Questões de Concurso
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A agricultura científica globalizada, emergente na década de 1990, tem-se expressado como a nova forma de organização do agronegócio brasileiro. É caracterizada principalmente pela incorporação de novas tecnologias da informação ao campo e pela maior intervenção estatal. Trata-se da transição de um período de fraca intervenção estatal na agricultura, predominante desde a década de 1960, para uma maior regulação das empresas mundiais para o comércio agrícola (tradings).
No território brasileiro, a estrutura fundiária e a configuração do processo produtivo agropecuário consolidaram-se sob a gestão de diversas políticas públicas. Essas políticas tinham em comum a persistência de uma estrutura fundiária concentrada com predomínio da produção monocultora.
A produção agropecuária no Brasil da década de 1940 estava estruturada sobre uma malha fundiária extremamente desigual. Ao lado de grandes estabelecimentos dedicados à pecuária e a lavouras de alto valor comercial, coexistiam pequenos estabelecimentos que praticavam uma agricultura destinada à subsistência.
Além da lavoura de cana-de-açúcar, cultivos que passaram a ser exportados no século 18, como algodão, cacau e tabaco, tiveram grande importância na estruturação do espaço rural brasileiro.
O espaço rural brasileiro começou efetivamente a se estruturar no século 16, com a inserção da cana-de-açúcar na Região Nordeste. Por se destinar ao mercado interno, essa lavoura era desenvolvida da seguinte maneira: em larga escala; nos grandes latifúndios; com o uso extensivo do solo; com técnicas rudimentares; e com a utilização de mão de obra escrava.
A chamada revolução teorético-quantitativa da Geografia, iniciada na década de 1950, orientou-se pelo positivismo lógico, tendo como pressuposto a presença de uma ordem estrutural matemática implícita por trás do padrão empírico de organização espacial dos fenômenos. A tarefa da Geografia enquanto ciência seria a de descobrir e revelar esses padrões matemáticos no espaço, o qual passa a ser o conceito-chave da disciplina geográfica sob o paradigma teorético-quantitativo. A ideia de que há uma ordem subjacente ao espaço possibilitaria, ainda, estimar projeções e fazer prognósticos, aproximando a Geografia do planejamento.
A noção de região pode ser empregada na linguagem cotidiana como referência associada à localização e à extensão de determinado fato ou fenômeno e, da mesma forma, é comumente utilizada como unidade administrativa, sendo a base para a divisão regional adotada pela administração estatal. A noção de região geográfica, cientificamente mais rigorosa, nasce da ideia de que o ambiente natural tem certo domínio sobre a orientação do desenvolvimento da sociedade, condicionando a evolução dos diversos grupos humanos.
As diversas versões da chamada Geografia tradicional privilegiaram os conceitos de paisagem e região, estabelecendo, em torno desses conceitos, a discussão a respeito do objeto da Geografia e de sua identidade no âmbito das disciplinas científicas. Paisagem, região natural, região-paisagem, região geográfica, paisagem cultural e gênero de vida, por exemplo, foram conceitos amplamente utilizados pelos geógrafos vinculados ao positivismo e ao historicismo do século 19 e da primeira metade do século 20.
Nas últimas décadas, a queda nos custos de transporte e comunicação diminuiu a proteção historicamente conferida a significativo número de setores produtivos que se beneficiavam da proximidade dos mercados locais, eliminando, dessa forma, produtores pouco competitivos. Algumas atividades econômicas, como a indústria do vinho e o turismo, no entanto, souberam extrair rendas adicionais derivadas das características únicas (naturais, arquitetônicas, históricas) do território.
A tendência observada de outsourcing, offshoring, associações, clusters, redes e terceirização em escala mundial nas cadeias de fornecimento mostrou-se imune a eventuais aumentos de custos econômicos e políticos decorrentes da expansão geográfica da produção industrial. Nesse sentido, não se observam, nos últimos anos, estímulos para o chamado reshoring em cadeias produtivas internacionalizadas.
Alguns minerais como o lítio, o cobalto, o grafite e o vanádio, necessários para a produção de smartphones, semicondutores, painéis solares, turbinas eólicas, carros elétricos e satélites, têm sua extração concentrada em um pequeno número de áreas produtoras. No entanto, a restrita localização geográfica das jazidas minerais não impede que a extração e a comercialização daqueles minérios sejam crescentemente realizadas por empresas nas quais predominam capitais de terceiros países.
