Questões de Concurso
Para instituto aocp
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Ano: 2020
Banca:
INSTITUTO AOCP
Órgão:
Prefeitura de Betim - MG
Prova:
INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de Betim - MG - Oficial de Administração |
Q1680098
Direito Administrativo
Assinale a alternativa que apresenta a
extinção do contrato administrativo como
regra, com a entrega e o recebimento do
objeto do ajuste.
Ano: 2020
Banca:
INSTITUTO AOCP
Órgão:
Prefeitura de Betim - MG
Prova:
INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de Betim - MG - Oficial de Administração |
Q1680097
Direito Administrativo
Em qual espécie de ato administrativo se
enquadra o ato protocolo administrativo?
Ano: 2022
Banca:
INSTITUTO AOCP
Órgão:
Prefeitura de Betim - MG
Provas:
INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de Betim - MG - Oficial de Administração
|
Direito Administrativo |
Q1680096
Direito Administrativo
Assinale a alternativa que apresenta o
conjunto de requisitos para a formação
do ato administrativo, inclusive com
relação à sua eficácia para produzir
efeitos válidos.
Ano: 2020
Banca:
INSTITUTO AOCP
Órgão:
Prefeitura de Betim - MG
Prova:
INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de Betim - MG - Oficial de Administração |
Q1680095
Arquivologia
Para os fins da lei n
o 8.159/1991 que
dispõe sobre a política nacional de
arquivos, são considerados arquivos os
conjuntos de documentos produzidos e
recebidos. Assinale a alternativa que
apresenta todos os entes que produzem
e recebem documentos previstos nessa
lei.
Ano: 2020
Banca:
INSTITUTO AOCP
Órgão:
Prefeitura de Betim - MG
Prova:
INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de Betim - MG - Oficial de Administração |
Q1680094
Arquivologia
Com o aumento do uso da informática,
tem aumentado o número de documentos
em suportes informáticos que
reproduzem, nessa nova mídia, os
problemas detectados nos serviços
manuais da área de arquivística. Assinale
a alternativa que apresenta uma
explicação para a repetição dos
problemas manuais com o suporte da
informática.
Ano: 2020
Banca:
INSTITUTO AOCP
Órgão:
Prefeitura de Betim - MG
Prova:
INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de Betim - MG - Oficial de Administração |
Q1680093
Arquivologia
Como são conhecidos os planos de
classificação de documentos na literatura
arquivística?
Ano: 2020
Banca:
INSTITUTO AOCP
Órgão:
Prefeitura de Betim - MG
Prova:
INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de Betim - MG - Oficial de Administração |
Q1680092
Arquivologia
Independente da ausência de consenso
em relação aos métodos de classificação
funcional, organizacional e por assuntos
de documentos, um plano de
classificação deve possuir três
qualidades. Assinale a alternativa que
apresenta a qualidade que afirma que o
plano de classificação de documentos
deve ser entendido pelo maior número de
pessoas possível.
Ano: 2020
Banca:
INSTITUTO AOCP
Órgão:
Prefeitura de Betim - MG
Prova:
INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de Betim - MG - Oficial de Administração |
Q1680090
Legislação dos Municípios do Estado de Minas Gerais
Assinale a alternativa INCORRETA sobre
as regras estatutárias dos funcionários
de Betim (MG).
Ano: 2020
Banca:
INSTITUTO AOCP
Órgão:
Prefeitura de Betim - MG
Prova:
INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de Betim - MG - Oficial de Administração |
Q1680088
Legislação dos Municípios do Estado de Minas Gerais
Assinale a alternativa correta sobre as
regras estatutárias destinadas aos
servidores de Betim (MG).
Ano: 2020
Banca:
INSTITUTO AOCP
Órgão:
Prefeitura de Betim - MG
Prova:
INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de Betim - MG - Oficial de Administração |
Q1680087
Legislação dos Municípios do Estado de Minas Gerais
Assinale a alternativa correta sobre a lei
regente de Betim (MG).
Ano: 2020
Banca:
INSTITUTO AOCP
Órgão:
Prefeitura de Betim - MG
Prova:
INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de Betim - MG - Oficial de Administração |
Q1680086
Legislação dos Municípios do Estado de Minas Gerais
Assinale a alternativa correta a respeito
da Lei Orgânica do Município de Betim
(MG).
