -fé pode gerar problemas para a sociedade, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas. 

( ) A utilização de deepfake (técnica que utiliza recursos de inteligência artificial para substituir rostos em vídeos e imagens com o propósito de chegar o mais próximo possível da realidade) para criar vídeos falsos de famosos e autônomos está mais recorrente.
( ) Com os recursos disponíveis da IA torna-se possível que usuários criem nudes de pessoas comuns ou famosas, sem seu consentimento ou conhecimento.
( ) Denúncias de utilização de IA para a produção de pornografia infantil preocupam vários países e já se discutem leis para coibir tais atos. 



A sequência está correta em

Alternativas
Q2371980 Matemática
Dentro da construção civil, o arco de parábola é utilizado em pontes e túneis com o intuito de aumentar a resistência das edificações. Para a construção de uma nova ponte, o engenheiro responsável fez o seguinte esboço da parábola que será utilizada:


Imagem associada para resolução da questão



Qual das equações relacionadas pode ser usada para descrever a parábola que será utilizada para a construção da nova ponte?

Alternativas
Q2371979 Matemática
Foi realizada uma pesquisa com os alunos de determinada academia de musculação com as seguintes perguntas: 
1ª) Você faz algum tipo de dieta?
2ª) Você está acima do seu peso ideal?
Do total de alunos que responderam à pesquisa, 40 disseram que fazem algum tipo de dieta; 100 disseram que estão acima do peso ideal; 25 disseram que estão acima do peso ideal e fazem algum tipo de dieta; 10 responderam que não estão acima do peso ideal e que não fazem algum tipo de dieta. Se todos os alunos responderam às duas perguntas da pesquisa dizendo apenas sim ou não, o número total de alunos que responderam à pesquisa é:

Alternativas
Q2371975 Matemática
Observe os triângulos ∆ABC e ∆DEF a seguir:



Imagem associada para resolução da questão




Eles são semelhantes pelo caso (ângulo; ângulo), onde todos os ângulos internos são iguais e seus lados seguem uma razão de proporcionalidade constante k = 1/2 . Podemos afirmar que razão de proporção Imagem associada para resolução da questão entre as áreas desses triângulos é igual a:
Alternativas
Q2371970 Português
A última crônica 


   A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao balcão. Na realidade estou adiando o momento de escrever. A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da convivência, que a faz mais digna de ser vivida. Visava ao circunstancial, ao episódico. Nesta perseguição do acidental, quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de uma criança ou num acidente doméstico, torno-me simples espectador e perco a noção do essencial. Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo meu café, enquanto o verso do poeta se repete na lembrança: “assim eu quereria o meu último poema”. Não sou poeta e estou sem assunto. Lanço então um último olhar fora de mim, onde vivem os assuntos que merecem uma crônica. 
     Ao fundo do botequim um casal de pretos acaba de sentar-se, numa das últimas mesas de mármore ao longo da parede de espelhos. A compostura da humildade, na contenção de gestos e palavras, deixa-se acrescentar pela presença de uma negrinha de seus três anos, laço na cabeça, toda arrumadinha no vestido pobre, que se instalou também à mesa: mal ousa balançar as perninhas curtas ou correr os olhos grandes de curiosidade ao redor. Três seres esquivos que compõem em torno à mesa a instituição tradicional da família, célula da sociedade. Vejo, porém, que se preparam para algo mais que matar a fome.
    Passo a observá-los. O pai, depois de contar o dinheiro que discretamente retirou do bolso, aborda o garçom, inclinando-se para trás na cadeira, e aponta no balcão um pedaço de bolo sob a redoma. A mãe limita-se a ficar olhando imóvel, vagamente ansiosa, como se aguardasse a aprovação do garçom. Este ouve, concentrado, o pedido do homem e depois se afasta para atendê-lo. A mulher suspira, olhando para os lados, a reassegurar-se da naturalidade de sua presença ali. A meu lado o garçom encaminha a ordem do freguês. O homem atrás do balcão apanha a porção do bolo com a mão, larga-o no pratinho – um bolo simples, amarelo-escuro, apenas uma pequena fatia triangular.
    A negrinha, contida na sua expectativa, olha a garrafa de Coca-Cola e o pratinho que o garçom deixou à sua frente. Por que não começa a comer? Vejo que os três, pai, mãe e filha, obedecem em torno à mesa um discreto ritual. A mãe remexe na bolsa de plástico preto e brilhante, retira qualquer coisa. O pai se mune de uma caixa de fósforos, e espera. A filha aguarda também, atenta como um animalzinho. Ninguém mais os observa além de mim.
    São três velinhas brancas, minúsculas, que a mãe espeta caprichosamente na fatia do bolo. E enquanto ela serve a Coca- Cola, o pai risca o fósforo e acende as velas. Como a um gesto ensaiado, a menininha repousa o queixo no mármore e sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se a bater palmas, muito compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se juntam, discretos: “Parabéns pra você, parabéns pra você...” Depois a mãe recolhe as velas, torna a guardá-las na bolsa. A negrinha agarra finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se a comê-lo. A mulher está olhando para ela com ternura – ajeita-lhe a fitinha no cabelo crespo, limpa o farelo de bolo que lhe cai ao colo. O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como a se convencer intimamente do sucesso da celebração. Dá comigo de súbito, a observá-lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido – vacila, ameaça abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.
   Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso.


