Questões de Concurso Comentadas para unitins

Foram encontradas 102 questões

Resolva questões gratuitamente!

Junte-se a mais de 4 milhões de concurseiros!

Q762444 Conhecimentos Gerais
A crise do comércio brasileiro resultou de fatores econômicos, sociais, e políticos que, juntos, levaram diversos setores da sociedade (parcela do exército, fazendeiros do oeste paulista, representantes das classes médias urbanas) a uma conclusão: a monarquia estava superada. Diante desse panorama, proclama-se a República em 15 de novembro de 1889, que formou o governo provisório chefiado pelo marechal Deodoro da Fonseca, o qual deixara de ser monarquista nas vésperas do golpe republicando. Entre as primeiras providências tomadas pelo governo provisório republicano brasileiro, destacam-se: I. A criação da bandeira republicana para substituir a antiga bandeira do império. O lema da bandeira nacional, Ordem e Progresso, foi sugerido pelo ministro da guerra, Benjamim Constant. II. A Revolução foi um dos grandes acontecimentos históricos que marcaram a superação do feudalismo pelo capitalismo. É tradicionalmente utilizada para assinalar o início da Idade Contemporânea. III. A separação entre a igreja e o Estado. Ou seja, o Estado deixou de ser controlado pela Igreja católica, culminando com o fim do padroado, em que a Igreja passou a ter independência em relação ao governo. IV. O federalismo, em que as províncias brasileiras foram transformadas em estados membros da federação, obtendo maior autonomia administrativa em relação ao governo federal, cuja sede recebeu o nome de Distrito Federal. V. A naturalização dos estrangeiros residentes no Brasil que, legalmente, foram considerados cidadãos brasileiros. Assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q762443 Conhecimentos Gerais
Analise as afirmações a seguir. I – A história da indústria automobilística brasileira iniciou-se na década de 20, quando as empresas americanas Ford e General Motors construíram plantas para montagem de caminhões, a partir de componentes importados. II – O grande pontapé da indústria automobilística brasileira foi dado em 1956, quando o então presidente da República, Juscelino Kubitschek, inaugurou a fábrica da Volkswagem, em São Paulo, como parte do crescimento industrial do seu programa de governo. III – Outro impulso da indústria automobilística brasileira é quando a alemã DKW passa a fabricar no Brasil. Na década de 60, a Simca (francesa) e a Willys (americana que produzia carros Renault sob licença dos franceses) também iniciaram a produção de veículos. IV – As indústrias que fabricam automóveis são indústrias de equipamentos, classificadas como indústrias de construção mecânica ou metalurgia de transformação.
Alternativas
Q762441 Conhecimentos Gerais
A degradação do bioma Cerrado, causada principalmente pelo desmatamento para ocupação da agropecuária, provocou perda de biodiversidade e serviços ecológicos na abrangência de território brasileiro. É INCORRETO afirmar que se inclui nesse Domínio, o estado:
Alternativas
Q762425 Português

Trecho do livro Dois Irmãos, de Milton Hatoum

    Naquela época, quando Omar saiu do presídio, eu ainda o vi num fim de tarde.

    O aguaceiro era tão intenso que a cidade fechou suas portas e janelas bem antes do anoitecer. Lembrome de que estava ansioso naquela tarde de meio-céu. Eu acabara de dar minha primeira aula no liceu onde havia estudado e vim a pé pra cá, sob a chuva, observando as valetas que dragavam o lixo, os leprosos amontoados, encolhidos debaixo dos outizeiros. Olhava com assombro e tristeza a cidade que se mutilava e crescia ao mesmo tempo, afastada do porto e do rio, irreconciliável com seu passado.

    Um relâmpago havia provocado um curto-circuito na Casa Rochiram. O bazar indiano tornara-se um breu na tarde sombria, coberta de nuvens baixas e pesadas. Entrei no meu quarto, este mesmo quarto nos fundos da casa de outrora. Trouxera para perto de mim o bestiário esculpido por minha mãe. Era tudo o que restara dela, do trabalho que lhe dava prazer: os únicos gestos que lhe devolviam durante a noite a dignidade que ela perdia durante o dia. Assim pensava ao observar e manusear esses bichinhos de pau-rainha, que antes me pareciam apenas miniaturas imitadas da natureza. Agora meu olhar os vê como seres estranhos.