Ano: 2020
Banca:
INSTITUTO AOCP
Órgão:
Prefeitura de Betim - MG
Prova:
INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de Betim - MG - Oficial de Administração |
Q1680085
Legislação dos Municípios do Estado de Minas Gerais
Em se tratando da lei regente de Betim
(MG), assinale a alternativa correta.
Ano: 2020
Banca:
INSTITUTO AOCP
Órgão:
Prefeitura de Betim - MG
Prova:
INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de Betim - MG - Oficial de Administração |
Q1680084
Legislação dos Municípios do Estado de Minas Gerais
Sobre a Lei Orgânica de Betim (MG), no
trato do patrimônio público, assinale a
alternativa correta.
Ano: 2020
Banca:
INSTITUTO AOCP
Órgão:
Prefeitura de Betim - MG
Prova:
INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de Betim - MG - Oficial de Administração |
Q1680083
Legislação dos Municípios do Estado de Minas Gerais
Acerca dos direitos e garantias
fundamentais vigentes no Município de
Betim (MG), assinale a alternativa correta.
Ano: 2020
Banca:
INSTITUTO AOCP
Órgão:
Prefeitura de Betim - MG
Prova:
INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de Betim - MG - Oficial de Administração |
Q1680082
Legislação dos Municípios do Estado de Minas Gerais
Sobre a Lei Orgânica de Betim (MG),
assinale a alternativa correta.
Ano: 2020
Banca:
INSTITUTO AOCP
Órgão:
Prefeitura de Betim - MG
Prova:
INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de Betim - MG - Oficial de Administração |
Q1680081
Português
Texto associado
Somos solidários?
Juremir Machado da Silva
Um cachorrinho entrou na ambulância para
acompanhar o dono. Um desempregado enfrentou
um pitbull para salvar uma criança. Pessoas
servem refeições sob os viadutos para moradores
em situações de rua. Uma mulher faz protesto
solitário contra os bilhões destinados ao fundo
eleitoral que alimentará campanhas políticas
cheias de truques publicitários. Como é a vida
nestes tempos trepidantes e tecnológicos?
Estávamos em Santa Catarina numa linda
pequena praia numa zona de proteção ambiental.
Ao final da tarde, conseguimos, contra todas as
expectativas, um Uber para ir a uma praia vizinha
com uma faixa de areia maior para caminhar. O
motorista não podia nos esperar para o retorno.
Tentamos obter um carro de aplicativo até que os
celulares começaram a sinalizar que ficariam sem
bateria. Era um bairro fashion de imensas casas,
carros poderosos e muita gente nas ruas, mas
nada de bares, salvo uma padaria. A estrada de
volta para a nossa praia, cheia de curvas, não
tinha acostamento. Era um convite para um
acidente.
Táxis não havia. A noite caía no último dia do
ano. Parou uma camionete. Fui conversar com o
motorista. Ele disse que estávamos na mesma
pousada, a uns 15 minutos de carro dali, mas que
não podia nos levar por ter pressa de chegar a
uma festa, a uns 15 minutos na direção contrária,
onde passaria a noite. Tratei de mostrar-lhe que
entendia perfeitamente a situação. A pousada não
tinha carro disponível que soubéssemos. Ainda
assim, se nada rolasse, ligaríamos para pedir
resgate. Tão perto e tão longe. Meu celular se
apagou. O da Cláudia ainda resistia. Surgiu, então,
a esposa do homem da camionete. Ela saía da
padaria com as últimas encomendas para a festa.
Ficou constrangida com a nossa situação. Quando
já se preparavam para sair, ela nos acenou com
um papel: o telefone de um senhor que fazia
corridas na região.
Ligamos. O homem que atendeu nos
prometeu aparecer em 40 minutos. Será que viria?
Enquanto esperávamos, sentados na calçada,
víamos gente passar. Ninguém parecia nos notar.
