Questões de Concurso
Para ima
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Acerca dos conceitos e características de INTERNET, INTRANET E EXTRANET:
I. A Internet é a rede mundial de computadores, ela possibilita que computadores e outros dispositivos inteligentes troquem dados e informações entre si, por meio de uma infinidade de serviços, tais como correio eletrônico, mensageria, redes sociais, armazenamento em rede, fóruns, sistemas de gerenciamento e outros serviços. A Internet possibilita que este texto, por exemplo, seja lido em qualquer local do mundo, uma vez que ele está disponível de forma irrestrita na rede mundial de computadores.
II. A Intranet é uma rede de computadores que disponibiliza um conjunto de serviços análogo à Internet, também baseada na pilha de protocolos TCP/IP. Porém, a Intranet é restrita a um local físico. Ou seja, é uma rede fechada, interna e exclusiva.
III. A Extranet funciona como uma extensão da Intranet a computadores que estejam fora dos domínios físicos da Intranet. Não raro, é necessário que parceiros, clientes, fornecedores, e até mesmo funcionários da organização precisem acessar alguns serviços da Intranet, mesmo estando fora da organização. E, nesse contexto, a Extranet torna-se ferramenta essencial para a organização.
Marque a alternativa correta:
No MS-Word 2010 para adicionar ou remover colunas, usamos a guia:
Na computação básica, os computadores realizam operações de acordo com um sistema de numeração embasado nos números de 0 a 1. Esse sistema é denominado:
As mercadorias, principalmente minérios e gêneros agrícolas em forma de matéria-prima, que são produzidos em larga escala e comercializados em nível mundial, são denominadas:
A chuva ácida é um grande problema ambiental dos países industrializados. Assinale a alternativa que apresenta a causa principal da chuva ácida:
Acerca da Globalização, julgue os itens a seguir:
I) Globalização é um processo econômico social que estabelece uma integração em caráter econômico, social, cultural e político entre os países do mundo. Esse processo aproxima mercados e pessoas de diferentes países.
II) A globalização surgiu com o aprimoramento de meios de transportes, telecomunicações e todo o processo de transição do avanço tecnológico, principalmente a internet. O processo apareceu para atender ao capitalismo, uma vez que países mais desenvolvidos precisavam buscar novos mercados já que o consumo interno estava saturado.
III) A tecnologia é a principal condutora da globalização. Seus avanços, principalmente na tecnologia da informação, têm criado ferramentas poderosas aos agentes econômicos, permitindo identificar e captar novas oportunidades econômicas.
Marque a alternativa correta.
Em uma sessão tumultuada, o Senado aprovou no dia 13 de dezembro de 2016, em segundo turno, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece um teto para os gastos públicos pelos próximos 20 anos. Acerca desta proposta, marque a alternativa INCORRETA:
Acerca da vitória do Republicano Donald Trump, novo Presidente Eleito nos Estados Unidos, marque a alternativa INCORRETA:
AS QUESTÕES DE 1 A 10 ESTÃO RELACIONADAS AO TEXTO ABAIXO
Quando o sentido é subvertido
- O consumismo, isto é, a compra exagerada, a acumulação irrestrita e a substituição precoce
- dos bens de consumo é uma marca da nossa sociedade. A sedução e o efêmero orientam a frenética
- renovação do que existe e a criação de novas necessidades. Entre outros problemas, essa dinâmica
- gera a exploração predatória dos recursos naturais, o sofrimento dos animais não humanos, a
- naturalização do desperdício e a supressão da singularidade do indivíduo.
- Atualmente, a mentalidade consumidora infiltrou-se nos relacionamentos, na espiritualidade,
- na política e até na ordenação do tempo disponível. Assim, de modo geral, as pessoas têm suas vidas
- mercantilizadas, isto é, orientadas pelos princípios e lógica do mercado. Portanto não é de se
- estranhar que elas busquem nos bens de consumo, dentre outras coisas, a resposta às suas questões
- existenciais.
- Uma característica do ethos consumista atual é o que Gilles Lipovetsky denomina consumo
- experiência. Três dos seus aspectos são: 1) a busca por aventuras em locais que prometem o
- inesperado sem abrir mão do conforto e da segurança; 2) a procura por sensações novas nas
- mercadorias; e 3) a conquista da harmonia interior sem esforço e de modo imediato. Entretanto, os
- produtos e serviços que se enquadram nesse tipo de consumo, quando não esvaziam o sentido do que
- é vendido, o subvertem. Para mostrar isso, devemos pensar a razoabilidade destes para além do viés
- empreendedor-consumista. Vejamos alguns exemplos.
- Creio que todos já fizeram ou ouviram falar em piquenique. Pois bem, na cidade de São
- Paulo, um local vende a ideia dessa experiência sem inconvenientes e sem preocupações, que pode
- ser um ambiente com paredes decoradas, um teto feito com guarda-chuvas coloridos, algumas mesas
- de madeira postadas sobre uma grama artificial. A cesta de alimentos é fornecida pela própria casa.
- Mas será que este serviço entrega o que promete?
- Neste espaço, não precisamos planejar nada, não tomaremos uma eventual chuva, estaremos
- mais protegidos de um assalto e sequer nos preocuparemos com formigas que possam nos picar.
- Porém, é fato que isso subverte a experiência do piquenique, na medida em que a empobrece e a
- reduz enormemente. Ora, a graça do piquenique está nas descobertas que um ambiente não
- controlado proporciona, no planejamento do que levar, no pé na terra ou na grama real - enfim, é o
- contato com a natureza. Colocando de outra forma, esse tipo de serviço subverte a aventura real, pois
- o sentido dessa conflita com o que é controlado e seguro. Desse modo, esse piquenique não passa de
- um simulacro.
- O segundo aspecto do consumo experiencial é refletido pela onda gourmetizadora, que
- chegou até à pipoca! A versão gourmet da pipoca tem diversos sabores, vem dentro de latas
- decoradas, é exposta em carrinhos bem acabados e custa, muitas vezes, muito mais que a
- convencional. Na página de uma das marcas desse produto (procure no Google por pipoca gourmet),
- a criadora diz que pensou em proporcionar ao freguês uma experiência diferenciada, não só através
- da pipoca, mas também por meio de uma embalagem que envolve e encanta o cliente.
- Embora especiarias tenham sido adicionadas e a apresentação da pipoca seja diferente, isso
- não é razoável. Primeiramente porque você vai consumir um produto frio e que não é fresco, pois não
- é feito na hora. Ao criar-se uma atmosfera mágica em torno da pipoca, vende-se algo que esta não
- pode entregar, pois os signos e imagens a ela associados excedem as suas qualidades efetivas. Mais
- que isso, a versão gourmet não é superior à convencional, ela é apenas diferente. Desse modo, como
- na maioria dos produtos gourmetizados, o conceito excede o produto.