    [...] O toró que cobria Manaus, trégua na quentura do equador, me aliviava. Frutas e folhas boiavam nas poças que cercavam a porta do meu quarto. Nos fundos, o capim crescera, e a cerca de pau podre, cheia de buracos, não era mais uma fronteira com o cortiço. Desde a partida de Zana, eu havia deixado ao furor do sol e da chuva o pouco que restara das árvores e trepadeiras. Zelar por essa natureza significava uma submissão ao passado, a um tempo que morria dentro de mim.

    Ainda chovia, com trovoadas, quando Omar invadiu o meu refúgio. Aproximou-se do meu quarto devagar, um vulto. Avançou mais um pouco e estacou bem perto da velha seringueira, diminuído pela grandeza da árvore. Não pude ver com nitidez o seu rosto. Ele ergueu a cabeça para a copa que cobria o quintal. Depois virou o corpo, olhou para trás: não havia mais alpendre, a rede vermelha não o esperava. Um muro alto e sólido separava o meu canto da Casa Rochiram. Ele ousou e veio avançando, os pés descalços no aguaçal. Um homem de meia-idade, o Caçula. E já quase velho. Ele me encarou. Eu esperei. Queria que ele confessasse a desonra, a humilhação. Uma palavra bastava, uma só. O perdão.

    Omar titubeou. Olhou para mim, emudecido. Assim ficou por um tempo, o olhar cortando a chuva e a janela para além de qualquer ângulo ou ponto fixo. Era um olhar à deriva. Depois recuou lentamente, deu as costas e foi embora.

(HATOUM, Milton. Dois irmãos. São Paulo: Companhia das Letras, 2000).

Nas frases a seguir, foram destacadas algumas preposições. Observe: I) Eu acabara de dar minha primeira aula no liceu onde havia estudado e vim apra cá, sob a chuva, observando as valetas que dragavam o lixo, os leprosos amontoados, encolhidos debaixo dos outizeiros. II) Desde a partida de Zana, eu havia deixado ao furor do sol e da chuva o pouco que restara das árvores e trepadeiras. III) É preciso estudar os efeitos da causa X sobre o evento Y. IV) Deve existir equilíbrio entre a expansão do consumo e a do investimento. Identifique, respectivamente, o sentido construído por cada preposição que foi destacada:
Alternativas
Q762421 Português

A natureza da economia

    A economia é um tipo de conhecimento muito diferente daquele das “ciências naturais” como a física ou a química, onde se pode, às vezes, estudar efeitos da causa “x” sobre o evento “y”, isolando, cuidadosamente, a alteração de outras variáveis que poderiam, eventualmente, perturbá-la. A diferença é que a descoberta de “leis” naquelas ciências deixa a natureza imperturbada. Depois que Galileu descobriu a lei da aceleração do movimento, Newton formulou a lei da gravidade universal e Faraday descobriu a lei da indução eletromagnética, a natureza não tomou conhecimento. Não pensou em reagir alterando a constante gravitacional!

    A “natureza”, na economia, é a “sociedade humana”. Uma combinação de indivíduos heterogêneos que reagem aos estímulos de formas diferentes, pensam, têm memória e interesses. Formam um sistema complexo de inter-relações que se alteram conforme seus membros tomam consciência de que, pela organização desses interesses e pelo “sufrágio universal”, podem mudá-las! É por isso, e algumas outras coisas, que a economia não tem relações estáveis (“leis”) e os economistas têm de construir sempre novos modelos, sujeitos à extraordinária hipótese de que “todo resto permanece constante”.

    O objeto da economia não muda. Muda o comportamento da sociedade, à medida que ela se conhece. O fato de ser uma modesta disciplina e não uma ciência “dura” não impede, entretanto, que ela tente usar a mesma metodologia para acumular conhecimentos úteis à administração privada e pública.

    É por isso que a discussão entre ortodoxos e heterodoxos é uma lamentável perda de tempo. Em economia, toda ideia realmente nova é, por definição, “heterodoxa”. Depois, dependendo da qualidade retórica da narrativa e da sobrevivência e da sua sobrevivência ao teste empírico é, ou não, incorporada à ortodoxia. Keynes foi um grande heterodoxo bem-sucedido. Hoje está incorporado à ortodoxia pelo neokeynesianismo, que infecciona os modelos de equilíbrio geral dinâmico estocástico (DSGE) de quase todos os bancos centrais. Robert Lucas foi, sob alguns aspectos, um heterodoxo malsucedido. Foi afoitamente abraçado pela ortodoxia mal informada que acreditou na racionalidade “divina” exigida pela teoria das expectativas “racionais”.

