Questões de Concurso Para comperve - ufrn

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Q3227078 Não definido
A base da efetivação das políticas públicas em educação são os próprios profissionais da educação, os quais devem ser valorizados em seu ofício e fomentados com condições dignas, conforme exaltadas na legislação que trata da educação nacional. Assim, respeitando o que dispõe a Lei nº 9.394/96 acerca dos profissionais da educação, tem-se que
Alternativas
Q3227077 Não definido
O ensino fundamental, voltado para o desenvolvimento da capacidade de aprender, com foco no domínio da leitura, da escrita e do cálculo, tem disposições específicas e regramentos na redação da Lei nº 9.394/96. A partir dessas disposições, avalie as assertivas a seguir:

I O currículo do Ensino Fundamental incluirá, obrigatoriamente, conteúdo que trate dos direitos das crianças e dos adolescentes, tendo como diretriz o Estatuto da Criança e do Adolescente, observada a produção e a distribuição de material didático adequado.
II O ensino religioso de matrícula obrigatória é parte integrante da formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários regulares das escolas públicas de ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo.
III A jornada escolar no ensino fundamental incluirá pelo menos oito horas de trabalho efetivo em sala de aula, sendo progressivamente ampliado o período de permanência na escola.
IV O estudo sobre os símbolos nacionais será incluído como tema transversal nos currículos do ensino fundamental.

As assertivas que representam regulamentações da Lei nº 9.394/96 acerca do ensino fundamental são 
Alternativas
Q3227076 Não definido
O ensino, conforme exaltado pelo Estado brasileiro em todas as esferas federativas, deve estar efetivamente integrado à sociedade para que cumpra seu papel na formação de cidadãos, havendo contribuições de diversos atores para a consolidação desse fim. Dentro do dever de educar do Estado, conforme detalhado no título III da Lei nº 9.394/96, está a compreensão de que
Alternativas
Q3227073 Não definido
O tempo da economia e o tempo da educação


Raphael Fagundes


        O sociólogo Christian Laval levanta uma questão interessante: “O mercado exige ‘reações’ fortes, enquanto a solução para muitos dos problemas da educação demanda decisões que funcionam no longo prazo”. Sem dúvida este é um dos motivos da crise da educação.

          O neoliberalismo tem como objetivo mercantilizar todas as manifestações humanas. Isso porque F. A. Hayek criou uma espécie de “formação discursiva neoliberal” que pode ser aplicada como episteme capaz de dar conta de diversas áreas. Para Hayek não pode haver um planejamento econômico. O governo deve apenas “fixar normas determinando as condições em que podem ser usados os recursos disponíveis, deixando aos indivíduos a decisão relativa aos fins para os quais eles serão aplicados”. Ou seja, o governo não deve promover um plano econômico com o objetivo de acabar com a fome, desenvolver a tecnologia etc.

       Na visão neoliberal, a economia é um “local” em que cada indivíduo irá extrair recursos para saciar suas necessidades pessoais. Um lugar livre em que se compram ações, fazem-se investimentos para se recolher os lucros. Se o indivíduo quiser criar uma instituição de caridade, escolas etc., ele tem o direito de fazer isto com as quantias provenientes do seu investimento. Por outro lado, “o Estado deve limitar-se a estabelecer normas aplicáveis a situações gerais, deixando os indivíduos livres em tudo que depende das circunstâncias de tempo e lugar, porque só os indivíduos poderão conhecer plenamente as circunstâncias relativas a cada caso e a elas adaptar suas ações”.

      Este mesmo discurso pode vir a ser aplicado a outras áreas, como na educação. A educação acaba se tornando um bem privado. Não deve haver uma política educacional. O Estado não deve investir na educação para formar cidadãos, pessoas críticas etc.

     Nesse contexto, a educação deve ser encarada como um recurso usado por cada indivíduo, visando atender suas necessidades privadas, como, por exemplo, a de arranjar uma boa posição no mercado de trabalho. Assim sendo, ela deixa de ser um bem coletivo e tornase um bem individual, cuja lógica, importada da economia, provoca uma crise insolúvel na política pública. Insolúvel no sentido de ser impossível resolvê-la dentro das próprias premissas neoliberais.

     A grande revolução capitalista foi a Revolução Industrial, mas antes dela já estava sendo trabalhada uma alteração temporal no trabalho. A invenção do relógio foi fundamental. O tempo de produção não estaria mais submetido às intempéries naturais. “O pequeno instrumento que regulava os novos ritmos da vida industrial era, ao mesmo tempo, uma das mais urgentes dentre as novas necessidades que o capitalismo industrial exigia para impulsionar o seu avanço”, explica E. P. Thompson.

    Sendo assim, o valor da mercadoria passou a ser determinado pelo tempo que leva para ser produzida, ou seja, como pontuou Marx, “impõe-se o tempo de trabalho socialmente necessário à sua produção, que é a lei natural reguladora, que não leva em conta pessoas […] A determinação da quantidade do valor pelo tempo do trabalho é, por isso, um segredo oculto sob os movimentos visíveis dos valores relativos das mercadorias”. As máquinas vieram exatamente para produzir uma maior quantidade de mercadorias num menor período de tempo. Diversos inventos foram criados com esse objetivo. A tecnologia pragmática está voltada para essa visão econômica.

    A partir de então, como destaca Harmut Rosa, “as transações monetárias modernas facilitam, multiplicam e aceleram transações sociais e econômicas e, com isso, praticamente, todas as relações sociais”. Antes, um problema que surgia no trabalho na sexta-feira, só seria resolvido na segunda-feira da semana seguinte. Hoje, com a tecnologia criada para acelerar o mundo, o trabalhador recebe uma mensagem no ônibus que pega para voltar para casa ou no happy hour exigindo dele soluções para tratar da situação indesejada para os lucros finais da empresa.