(SABINO, Fernando. A companheira de viagem, Editora do Autor. Rio de Janeiro, 1965, pág. 174.)
O uso das reticências empregadas no 5º§ do texto visa 
Alternativas
Q2371968 Português
A última crônica 


   A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao balcão. Na realidade estou adiando o momento de escrever. A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da convivência, que a faz mais digna de ser vivida. Visava ao circunstancial, ao episódico. Nesta perseguição do acidental, quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de uma criança ou num acidente doméstico, torno-me simples espectador e perco a noção do essencial. Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo meu café, enquanto o verso do poeta se repete na lembrança: “assim eu quereria o meu último poema”. Não sou poeta e estou sem assunto. Lanço então um último olhar fora de mim, onde vivem os assuntos que merecem uma crônica. 
     Ao fundo do botequim um casal de pretos acaba de sentar-se, numa das últimas mesas de mármore ao longo da parede de espelhos. A compostura da humildade, na contenção de gestos e palavras, deixa-se acrescentar pela presença de uma negrinha de seus três anos, laço na cabeça, toda arrumadinha no vestido pobre, que se instalou também à mesa: mal ousa balançar as perninhas curtas ou correr os olhos grandes de curiosidade ao redor. Três seres esquivos que compõem em torno à mesa a instituição tradicional da família, célula da sociedade. Vejo, porém, que se preparam para algo mais que matar a fome.
    Passo a observá-los. O pai, depois de contar o dinheiro que discretamente retirou do bolso, aborda o garçom, inclinando-se para trás na cadeira, e aponta no balcão um pedaço de bolo sob a redoma. A mãe limita-se a ficar olhando imóvel, vagamente ansiosa, como se aguardasse a aprovação do garçom. Este ouve, concentrado, o pedido do homem e depois se afasta para atendê-lo. A mulher suspira, olhando para os lados, a reassegurar-se da naturalidade de sua presença ali. A meu lado o garçom encaminha a ordem do freguês. O homem atrás do balcão apanha a porção do bolo com a mão, larga-o no pratinho – um bolo simples, amarelo-escuro, apenas uma pequena fatia triangular.
    A negrinha, contida na sua expectativa, olha a garrafa de Coca-Cola e o pratinho que o garçom deixou à sua frente. Por que não começa a comer? Vejo que os três, pai, mãe e filha, obedecem em torno à mesa um discreto ritual. A mãe remexe na bolsa de plástico preto e brilhante, retira qualquer coisa. O pai se mune de uma caixa de fósforos, e espera. A filha aguarda também, atenta como um animalzinho. Ninguém mais os observa além de mim.
    São três velinhas brancas, minúsculas, que a mãe espeta caprichosamente na fatia do bolo. E enquanto ela serve a Coca- Cola, o pai risca o fósforo e acende as velas. Como a um gesto ensaiado, a menininha repousa o queixo no mármore e sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se a bater palmas, muito compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se juntam, discretos: “Parabéns pra você, parabéns pra você...” Depois a mãe recolhe as velas, torna a guardá-las na bolsa. A negrinha agarra finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se a comê-lo. A mulher está olhando para ela com ternura – ajeita-lhe a fitinha no cabelo crespo, limpa o farelo de bolo que lhe cai ao colo. O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como a se convencer intimamente do sucesso da celebração. Dá comigo de súbito, a observá-lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido – vacila, ameaça abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.
   Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso.