- O mercado também atende àqueles que querem a solução dos seus conflitos e conforto
- psíquico de modo rápido e fácil. A proliferação dos livros de autoajuda nas livrarias, que lotam as
- prateleiras e têm um lugar de destaque, é um exemplo disso. Em geral, duas são as ideias implícitas
- nos livros de autoajuda: a) receitas de felicidade e sucesso podem ser compradas e; b) seguindo o
- ensinamento destes livros, o sujeito, por meio da sua vontade, vai saber lidar e solucionar os
- problemas que o atingem.
- Talvez os manuais de autoajuda sirvam como paliativos - mas, eles não podem entregar o
- que prometem, pois esquemas prontos não respondem à singularidade do indivíduo. Ao venderem a
- ideia de que a conquista da felicidade só depende do leitor, não se considera que o sujeito está imerso
- num contexto onde existem variáveis que atuam em sua vida e que podem não serem controladas.
- Em parte, o consumo experiencial explica-se como um sintoma de uma sociedade que
- almeja a euforia perpétua, legitima os simulacros publicitários, festeja toda e qualquer novidade
- mercadológica, quer saúde física e mental rapidamente e sem esforço... Enfim, que procura a razão
- do seu existir no mercado. Contudo, esses produtos e serviços não têm razoabilidade, tendo em vista
- que se apropriam de atividades e ideias e as subvertem, espetacularizam o banal, e vendem a falsa
- ideia que a felicidade pode ser comprada. Isso evidencia o empobrecimento subjetivo e a
- heteronomia do sujeito nestas relações mercantis.
Quando o sentido é subvertido, Daniel Borgon. FILOSOFIA, Ciência & Vida, Ano IX, nº 120, p.72.
Atente para o trecho:
“A versão gourmet da pipoca tem diversos sabores, vem dentro de latas decoradas, é exposta em carrinhos bem acabados e custa, muitas vezes, muito mais que a convencional.” (L. 32/34).
Sobre o período em evidência, é correto afirmar:
AS QUESTÕES DE 1 A 10 ESTÃO RELACIONADAS AO TEXTO ABAIXO
Quando o sentido é subvertido
- O consumismo, isto é, a compra exagerada, a acumulação irrestrita e a substituição precoce
- dos bens de consumo é uma marca da nossa sociedade. A sedução e o efêmero orientam a frenética
- renovação do que existe e a criação de novas necessidades. Entre outros problemas, essa dinâmica
- gera a exploração predatória dos recursos naturais, o sofrimento dos animais não humanos, a
- naturalização do desperdício e a supressão da singularidade do indivíduo.
- Atualmente, a mentalidade consumidora infiltrou-se nos relacionamentos, na espiritualidade,
- na política e até na ordenação do tempo disponível. Assim, de modo geral, as pessoas têm suas vidas
- mercantilizadas, isto é, orientadas pelos princípios e lógica do mercado. Portanto não é de se
- estranhar que elas busquem nos bens de consumo, dentre outras coisas, a resposta às suas questões
- existenciais.
- Uma característica do ethos consumista atual é o que Gilles Lipovetsky denomina consumo
- experiência. Três dos seus aspectos são: 1) a busca por aventuras em locais que prometem o
- inesperado sem abrir mão do conforto e da segurança; 2) a procura por sensações novas nas
- mercadorias; e 3) a conquista da harmonia interior sem esforço e de modo imediato. Entretanto, os
- produtos e serviços que se enquadram nesse tipo de consumo, quando não esvaziam o sentido do que
- é vendido, o subvertem. Para mostrar isso, devemos pensar a razoabilidade destes para além do viés
- empreendedor-consumista. Vejamos alguns exemplos.
- Creio que todos já fizeram ou ouviram falar em piquenique. Pois bem, na cidade de São
- Paulo, um local vende a ideia dessa experiência sem inconvenientes e sem preocupações, que pode
- ser um ambiente com paredes decoradas, um teto feito com guarda-chuvas coloridos, algumas mesas
- de madeira postadas sobre uma grama artificial. A cesta de alimentos é fornecida pela própria casa.
- Mas será que este serviço entrega o que promete?
- Neste espaço, não precisamos planejar nada, não tomaremos uma eventual chuva, estaremos
- mais protegidos de um assalto e sequer nos preocuparemos com formigas que possam nos picar.
- Porém, é fato que isso subverte a experiência do piquenique, na medida em que a empobrece e a
- reduz enormemente. Ora, a graça do piquenique está nas descobertas que um ambiente não
- controlado proporciona, no planejamento do que levar, no pé na terra ou na grama real - enfim, é o
- contato com a natureza. Colocando de outra forma, esse tipo de serviço subverte a aventura real, pois
- o sentido dessa conflita com o que é controlado e seguro. Desse modo, esse piquenique não passa de
- um simulacro.
- O segundo aspecto do consumo experiencial é refletido pela onda gourmetizadora, que
- chegou até à pipoca! A versão gourmet da pipoca tem diversos sabores, vem dentro de latas
- decoradas, é exposta em carrinhos bem acabados e custa, muitas vezes, muito mais que a
- convencional. Na página de uma das marcas desse produto (procure no Google por pipoca gourmet),
- a criadora diz que pensou em proporcionar ao freguês uma experiência diferenciada, não só através
- da pipoca, mas também por meio de uma embalagem que envolve e encanta o cliente.
- Embora especiarias tenham sido adicionadas e a apresentação da pipoca seja diferente, isso
- não é razoável. Primeiramente porque você vai consumir um produto frio e que não é fresco, pois não
- é feito na hora. Ao criar-se uma atmosfera mágica em torno da pipoca, vende-se algo que esta não
- pode entregar, pois os signos e imagens a ela associados excedem as suas qualidades efetivas. Mais
- que isso, a versão gourmet não é superior à convencional, ela é apenas diferente. Desse modo, como
- na maioria dos produtos gourmetizados, o conceito excede o produto.
- O mercado também atende àqueles que querem a solução dos seus conflitos e conforto
- psíquico de modo rápido e fácil. A proliferação dos livros de autoajuda nas livrarias, que lotam as
- prateleiras e têm um lugar de destaque, é um exemplo disso. Em geral, duas são as ideias implícitas
- nos livros de autoajuda: a) receitas de felicidade e sucesso podem ser compradas e; b) seguindo o
- ensinamento destes livros, o sujeito, por meio da sua vontade, vai saber lidar e solucionar os
- problemas que o atingem.
- Talvez os manuais de autoajuda sirvam como paliativos - mas, eles não podem entregar o
- que prometem, pois esquemas prontos não respondem à singularidade do indivíduo. Ao venderem a
- ideia de que a conquista da felicidade só depende do leitor, não se considera que o sujeito está imerso
- num contexto onde existem variáveis que atuam em sua vida e que podem não serem controladas.
- Em parte, o consumo experiencial explica-se como um sintoma de uma sociedade que
- almeja a euforia perpétua, legitima os simulacros publicitários, festeja toda e qualquer novidade
- mercadológica, quer saúde física e mental rapidamente e sem esforço... Enfim, que procura a razão
- do seu existir no mercado. Contudo, esses produtos e serviços não têm razoabilidade, tendo em vista
- que se apropriam de atividades e ideias e as subvertem, espetacularizam o banal, e vendem a falsa
- ideia que a felicidade pode ser comprada. Isso evidencia o empobrecimento subjetivo e a
- heteronomia do sujeito nestas relações mercantis.