      A educação entra nessa lógica. O indivíduo quer o resultado mais imediato possível, já que o mundo ao seu redor está cada vez mais acelerado. Mas como algo que exige tempo pode auxiliar um indivíduo que vive em um mundo imediatista?

      Assim surgem os cursinhos. Os youtubers, com suas soluções mágicas, explicações “simples” etc., faturam muito nessa economia totalizadora do curto prazo. Se tudo deve ser mercantilizado, tudo deverá ser acelerado. É possível adquirir cada vez mais conhecimento num espaço de tempo cada vez menor? A indústria do conhecimento diz que é.

     O desinteresse pela educação formal vem diminuindo por conta dessa lógica. O aluno quer o resultado imediato, e isso é justamente o que a escola não pode fornecer. Na busca de adequar a escola às exigências do mercado e de seus consumidores, as reformas educacionais vêm tentando encontrar mecanismos que aceleram a produção de pessoas aptas ao mercado de trabalho. Cursos de como fazer brigadeiros a como ser um influenciador digital já estão tomando o espaço de disciplinas como História e Sociologia. Exatamente porque o resultado é muito mais imediato.

     Esse é um movimento antigo. Thompson mostra que, em 1772, já se “via a educação como um treinamento para adquirir o ‘hábito do trabalho'”. O historiador inglês destaca que, ainda no século XVIII, já se observava que “uma vez dentro dos portões da escola, a criança entrava no novo universo do tempo disciplinado”. Com o advento de uma tecnologia voltada para a eficiência (que, no capitalismo, é produzir mais em um período mais curto de tempo), essa função da escola tornou-se mais necessária para o capital.

       Alguns poderiam dizer que os Tigres Asiáticos seriam um exemplo positivo de relacionamento entre educação e economia. Só esquecem que lá houve muito planejamento econômico. Mariana Mazzucato mostra que foi “através do planejamento e políticas industriais ativas [que os países do Leste Asiático] conseguiram se ‘equiparar’ tecnológica e economicamente ao Ocidente”. Ou seja, o casamento entre educação e economia só funciona longe da lógica neoliberal.

     Rosa entende o tempo como uma dimensão central e constitutiva dos fenômenos da modernidade. A aceleração social é um fenômeno crucial para entender o mundo moderno: “a desintegração social seria, assim, uma consequência da crescente dessincronização social; a destruição ambiental, uma consequência da sobrecarga do ciclo cronológico de regeneração da natureza; a perda da individualidade ‘qualitativa’, um subproduto do aumento do ritmo da vida; e o abandono da autonomia racional, resultado da ‘temporalização do tempo'”.

     Onde isto vai parar? As fake news ganham espaço porque muitos preferem as explicações curtas e objetivas sem uma reflexão mais pormenorizada dos fatos. Informações são produzidas numa velocidade cada vez maior pelos próprios veículos confiáveis, porque é necessário vender informação em um intervalo de tempo cada vez mais reduzido. A lógica neoliberal está destruindo a educação, não porque se trata de uma conspiração dos donos do capital por tornar as pessoas mais burras, mas porque a sua dinâmica é a aceleração. A velocidade é um dos principais obstáculos para o conhecimento. Não será possível salvar a educação, a menos que alteremos a lógica econômica que se impõe sobre todo o mundo.


Disponível em: https ://diplomatique.org.br/o-tempo-da-economia-e-o-tempo-da-educacao/. Aces so em: 09 nov. 2024. [Adaptado]
     Nesse contexto, a educação deve ser encarada como um recurso usado por cada indivíduo, visando atender suas necessidades privadas, como, por exemplo, a de arranjar uma boa posição no mercado de trabalho. Assim sendo, ela deixa de ser um bem coletivo e torna-se um bem individual, cuja lógica, importada da economia, provoca uma crise insolúvel na política pública. Insolúvel no sentido de ser impossível resolvê-la dentro das próprias premissas neoliberais.

A palavra “encarada” pode ser substituída, sem que haja prejuízo de sentido, por 
Alternativas
Q3227072 Não definido
O tempo da economia e o tempo da educação


Raphael Fagundes


        O sociólogo Christian Laval levanta uma questão interessante: “O mercado exige ‘reações’ fortes, enquanto a solução para muitos dos problemas da educação demanda decisões que funcionam no longo prazo”. Sem dúvida este é um dos motivos da crise da educação.

          O neoliberalismo tem como objetivo mercantilizar todas as manifestações humanas. Isso porque F. A. Hayek criou uma espécie de “formação discursiva neoliberal” que pode ser aplicada como episteme capaz de dar conta de diversas áreas. Para Hayek não pode haver um planejamento econômico. O governo deve apenas “fixar normas determinando as condições em que podem ser usados os recursos disponíveis, deixando aos indivíduos a decisão relativa aos fins para os quais eles serão aplicados”. Ou seja, o governo não deve promover um plano econômico com o objetivo de acabar com a fome, desenvolver a tecnologia etc.

       Na visão neoliberal, a economia é um “local” em que cada indivíduo irá extrair recursos para saciar suas necessidades pessoais. Um lugar livre em que se compram ações, fazem-se investimentos para se recolher os lucros. Se o indivíduo quiser criar uma instituição de caridade, escolas etc., ele tem o direito de fazer isto com as quantias provenientes do seu investimento. Por outro lado, “o Estado deve limitar-se a estabelecer normas aplicáveis a situações gerais, deixando os indivíduos livres em tudo que depende das circunstâncias de tempo e lugar, porque só os indivíduos poderão conhecer plenamente as circunstâncias relativas a cada caso e a elas adaptar suas ações”.

      Este mesmo discurso pode vir a ser aplicado a outras áreas, como na educação. A educação acaba se tornando um bem privado. Não deve haver uma política educacional. O Estado não deve investir na educação para formar cidadãos, pessoas críticas etc.