(SABINO, Fernando. A companheira de viagem, Editora do Autor. Rio de Janeiro, 1965, pág. 174.)
No excerto “[...] vacila, ameaça abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.” (5º§), o termo sublinhado expressa ideia de:
Alternativas
Q2371967 Português
A última crônica 


   A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao balcão. Na realidade estou adiando o momento de escrever. A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da convivência, que a faz mais digna de ser vivida. Visava ao circunstancial, ao episódico. Nesta perseguição do acidental, quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de uma criança ou num acidente doméstico, torno-me simples espectador e perco a noção do essencial. Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo meu café, enquanto o verso do poeta se repete na lembrança: “assim eu quereria o meu último poema”. Não sou poeta e estou sem assunto. Lanço então um último olhar fora de mim, onde vivem os assuntos que merecem uma crônica. 
     Ao fundo do botequim um casal de pretos acaba de sentar-se, numa das últimas mesas de mármore ao longo da parede de espelhos. A compostura da humildade, na contenção de gestos e palavras, deixa-se acrescentar pela presença de uma negrinha de seus três anos, laço na cabeça, toda arrumadinha no vestido pobre, que se instalou também à mesa: mal ousa balançar as perninhas curtas ou correr os olhos grandes de curiosidade ao redor. Três seres esquivos que compõem em torno à mesa a instituição tradicional da família, célula da sociedade. Vejo, porém, que se preparam para algo mais que matar a fome.
    Passo a observá-los. O pai, depois de contar o dinheiro que discretamente retirou do bolso, aborda o garçom, inclinando-se para trás na cadeira, e aponta no balcão um pedaço de bolo sob a redoma. A mãe limita-se a ficar olhando imóvel, vagamente ansiosa, como se aguardasse a aprovação do garçom. Este ouve, concentrado, o pedido do homem e depois se afasta para atendê-lo. A mulher suspira, olhando para os lados, a reassegurar-se da naturalidade de sua presença ali. A meu lado o garçom encaminha a ordem do freguês. O homem atrás do balcão apanha a porção do bolo com a mão, larga-o no pratinho – um bolo simples, amarelo-escuro, apenas uma pequena fatia triangular.
    A negrinha, contida na sua expectativa, olha a garrafa de Coca-Cola e o pratinho que o garçom deixou à sua frente. Por que não começa a comer? Vejo que os três, pai, mãe e filha, obedecem em torno à mesa um discreto ritual. A mãe remexe na bolsa de plástico preto e brilhante, retira qualquer coisa. O pai se mune de uma caixa de fósforos, e espera. A filha aguarda também, atenta como um animalzinho. Ninguém mais os observa além de mim.
    São três velinhas brancas, minúsculas, que a mãe espeta caprichosamente na fatia do bolo. E enquanto ela serve a Coca- Cola, o pai risca o fósforo e acende as velas. Como a um gesto ensaiado, a menininha repousa o queixo no mármore e sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se a bater palmas, muito compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se juntam, discretos: “Parabéns pra você, parabéns pra você...” Depois a mãe recolhe as velas, torna a guardá-las na bolsa. A negrinha agarra finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se a comê-lo. A mulher está olhando para ela com ternura – ajeita-lhe a fitinha no cabelo crespo, limpa o farelo de bolo que lhe cai ao colo. O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como a se convencer intimamente do sucesso da celebração. Dá comigo de súbito, a observá-lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido – vacila, ameaça abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.
   Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso.


(SABINO, Fernando. A companheira de viagem, Editora do Autor. Rio de Janeiro, 1965, pág. 174.)
As palavras a seguir foram retiradas do texto; assinale a alternativa que está correta quanto à divisão silábica.
Alternativas
Q2371963 Português
A última crônica 