    A economia recepciona boa parte do que sugere o “mainstream”, principalmente que existem limites físicos insuperáveis; deve existir equilíbrio entre a expansão de consumo e a do investimento; há necessidade de boa ordem fiscal e monetária para que haja espaço para políticas anticíclicas; as tentativas de violar as identidades da contabilidade nacional sempre terminam muito mal; o desenvolvimento econômico é apenas o codinome do aumento da produtividade do trabalho e requer um Estado forte, constitucionalmente controlado, capaz de regular e garantir o bom funcionamento dos mercados. Mas não recepciona a ideia de que os mercados são autorreguláveis, obedecem ao imperativo categórico kantiano e levam ao pleno emprego, nem que há harmonia entre os membros da sociedade. Sabe que ela é dividida entre “ganhadores” e “perdedores” e que, portanto, toda política econômica altera essa relação.

    A sociedade democrática pretende combinar três objetivos não inteiramente compatíveis: liberdade individual, mitigação das desigualdades produzidas pelo acidente do local do nascimento e eficiência produtiva. No Brasil, só o exercício permanente e paciente da política – acompanhado do esclarecimento da maioria (“perdedora”) – poderá vencer nas urnas, o “ganhador”, o estamento estatal que se apropriou do poder.

    Fiquemos com a boa e modesta economia e aceitemos que ela não é “ciência”, mas pode ser muito útil na administração pública e privada. Como confessou Alan Greenspan (“o Maestro”, suposto portador da “ciência monetária” transformada em “arte”), no seu depoimento ao congresso dos Estados Unidos, em outubro de 2008, no auge da crise: “Ela é muito maior do que qualquer coisa que eu poderia ter imaginado... Estou chocado e incrédulo. Cheguei à conclusão de que nossos modelos (os do Fed) não perceberam a estrutura crítica que define o funcionamento do mundo”. Você ainda acredita que agora o Fed sabe o que está fazendo?

(NETTO, Antônio Delfin*. A natureza da economia. In. CARTA CAPITAL. O Brasil à venda: a redescoberta 500 anos depois. Ano XXII, nº 920. 28 set. 2016)

* Antônio Delfin Netto é professor emérito da FEA-USP, ex-ministro da Fazenda, Agricultura e Planejamento.

Essa questão será desenvolvida em três passos.
1º passo – Observe o emprego da pontuação nos trechos a seguir (I a V): I) A economia recepciona boa parte do que sugere o “mainstream” . II) A diferença é que a descoberta de “leis” naquelas ciências deixa a natureza imperturbada. III) “Ela é muito maior do que qualquer coisa que eu poderia ter imaginado... Estou chocado e incrédulo. Cheguei à conclusão de que nossos modelos (os do Fed) não perceberam a estrutura crítica que define o funcionamento do mundo”. IV) Como confessou Alan Greenspan (“o Maestro”, suposto portador da “ciência monetária” transformada em “arte”) no seu depoimento? V) O objeto da economia não muda. Muda o comportamento da sociedade, à medida que ela se conhece. 2º Passo – Com base nas frases anteriores (I a V), julgue as afirmações a seguir certas ou erradas. 1. ( ) De acordo com o sentido construído no texto, o emprego dos parênteses nas frases III e IV se justifica por conter uma explicação e/ou comentário sobre os termos: “Alan Greenspan” e “modelos”. 2. ( ) O emprego do sinal de interrogação no final da frase IV não altera o sentido daquele encontrado no texto. 3. ( ) O emprego das aspas nas frases I, II e III se justifica, respectivamente, por: assinalar estrangeirismo, dar ênfase à palavra, destacar a fala de Alan Greenspan. 4. ( ) O emprego do primeiro ponto na frase V foi utilizado para separar dois períodos. 5. ( ) As reticências, na frase III, ressaltam a clareza de um pensamento concluído. 6. ( ) As vírgulas foram empregadas nas frases IV e V, respectivamente, para: separar vocativo, separar sujeito de predicado. 3º Passo: Marque a opção que contempla a resposta quanto às afirmações anteriores (1-6). Assinale a alternativa correta:
Alternativas
Respostas
96: B
97: E
98: A
99: A
100: B