     Nesse contexto, a educação deve ser encarada como um recurso usado por cada indivíduo, visando atender suas necessidades privadas, como, por exemplo, a de arranjar uma boa posição no mercado de trabalho. Assim sendo, ela deixa de ser um bem coletivo e tornase um bem individual, cuja lógica, importada da economia, provoca uma crise insolúvel na política pública. Insolúvel no sentido de ser impossível resolvê-la dentro das próprias premissas neoliberais.

     A grande revolução capitalista foi a Revolução Industrial, mas antes dela já estava sendo trabalhada uma alteração temporal no trabalho. A invenção do relógio foi fundamental. O tempo de produção não estaria mais submetido às intempéries naturais. “O pequeno instrumento que regulava os novos ritmos da vida industrial era, ao mesmo tempo, uma das mais urgentes dentre as novas necessidades que o capitalismo industrial exigia para impulsionar o seu avanço”, explica E. P. Thompson.

    Sendo assim, o valor da mercadoria passou a ser determinado pelo tempo que leva para ser produzida, ou seja, como pontuou Marx, “impõe-se o tempo de trabalho socialmente necessário à sua produção, que é a lei natural reguladora, que não leva em conta pessoas […] A determinação da quantidade do valor pelo tempo do trabalho é, por isso, um segredo oculto sob os movimentos visíveis dos valores relativos das mercadorias”. As máquinas vieram exatamente para produzir uma maior quantidade de mercadorias num menor período de tempo. Diversos inventos foram criados com esse objetivo. A tecnologia pragmática está voltada para essa visão econômica.

    A partir de então, como destaca Harmut Rosa, “as transações monetárias modernas facilitam, multiplicam e aceleram transações sociais e econômicas e, com isso, praticamente, todas as relações sociais”. Antes, um problema que surgia no trabalho na sexta-feira, só seria resolvido na segunda-feira da semana seguinte. Hoje, com a tecnologia criada para acelerar o mundo, o trabalhador recebe uma mensagem no ônibus que pega para voltar para casa ou no happy hour exigindo dele soluções para tratar da situação indesejada para os lucros finais da empresa.

      A educação entra nessa lógica. O indivíduo quer o resultado mais imediato possível, já que o mundo ao seu redor está cada vez mais acelerado. Mas como algo que exige tempo pode auxiliar um indivíduo que vive em um mundo imediatista?

      Assim surgem os cursinhos. Os youtubers, com suas soluções mágicas, explicações “simples” etc., faturam muito nessa economia totalizadora do curto prazo. Se tudo deve ser mercantilizado, tudo deverá ser acelerado. É possível adquirir cada vez mais conhecimento num espaço de tempo cada vez menor? A indústria do conhecimento diz que é.

     O desinteresse pela educação formal vem diminuindo por conta dessa lógica. O aluno quer o resultado imediato, e isso é justamente o que a escola não pode fornecer. Na busca de adequar a escola às exigências do mercado e de seus consumidores, as reformas educacionais vêm tentando encontrar mecanismos que aceleram a produção de pessoas aptas ao mercado de trabalho. Cursos de como fazer brigadeiros a como ser um influenciador digital já estão tomando o espaço de disciplinas como História e Sociologia. Exatamente porque o resultado é muito mais imediato.

     Esse é um movimento antigo. Thompson mostra que, em 1772, já se “via a educação como um treinamento para adquirir o ‘hábito do trabalho'”. O historiador inglês destaca que, ainda no século XVIII, já se observava que “uma vez dentro dos portões da escola, a criança entrava no novo universo do tempo disciplinado”. Com o advento de uma tecnologia voltada para a eficiência (que, no capitalismo, é produzir mais em um período mais curto de tempo), essa função da escola tornou-se mais necessária para o capital.

       Alguns poderiam dizer que os Tigres Asiáticos seriam um exemplo positivo de relacionamento entre educação e economia. Só esquecem que lá houve muito planejamento econômico. Mariana Mazzucato mostra que foi “através do planejamento e políticas industriais ativas [que os países do Leste Asiático] conseguiram se ‘equiparar’ tecnológica e economicamente ao Ocidente”. Ou seja, o casamento entre educação e economia só funciona longe da lógica neoliberal.

     Rosa entende o tempo como uma dimensão central e constitutiva dos fenômenos da modernidade. A aceleração social é um fenômeno crucial para entender o mundo moderno: “a desintegração social seria, assim, uma consequência da crescente dessincronização social; a destruição ambiental, uma consequência da sobrecarga do ciclo cronológico de regeneração da natureza; a perda da individualidade ‘qualitativa’, um subproduto do aumento do ritmo da vida; e o abandono da autonomia racional, resultado da ‘temporalização do tempo'”.

     Onde isto vai parar? As fake news ganham espaço porque muitos preferem as explicações curtas e objetivas sem uma reflexão mais pormenorizada dos fatos. Informações são produzidas numa velocidade cada vez maior pelos próprios veículos confiáveis, porque é necessário vender informação em um intervalo de tempo cada vez mais reduzido. A lógica neoliberal está destruindo a educação, não porque se trata de uma conspiração dos donos do capital por tornar as pessoas mais burras, mas porque a sua dinâmica é a aceleração. A velocidade é um dos principais obstáculos para o conhecimento. Não será possível salvar a educação, a menos que alteremos a lógica econômica que se impõe sobre todo o mundo.


Disponível em: https ://diplomatique.org.br/o-tempo-da-economia-e-o-tempo-da-educacao/. Aces so em: 09 nov. 2024. [Adaptado]
     Nesse contexto, a educação deve ser encarada como um recurso usado por cada indivíduo, visando atender suas necessidades privadas, como, por exemplo, a de arranjar uma boa posição no mercado de trabalho. Assim sendo, ela deixa de ser um bem coletivo e torna-se um bem individual, cuja lógica, importada da economia, provoca uma crise insolúvel na política pública. Insolúvel no sentido de ser impossível resolvê-la dentro das próprias premissas neoliberais.