   A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao balcão. Na realidade estou adiando o momento de escrever. A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da convivência, que a faz mais digna de ser vivida. Visava ao circunstancial, ao episódico. Nesta perseguição do acidental, quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de uma criança ou num acidente doméstico, torno-me simples espectador e perco a noção do essencial. Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo meu café, enquanto o verso do poeta se repete na lembrança: “assim eu quereria o meu último poema”. Não sou poeta e estou sem assunto. Lanço então um último olhar fora de mim, onde vivem os assuntos que merecem uma crônica. 
     Ao fundo do botequim um casal de pretos acaba de sentar-se, numa das últimas mesas de mármore ao longo da parede de espelhos. A compostura da humildade, na contenção de gestos e palavras, deixa-se acrescentar pela presença de uma negrinha de seus três anos, laço na cabeça, toda arrumadinha no vestido pobre, que se instalou também à mesa: mal ousa balançar as perninhas curtas ou correr os olhos grandes de curiosidade ao redor. Três seres esquivos que compõem em torno à mesa a instituição tradicional da família, célula da sociedade. Vejo, porém, que se preparam para algo mais que matar a fome.
    Passo a observá-los. O pai, depois de contar o dinheiro que discretamente retirou do bolso, aborda o garçom, inclinando-se para trás na cadeira, e aponta no balcão um pedaço de bolo sob a redoma. A mãe limita-se a ficar olhando imóvel, vagamente ansiosa, como se aguardasse a aprovação do garçom. Este ouve, concentrado, o pedido do homem e depois se afasta para atendê-lo. A mulher suspira, olhando para os lados, a reassegurar-se da naturalidade de sua presença ali. A meu lado o garçom encaminha a ordem do freguês. O homem atrás do balcão apanha a porção do bolo com a mão, larga-o no pratinho – um bolo simples, amarelo-escuro, apenas uma pequena fatia triangular.
    A negrinha, contida na sua expectativa, olha a garrafa de Coca-Cola e o pratinho que o garçom deixou à sua frente. Por que não começa a comer? Vejo que os três, pai, mãe e filha, obedecem em torno à mesa um discreto ritual. A mãe remexe na bolsa de plástico preto e brilhante, retira qualquer coisa. O pai se mune de uma caixa de fósforos, e espera. A filha aguarda também, atenta como um animalzinho. Ninguém mais os observa além de mim.
    São três velinhas brancas, minúsculas, que a mãe espeta caprichosamente na fatia do bolo. E enquanto ela serve a Coca- Cola, o pai risca o fósforo e acende as velas. Como a um gesto ensaiado, a menininha repousa o queixo no mármore e sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se a bater palmas, muito compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se juntam, discretos: “Parabéns pra você, parabéns pra você...” Depois a mãe recolhe as velas, torna a guardá-las na bolsa. A negrinha agarra finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se a comê-lo. A mulher está olhando para ela com ternura – ajeita-lhe a fitinha no cabelo crespo, limpa o farelo de bolo que lhe cai ao colo. O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como a se convencer intimamente do sucesso da celebração. Dá comigo de súbito, a observá-lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido – vacila, ameaça abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.
   Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso.


(SABINO, Fernando. A companheira de viagem, Editora do Autor. Rio de Janeiro, 1965, pág. 174.)
No trecho “Dá comigo de súbito, a observá-lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, [...]” (5º§), o termo em destaque refere-se:
Alternativas
Q2371760 Fonoaudiologia
As disfonias podem ser definidas como um distúrbio caracterizado por alteração na qualidade, frequência, intensidade, ou esforço vocal que limite a comunicação ou cause impacto negativo na qualidade de vida relacionada à voz por meio de um decréscimo autopercebido no estado físico, emocional, social ou econômico do indivíduo. Sobre as disfonias, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.

( ) As disfonias podem ter diferentes etiologias, relacionadas ou não ao comportamento vocal. Os quadros organofuncionais representam uma disfonia de base, essencialmente, orgânica com presença de lesões primárias.

( ) Uma disfonia orgânica pode favorecer a presença e percepção de sintomas vocais devido ao comprometimento da fonte glótica, do trato vocal e estabilidade na produção da voz, comumente presentes nos quadros de câncer, refluxo gastresofágico, papilomatose, paralisias de prega vocal e distonias laríngeas.

( ) As disfonias psicogênicas não podem ser consideradas desordens funcionais, uma vez que o processo que levou ao aparecimento e instalação da voz disfônica não possui um simbolismo direto com a função fonatória da laringe.

( ) As disfonias orgânicas por alterações, com origem nos órgãos da comunicação, podem ser divididas em: congênitas, como as malformações laríngeas, tais como o diafragma laríngeo e a laringomalácia; traumáticas, por arma branca ou de fogo; inflamatórias, não-infecciosas e infecciosas; neoplásicas, tumores benignos e malignos; dentre outras.