Comecei a me sentir profundamente infeliz. Refletia: eu teria levado aquele homem à pousada
se fosse eu a estar de carro e ele a procurar uma
saída para a bobagem em que se metera? É fácil
acusar o egoísmo alheio quando se está em
apuros. Faltando dez minutos, usamos o último
restinho de bateria para conferir com Seu Antônio
se, de fato, ele viria. Confirmou. No máximo em 20
minutos. Passaria por nós, acenaria, seguiria na
direção oposta com passageiros e voltaria para
nos pegar. Assim aconteceu. Precisamente.
O nosso problema era tão pequeno. Mesmo
assim, desagradável. Como teríamos resolvido se
o desconhecido Seu Antônio, fazendo corridas
havia apenas 15 dias, não fosse um homem de
palavra, que queria, além de tudo, apenas 20 reais
pela viagem? Aprendi algumas pequenas coisas:
não confiar cegamente na sorte e em aplicativos,
ter fé nos homens simples, negociar melhor a volta
quando a ida já é duvidosa. Uma coisa ainda não
resolvi: eu teria voltado para deixar o outro na
pousada?
Disponível em:
<https://www.correiodopovo.com.br/blogs/juremirmachado/somos-solid%C3%A1rios-1.392893> . Acesso em: 25 jan. 2020.
Assinale a alternativa em que a união dos
períodos “Ligamos.” e “O homem que
atendeu nos prometeu aparecer em 40
minutos.” em um só NÃO seria possível,
ou seja, perderia o sentido.
Ano: 2020
Banca:
INSTITUTO AOCP
Órgão:
Prefeitura de Betim - MG
Prova:
INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de Betim - MG - Oficial de Administração |
Q1680080
Português
Texto associado
Somos solidários?
Juremir Machado da Silva
Um cachorrinho entrou na ambulância para
acompanhar o dono. Um desempregado enfrentou
um pitbull para salvar uma criança. Pessoas
servem refeições sob os viadutos para moradores
em situações de rua. Uma mulher faz protesto
solitário contra os bilhões destinados ao fundo
eleitoral que alimentará campanhas políticas
cheias de truques publicitários. Como é a vida
nestes tempos trepidantes e tecnológicos?
Estávamos em Santa Catarina numa linda
pequena praia numa zona de proteção ambiental.
Ao final da tarde, conseguimos, contra todas as
expectativas, um Uber para ir a uma praia vizinha
com uma faixa de areia maior para caminhar. O
motorista não podia nos esperar para o retorno.
Tentamos obter um carro de aplicativo até que os
celulares começaram a sinalizar que ficariam sem
bateria. Era um bairro fashion de imensas casas,
carros poderosos e muita gente nas ruas, mas
nada de bares, salvo uma padaria. A estrada de
volta para a nossa praia, cheia de curvas, não
tinha acostamento. Era um convite para um
acidente.
Táxis não havia. A noite caía no último dia do
ano. Parou uma camionete. Fui conversar com o
motorista. Ele disse que estávamos na mesma
pousada, a uns 15 minutos de carro dali, mas que
não podia nos levar por ter pressa de chegar a
uma festa, a uns 15 minutos na direção contrária,
onde passaria a noite. Tratei de mostrar-lhe que
entendia perfeitamente a situação. A pousada não
tinha carro disponível que soubéssemos. Ainda
assim, se nada rolasse, ligaríamos para pedir
resgate. Tão perto e tão longe. Meu celular se
apagou. O da Cláudia ainda resistia. Surgiu, então,
a esposa do homem da camionete. Ela saía da
padaria com as últimas encomendas para a festa.
Ficou constrangida com a nossa situação. Quando
já se preparavam para sair, ela nos acenou com
um papel: o telefone de um senhor que fazia
corridas na região.
Ligamos. O homem que atendeu nos
prometeu aparecer em 40 minutos. Será que viria?
Enquanto esperávamos, sentados na calçada,
víamos gente passar. Ninguém parecia nos notar.
Comecei a me sentir profundamente infeliz. Refletia: eu teria levado aquele homem à pousada
se fosse eu a estar de carro e ele a procurar uma
saída para a bobagem em que se metera? É fácil
acusar o egoísmo alheio quando se está em
apuros. Faltando dez minutos, usamos o último
restinho de bateria para conferir com Seu Antônio
se, de fato, ele viria. Confirmou. No máximo em 20
minutos. Passaria por nós, acenaria, seguiria na
direção oposta com passageiros e voltaria para
nos pegar. Assim aconteceu. Precisamente.