Diferentemente da produção de bens de consumo de massa (como eletroeletrônicos), a produção de bens derivados de tecnologias consideradas estratégicas pelos Estados Nacionais (setores de defesa e aeroespacial, por exemplo) é, ainda hoje, objeto de proteção e incentivos governamentais, sendo, portanto, concentrada geograficamente em alguns países.
O domínio dos planaltos de araucária compreende as terras de altitude média da porção meridional do Brasil, cobertas originariamente por formações florestais de diferentes densidades e extensões, com destaque para a presença de coníferas. O domínio é caracterizado por solos férteis, climas com temperaturas moderadas a baixas no inverno e precipitações relativamente bem distribuídas ao longo do ano.
Com relação aos domínios morfoclimáticos brasileiros, julgue (C ou E) o item a seguir.
Os chapadões cobertos por cerrados brasileiros pertencem
ao bioma savânico. Os cerrados arbóreos têm fisionomia
marcada por árvores geralmente tortuosas e espaçadas,
com troncos de cortiça espessa e aspecto xeromórfico das
árvores e dos arbustos, em razão da escassez de água,
característica daquele domínio morfoclimático durante a
estação mais seca. Os cerrados brasileiros, em contraste
com as savanas africanas, são, portanto, secos em virtude
da baixa umidade média observada em boa parte do ano.
Com relação aos domínios morfoclimáticos brasileiros, julgue (C ou E) o item a seguir.
O domínio da caatinga é um dos três espaços semiáridos da
América do Sul, verdadeira exceção no contexto climático e
hidrológico brasileiro, tendo em vista o predomínio de
climas úmidos e subúmidos intertropicais, do Amazonas ao
Rio Grande do Sul. O vazio de precipitações naquele
domínio pode durar de seis a sete meses. O período de
chuvas, por sua vez, ocorre concentrado em alguns meses do
ano, com características de regularidade, o que garante a
perenidade dos poucos rios que atravessam aquele domínio.
O domínio das terras baixas florestadas da Amazônia compreende as planícies inundáveis, com matas de terra firme, várzeas e igapós. Situa-se aí a maior extensão de florestas tropicais-úmidas contínuas do planeta, contendo milhões de espécies de organismos e uma grande diversidade biológica, quando comparada a outros domínios vegetacionais. Estima-se que, em média, em um hectare de floresta de terra firme preservada, convivam cerca de 200 a 300 espécies de árvores.
O Brasil foi um dos principais patrocinadores da Declaração sobre o Acordo TRIPS e a Saúde Pública, adotada em 2001, que estabeleceu regras mais flexíveis para que países em desenvolvimento pudessem ter maior acesso a medicamentos.
Em razão de o comércio exterior ter impacto relativamente pequeno para a economia brasileira, disputas comerciais no âmbito do Mecanismo de Solução de Controvérsias da OMC não constituem prioridade para a atuação do Brasil na organização. Sendo assim, o OSC em pouco contribuiu para a resolução de disputas comerciais de impacto financeiro relevante para o setor privado brasileiro.
Regras mais rígidas para limitar subsídios agrícolas na modalidade de apoio interno e a proibição dos subsídios à exportação de produtos agrícolas faziam parte dos objetivos centrais do Brasil desde o início das negociações da Rodada Doha. Apesar da não conclusão da rodada em sua integralidade, alguns temas da negociação avançaram, sendo objeto de acordos específicos. Entre esses temas, figura a proibição de subsídios à exportação de produtos agrícolas, alcançado na X Conferência Ministerial da OMC, em Nairóbi, em 2015.
O Brasil tem-se mostrado reticente a negociações que visem à reforma e à atualização das regras da OMC, com a introdução de novos temas, não cobertos pelo mandato negociador da Rodada Doha. Ademais, opõe-se ao lançamento de iniciativas plurilaterais no âmbito da OMC, por considerar que tais acordos enfraquecem o caráter multilateral da organização. Nos últimos anos, tem-se notabilizado, ainda, como defensor da retomada integral do mandato negociador da Rodada Doha, que colocava a agricultura no centro das negociações.