A sequência está correta em
Alternativas
Q2371759 Fonoaudiologia
No Brasil, as lesões encefálicas são frequentemente associadas aos distúrbios da comunicação, principalmente ao Acidente Vascular Cerebral (AVC) e Traumatismo Cranioencefálico (TCE). O transtorno de linguagem mais observado nesses casos é a afasia, que pode comprometer todos os elementos da linguagem e todas as modalidades de comunicação. Existem algumas características observadas nos quadros afásicos; uma delas refere-se à produção de segmentos de fala, em sua maioria ininteligíveis, que o paciente repete sempre que enuncia. Diante de fragmentos de sons ininteligíveis, o interlocutor não é capaz de interpretar essa fala, impedindo, na maioria das vezes, o diálogo. As informações anteriores se referem a: 
Alternativas
Q2371758 Fonoaudiologia
A identificação das principais etiologias da deficiência auditiva infantil é importante para a prevenção primária dessa deficiência, por meio de medidas de saúde pública como vacinação e melhora da saúde materno-infantil. Algumas das principais causas da perda auditiva poderiam ser evitadas ou suas sequelas diminuídas, se ocorressem, precocemente, medidas de identificação, diagnóstico e reabilitação. A identificação e a reabilitação precoces da deficiência auditiva são essenciais para o desenvolvimento da fala, da linguagem e outras funções cognitivas durante a idade escolar. Analise as afirmativas a seguir.

I. As etiologias mais recorrentes da perda auditiva foram intituladas em seis grupos principais: adquiridas no período neonatal; infecção neonatal congênita; genéticas sindrômicas e genéticas não sindrômicas; neuropatia auditiva; indeterminada (após exclusão das outras causas de perda auditiva); e, outras anomalias de orelha interna e etiologias centrais. As anomalias de ouvido se consolidam após o nascimento e acometem apenas a orelha interna. Por esse motivo, há maior prevalência de perdas auditivas sensorioneurais.
II. Os principais fatores etiológicos da perda auditiva têm prevalência variável, pois são diretamente influenciados pelo desenvolvimento socioeconômico, etnia e região de um determinado país. Em países desenvolvidos, a maioria dos casos de perda auditiva é de natureza genética, que compreende as formas sindrômicas e as formas não sindrômicas. Os demais casos estão relacionados a doenças infecciosas ou secundárias a eventos neonatais. A realidade é diferente nos países em desenvolvimento, onde, apesar das melhorias no cuidado neonatal e programas de imunização, condições relacionadas ao período neonatal e infecções ainda são causas muito comuns de perda auditiva.

III. Pesquisas mostram a existência de um período crítico nos primeiros anos de vida para a aquisição da linguagem. A ausência de estimulação auditiva adequada na infância, pode impedir o total desenvolvimento e amadurecimento das vias auditivas centrais. A alta prevalência da perda auditiva resulta em um grande impacto sociocultural, uma vez que interfere significativamente nos processos de apropriação da linguagem oral e escrita. A limitação do acesso à oralidade, por si só, requer inúmeras adaptações nas diversas relações sociais e familiares.

Está correto o que se afirma apenas em
Alternativas
Q2371757 Fonoaudiologia
Nos casos de câncer de cabeça e pescoço, o fonoaudiólogo é responsável por atuar no cuidado integral com a equipe multiprofissional, tanto na atenção básica quanto na atenção especializada; desde a fase do diagnóstico, antes, durante e após o tratamento clínico ou cirúrgico. O fonoaudiólogo deve intervir visando minimizar as sequelas relacionadas à deglutição e fonação, que podem comprometer a qualidade de vida do paciente. Sobre o tema em comento, assinale a afirmativa correta.
Alternativas
Q2371756 Fonoaudiologia
A atuação fonoaudiológica considerando os pacientes idosos compreende vários aspectos: transtornos de fala; audição; voz; alterações da memória; e, do processo da alimentação. As alterações do processo da alimentação merecem atenção especial, uma vez que estão diretamente relacionadas com nutrição, hidratação e qualidade de vida de idosos. Sobre as alterações da deglutição na população idosa, assinale a afirmativa correta. 
Alternativas
Q2371755 Fonoaudiologia
Em 2010, a Lei Federal nº 12.303 tornou obrigatória a realização da Triagem Auditiva Neonatal Universal (TANU), por meio do exame de emissões otoacústicas, em todas as crianças nascidas em maternidades e hospitais, possibilitando a integralidade da assistência à saúde auditiva na infância, seguindo a tendência do que já estava acontecendo em países desenvolvidos, como Estados Unidos e Inglaterra. Sobre a TANU, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.

( ) Tem como objetivo ser uma estratégia precursora no processo de avaliação da audição infantil, permitindo a detecção precoce de possíveis alterações auditivas apenas em neonatos que possuem indicadores de risco para deficiência auditiva.