O nosso problema era tão pequeno. Mesmo
assim, desagradável. Como teríamos resolvido se
o desconhecido Seu Antônio, fazendo corridas
havia apenas 15 dias, não fosse um homem de
palavra, que queria, além de tudo, apenas 20 reais
pela viagem? Aprendi algumas pequenas coisas:
não confiar cegamente na sorte e em aplicativos,
ter fé nos homens simples, negociar melhor a volta
quando a ida já é duvidosa. Uma coisa ainda não
resolvi: eu teria voltado para deixar o outro na
pousada?
Disponível em:
<https://www.correiodopovo.com.br/blogs/juremirmachado/somos-solid%C3%A1rios-1.392893> . Acesso em: 25 jan. 2020.
O termo destacado em “Como teríamos
resolvido se o desconhecido Seu
Antônio, fazendo corridas havia apenas
15 dias, não fosse um homem de palavra,
que queria, além de tudo, apenas 20 reais
pela viagem?” tem como função
Ano: 2020
Banca:
INSTITUTO AOCP
Órgão:
Prefeitura de Betim - MG
Prova:
INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de Betim - MG - Oficial de Administração |
Q1680079
Português
Texto associado
Somos solidários?
Juremir Machado da Silva
Um cachorrinho entrou na ambulância para
acompanhar o dono. Um desempregado enfrentou
um pitbull para salvar uma criança. Pessoas
servem refeições sob os viadutos para moradores
em situações de rua. Uma mulher faz protesto
solitário contra os bilhões destinados ao fundo
eleitoral que alimentará campanhas políticas
cheias de truques publicitários. Como é a vida
nestes tempos trepidantes e tecnológicos?
Estávamos em Santa Catarina numa linda
pequena praia numa zona de proteção ambiental.
Ao final da tarde, conseguimos, contra todas as
expectativas, um Uber para ir a uma praia vizinha
com uma faixa de areia maior para caminhar. O
motorista não podia nos esperar para o retorno.
Tentamos obter um carro de aplicativo até que os
celulares começaram a sinalizar que ficariam sem
bateria. Era um bairro fashion de imensas casas,
carros poderosos e muita gente nas ruas, mas
nada de bares, salvo uma padaria. A estrada de
volta para a nossa praia, cheia de curvas, não
tinha acostamento. Era um convite para um
acidente.
Táxis não havia. A noite caía no último dia do
ano. Parou uma camionete. Fui conversar com o
motorista. Ele disse que estávamos na mesma
pousada, a uns 15 minutos de carro dali, mas que
não podia nos levar por ter pressa de chegar a
uma festa, a uns 15 minutos na direção contrária,
onde passaria a noite. Tratei de mostrar-lhe que
entendia perfeitamente a situação. A pousada não
tinha carro disponível que soubéssemos. Ainda
assim, se nada rolasse, ligaríamos para pedir
resgate. Tão perto e tão longe. Meu celular se
apagou. O da Cláudia ainda resistia. Surgiu, então,
a esposa do homem da camionete. Ela saía da
padaria com as últimas encomendas para a festa.
Ficou constrangida com a nossa situação. Quando
já se preparavam para sair, ela nos acenou com
um papel: o telefone de um senhor que fazia
corridas na região.
Ligamos. O homem que atendeu nos
prometeu aparecer em 40 minutos. Será que viria?
Enquanto esperávamos, sentados na calçada,
víamos gente passar. Ninguém parecia nos notar.
Comecei a me sentir profundamente infeliz. Refletia: eu teria levado aquele homem à pousada
se fosse eu a estar de carro e ele a procurar uma
saída para a bobagem em que se metera? É fácil
acusar o egoísmo alheio quando se está em
apuros. Faltando dez minutos, usamos o último
restinho de bateria para conferir com Seu Antônio
se, de fato, ele viria. Confirmou. No máximo em 20
minutos. Passaria por nós, acenaria, seguiria na
direção oposta com passageiros e voltaria para
nos pegar. Assim aconteceu. Precisamente.