Quando o sentido é subvertido, Daniel Borgon. FILOSOFIA, Ciência & Vida, Ano IX, nº 120, p.72.
Marque a alternativa cuja oração tenha o mesmo valor sintático de “variáveis” (L.52).
AS QUESTÕES DE 1 A 10 ESTÃO RELACIONADAS AO TEXTO ABAIXO
Quando o sentido é subvertido
- O consumismo, isto é, a compra exagerada, a acumulação irrestrita e a substituição precoce
- dos bens de consumo é uma marca da nossa sociedade. A sedução e o efêmero orientam a frenética
- renovação do que existe e a criação de novas necessidades. Entre outros problemas, essa dinâmica
- gera a exploração predatória dos recursos naturais, o sofrimento dos animais não humanos, a
- naturalização do desperdício e a supressão da singularidade do indivíduo.
- Atualmente, a mentalidade consumidora infiltrou-se nos relacionamentos, na espiritualidade,
- na política e até na ordenação do tempo disponível. Assim, de modo geral, as pessoas têm suas vidas
- mercantilizadas, isto é, orientadas pelos princípios e lógica do mercado. Portanto não é de se
- estranhar que elas busquem nos bens de consumo, dentre outras coisas, a resposta às suas questões
- existenciais.
- Uma característica do ethos consumista atual é o que Gilles Lipovetsky denomina consumo
- experiência. Três dos seus aspectos são: 1) a busca por aventuras em locais que prometem o
- inesperado sem abrir mão do conforto e da segurança; 2) a procura por sensações novas nas
- mercadorias; e 3) a conquista da harmonia interior sem esforço e de modo imediato. Entretanto, os
- produtos e serviços que se enquadram nesse tipo de consumo, quando não esvaziam o sentido do que
- é vendido, o subvertem. Para mostrar isso, devemos pensar a razoabilidade destes para além do viés
- empreendedor-consumista. Vejamos alguns exemplos.
- Creio que todos já fizeram ou ouviram falar em piquenique. Pois bem, na cidade de São
- Paulo, um local vende a ideia dessa experiência sem inconvenientes e sem preocupações, que pode
- ser um ambiente com paredes decoradas, um teto feito com guarda-chuvas coloridos, algumas mesas
- de madeira postadas sobre uma grama artificial. A cesta de alimentos é fornecida pela própria casa.
- Mas será que este serviço entrega o que promete?
- Neste espaço, não precisamos planejar nada, não tomaremos uma eventual chuva, estaremos
- mais protegidos de um assalto e sequer nos preocuparemos com formigas que possam nos picar.
- Porém, é fato que isso subverte a experiência do piquenique, na medida em que a empobrece e a
- reduz enormemente. Ora, a graça do piquenique está nas descobertas que um ambiente não
- controlado proporciona, no planejamento do que levar, no pé na terra ou na grama real - enfim, é o
- contato com a natureza. Colocando de outra forma, esse tipo de serviço subverte a aventura real, pois
- o sentido dessa conflita com o que é controlado e seguro. Desse modo, esse piquenique não passa de
- um simulacro.
- O segundo aspecto do consumo experiencial é refletido pela onda gourmetizadora, que
- chegou até à pipoca! A versão gourmet da pipoca tem diversos sabores, vem dentro de latas
- decoradas, é exposta em carrinhos bem acabados e custa, muitas vezes, muito mais que a
- convencional. Na página de uma das marcas desse produto (procure no Google por pipoca gourmet),
- a criadora diz que pensou em proporcionar ao freguês uma experiência diferenciada, não só através
- da pipoca, mas também por meio de uma embalagem que envolve e encanta o cliente.
- Embora especiarias tenham sido adicionadas e a apresentação da pipoca seja diferente, isso
- não é razoável. Primeiramente porque você vai consumir um produto frio e que não é fresco, pois não
- é feito na hora. Ao criar-se uma atmosfera mágica em torno da pipoca, vende-se algo que esta não
- pode entregar, pois os signos e imagens a ela associados excedem as suas qualidades efetivas. Mais
- que isso, a versão gourmet não é superior à convencional, ela é apenas diferente. Desse modo, como
- na maioria dos produtos gourmetizados, o conceito excede o produto.
- O mercado também atende àqueles que querem a solução dos seus conflitos e conforto
- psíquico de modo rápido e fácil. A proliferação dos livros de autoajuda nas livrarias, que lotam as
- prateleiras e têm um lugar de destaque, é um exemplo disso. Em geral, duas são as ideias implícitas
- nos livros de autoajuda: a) receitas de felicidade e sucesso podem ser compradas e; b) seguindo o
- ensinamento destes livros, o sujeito, por meio da sua vontade, vai saber lidar e solucionar os
- problemas que o atingem.
- Talvez os manuais de autoajuda sirvam como paliativos - mas, eles não podem entregar o
- que prometem, pois esquemas prontos não respondem à singularidade do indivíduo. Ao venderem a
- ideia de que a conquista da felicidade só depende do leitor, não se considera que o sujeito está imerso
- num contexto onde existem variáveis que atuam em sua vida e que podem não serem controladas.
- Em parte, o consumo experiencial explica-se como um sintoma de uma sociedade que
- almeja a euforia perpétua, legitima os simulacros publicitários, festeja toda e qualquer novidade
- mercadológica, quer saúde física e mental rapidamente e sem esforço... Enfim, que procura a razão
- do seu existir no mercado. Contudo, esses produtos e serviços não têm razoabilidade, tendo em vista
- que se apropriam de atividades e ideias e as subvertem, espetacularizam o banal, e vendem a falsa
- ideia que a felicidade pode ser comprada. Isso evidencia o empobrecimento subjetivo e a
- heteronomia do sujeito nestas relações mercantis.
Quando o sentido é subvertido, Daniel Borgon. FILOSOFIA, Ciência & Vida, Ano IX, nº 120, p.72.
A alternativa em que o emprego do recurso linguístico que aparece nesse texto está devidamente explicado é a:
AS QUESTÕES DE 1 A 10 ESTÃO RELACIONADAS AO TEXTO ABAIXO
Quando o sentido é subvertido
- O consumismo, isto é, a compra exagerada, a acumulação irrestrita e a substituição precoce
- dos bens de consumo é uma marca da nossa sociedade. A sedução e o efêmero orientam a frenética
- renovação do que existe e a criação de novas necessidades. Entre outros problemas, essa dinâmica
- gera a exploração predatória dos recursos naturais, o sofrimento dos animais não humanos, a
- naturalização do desperdício e a supressão da singularidade do indivíduo.