( ) No que tange à realização da TANU, a utilização de metodologias objetivas, como as emissões otoacústicas e o potencial evocado auditivo de troncoencefálico automáticos, de acordo com os critérios pré-estabelecidos, permite que se realize a avaliação inicial de forma segura e confiável.

( ) As Emissões Otoacústicas (EOA) são um método objetivo, fácil, rápido e não-invasivo, utilizado para monitorar a função da cóclea e apresenta maior sensibilidade para detectar lesão das células ciliadas internas. As EOA asseguram um diferencial no diagnóstico por se tratar de um teste prático que avalia a função coclear de forma segura e sensível aos estágios iniciais de alterações na função coclear e, para qualquer diagnóstico precoce, as emissões são registradas com limiar normal ou perda auditiva inferior a 60 dB.

( ) Recém-nascidos com fatores de risco para deficiência auditiva, independente de serem a termo ou pré-termo, têm maiores possibilidades de terem deficiência auditiva sensorioneural. Há relação entre a presença de emissões otoacústicas e idade gestacional para ambas as orelhas, ou seja, quanto menor a idade gestacional maior a chance de ter emissões otoacústicas transientes ausentes.

A sequência está correta em
Alternativas
Q2371754 Fonoaudiologia
As fendas glóticas são alterações posturais das pregas vocais, que fazem parte das inadaptações miodinâmicas da laringe, mas que também podem ser resultado de uma lesão orgânica. Caracterizadas por um fechamento glótico imperfeito, as fendas podem variar, quanto ao tamanho e configuração, de acordo com a qualidade vocal, frequência e intensidade da emissão. O tipo de fenda ocasionada geralmente pela contração excessiva da musculatura intrínseca da laringe denomina-se: 
Alternativas
Q2371753 Fonoaudiologia
Sabe-se que a mastigação é uma das funções do sistema estomatognático, cujos desenvolvimento e aperfeiçoamento dá-se ao longo do crescimento humano. Para que ocorra de forma eficiente, é necessário não apenas integridade dos dentes, mas realização adequada dos movimentos mandibulares, que são controlados pelas articulações temporomandibulares e pelo sistema neuromuscular. Sobre a mastigação, analise as afirmativas, a seguir.

I. O desenvolvimento harmônico das estruturas envolvidas na mastigação depende da associação entre equilíbrio muscular e função. Entretanto, os mecanismos mastigatórios são bastante flexíveis, adaptando-se às compensações oriundas das deficiências, por exemplo.
II. Conexões neurais existem entre os sistemas sensório-motores cervical e facial; porém, por não envolver o sistema trigeminal, não há como afirmar que existem fortes ligações neuromusculoesqueléticas e neurofisiológicas entre as regiões orofacial e cervical.
III. Há estudos que associam a contração do músculo masseter ao aumento da atividade elétrica de músculos, que parecem manter a estabilidade de cabeça e pescoço durante a oclusão – trapézio e esternocleidomastoideo.

Está correto o que se afirma em
Alternativas
Q2371752 Fonoaudiologia
A fala é uma habilidade relacionada ao desenvolvimento e maturação de aspectos cognitivos, linguísticos, orgânicos e motores. Dessa forma, para que a fala seja inteligível, é necessário que estejam desenvolvidos tanto o aspecto fonético quanto o aspecto fonológico. Sobre aspectos da fala, assinale a afirmativa INCORRETA. 
Alternativas
Q2371751 Fonoaudiologia
A apraxia de fala adquirida é definida como um distúrbio da programação motora da fala manifestada primariamente por erros de articulação. Sua etiologia é neurológica e pode ser decorrente de diversos insultos neurológicos como acidente vascular encefálico, traumatismo cranioencefálico, tumores, doenças neurodegenerativas, dentre outros. Sobre a apraxia de fala, analise as afirmativas a seguir.

I. A apraxia de fala costuma acompanhar quadros de afasia, o que dificulta a diferenciação das manifestações fonológicas e das fonéticas.
II. Dentre as características da apraxia de fala, há a repetição de fonemas e de sílabas, a autocorreção e o ensaio articulatório.
III. Manifestações como prolongamento de vogais, aumento da distância interssilábica e distorção fonêmica estão mais diretamente relacionadas à apraxia de fala.

Está correto o que se afirma em
Alternativas
Respostas
3821: A
3822: A
3823: B
3824: C
3825: C
3826: B
3827: C
3828: C
3829: B
3830: D
3831: C
3832: C
3833: D
3834: C
3835: C
3836: C
3837: D
3838: C
3839: C
3840: A