O nosso problema era tão pequeno. Mesmo
assim, desagradável. Como teríamos resolvido se
o desconhecido Seu Antônio, fazendo corridas
havia apenas 15 dias, não fosse um homem de
palavra, que queria, além de tudo, apenas 20 reais
pela viagem? Aprendi algumas pequenas coisas:
não confiar cegamente na sorte e em aplicativos,
ter fé nos homens simples, negociar melhor a volta
quando a ida já é duvidosa. Uma coisa ainda não
resolvi: eu teria voltado para deixar o outro na
pousada?
Disponível em:
<https://www.correiodopovo.com.br/blogs/juremirmachado/somos-solid%C3%A1rios-1.392893> . Acesso em: 25 jan. 2020.
No período “É fácil acusar o egoísmo
alheio quando se está em apuros.”, a
oração destacada, em relação à primeira,
acrescenta uma circunstância de
Ano: 2020
Banca:
INSTITUTO AOCP
Órgão:
Prefeitura de Betim - MG
Prova:
INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de Betim - MG - Oficial de Administração |
Q1680078
Português
Texto associado
Somos solidários?
Juremir Machado da Silva
Um cachorrinho entrou na ambulância para
acompanhar o dono. Um desempregado enfrentou
um pitbull para salvar uma criança. Pessoas
servem refeições sob os viadutos para moradores
em situações de rua. Uma mulher faz protesto
solitário contra os bilhões destinados ao fundo
eleitoral que alimentará campanhas políticas
cheias de truques publicitários. Como é a vida
nestes tempos trepidantes e tecnológicos?
Estávamos em Santa Catarina numa linda
pequena praia numa zona de proteção ambiental.
Ao final da tarde, conseguimos, contra todas as
expectativas, um Uber para ir a uma praia vizinha
com uma faixa de areia maior para caminhar. O
motorista não podia nos esperar para o retorno.
Tentamos obter um carro de aplicativo até que os
celulares começaram a sinalizar que ficariam sem
bateria. Era um bairro fashion de imensas casas,
carros poderosos e muita gente nas ruas, mas
nada de bares, salvo uma padaria. A estrada de
volta para a nossa praia, cheia de curvas, não
tinha acostamento. Era um convite para um
acidente.
Táxis não havia. A noite caía no último dia do
ano. Parou uma camionete. Fui conversar com o
motorista. Ele disse que estávamos na mesma
pousada, a uns 15 minutos de carro dali, mas que
não podia nos levar por ter pressa de chegar a
uma festa, a uns 15 minutos na direção contrária,
onde passaria a noite. Tratei de mostrar-lhe que
entendia perfeitamente a situação. A pousada não
tinha carro disponível que soubéssemos. Ainda
assim, se nada rolasse, ligaríamos para pedir
resgate. Tão perto e tão longe. Meu celular se
apagou. O da Cláudia ainda resistia. Surgiu, então,
a esposa do homem da camionete. Ela saía da
padaria com as últimas encomendas para a festa.
Ficou constrangida com a nossa situação. Quando
já se preparavam para sair, ela nos acenou com
um papel: o telefone de um senhor que fazia
corridas na região.
Ligamos. O homem que atendeu nos
prometeu aparecer em 40 minutos. Será que viria?
Enquanto esperávamos, sentados na calçada,
víamos gente passar. Ninguém parecia nos notar.
Comecei a me sentir profundamente infeliz. Refletia: eu teria levado aquele homem à pousada
se fosse eu a estar de carro e ele a procurar uma
saída para a bobagem em que se metera? É fácil
acusar o egoísmo alheio quando se está em
apuros. Faltando dez minutos, usamos o último
restinho de bateria para conferir com Seu Antônio
se, de fato, ele viria. Confirmou. No máximo em 20
minutos. Passaria por nós, acenaria, seguiria na
direção oposta com passageiros e voltaria para
nos pegar. Assim aconteceu. Precisamente.
O nosso problema era tão pequeno. Mesmo
assim, desagradável. Como teríamos resolvido se
o desconhecido Seu Antônio, fazendo corridas
havia apenas 15 dias, não fosse um homem de
palavra, que queria, além de tudo, apenas 20 reais
pela viagem? Aprendi algumas pequenas coisas:
não confiar cegamente na sorte e em aplicativos,
ter fé nos homens simples, negociar melhor a volta
quando a ida já é duvidosa. Uma coisa ainda não
resolvi: eu teria voltado para deixar o outro na
pousada?