- Atualmente, a mentalidade consumidora infiltrou-se nos relacionamentos, na espiritualidade,
- na política e até na ordenação do tempo disponível. Assim, de modo geral, as pessoas têm suas vidas
- mercantilizadas, isto é, orientadas pelos princípios e lógica do mercado. Portanto não é de se
- estranhar que elas busquem nos bens de consumo, dentre outras coisas, a resposta às suas questões
- existenciais.
- Uma característica do ethos consumista atual é o que Gilles Lipovetsky denomina consumo
- experiência. Três dos seus aspectos são: 1) a busca por aventuras em locais que prometem o
- inesperado sem abrir mão do conforto e da segurança; 2) a procura por sensações novas nas
- mercadorias; e 3) a conquista da harmonia interior sem esforço e de modo imediato. Entretanto, os
- produtos e serviços que se enquadram nesse tipo de consumo, quando não esvaziam o sentido do que
- é vendido, o subvertem. Para mostrar isso, devemos pensar a razoabilidade destes para além do viés
- empreendedor-consumista. Vejamos alguns exemplos.
- Creio que todos já fizeram ou ouviram falar em piquenique. Pois bem, na cidade de São
- Paulo, um local vende a ideia dessa experiência sem inconvenientes e sem preocupações, que pode
- ser um ambiente com paredes decoradas, um teto feito com guarda-chuvas coloridos, algumas mesas
- de madeira postadas sobre uma grama artificial. A cesta de alimentos é fornecida pela própria casa.
- Mas será que este serviço entrega o que promete?
- Neste espaço, não precisamos planejar nada, não tomaremos uma eventual chuva, estaremos
- mais protegidos de um assalto e sequer nos preocuparemos com formigas que possam nos picar.
- Porém, é fato que isso subverte a experiência do piquenique, na medida em que a empobrece e a
- reduz enormemente. Ora, a graça do piquenique está nas descobertas que um ambiente não
- controlado proporciona, no planejamento do que levar, no pé na terra ou na grama real - enfim, é o
- contato com a natureza. Colocando de outra forma, esse tipo de serviço subverte a aventura real, pois
- o sentido dessa conflita com o que é controlado e seguro. Desse modo, esse piquenique não passa de
- um simulacro.
- O segundo aspecto do consumo experiencial é refletido pela onda gourmetizadora, que
- chegou até à pipoca! A versão gourmet da pipoca tem diversos sabores, vem dentro de latas
- decoradas, é exposta em carrinhos bem acabados e custa, muitas vezes, muito mais que a
- convencional. Na página de uma das marcas desse produto (procure no Google por pipoca gourmet),
- a criadora diz que pensou em proporcionar ao freguês uma experiência diferenciada, não só através
- da pipoca, mas também por meio de uma embalagem que envolve e encanta o cliente.
- Embora especiarias tenham sido adicionadas e a apresentação da pipoca seja diferente, isso
- não é razoável. Primeiramente porque você vai consumir um produto frio e que não é fresco, pois não
- é feito na hora. Ao criar-se uma atmosfera mágica em torno da pipoca, vende-se algo que esta não
- pode entregar, pois os signos e imagens a ela associados excedem as suas qualidades efetivas. Mais
- que isso, a versão gourmet não é superior à convencional, ela é apenas diferente. Desse modo, como
- na maioria dos produtos gourmetizados, o conceito excede o produto.
- O mercado também atende àqueles que querem a solução dos seus conflitos e conforto
- psíquico de modo rápido e fácil. A proliferação dos livros de autoajuda nas livrarias, que lotam as
- prateleiras e têm um lugar de destaque, é um exemplo disso. Em geral, duas são as ideias implícitas
- nos livros de autoajuda: a) receitas de felicidade e sucesso podem ser compradas e; b) seguindo o
- ensinamento destes livros, o sujeito, por meio da sua vontade, vai saber lidar e solucionar os
- problemas que o atingem.
- Talvez os manuais de autoajuda sirvam como paliativos - mas, eles não podem entregar o
- que prometem, pois esquemas prontos não respondem à singularidade do indivíduo. Ao venderem a
- ideia de que a conquista da felicidade só depende do leitor, não se considera que o sujeito está imerso
- num contexto onde existem variáveis que atuam em sua vida e que podem não serem controladas.
- Em parte, o consumo experiencial explica-se como um sintoma de uma sociedade que
- almeja a euforia perpétua, legitima os simulacros publicitários, festeja toda e qualquer novidade
- mercadológica, quer saúde física e mental rapidamente e sem esforço... Enfim, que procura a razão
- do seu existir no mercado. Contudo, esses produtos e serviços não têm razoabilidade, tendo em vista
- que se apropriam de atividades e ideias e as subvertem, espetacularizam o banal, e vendem a falsa
- ideia que a felicidade pode ser comprada. Isso evidencia o empobrecimento subjetivo e a
- heteronomia do sujeito nestas relações mercantis.
Quando o sentido é subvertido, Daniel Borgon. FILOSOFIA, Ciência & Vida, Ano IX, nº 120, p.72.
Ao reescrever a oração “O segundo aspecto do consumo experiencial é refletido pela onda gourmetizadora” (L.31) para a voz ativa, a forma verbal fica no seguinte modo e tempo:
AS QUESTÕES DE 1 A 10 ESTÃO RELACIONADAS AO TEXTO ABAIXO
Quando o sentido é subvertido
- O consumismo, isto é, a compra exagerada, a acumulação irrestrita e a substituição precoce
- dos bens de consumo é uma marca da nossa sociedade. A sedução e o efêmero orientam a frenética
- renovação do que existe e a criação de novas necessidades. Entre outros problemas, essa dinâmica
- gera a exploração predatória dos recursos naturais, o sofrimento dos animais não humanos, a
- naturalização do desperdício e a supressão da singularidade do indivíduo.
- Atualmente, a mentalidade consumidora infiltrou-se nos relacionamentos, na espiritualidade,
- na política e até na ordenação do tempo disponível. Assim, de modo geral, as pessoas têm suas vidas
- mercantilizadas, isto é, orientadas pelos princípios e lógica do mercado. Portanto não é de se
- estranhar que elas busquem nos bens de consumo, dentre outras coisas, a resposta às suas questões
- existenciais.
- Uma característica do ethos consumista atual é o que Gilles Lipovetsky denomina consumo
- experiência. Três dos seus aspectos são: 1) a busca por aventuras em locais que prometem o
- inesperado sem abrir mão do conforto e da segurança; 2) a procura por sensações novas nas
- mercadorias; e 3) a conquista da harmonia interior sem esforço e de modo imediato. Entretanto, os
- produtos e serviços que se enquadram nesse tipo de consumo, quando não esvaziam o sentido do que
- é vendido, o subvertem. Para mostrar isso, devemos pensar a razoabilidade destes para além do viés
- empreendedor-consumista. Vejamos alguns exemplos.
- Creio que todos já fizeram ou ouviram falar em piquenique. Pois bem, na cidade de São
- Paulo, um local vende a ideia dessa experiência sem inconvenientes e sem preocupações, que pode
- ser um ambiente com paredes decoradas, um teto feito com guarda-chuvas coloridos, algumas mesas
- de madeira postadas sobre uma grama artificial. A cesta de alimentos é fornecida pela própria casa.