 A palavra “cuja”, nesse contexto linguístico, é pronome
Alternativas
Q3227071 Não definido
O tempo da economia e o tempo da educação


Raphael Fagundes


        O sociólogo Christian Laval levanta uma questão interessante: “O mercado exige ‘reações’ fortes, enquanto a solução para muitos dos problemas da educação demanda decisões que funcionam no longo prazo”. Sem dúvida este é um dos motivos da crise da educação.

          O neoliberalismo tem como objetivo mercantilizar todas as manifestações humanas. Isso porque F. A. Hayek criou uma espécie de “formação discursiva neoliberal” que pode ser aplicada como episteme capaz de dar conta de diversas áreas. Para Hayek não pode haver um planejamento econômico. O governo deve apenas “fixar normas determinando as condições em que podem ser usados os recursos disponíveis, deixando aos indivíduos a decisão relativa aos fins para os quais eles serão aplicados”. Ou seja, o governo não deve promover um plano econômico com o objetivo de acabar com a fome, desenvolver a tecnologia etc.

       Na visão neoliberal, a economia é um “local” em que cada indivíduo irá extrair recursos para saciar suas necessidades pessoais. Um lugar livre em que se compram ações, fazem-se investimentos para se recolher os lucros. Se o indivíduo quiser criar uma instituição de caridade, escolas etc., ele tem o direito de fazer isto com as quantias provenientes do seu investimento. Por outro lado, “o Estado deve limitar-se a estabelecer normas aplicáveis a situações gerais, deixando os indivíduos livres em tudo que depende das circunstâncias de tempo e lugar, porque só os indivíduos poderão conhecer plenamente as circunstâncias relativas a cada caso e a elas adaptar suas ações”.

      Este mesmo discurso pode vir a ser aplicado a outras áreas, como na educação. A educação acaba se tornando um bem privado. Não deve haver uma política educacional. O Estado não deve investir na educação para formar cidadãos, pessoas críticas etc.

     Nesse contexto, a educação deve ser encarada como um recurso usado por cada indivíduo, visando atender suas necessidades privadas, como, por exemplo, a de arranjar uma boa posição no mercado de trabalho. Assim sendo, ela deixa de ser um bem coletivo e tornase um bem individual, cuja lógica, importada da economia, provoca uma crise insolúvel na política pública. Insolúvel no sentido de ser impossível resolvê-la dentro das próprias premissas neoliberais.

     A grande revolução capitalista foi a Revolução Industrial, mas antes dela já estava sendo trabalhada uma alteração temporal no trabalho. A invenção do relógio foi fundamental. O tempo de produção não estaria mais submetido às intempéries naturais. “O pequeno instrumento que regulava os novos ritmos da vida industrial era, ao mesmo tempo, uma das mais urgentes dentre as novas necessidades que o capitalismo industrial exigia para impulsionar o seu avanço”, explica E. P. Thompson.

    Sendo assim, o valor da mercadoria passou a ser determinado pelo tempo que leva para ser produzida, ou seja, como pontuou Marx, “impõe-se o tempo de trabalho socialmente necessário à sua produção, que é a lei natural reguladora, que não leva em conta pessoas […] A determinação da quantidade do valor pelo tempo do trabalho é, por isso, um segredo oculto sob os movimentos visíveis dos valores relativos das mercadorias”. As máquinas vieram exatamente para produzir uma maior quantidade de mercadorias num menor período de tempo. Diversos inventos foram criados com esse objetivo. A tecnologia pragmática está voltada para essa visão econômica.

    A partir de então, como destaca Harmut Rosa, “as transações monetárias modernas facilitam, multiplicam e aceleram transações sociais e econômicas e, com isso, praticamente, todas as relações sociais”. Antes, um problema que surgia no trabalho na sexta-feira, só seria resolvido na segunda-feira da semana seguinte. Hoje, com a tecnologia criada para acelerar o mundo, o trabalhador recebe uma mensagem no ônibus que pega para voltar para casa ou no happy hour exigindo dele soluções para tratar da situação indesejada para os lucros finais da empresa.

      A educação entra nessa lógica. O indivíduo quer o resultado mais imediato possível, já que o mundo ao seu redor está cada vez mais acelerado. Mas como algo que exige tempo pode auxiliar um indivíduo que vive em um mundo imediatista?

      Assim surgem os cursinhos. Os youtubers, com suas soluções mágicas, explicações “simples” etc., faturam muito nessa economia totalizadora do curto prazo. Se tudo deve ser mercantilizado, tudo deverá ser acelerado. É possível adquirir cada vez mais conhecimento num espaço de tempo cada vez menor? A indústria do conhecimento diz que é.

     O desinteresse pela educação formal vem diminuindo por conta dessa lógica. O aluno quer o resultado imediato, e isso é justamente o que a escola não pode fornecer. Na busca de adequar a escola às exigências do mercado e de seus consumidores, as reformas educacionais vêm tentando encontrar mecanismos que aceleram a produção de pessoas aptas ao mercado de trabalho. Cursos de como fazer brigadeiros a como ser um influenciador digital já estão tomando o espaço de disciplinas como História e Sociologia. Exatamente porque o resultado é muito mais imediato.

     Esse é um movimento antigo. Thompson mostra que, em 1772, já se “via a educação como um treinamento para adquirir o ‘hábito do trabalho'”. O historiador inglês destaca que, ainda no século XVIII, já se observava que “uma vez dentro dos portões da escola, a criança entrava no novo universo do tempo disciplinado”. Com o advento de uma tecnologia voltada para a eficiência (que, no capitalismo, é produzir mais em um período mais curto de tempo), essa função da escola tornou-se mais necessária para o capital.