Disponível em:
<https://www.correiodopovo.com.br/blogs/juremirmachado/somos-solid%C3%A1rios-1.392893> . Acesso em: 25 jan. 2020.
Em “Refletia: eu teria levado aquele
homem à pousada se fosse eu a estar de
carro e ele a procurar uma saída para a
bobagem em que se metera?”, ocorre a
crase pois
Ano: 2020
Banca:
INSTITUTO AOCP
Órgão:
Prefeitura de Betim - MG
Prova:
INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de Betim - MG - Oficial de Administração |
Q1680077
Português
Texto associado
Somos solidários?
Juremir Machado da Silva
Um cachorrinho entrou na ambulância para
acompanhar o dono. Um desempregado enfrentou
um pitbull para salvar uma criança. Pessoas
servem refeições sob os viadutos para moradores
em situações de rua. Uma mulher faz protesto
solitário contra os bilhões destinados ao fundo
eleitoral que alimentará campanhas políticas
cheias de truques publicitários. Como é a vida
nestes tempos trepidantes e tecnológicos?
Estávamos em Santa Catarina numa linda
pequena praia numa zona de proteção ambiental.
Ao final da tarde, conseguimos, contra todas as
expectativas, um Uber para ir a uma praia vizinha
com uma faixa de areia maior para caminhar. O
motorista não podia nos esperar para o retorno.
Tentamos obter um carro de aplicativo até que os
celulares começaram a sinalizar que ficariam sem
bateria. Era um bairro fashion de imensas casas,
carros poderosos e muita gente nas ruas, mas
nada de bares, salvo uma padaria. A estrada de
volta para a nossa praia, cheia de curvas, não
tinha acostamento. Era um convite para um
acidente.
Táxis não havia. A noite caía no último dia do
ano. Parou uma camionete. Fui conversar com o
motorista. Ele disse que estávamos na mesma
pousada, a uns 15 minutos de carro dali, mas que
não podia nos levar por ter pressa de chegar a
uma festa, a uns 15 minutos na direção contrária,
onde passaria a noite. Tratei de mostrar-lhe que
entendia perfeitamente a situação. A pousada não
tinha carro disponível que soubéssemos. Ainda
assim, se nada rolasse, ligaríamos para pedir
resgate. Tão perto e tão longe. Meu celular se
apagou. O da Cláudia ainda resistia. Surgiu, então,
a esposa do homem da camionete. Ela saía da
padaria com as últimas encomendas para a festa.
Ficou constrangida com a nossa situação. Quando
já se preparavam para sair, ela nos acenou com
um papel: o telefone de um senhor que fazia
corridas na região.
Ligamos. O homem que atendeu nos
prometeu aparecer em 40 minutos. Será que viria?
Enquanto esperávamos, sentados na calçada,
víamos gente passar. Ninguém parecia nos notar.
Comecei a me sentir profundamente infeliz. Refletia: eu teria levado aquele homem à pousada
se fosse eu a estar de carro e ele a procurar uma
saída para a bobagem em que se metera? É fácil
acusar o egoísmo alheio quando se está em
apuros. Faltando dez minutos, usamos o último
restinho de bateria para conferir com Seu Antônio
se, de fato, ele viria. Confirmou. No máximo em 20
minutos. Passaria por nós, acenaria, seguiria na
direção oposta com passageiros e voltaria para
nos pegar. Assim aconteceu. Precisamente.
O nosso problema era tão pequeno. Mesmo
assim, desagradável. Como teríamos resolvido se
o desconhecido Seu Antônio, fazendo corridas
havia apenas 15 dias, não fosse um homem de
palavra, que queria, além de tudo, apenas 20 reais
pela viagem? Aprendi algumas pequenas coisas:
não confiar cegamente na sorte e em aplicativos,
ter fé nos homens simples, negociar melhor a volta
quando a ida já é duvidosa. Uma coisa ainda não
resolvi: eu teria voltado para deixar o outro na
pousada?
Disponível em:
<https://www.correiodopovo.com.br/blogs/juremirmachado/somos-solid%C3%A1rios-1.392893> . Acesso em: 25 jan. 2020.
São acentuadas graficamente pelo
mesmo motivo as seguintes palavras: