Questões de Concurso
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Considerando a discussão acerca da educação superior, consolidação da democracia e luta pelos direitos humanos, identifique somente as alternativas que acrescentam argumentos coerentes para a superação das possibilidades levantadas no trecho transcrito, que revelam reducionismos quanto à função social da Universidade pública. Em seguida, marque a alternativa que contem a seleção dos argumentos coerentes.
O que a Universidade não pode continuar fazendo é o que se denuncia: formar agrônomos e veterinários para servirem aos interesses dos proprietários de terras; médicos e dentistas para garantirem a saúde da classe dominante; economistas e administradores para cuidarem dos interesses privados; educadores para policiarem a ideologia e hierarquizarem as forças de trabalho; engenheiros para enriquecerem as empresas estrangeiras, etc. Como os cursos de Direito podem ignorar a situação do menor, a grilagem, a violência policial? Como o estudante de Medicina pode ignorar a situação da saúde da população?
(I) A educação sempre foi e será instrumento de integração do indivíduo com a sociedade, de tomada de consciência para a participação social. A educação superior deverá levar o aluno a se comprometer com a busca de soluções para os problemas do povo brasileiro.
(II) O estudante universitário deve exigir maior flexibilidade nas disciplinas, pois a Universidade burocrática tornou-se inflexível em seus programas, seus planejamentos, sua organização acadêmica e planejamento. Hoje ela está em crise justamente porque valorizou o transitório (a estrutura) em detrimento do permanente (a cultura).
(III) A autogestão coletiva da Universidade, do ponto de vista administrativo, não implica apenas a fiscalização da aplicação dos recursos, implica ainda o poder de decisão sobre as prioridades. Além de coibir abusos e evitar a corrupção, a autogestão dos recursos tem um caráter educativo, pois leva a comunidade a comprometer-se com a instituição, educando para a responsabilidade social.
(IV) A relação Universidade-sociedade não é dialética: a Universidade cria cultura para uma sociedade, mas ela é também fruto, reflexo de certas condições culturais que permitem o seu surgimento.
(V) A Universidade deve combater o autoritarismo, dogmatismo, o conformismo, a inércia cultural e o obscurantismo,
assumindo o seu papel crítico. Em um quadro político e cultural de liberdade, há liberdade de expressão e de
cátedra e estará garantida a critica e o debate. Dessa forma, terá evidentes reflexos na sociedade, pois a
Universidade se comprometerá, através do ensino da pesquisa e da extensão, com as demandas sociais da
maioria da população.
Em destaque, o sentido da educação como prática histórico-social, para que você identifique nas alternativas o papel do pedagogo que está em consonância com essa concepção da prática educativa, levando em consideração os desafios da educação no contexto da sociabilidade neoliberal.
No seu relacionamento com o universo simbólico da existência humana, a prática educativa revela-se, em sua
essencialidade, como modalidade técnica e política de expressão desse universo, e como investimento formativo em todas as outras modalidades de práticas. Como modalidade de trabalho, atividade técnica, essa prática
é estritamente cultural, uma vez que se realiza mediante o uso de ferramentas simbólicas. Desse modo, é como prática cultural que a educação se faz mediadora da prática produtiva e da prática política, ao mesmo tempo em que responde também pela produção cultural. É servindo-se de seus elementos de subjetividade que a
prática educativa prepara para o mudo do trabalho e para a vida social.
Ao planejar o seu trabalho, o professor necessita atentar ao significado do ato de aprender. Identifique nas alternativas o objetivo que se relaciona ao significado da aprendizagem em destaque.
Apender significa elaborar uma representação pessoal do conteúdo objeto da aprendizagem, fazê-lo seu,
interiorizá-lo, integrá-lo nos próprios esquemas de conhecimento. Esta representação não inicia do zero,
mas parte dos conhecimentos que os alunos já têm e que lhes permitem fazer conexões com os novos conteúdos, atribuindo-lhes certo grau de significância. As relações necessárias a estabelecer não se produzem
automaticamente – são o resultado de um processo extremamente ativo realizado pelo aluno, o que há de
possibilitar a organização e o enriquecimento do próprio conhecimento.
Explicita-se, de forma cada vez mais intensa, que a ciência, a técnica e a tecnologia constituem-se, por excelência, no núcleo fundamental do desenvolvimento das forças produtivas e, portanto, em mediação crucial na possibilidade de diminuição do trabalho regulado pelo ‘mundo da necessidade’ e pela ampliação do trabalho livre, dilatador da emancipação e da criatividade humana.