- Mas será que este serviço entrega o que promete?
- Neste espaço, não precisamos planejar nada, não tomaremos uma eventual chuva, estaremos
- mais protegidos de um assalto e sequer nos preocuparemos com formigas que possam nos picar.
- Porém, é fato que isso subverte a experiência do piquenique, na medida em que a empobrece e a
- reduz enormemente. Ora, a graça do piquenique está nas descobertas que um ambiente não
- controlado proporciona, no planejamento do que levar, no pé na terra ou na grama real - enfim, é o
- contato com a natureza. Colocando de outra forma, esse tipo de serviço subverte a aventura real, pois
- o sentido dessa conflita com o que é controlado e seguro. Desse modo, esse piquenique não passa de
- um simulacro.
- O segundo aspecto do consumo experiencial é refletido pela onda gourmetizadora, que
- chegou até à pipoca! A versão gourmet da pipoca tem diversos sabores, vem dentro de latas
- decoradas, é exposta em carrinhos bem acabados e custa, muitas vezes, muito mais que a
- convencional. Na página de uma das marcas desse produto (procure no Google por pipoca gourmet),
- a criadora diz que pensou em proporcionar ao freguês uma experiência diferenciada, não só através
- da pipoca, mas também por meio de uma embalagem que envolve e encanta o cliente.
- Embora especiarias tenham sido adicionadas e a apresentação da pipoca seja diferente, isso
- não é razoável. Primeiramente porque você vai consumir um produto frio e que não é fresco, pois não
- é feito na hora. Ao criar-se uma atmosfera mágica em torno da pipoca, vende-se algo que esta não
- pode entregar, pois os signos e imagens a ela associados excedem as suas qualidades efetivas. Mais
- que isso, a versão gourmet não é superior à convencional, ela é apenas diferente. Desse modo, como
- na maioria dos produtos gourmetizados, o conceito excede o produto.
- O mercado também atende àqueles que querem a solução dos seus conflitos e conforto
- psíquico de modo rápido e fácil. A proliferação dos livros de autoajuda nas livrarias, que lotam as
- prateleiras e têm um lugar de destaque, é um exemplo disso. Em geral, duas são as ideias implícitas
- nos livros de autoajuda: a) receitas de felicidade e sucesso podem ser compradas e; b) seguindo o
- ensinamento destes livros, o sujeito, por meio da sua vontade, vai saber lidar e solucionar os
- problemas que o atingem.
- Talvez os manuais de autoajuda sirvam como paliativos - mas, eles não podem entregar o
- que prometem, pois esquemas prontos não respondem à singularidade do indivíduo. Ao venderem a
- ideia de que a conquista da felicidade só depende do leitor, não se considera que o sujeito está imerso
- num contexto onde existem variáveis que atuam em sua vida e que podem não serem controladas.
- Em parte, o consumo experiencial explica-se como um sintoma de uma sociedade que
- almeja a euforia perpétua, legitima os simulacros publicitários, festeja toda e qualquer novidade
- mercadológica, quer saúde física e mental rapidamente e sem esforço... Enfim, que procura a razão
- do seu existir no mercado. Contudo, esses produtos e serviços não têm razoabilidade, tendo em vista
- que se apropriam de atividades e ideias e as subvertem, espetacularizam o banal, e vendem a falsa
- ideia que a felicidade pode ser comprada. Isso evidencia o empobrecimento subjetivo e a
- heteronomia do sujeito nestas relações mercantis.
Quando o sentido é subvertido, Daniel Borgon. FILOSOFIA, Ciência & Vida, Ano IX, nº 120, p.72.
Quanto à norma padrão de uso dos recursos linguísticos, marque a alternativa que apresenta uma construção oracional que apresenta infração à norma culta do português.
AS QUESTÕES DE 1 A 10 ESTÃO RELACIONADAS AO TEXTO ABAIXO
Quando o sentido é subvertido
- O consumismo, isto é, a compra exagerada, a acumulação irrestrita e a substituição precoce
- dos bens de consumo é uma marca da nossa sociedade. A sedução e o efêmero orientam a frenética
- renovação do que existe e a criação de novas necessidades. Entre outros problemas, essa dinâmica
- gera a exploração predatória dos recursos naturais, o sofrimento dos animais não humanos, a
- naturalização do desperdício e a supressão da singularidade do indivíduo.
- Atualmente, a mentalidade consumidora infiltrou-se nos relacionamentos, na espiritualidade,
- na política e até na ordenação do tempo disponível. Assim, de modo geral, as pessoas têm suas vidas
- mercantilizadas, isto é, orientadas pelos princípios e lógica do mercado. Portanto não é de se
- estranhar que elas busquem nos bens de consumo, dentre outras coisas, a resposta às suas questões
- existenciais.
- Uma característica do ethos consumista atual é o que Gilles Lipovetsky denomina consumo
- experiência. Três dos seus aspectos são: 1) a busca por aventuras em locais que prometem o
- inesperado sem abrir mão do conforto e da segurança; 2) a procura por sensações novas nas
- mercadorias; e 3) a conquista da harmonia interior sem esforço e de modo imediato. Entretanto, os
- produtos e serviços que se enquadram nesse tipo de consumo, quando não esvaziam o sentido do que
- é vendido, o subvertem. Para mostrar isso, devemos pensar a razoabilidade destes para além do viés
- empreendedor-consumista. Vejamos alguns exemplos.
- Creio que todos já fizeram ou ouviram falar em piquenique. Pois bem, na cidade de São
- Paulo, um local vende a ideia dessa experiência sem inconvenientes e sem preocupações, que pode
- ser um ambiente com paredes decoradas, um teto feito com guarda-chuvas coloridos, algumas mesas
- de madeira postadas sobre uma grama artificial. A cesta de alimentos é fornecida pela própria casa.
- Mas será que este serviço entrega o que promete?
- Neste espaço, não precisamos planejar nada, não tomaremos uma eventual chuva, estaremos
- mais protegidos de um assalto e sequer nos preocuparemos com formigas que possam nos picar.
- Porém, é fato que isso subverte a experiência do piquenique, na medida em que a empobrece e a
- reduz enormemente. Ora, a graça do piquenique está nas descobertas que um ambiente não
- controlado proporciona, no planejamento do que levar, no pé na terra ou na grama real - enfim, é o
- contato com a natureza. Colocando de outra forma, esse tipo de serviço subverte a aventura real, pois
- o sentido dessa conflita com o que é controlado e seguro. Desse modo, esse piquenique não passa de
- um simulacro.
- O segundo aspecto do consumo experiencial é refletido pela onda gourmetizadora, que
- chegou até à pipoca! A versão gourmet da pipoca tem diversos sabores, vem dentro de latas
- decoradas, é exposta em carrinhos bem acabados e custa, muitas vezes, muito mais que a
- convencional. Na página de uma das marcas desse produto (procure no Google por pipoca gourmet),
- a criadora diz que pensou em proporcionar ao freguês uma experiência diferenciada, não só através
- da pipoca, mas também por meio de uma embalagem que envolve e encanta o cliente.
- Embora especiarias tenham sido adicionadas e a apresentação da pipoca seja diferente, isso
- não é razoável. Primeiramente porque você vai consumir um produto frio e que não é fresco, pois não
- é feito na hora. Ao criar-se uma atmosfera mágica em torno da pipoca, vende-se algo que esta não
- pode entregar, pois os signos e imagens a ela associados excedem as suas qualidades efetivas. Mais
- que isso, a versão gourmet não é superior à convencional, ela é apenas diferente. Desse modo, como
- na maioria dos produtos gourmetizados, o conceito excede o produto.
- O mercado também atende àqueles que querem a solução dos seus conflitos e conforto
- psíquico de modo rápido e fácil. A proliferação dos livros de autoajuda nas livrarias, que lotam as
- prateleiras e têm um lugar de destaque, é um exemplo disso. Em geral, duas são as ideias implícitas
- nos livros de autoajuda: a) receitas de felicidade e sucesso podem ser compradas e; b) seguindo o
- ensinamento destes livros, o sujeito, por meio da sua vontade, vai saber lidar e solucionar os
- problemas que o atingem.
- Talvez os manuais de autoajuda sirvam como paliativos - mas, eles não podem entregar o
- que prometem, pois esquemas prontos não respondem à singularidade do indivíduo. Ao venderem a
- ideia de que a conquista da felicidade só depende do leitor, não se considera que o sujeito está imerso
- num contexto onde existem variáveis que atuam em sua vida e que podem não serem controladas.
- Em parte, o consumo experiencial explica-se como um sintoma de uma sociedade que
- almeja a euforia perpétua, legitima os simulacros publicitários, festeja toda e qualquer novidade
- mercadológica, quer saúde física e mental rapidamente e sem esforço... Enfim, que procura a razão
- do seu existir no mercado. Contudo, esses produtos e serviços não têm razoabilidade, tendo em vista
- que se apropriam de atividades e ideias e as subvertem, espetacularizam o banal, e vendem a falsa
- ideia que a felicidade pode ser comprada. Isso evidencia o empobrecimento subjetivo e a
- heteronomia do sujeito nestas relações mercantis.
Quando o sentido é subvertido, Daniel Borgon. FILOSOFIA, Ciência & Vida, Ano IX, nº 120, p.72.
No primeiro parágrafo, o termo “predatória”, em “essa dinâmica gera a exploração predatória dos recursos naturais,”(L.3/4), significa:
AS QUESTÕES DE 1 A 10 ESTÃO RELACIONADAS AO TEXTO ABAIXO
Quando o sentido é subvertido
- O consumismo, isto é, a compra exagerada, a acumulação irrestrita e a substituição precoce
- dos bens de consumo é uma marca da nossa sociedade. A sedução e o efêmero orientam a frenética
- renovação do que existe e a criação de novas necessidades. Entre outros problemas, essa dinâmica
- gera a exploração predatória dos recursos naturais, o sofrimento dos animais não humanos, a
- naturalização do desperdício e a supressão da singularidade do indivíduo.
- Atualmente, a mentalidade consumidora infiltrou-se nos relacionamentos, na espiritualidade,
- na política e até na ordenação do tempo disponível. Assim, de modo geral, as pessoas têm suas vidas
- mercantilizadas, isto é, orientadas pelos princípios e lógica do mercado. Portanto não é de se
- estranhar que elas busquem nos bens de consumo, dentre outras coisas, a resposta às suas questões
- existenciais.
- Uma característica do ethos consumista atual é o que Gilles Lipovetsky denomina consumo
- experiência. Três dos seus aspectos são: 1) a busca por aventuras em locais que prometem o
- inesperado sem abrir mão do conforto e da segurança; 2) a procura por sensações novas nas
- mercadorias; e 3) a conquista da harmonia interior sem esforço e de modo imediato. Entretanto, os
- produtos e serviços que se enquadram nesse tipo de consumo, quando não esvaziam o sentido do que
- é vendido, o subvertem. Para mostrar isso, devemos pensar a razoabilidade destes para além do viés
- empreendedor-consumista. Vejamos alguns exemplos.
- Creio que todos já fizeram ou ouviram falar em piquenique. Pois bem, na cidade de São
- Paulo, um local vende a ideia dessa experiência sem inconvenientes e sem preocupações, que pode
- ser um ambiente com paredes decoradas, um teto feito com guarda-chuvas coloridos, algumas mesas
- de madeira postadas sobre uma grama artificial. A cesta de alimentos é fornecida pela própria casa.
- Mas será que este serviço entrega o que promete?
- Neste espaço, não precisamos planejar nada, não tomaremos uma eventual chuva, estaremos
- mais protegidos de um assalto e sequer nos preocuparemos com formigas que possam nos picar.
- Porém, é fato que isso subverte a experiência do piquenique, na medida em que a empobrece e a
- reduz enormemente. Ora, a graça do piquenique está nas descobertas que um ambiente não
- controlado proporciona, no planejamento do que levar, no pé na terra ou na grama real - enfim, é o
- contato com a natureza. Colocando de outra forma, esse tipo de serviço subverte a aventura real, pois
- o sentido dessa conflita com o que é controlado e seguro. Desse modo, esse piquenique não passa de
- um simulacro.
- O segundo aspecto do consumo experiencial é refletido pela onda gourmetizadora, que
- chegou até à pipoca! A versão gourmet da pipoca tem diversos sabores, vem dentro de latas
- decoradas, é exposta em carrinhos bem acabados e custa, muitas vezes, muito mais que a
- convencional. Na página de uma das marcas desse produto (procure no Google por pipoca gourmet),
- a criadora diz que pensou em proporcionar ao freguês uma experiência diferenciada, não só através
- da pipoca, mas também por meio de uma embalagem que envolve e encanta o cliente.
- Embora especiarias tenham sido adicionadas e a apresentação da pipoca seja diferente, isso
- não é razoável. Primeiramente porque você vai consumir um produto frio e que não é fresco, pois não
- é feito na hora. Ao criar-se uma atmosfera mágica em torno da pipoca, vende-se algo que esta não
- pode entregar, pois os signos e imagens a ela associados excedem as suas qualidades efetivas. Mais
- que isso, a versão gourmet não é superior à convencional, ela é apenas diferente. Desse modo, como
- na maioria dos produtos gourmetizados, o conceito excede o produto.
- O mercado também atende àqueles que querem a solução dos seus conflitos e conforto
- psíquico de modo rápido e fácil. A proliferação dos livros de autoajuda nas livrarias, que lotam as
- prateleiras e têm um lugar de destaque, é um exemplo disso. Em geral, duas são as ideias implícitas
- nos livros de autoajuda: a) receitas de felicidade e sucesso podem ser compradas e; b) seguindo o
- ensinamento destes livros, o sujeito, por meio da sua vontade, vai saber lidar e solucionar os
- problemas que o atingem.