       Alguns poderiam dizer que os Tigres Asiáticos seriam um exemplo positivo de relacionamento entre educação e economia. Só esquecem que lá houve muito planejamento econômico. Mariana Mazzucato mostra que foi “através do planejamento e políticas industriais ativas [que os países do Leste Asiático] conseguiram se ‘equiparar’ tecnológica e economicamente ao Ocidente”. Ou seja, o casamento entre educação e economia só funciona longe da lógica neoliberal.

     Rosa entende o tempo como uma dimensão central e constitutiva dos fenômenos da modernidade. A aceleração social é um fenômeno crucial para entender o mundo moderno: “a desintegração social seria, assim, uma consequência da crescente dessincronização social; a destruição ambiental, uma consequência da sobrecarga do ciclo cronológico de regeneração da natureza; a perda da individualidade ‘qualitativa’, um subproduto do aumento do ritmo da vida; e o abandono da autonomia racional, resultado da ‘temporalização do tempo'”.

     Onde isto vai parar? As fake news ganham espaço porque muitos preferem as explicações curtas e objetivas sem uma reflexão mais pormenorizada dos fatos. Informações são produzidas numa velocidade cada vez maior pelos próprios veículos confiáveis, porque é necessário vender informação em um intervalo de tempo cada vez mais reduzido. A lógica neoliberal está destruindo a educação, não porque se trata de uma conspiração dos donos do capital por tornar as pessoas mais burras, mas porque a sua dinâmica é a aceleração. A velocidade é um dos principais obstáculos para o conhecimento. Não será possível salvar a educação, a menos que alteremos a lógica econômica que se impõe sobre todo o mundo.


Disponível em: https ://diplomatique.org.br/o-tempo-da-economia-e-o-tempo-da-educacao/. Aces so em: 09 nov. 2024. [Adaptado]
No que se refere à progressão temática,
Alternativas
Q3227070 Não definido
O tempo da economia e o tempo da educação


Raphael Fagundes


        O sociólogo Christian Laval levanta uma questão interessante: “O mercado exige ‘reações’ fortes, enquanto a solução para muitos dos problemas da educação demanda decisões que funcionam no longo prazo”. Sem dúvida este é um dos motivos da crise da educação.

          O neoliberalismo tem como objetivo mercantilizar todas as manifestações humanas. Isso porque F. A. Hayek criou uma espécie de “formação discursiva neoliberal” que pode ser aplicada como episteme capaz de dar conta de diversas áreas. Para Hayek não pode haver um planejamento econômico. O governo deve apenas “fixar normas determinando as condições em que podem ser usados os recursos disponíveis, deixando aos indivíduos a decisão relativa aos fins para os quais eles serão aplicados”. Ou seja, o governo não deve promover um plano econômico com o objetivo de acabar com a fome, desenvolver a tecnologia etc.

       Na visão neoliberal, a economia é um “local” em que cada indivíduo irá extrair recursos para saciar suas necessidades pessoais. Um lugar livre em que se compram ações, fazem-se investimentos para se recolher os lucros. Se o indivíduo quiser criar uma instituição de caridade, escolas etc., ele tem o direito de fazer isto com as quantias provenientes do seu investimento. Por outro lado, “o Estado deve limitar-se a estabelecer normas aplicáveis a situações gerais, deixando os indivíduos livres em tudo que depende das circunstâncias de tempo e lugar, porque só os indivíduos poderão conhecer plenamente as circunstâncias relativas a cada caso e a elas adaptar suas ações”.

      Este mesmo discurso pode vir a ser aplicado a outras áreas, como na educação. A educação acaba se tornando um bem privado. Não deve haver uma política educacional. O Estado não deve investir na educação para formar cidadãos, pessoas críticas etc.

     Nesse contexto, a educação deve ser encarada como um recurso usado por cada indivíduo, visando atender suas necessidades privadas, como, por exemplo, a de arranjar uma boa posição no mercado de trabalho. Assim sendo, ela deixa de ser um bem coletivo e tornase um bem individual, cuja lógica, importada da economia, provoca uma crise insolúvel na política pública. Insolúvel no sentido de ser impossível resolvê-la dentro das próprias premissas neoliberais.

     A grande revolução capitalista foi a Revolução Industrial, mas antes dela já estava sendo trabalhada uma alteração temporal no trabalho. A invenção do relógio foi fundamental. O tempo de produção não estaria mais submetido às intempéries naturais. “O pequeno instrumento que regulava os novos ritmos da vida industrial era, ao mesmo tempo, uma das mais urgentes dentre as novas necessidades que o capitalismo industrial exigia para impulsionar o seu avanço”, explica E. P. Thompson.

    Sendo assim, o valor da mercadoria passou a ser determinado pelo tempo que leva para ser produzida, ou seja, como pontuou Marx, “impõe-se o tempo de trabalho socialmente necessário à sua produção, que é a lei natural reguladora, que não leva em conta pessoas […] A determinação da quantidade do valor pelo tempo do trabalho é, por isso, um segredo oculto sob os movimentos visíveis dos valores relativos das mercadorias”. As máquinas vieram exatamente para produzir uma maior quantidade de mercadorias num menor período de tempo. Diversos inventos foram criados com esse objetivo. A tecnologia pragmática está voltada para essa visão econômica.

    A partir de então, como destaca Harmut Rosa, “as transações monetárias modernas facilitam, multiplicam e aceleram transações sociais e econômicas e, com isso, praticamente, todas as relações sociais”. Antes, um problema que surgia no trabalho na sexta-feira, só seria resolvido na segunda-feira da semana seguinte. Hoje, com a tecnologia criada para acelerar o mundo, o trabalhador recebe uma mensagem no ônibus que pega para voltar para casa ou no happy hour exigindo dele soluções para tratar da situação indesejada para os lucros finais da empresa.

      A educação entra nessa lógica. O indivíduo quer o resultado mais imediato possível, já que o mundo ao seu redor está cada vez mais acelerado. Mas como algo que exige tempo pode auxiliar um indivíduo que vive em um mundo imediatista?

      Assim surgem os cursinhos. Os youtubers, com suas soluções mágicas, explicações “simples” etc., faturam muito nessa economia totalizadora do curto prazo. Se tudo deve ser mercantilizado, tudo deverá ser acelerado. É possível adquirir cada vez mais conhecimento num espaço de tempo cada vez menor? A indústria do conhecimento diz que é.

     O desinteresse pela educação formal vem diminuindo por conta dessa lógica. O aluno quer o resultado imediato, e isso é justamente o que a escola não pode fornecer. Na busca de adequar a escola às exigências do mercado e de seus consumidores, as reformas educacionais vêm tentando encontrar mecanismos que aceleram a produção de pessoas aptas ao mercado de trabalho. Cursos de como fazer brigadeiros a como ser um influenciador digital já estão tomando o espaço de disciplinas como História e Sociologia. Exatamente porque o resultado é muito mais imediato.

     Esse é um movimento antigo. Thompson mostra que, em 1772, já se “via a educação como um treinamento para adquirir o ‘hábito do trabalho'”. O historiador inglês destaca que, ainda no século XVIII, já se observava que “uma vez dentro dos portões da escola, a criança entrava no novo universo do tempo disciplinado”. Com o advento de uma tecnologia voltada para a eficiência (que, no capitalismo, é produzir mais em um período mais curto de tempo), essa função da escola tornou-se mais necessária para o capital.

       Alguns poderiam dizer que os Tigres Asiáticos seriam um exemplo positivo de relacionamento entre educação e economia. Só esquecem que lá houve muito planejamento econômico. Mariana Mazzucato mostra que foi “através do planejamento e políticas industriais ativas [que os países do Leste Asiático] conseguiram se ‘equiparar’ tecnológica e economicamente ao Ocidente”. Ou seja, o casamento entre educação e economia só funciona longe da lógica neoliberal.

     Rosa entende o tempo como uma dimensão central e constitutiva dos fenômenos da modernidade. A aceleração social é um fenômeno crucial para entender o mundo moderno: “a desintegração social seria, assim, uma consequência da crescente dessincronização social; a destruição ambiental, uma consequência da sobrecarga do ciclo cronológico de regeneração da natureza; a perda da individualidade ‘qualitativa’, um subproduto do aumento do ritmo da vida; e o abandono da autonomia racional, resultado da ‘temporalização do tempo'”.

     Onde isto vai parar? As fake news ganham espaço porque muitos preferem as explicações curtas e objetivas sem uma reflexão mais pormenorizada dos fatos. Informações são produzidas numa velocidade cada vez maior pelos próprios veículos confiáveis, porque é necessário vender informação em um intervalo de tempo cada vez mais reduzido. A lógica neoliberal está destruindo a educação, não porque se trata de uma conspiração dos donos do capital por tornar as pessoas mais burras, mas porque a sua dinâmica é a aceleração. A velocidade é um dos principais obstáculos para o conhecimento. Não será possível salvar a educação, a menos que alteremos a lógica econômica que se impõe sobre todo o mundo.


Disponível em: https ://diplomatique.org.br/o-tempo-da-economia-e-o-tempo-da-educacao/. Aces so em: 09 nov. 2024. [Adaptado]
Ao concluir o texto, o autor
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Q3227069 Não definido
O tempo da economia e o tempo da educação


Raphael Fagundes


        O sociólogo Christian Laval levanta uma questão interessante: “O mercado exige ‘reações’ fortes, enquanto a solução para muitos dos problemas da educação demanda decisões que funcionam no longo prazo”. Sem dúvida este é um dos motivos da crise da educação.

          O neoliberalismo tem como objetivo mercantilizar todas as manifestações humanas. Isso porque F. A. Hayek criou uma espécie de “formação discursiva neoliberal” que pode ser aplicada como episteme capaz de dar conta de diversas áreas. Para Hayek não pode haver um planejamento econômico. O governo deve apenas “fixar normas determinando as condições em que podem ser usados os recursos disponíveis, deixando aos indivíduos a decisão relativa aos fins para os quais eles serão aplicados”. Ou seja, o governo não deve promover um plano econômico com o objetivo de acabar com a fome, desenvolver a tecnologia etc.

       Na visão neoliberal, a economia é um “local” em que cada indivíduo irá extrair recursos para saciar suas necessidades pessoais. Um lugar livre em que se compram ações, fazem-se investimentos para se recolher os lucros. Se o indivíduo quiser criar uma instituição de caridade, escolas etc., ele tem o direito de fazer isto com as quantias provenientes do seu investimento. Por outro lado, “o Estado deve limitar-se a estabelecer normas aplicáveis a situações gerais, deixando os indivíduos livres em tudo que depende das circunstâncias de tempo e lugar, porque só os indivíduos poderão conhecer plenamente as circunstâncias relativas a cada caso e a elas adaptar suas ações”.

      Este mesmo discurso pode vir a ser aplicado a outras áreas, como na educação. A educação acaba se tornando um bem privado. Não deve haver uma política educacional. O Estado não deve investir na educação para formar cidadãos, pessoas críticas etc.

     Nesse contexto, a educação deve ser encarada como um recurso usado por cada indivíduo, visando atender suas necessidades privadas, como, por exemplo, a de arranjar uma boa posição no mercado de trabalho. Assim sendo, ela deixa de ser um bem coletivo e tornase um bem individual, cuja lógica, importada da economia, provoca uma crise insolúvel na política pública. Insolúvel no sentido de ser impossível resolvê-la dentro das próprias premissas neoliberais.