As principais tendências da educação brasileira, se cruzam marcando o modo como os professores, em geral, se situam no campo pedagógico. No quadro que se segue, destaca-se um trecho escrito pelo autor, que está diretamente e coerentemente relacionado a outro trecho transcrito em uma das alternativas. Identifique esse trecho nas alternativas.
Com essa formação e armado de bons propósitos, o professor dirigia-se à classe que lhe fora destinada. O que encontrava? À frente de sua mesa, a sala superlotada de alunos: atrás, um quadro-negro e... giz, se tivesse sorte.
Mas... e a biblioteca de classe, o laboratório, o material didático? Descobriu que isso tudo não passava de luxo reservado a raríssimas escolas. Eis, pois, o primeiro ato de seu drama: sua cabeça era escolanovista, mas as condições em que teria de atuar eram as da escola tradicional. Isso significa que ele deveria ser o centro do processo de
aprendizagem; que deveria dominar com segurança os conteúdos fundamentais que constituem o acervo cultural
da humanidade de modo que garantisse que seus alunos os assimilassem. Em suma, ele não podia relacionar-se
pessoalmente com os alunos, mas cabia-lhe fazer com que aprendessem. Na verdade, as coisas estariam menos
complicadas se ele fosse um professor tradicional. Mas ele não fora preparado para essa situação. Estava confuso.
Não compreendia bem o que se passava. Então ele se revoltava, desanimava. Mas, enfim, havia um calendário a
ser cumprido, era preciso dar as aulas, desincumbir-se de algum modo de tarefa que lhe fora atribuída. Para contornar os problemas, buscava apoio nos colegas que já lecionavam na mesma escola antes que ele chegasse, acomodava-se, adaptava-se.
Há diferentes estilos de gestão adotados nas escolas, elencados na primeira coluna. Faça a associação desses estilos com as formulações que lhes correspondem. Logo em seguida, marque a alternativa com a associação correta.
(I) Estilo autogestionário
(II) Estilo democrático-participativo
(III) Estilo técnico-científico ou burocrático
( ) determina que os problemas que surgem precisam ser corrigidos e evitados, não sendo utilizados como fontes de crescimento e de transformação das pessoas.
( ) valoriza a vida interna do grupo em detrimento da efetivação de meios para atingir os objetivos, de modo que as pessoas ficam sem uma direção clara para sua atividade e se sentem pouco envolvidas com as finalidades do seu trabalho.
( ) exclui qualquer forma de diretividade, favorecendo a formação de subgrupos que normalmente se opõem entre si, gerando dificuldades para atingir objetivos e práticas comuns.
( ) valoriza a participação na gestão, entretanto prescinde de práticas de gestão mais estruturadas, como o planejamento, as estruturas e os procedimentos organizativos, as formas de acompanhamento e de avaliação do trabalho.
( ) acentua a necessidade de estabelecer objetivos e metas e também de prever formas organizativas e procedimentos mais explícitos de gestão e de articulação das relações humanas.
( ) organiza a escola como um agrupamento humano formado por interações entre pessoas com cargos diferentes, especialidades distintas e histórias de vida singulares que, entretanto, compartilham objetivos comuns e decidem, de forma pública, participativa e solidária, os processos e os meios de conquista desses objetivos.
( ) pré-define normas e regras, com forte ênfase na determinação
rígida de tarefas e no controle do comportamento das pessoas.
Reconhecendo a historicidade dos sujeitos e a prática educativa na busca pela humanização, reflita sobre o conteúdo do seguinte texto e, em seguida, identifique as formulações que analisam coerentemente o seu sentido pedagógico. Marque a alternativa que apresenta as formulações coerentes.
SE BASTASSE UMA CANÇÃO
Eros Ramazzotti, Piero Cassano e A. Cogliatti
Se bastasse cantar com ternura
Pra acalmar esses dias
em que os homens perderam a
doçura
de cantar morreria!
Mas quem sou Eu?
Mas quem sou Eu?
Simples cigarra em que a voz
é escrava
Da melodia.
Se bastasse a canção da
esperança pra inundar de alegria
A tristeza de nossas crianças
de cantar morreria
Mas quem sou Eu?
Mas quem sou Eu?
Simples cigarra nas sendas profanas
da poesia.
Se bastasse cantar compassiva
Pra aplacar a agonia
Dessas terras de gente cativa
De cantar morreria
Mas quem sou Eu?
Mas quem sou Eu?
Simples agente da estrela regente
das sinfonias
É preciso muito mais, muito mais
Gente cantando
É preciso muito, muito mais
É quase um esforço sobre-humano
Pra conseguir mudar os planos
É preciso muito, muito mais
Gente cantando
É preciso muito, muito mais
Cantar a paz no mundo inteiro
É quase um esforço verdadeiro.
Se bastasse cantar com brandura
Pra estancar a sangria
Pro universo viver com candura
De cantar morreria
Mas quem sou Eu?
Mas quem sou Eu?
Simples cantante das noites
dançantes das fantasias.
É preciso muito, muito mais gente
cantando.
É preciso muito, muito mais cantar,
cantar que ainda é tempo uma
canção sem sofrimento.
É preciso muito, muito mais
Gente cantando.
É preciso muito, muito mais
Cantar com o céu, com os
movimentos.
Cantar com a luz, com os elementos
Enquanto espero
Sigo cantando, cantando e
cantando
Eu vou vivendo.
(I) A historicidade dos sujeitos é construída e ressignificada num processo de humanização, caracterizado por relações do homem consigo mesmo, e com outros seres humanos. Nesse movimento interpessoal, reflexivo e dialógico a meta perseguida é a humanização.
(II) Os seres humanos podem ou não ser capazes de construir e de reconstruir suas compreensões, preterindo um pensar dialético em que ação e mundo, mundo e ações estão intimamente solidários.
(III) As demandas pela paz, o reconhecimento da necessidade do outro e o sentido da perseverança são importantes para congregar forças na luta pela educação de qualidade.
(IV) Gestores e professores necessitam inspirar-se e inserir-se em um processo de humanização pessoal e de valorização do outro como ser capaz e desejoso de ser mais, em benefício da prática educativa de modo geral.
(V) O trabalho humanizante implica na desmistificação e na formação da consciência crítica libertadora,
desvelando a estrutura dominante e construindo o entendimento crítico da realidade e de si mesmo.
Enfocando os conflitos cognitivos e seu papel no ensino e exercitando uma análise crítica da escola, é notória a preocupação em criar, intramuros, um ambiente que impeça a proliferação da dúvida, da discussão e do debate. Isso reflete todo o autoritarismo centrado no adulto e define uma forma específica de relacionamento social que determina uma prática docente sintetizada na ação do que sabe (o professor) sobre aquele que não sabe (o aluno). Então, se o aluno não sabe, como admitir que ele questione, que duvide, sem antes receber as informações do seu professor? A defesa de métodos ativos de ensino implica no levantamento de argumentos em prol da utilização de conflitos cognitivos em sala de aula. Dentre os argumentos apresentados a seguir, identifique os que são coerentes/corretos, em relação a essa discussão, marcando a alternativa correspondente.
(I) Uma escola viva, real, dinâmica não pode dissimular a existência de conflitos sob o risco de perder sua identidade de agência social formadora. Dessa forma, a escola não apenas deve incorporar as controvérsias autênticas que surgem espontaneamente, mas também criar situações problemáticas que motivem o estudante a buscar elementos novos para readquirir o equilíbrio então perdido.
(II) Na escola ideal, eficiente e produtiva, os papeis estão muito bem definidos. Ao mestre cabe a responsabilidade de ensinar, de transmitir as verdades e, ao aluno de recebê-las de forma inativa, sem pretender colocar em dúvida a palavra do professor, porque, afinal o professor passou por um longo processo de formação e detém o saber historicamente acumulado.
(III) A necessidade de comunicação diminui à medida que aumenta a diferença de posição entre o individuo e o seu grupo, ao tempo em que o aparecimento de uma “diferença” em um grupo coeso, diminui a necessidade de discussão, quando há posições contrárias.
(IV) Técnicas como a “redescoberta!” e a “solução de problemas” têm um efeito motivador destacado, quando partem de questões provocativas, de incongruências e de pontos de vista contrastantes. Esses métodos parecem motivar os estudantes, fazendo-os submeter-se a conflitos conceituais na forma de surpresa, de dúvida, de incongruência, de perplexidade, de curiosidade.
(V) As controvérsias e os conflitos possibilitam uma compreensão maior da perspectiva cognitiva das demais pessoas. Essa capacidade é crucial na superação do egocentrismo, e, consequentemente, no desenvolvimento cognitivo e moral, na cooperação, no intercâmbio social e na solução de problemas.
Na tentativa de apontar possíveis caminhos na construção de uma prática pedagógica democrática, a administração escolar colegiada pode ser considerada um fator de combate à seletividade, à discriminação e à desqualificação do ensino, evidenciadas na escola. Essa discussão associa-se a alguns aspectos essenciais, ligados ao processo de administração colegiada, que seguem listados na primeira coluna. Na segunda coluna, há constructos para que você faça a correta correspondência. Enumerada a segunda coluna pela primeira, identifique a alternativa que apresenta a associação correta.
( I ) Gênese histórica
( II ) Compreensão dialética
( III ) Contradição da prática do processo
( IV ) Possibilidades do processo
( ) A administração escolar colegiada deve amparar-se em um método de conhecimento que pressuponha a historicidade na análise da realidade, percebendo a contradição como elemento responsável pela mudança social.
( ) Em um contexto de “transição democrática”, a administração escolar passou a se respaldar na ação colegiada, que deve permitir a participação global, permanente e efetiva de todos os membros da comunidade escolar. O colegiado escolar constitui, portanto, um instrumento de ação coletiva. Tal instrumento deve ser entendido não apenas como auxiliar de direção, mas como órgão de tomada de decisões em todos os níveis para que o exercício da democracia possa ser viabilizado nas escolas.
( ) Constata-se a manipulação da decisão coletiva por parte do diretor, na tentativa de dissimular a centralização do poder. Essa conduta tem suas raízes no esquecimento ou no desconhecimento de que a escola, na qualidade de pública e popular, é um lugar onde todos devem trabalhar em um projeto coletivo.
( ) A administração colegiada, ao se efetivar como prática democrática de decisões, deve ser capaz de garantir a participação de todos os membros da comunidade escolar, a fim de que assumam o seu papel de corresponsáveis no projeto educativo da escola, e, por extensão, na comunidade social. Em consequência, essa prática produz um resultado pedagógico imediato, concreto, mais seguro e garantido do que o mero discurso sobre a necessidade democrática. Assim, a comunidade vivencia situações da cidadania própria da dinâmica social.
( ) Em seu sentido pedagógico, a administração colegiada enfatiza o trabalho cooperativo e solidário, processos indispensáveis à vida em sociedade. Tendo como essência a cooperação, a administração colegiada promove o cumprimento
da função social e politica da educação escolar que é a formação do cidadão participativo, responsável, critico e criativo, através da transmissão e da socialização da herança
cultural acumulada.
Ao pedagogo cabe realizar estudos de natureza técnico-pedagógicas relacionadas às políticas públicas e à legislação da educação básica no Brasil. Nesse sentido, seguem algumas formulações que destacam elementos para uma análise crítico-compreensiva das políticas educacionais, considerando tanto aspectos sociopolíticos como históricos. Leia as formulações que se seguem e associe, logicamente, “A” para aspectos sociopolíticos e “B” para aspectos históricos. Em seguida, assinale a alternativa com a sequência correta.
( ) As reformas educacionais neoliberais têm como consequência o descompromisso do Estado ao descentralizar ações para a comunidade, desobrigando-se de manter políticas sociais e repassando responsabilidades para outras instâncias administrativas institucionais, porém sem poder decisório.
( ) Argumenta-se que a esfera privada é detentora de maior eficiência, o que vem enfraquecendo os serviços públicos e tem levado à privatização desenfreada de serviços educacionais.
( ) A modernização educativa e a qualidade do ensino, nos anos 1990, assumiram conotação nova, ao se relacionarem à proposta neoconservadora que inclui a qualidade da formação do trabalhador como exigência do mercado competitivo, em época de globalização econômica.
( ) A ênfase sobre as questões da qualidade do ensino revela, contraditoriamente, certo desprezo pelas questões políticas que condicionam o sucesso do aluno e a obtenção da cidadania, bem como responsabiliza o professor pelo fracasso escolar.
( ) A partir dos anos 1980, o panorama socioeconômico brasileiro indicava uma tendência neoconservadora que acenava à minimização do Estado, o qual se afastava de seu papel de provedor dos serviços públicos como educação e saúde. Nos dias de hoje, esse modelo está instalado