     A grande revolução capitalista foi a Revolução Industrial, mas antes dela já estava sendo trabalhada uma alteração temporal no trabalho. A invenção do relógio foi fundamental. O tempo de produção não estaria mais submetido às intempéries naturais. “O pequeno instrumento que regulava os novos ritmos da vida industrial era, ao mesmo tempo, uma das mais urgentes dentre as novas necessidades que o capitalismo industrial exigia para impulsionar o seu avanço”, explica E. P. Thompson.

    Sendo assim, o valor da mercadoria passou a ser determinado pelo tempo que leva para ser produzida, ou seja, como pontuou Marx, “impõe-se o tempo de trabalho socialmente necessário à sua produção, que é a lei natural reguladora, que não leva em conta pessoas […] A determinação da quantidade do valor pelo tempo do trabalho é, por isso, um segredo oculto sob os movimentos visíveis dos valores relativos das mercadorias”. As máquinas vieram exatamente para produzir uma maior quantidade de mercadorias num menor período de tempo. Diversos inventos foram criados com esse objetivo. A tecnologia pragmática está voltada para essa visão econômica.

    A partir de então, como destaca Harmut Rosa, “as transações monetárias modernas facilitam, multiplicam e aceleram transações sociais e econômicas e, com isso, praticamente, todas as relações sociais”. Antes, um problema que surgia no trabalho na sexta-feira, só seria resolvido na segunda-feira da semana seguinte. Hoje, com a tecnologia criada para acelerar o mundo, o trabalhador recebe uma mensagem no ônibus que pega para voltar para casa ou no happy hour exigindo dele soluções para tratar da situação indesejada para os lucros finais da empresa.

      A educação entra nessa lógica. O indivíduo quer o resultado mais imediato possível, já que o mundo ao seu redor está cada vez mais acelerado. Mas como algo que exige tempo pode auxiliar um indivíduo que vive em um mundo imediatista?

      Assim surgem os cursinhos. Os youtubers, com suas soluções mágicas, explicações “simples” etc., faturam muito nessa economia totalizadora do curto prazo. Se tudo deve ser mercantilizado, tudo deverá ser acelerado. É possível adquirir cada vez mais conhecimento num espaço de tempo cada vez menor? A indústria do conhecimento diz que é.

     O desinteresse pela educação formal vem diminuindo por conta dessa lógica. O aluno quer o resultado imediato, e isso é justamente o que a escola não pode fornecer. Na busca de adequar a escola às exigências do mercado e de seus consumidores, as reformas educacionais vêm tentando encontrar mecanismos que aceleram a produção de pessoas aptas ao mercado de trabalho. Cursos de como fazer brigadeiros a como ser um influenciador digital já estão tomando o espaço de disciplinas como História e Sociologia. Exatamente porque o resultado é muito mais imediato.

     Esse é um movimento antigo. Thompson mostra que, em 1772, já se “via a educação como um treinamento para adquirir o ‘hábito do trabalho'”. O historiador inglês destaca que, ainda no século XVIII, já se observava que “uma vez dentro dos portões da escola, a criança entrava no novo universo do tempo disciplinado”. Com o advento de uma tecnologia voltada para a eficiência (que, no capitalismo, é produzir mais em um período mais curto de tempo), essa função da escola tornou-se mais necessária para o capital.

       Alguns poderiam dizer que os Tigres Asiáticos seriam um exemplo positivo de relacionamento entre educação e economia. Só esquecem que lá houve muito planejamento econômico. Mariana Mazzucato mostra que foi “através do planejamento e políticas industriais ativas [que os países do Leste Asiático] conseguiram se ‘equiparar’ tecnológica e economicamente ao Ocidente”. Ou seja, o casamento entre educação e economia só funciona longe da lógica neoliberal.

     Rosa entende o tempo como uma dimensão central e constitutiva dos fenômenos da modernidade. A aceleração social é um fenômeno crucial para entender o mundo moderno: “a desintegração social seria, assim, uma consequência da crescente dessincronização social; a destruição ambiental, uma consequência da sobrecarga do ciclo cronológico de regeneração da natureza; a perda da individualidade ‘qualitativa’, um subproduto do aumento do ritmo da vida; e o abandono da autonomia racional, resultado da ‘temporalização do tempo'”.

     Onde isto vai parar? As fake news ganham espaço porque muitos preferem as explicações curtas e objetivas sem uma reflexão mais pormenorizada dos fatos. Informações são produzidas numa velocidade cada vez maior pelos próprios veículos confiáveis, porque é necessário vender informação em um intervalo de tempo cada vez mais reduzido. A lógica neoliberal está destruindo a educação, não porque se trata de uma conspiração dos donos do capital por tornar as pessoas mais burras, mas porque a sua dinâmica é a aceleração. A velocidade é um dos principais obstáculos para o conhecimento. Não será possível salvar a educação, a menos que alteremos a lógica econômica que se impõe sobre todo o mundo.


Disponível em: https ://diplomatique.org.br/o-tempo-da-economia-e-o-tempo-da-educacao/. Aces so em: 09 nov. 2024. [Adaptado]
No texto, há um predomínio do tipo 
Alternativas
Q3220949 Não definido
Um paciente com amputação transfemoral direita apresenta sintomas relacionados à dor do membro fantasma. Esta dor é caracterizada como uma sensação dolorosa em uma parte do corpo que não mais existe. Nesse caso, as principais abordagens de tratamento são 
Alternativas
Q3220948 Não definido
A dor é um sintoma muito prevalente nos consultórios de Fisioterapia. O entendimento sobre os seus mecanismos e conceito é imprescindível para uma atenção global ao paciente com dor. A Associação Internacional para Estudos da Dor (IASP, 2020) define a dor como “uma experiência sensitiva e emocional desagradável, associada, ou semelhante àquela associada, a uma lesão tecidual real ou potencial”. Nesse sentido, a dor é
Alternativas
Q3220947 Não definido
O movimento de passar da posição sentada para de pé é muito realizado no dia-a-dia das pessoas. Dificuldades e alterações no padrão de movimento dessa atividade podem causar prejuízo na mobilidade. Esse movimento é composto por 4 fases: 1) flexão de tronco e pelve para deslocar anteriormente o centro de massa, 2) perda de contato dos glúteos até a máxima dorsiflexão de tornozelo, 3) máxima dorsiflexão de tornozelo até a extensão de quadril e 4) estabilidade postural alcançada em bipedestação. Durante a realização dessa atividade, há uma contração muscular excêntrica de
Alternativas
Q3220946 Não definido
O teste Timed Up and Go (TUG) é amplamente utilizado na prática clínica para avaliar a mobilidade, equilíbrio e, indiretamente, o desempenho físico principalmente em idosos. Além disso, pode ser um indicador de risco de quedas nessa população. Considerando os procedimentos a serem realizados durante o teste em questão, analise as afirmativas abaixo.
I Deve ser demarcada uma distância de 4 metros partido do posicionamento de uma cadeira.
II O tempo de contagem se inicia quando o avaliado levanta da cadeira para andar, pivotear e voltar a sentar na cadeira.
III O tempo de contagem termina quando o avaliado se senta e toca as costas no encosto da cadeira.
IV O tempo de realização do teste é o seu escore principal.
Das afirmativas, estão corretas
Alternativas
Q3220945 Não definido
Um paciente, vítima de traumatismo raquimedular há 3 dias, está internado no Hospital com lesão cervical e encontra-se na fase de choque medular. Nesse caso, abaixo do nível de lesão, o paciente apresenta
Alternativas
Q3220944 Não definido
A síndrome da dor patelofemoral é um dos distúrbios mais comuns do joelho. Uma revisão sistemática relatou uma prevalência anual de 22,7% na população total. Essa síndrome tem etiologia multifatorial, abrangendo mecânica anormal da articulação patelofemoral, alterações na cadeia cinética inferior e sobrecarga. A abordagem terapêutica que, de forma isolada, promove melhora da dor e funcionalidade por longo prazo é 
Alternativas
Q3220943 Não definido
A Terapia Orientada à Tarefa é uma abordagem terapêutica respaldada cientificamente na teoria de sistemas de controle motor e teorias contemporâneas de aprendizagem motora. O treinamento orientado à tarefa inclui uma diversidade de intervenções que devem seguir princípios específicos facilitadores da aprendizagem motora. Nesse sentido, considere as abordagens terapêuticas apresentadas abaixo.
I. Exercícios de fortalecimento segmentar de um músculo específico.
II. Movimentos realizados em um contexto específico, relevante para o paciente.
III. Movimentos baseados no desenvolvimento neuroevolutivo.
IV. Exercícios realizados com a prática aleatória.
As abordagens utilizadas no treinamento orientado à tarefa são
Alternativas
Q3220942 Não definido

 Para responder à questão, considere o caso abaixo.


Considere os dispositivos listados abaixo para tratamento do paciente.
I. Órtese tornozelo-pé
II. Órtese quadril-joelho-tornozelo-pé
III. Tipoia de braço
IV. Órtese punho-mão
Os dispositivos indicados para aumentar a velocidade da marcha são
Alternativas
Q3220941 Não definido

 Para responder à questão, considere o caso abaixo.


Partindo da avaliação do membro inferior mais acometido durante a realização da marcha, outra alteração provável de acontecer é
Alternativas
Q3220940 Não definido
M.G.S., 45 anos, sexo feminino, recepcionista de uma clínica médica, tem diagnóstico de fibromialgia. Apresenta dor generalizada, fadiga intensa relacionada à alteração da qualidade do sono. Está com limitação para realização de sua atividade laboral. Relata restrição para tomar o café da tarde com suas amigas, um dos seus lazeres favoritos. Vem tomando medicamento para a dor, porém relata não haver remissão e que teve sonolência diurna como efeito colateral. Refere uma certa melhora nos sintomas e na realização de suas atividades diárias desde que iniciou atividade física de dança (3 vezes por semana). Durante os períodos de aumento da sintomatologia, conta com a compreensão de sua chefe, que altera a dinâmica do serviço para diminuir a carga de trabalho da paciente. De acordo com a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde,
Alternativas
Q3220939 Não definido
Um idoso de 80 anos vem apresentando desequilíbrio durante a marcha e em outras atividades com descarga de peso em membros inferiores. Não apresenta comprometimento músculo-esquelético de membros inferiores e superiores. Seu terapeuta prescreve uma bengala e corretamente o orienta a
Alternativas
Q3220938 Não definido
Uma menina de 12 anos tem diagnóstico de escoliose torácica à direita, com ângulo de Cobb de 10 graus à radiografia. Por estar em período de “estirão” de crescimento, o ortopedista solicitou o acompanhamento do Fisioterapeuta. Durante esse período, se o ângulo tiver um aumento considerável, será avaliada a necessidade da utilização de uma órtese. Diante desse quadro, da sua avaliação e do seu tratamento, considere as afirmativas abaixo.

I. Ao ser submetida ao teste de Adams, a paciente apresenta gibosidade torácica à direita.
II. Caso o ângulo de Cobb aumente em 5 graus durante o período de acompanhamento, será indicado o uso da órtese.
III. A concavidade da escoliose da paciente fica à direita.
IV. Os exercícios de estabilização do core podem diminuir o ângulo de Cobb.
Em relação ao caso exposto, estão corretas as afirmativas 
Alternativas
Respostas
9621: A
9622: A
9623: A
9624: A
9625: A
9626: A
9627: A
9628: A
9629: A
9630: A
9631: A
9632: A
9633: A
9634: A
9635: A
9636: A
9637: A
9638: A
9639: A
9640: A