- Talvez os manuais de autoajuda sirvam como paliativos - mas, eles não podem entregar o
- que prometem, pois esquemas prontos não respondem à singularidade do indivíduo. Ao venderem a
- ideia de que a conquista da felicidade só depende do leitor, não se considera que o sujeito está imerso
- num contexto onde existem variáveis que atuam em sua vida e que podem não serem controladas.
- Em parte, o consumo experiencial explica-se como um sintoma de uma sociedade que
- almeja a euforia perpétua, legitima os simulacros publicitários, festeja toda e qualquer novidade
- mercadológica, quer saúde física e mental rapidamente e sem esforço... Enfim, que procura a razão
- do seu existir no mercado. Contudo, esses produtos e serviços não têm razoabilidade, tendo em vista
- que se apropriam de atividades e ideias e as subvertem, espetacularizam o banal, e vendem a falsa
- ideia que a felicidade pode ser comprada. Isso evidencia o empobrecimento subjetivo e a
- heteronomia do sujeito nestas relações mercantis.
Quando o sentido é subvertido, Daniel Borgon. FILOSOFIA, Ciência & Vida, Ano IX, nº 120, p.72.
As expressões “isto é” (L.1) e “enfim” (L.27) denotam, respectivamente,
AS QUESTÕES DE 1 A 10 ESTÃO RELACIONADAS AO TEXTO ABAIXO
Quando o sentido é subvertido
- O consumismo, isto é, a compra exagerada, a acumulação irrestrita e a substituição precoce
- dos bens de consumo é uma marca da nossa sociedade. A sedução e o efêmero orientam a frenética
- renovação do que existe e a criação de novas necessidades. Entre outros problemas, essa dinâmica
- gera a exploração predatória dos recursos naturais, o sofrimento dos animais não humanos, a
- naturalização do desperdício e a supressão da singularidade do indivíduo.
- Atualmente, a mentalidade consumidora infiltrou-se nos relacionamentos, na espiritualidade,
- na política e até na ordenação do tempo disponível. Assim, de modo geral, as pessoas têm suas vidas
- mercantilizadas, isto é, orientadas pelos princípios e lógica do mercado. Portanto não é de se
- estranhar que elas busquem nos bens de consumo, dentre outras coisas, a resposta às suas questões
- existenciais.
- Uma característica do ethos consumista atual é o que Gilles Lipovetsky denomina consumo
- experiência. Três dos seus aspectos são: 1) a busca por aventuras em locais que prometem o
- inesperado sem abrir mão do conforto e da segurança; 2) a procura por sensações novas nas
- mercadorias; e 3) a conquista da harmonia interior sem esforço e de modo imediato. Entretanto, os
- produtos e serviços que se enquadram nesse tipo de consumo, quando não esvaziam o sentido do que
- é vendido, o subvertem. Para mostrar isso, devemos pensar a razoabilidade destes para além do viés
- empreendedor-consumista. Vejamos alguns exemplos.
- Creio que todos já fizeram ou ouviram falar em piquenique. Pois bem, na cidade de São
- Paulo, um local vende a ideia dessa experiência sem inconvenientes e sem preocupações, que pode
- ser um ambiente com paredes decoradas, um teto feito com guarda-chuvas coloridos, algumas mesas
- de madeira postadas sobre uma grama artificial. A cesta de alimentos é fornecida pela própria casa.
- Mas será que este serviço entrega o que promete?
- Neste espaço, não precisamos planejar nada, não tomaremos uma eventual chuva, estaremos
- mais protegidos de um assalto e sequer nos preocuparemos com formigas que possam nos picar.
- Porém, é fato que isso subverte a experiência do piquenique, na medida em que a empobrece e a
- reduz enormemente. Ora, a graça do piquenique está nas descobertas que um ambiente não
- controlado proporciona, no planejamento do que levar, no pé na terra ou na grama real - enfim, é o
- contato com a natureza. Colocando de outra forma, esse tipo de serviço subverte a aventura real, pois
- o sentido dessa conflita com o que é controlado e seguro. Desse modo, esse piquenique não passa de
- um simulacro.
- O segundo aspecto do consumo experiencial é refletido pela onda gourmetizadora, que
- chegou até à pipoca! A versão gourmet da pipoca tem diversos sabores, vem dentro de latas
- decoradas, é exposta em carrinhos bem acabados e custa, muitas vezes, muito mais que a
- convencional. Na página de uma das marcas desse produto (procure no Google por pipoca gourmet),
- a criadora diz que pensou em proporcionar ao freguês uma experiência diferenciada, não só através
- da pipoca, mas também por meio de uma embalagem que envolve e encanta o cliente.
- Embora especiarias tenham sido adicionadas e a apresentação da pipoca seja diferente, isso
- não é razoável. Primeiramente porque você vai consumir um produto frio e que não é fresco, pois não
- é feito na hora. Ao criar-se uma atmosfera mágica em torno da pipoca, vende-se algo que esta não
- pode entregar, pois os signos e imagens a ela associados excedem as suas qualidades efetivas. Mais
- que isso, a versão gourmet não é superior à convencional, ela é apenas diferente. Desse modo, como
- na maioria dos produtos gourmetizados, o conceito excede o produto.
- O mercado também atende àqueles que querem a solução dos seus conflitos e conforto
- psíquico de modo rápido e fácil. A proliferação dos livros de autoajuda nas livrarias, que lotam as
- prateleiras e têm um lugar de destaque, é um exemplo disso. Em geral, duas são as ideias implícitas
- nos livros de autoajuda: a) receitas de felicidade e sucesso podem ser compradas e; b) seguindo o
- ensinamento destes livros, o sujeito, por meio da sua vontade, vai saber lidar e solucionar os
- problemas que o atingem.
- Talvez os manuais de autoajuda sirvam como paliativos - mas, eles não podem entregar o
- que prometem, pois esquemas prontos não respondem à singularidade do indivíduo. Ao venderem a
- ideia de que a conquista da felicidade só depende do leitor, não se considera que o sujeito está imerso
- num contexto onde existem variáveis que atuam em sua vida e que podem não serem controladas.
- Em parte, o consumo experiencial explica-se como um sintoma de uma sociedade que
- almeja a euforia perpétua, legitima os simulacros publicitários, festeja toda e qualquer novidade
- mercadológica, quer saúde física e mental rapidamente e sem esforço... Enfim, que procura a razão
- do seu existir no mercado. Contudo, esses produtos e serviços não têm razoabilidade, tendo em vista
- que se apropriam de atividades e ideias e as subvertem, espetacularizam o banal, e vendem a falsa
- ideia que a felicidade pode ser comprada. Isso evidencia o empobrecimento subjetivo e a
- heteronomia do sujeito nestas relações mercantis.
Quando o sentido é subvertido, Daniel Borgon. FILOSOFIA, Ciência & Vida, Ano IX, nº 120, p.72.
De acordo com o texto, infere-se:
AS QUESTÕES DE 1 A 10 ESTÃO RELACIONADAS AO TEXTO ABAIXO
Quando o sentido é subvertido
- O consumismo, isto é, a compra exagerada, a acumulação irrestrita e a substituição precoce
- dos bens de consumo é uma marca da nossa sociedade. A sedução e o efêmero orientam a frenética
- renovação do que existe e a criação de novas necessidades. Entre outros problemas, essa dinâmica
- gera a exploração predatória dos recursos naturais, o sofrimento dos animais não humanos, a
- naturalização do desperdício e a supressão da singularidade do indivíduo.
- Atualmente, a mentalidade consumidora infiltrou-se nos relacionamentos, na espiritualidade,
- na política e até na ordenação do tempo disponível. Assim, de modo geral, as pessoas têm suas vidas
- mercantilizadas, isto é, orientadas pelos princípios e lógica do mercado. Portanto não é de se
- estranhar que elas busquem nos bens de consumo, dentre outras coisas, a resposta às suas questões
- existenciais.
- Uma característica do ethos consumista atual é o que Gilles Lipovetsky denomina consumo
- experiência. Três dos seus aspectos são: 1) a busca por aventuras em locais que prometem o
- inesperado sem abrir mão do conforto e da segurança; 2) a procura por sensações novas nas
- mercadorias; e 3) a conquista da harmonia interior sem esforço e de modo imediato. Entretanto, os
- produtos e serviços que se enquadram nesse tipo de consumo, quando não esvaziam o sentido do que
- é vendido, o subvertem. Para mostrar isso, devemos pensar a razoabilidade destes para além do viés
- empreendedor-consumista. Vejamos alguns exemplos.
- Creio que todos já fizeram ou ouviram falar em piquenique. Pois bem, na cidade de São
- Paulo, um local vende a ideia dessa experiência sem inconvenientes e sem preocupações, que pode
- ser um ambiente com paredes decoradas, um teto feito com guarda-chuvas coloridos, algumas mesas
- de madeira postadas sobre uma grama artificial. A cesta de alimentos é fornecida pela própria casa.
- Mas será que este serviço entrega o que promete?
- Neste espaço, não precisamos planejar nada, não tomaremos uma eventual chuva, estaremos
- mais protegidos de um assalto e sequer nos preocuparemos com formigas que possam nos picar.
- Porém, é fato que isso subverte a experiência do piquenique, na medida em que a empobrece e a
- reduz enormemente. Ora, a graça do piquenique está nas descobertas que um ambiente não
- controlado proporciona, no planejamento do que levar, no pé na terra ou na grama real - enfim, é o
- contato com a natureza. Colocando de outra forma, esse tipo de serviço subverte a aventura real, pois
- o sentido dessa conflita com o que é controlado e seguro. Desse modo, esse piquenique não passa de
- um simulacro.
- O segundo aspecto do consumo experiencial é refletido pela onda gourmetizadora, que
- chegou até à pipoca! A versão gourmet da pipoca tem diversos sabores, vem dentro de latas
- decoradas, é exposta em carrinhos bem acabados e custa, muitas vezes, muito mais que a
- convencional. Na página de uma das marcas desse produto (procure no Google por pipoca gourmet),
- a criadora diz que pensou em proporcionar ao freguês uma experiência diferenciada, não só através
- da pipoca, mas também por meio de uma embalagem que envolve e encanta o cliente.
- Embora especiarias tenham sido adicionadas e a apresentação da pipoca seja diferente, isso
- não é razoável. Primeiramente porque você vai consumir um produto frio e que não é fresco, pois não
- é feito na hora. Ao criar-se uma atmosfera mágica em torno da pipoca, vende-se algo que esta não
- pode entregar, pois os signos e imagens a ela associados excedem as suas qualidades efetivas. Mais
- que isso, a versão gourmet não é superior à convencional, ela é apenas diferente. Desse modo, como
- na maioria dos produtos gourmetizados, o conceito excede o produto.
- O mercado também atende àqueles que querem a solução dos seus conflitos e conforto
- psíquico de modo rápido e fácil. A proliferação dos livros de autoajuda nas livrarias, que lotam as
- prateleiras e têm um lugar de destaque, é um exemplo disso. Em geral, duas são as ideias implícitas
- nos livros de autoajuda: a) receitas de felicidade e sucesso podem ser compradas e; b) seguindo o
- ensinamento destes livros, o sujeito, por meio da sua vontade, vai saber lidar e solucionar os
- problemas que o atingem.
- Talvez os manuais de autoajuda sirvam como paliativos - mas, eles não podem entregar o
- que prometem, pois esquemas prontos não respondem à singularidade do indivíduo. Ao venderem a
- ideia de que a conquista da felicidade só depende do leitor, não se considera que o sujeito está imerso
- num contexto onde existem variáveis que atuam em sua vida e que podem não serem controladas.
- Em parte, o consumo experiencial explica-se como um sintoma de uma sociedade que
- almeja a euforia perpétua, legitima os simulacros publicitários, festeja toda e qualquer novidade
- mercadológica, quer saúde física e mental rapidamente e sem esforço... Enfim, que procura a razão
- do seu existir no mercado. Contudo, esses produtos e serviços não têm razoabilidade, tendo em vista
- que se apropriam de atividades e ideias e as subvertem, espetacularizam o banal, e vendem a falsa
- ideia que a felicidade pode ser comprada. Isso evidencia o empobrecimento subjetivo e a
- heteronomia do sujeito nestas relações mercantis.
Quando o sentido é subvertido, Daniel Borgon. FILOSOFIA, Ciência & Vida, Ano IX, nº 120, p.72.
No texto, o trecho que sintetiza a construção da identidade do ser humano, produto do pensamento consumista, é o que se encontra na alternativa:
AS QUESTÕES DE 1 A 10 ESTÃO RELACIONADAS AO TEXTO ABAIXO
Quando o sentido é subvertido
- O consumismo, isto é, a compra exagerada, a acumulação irrestrita e a substituição precoce
- dos bens de consumo é uma marca da nossa sociedade. A sedução e o efêmero orientam a frenética
- renovação do que existe e a criação de novas necessidades. Entre outros problemas, essa dinâmica
- gera a exploração predatória dos recursos naturais, o sofrimento dos animais não humanos, a
- naturalização do desperdício e a supressão da singularidade do indivíduo.
- Atualmente, a mentalidade consumidora infiltrou-se nos relacionamentos, na espiritualidade,
- na política e até na ordenação do tempo disponível. Assim, de modo geral, as pessoas têm suas vidas
- mercantilizadas, isto é, orientadas pelos princípios e lógica do mercado. Portanto não é de se
- estranhar que elas busquem nos bens de consumo, dentre outras coisas, a resposta às suas questões
- existenciais.
- Uma característica do ethos consumista atual é o que Gilles Lipovetsky denomina consumo
- experiência. Três dos seus aspectos são: 1) a busca por aventuras em locais que prometem o
- inesperado sem abrir mão do conforto e da segurança; 2) a procura por sensações novas nas
- mercadorias; e 3) a conquista da harmonia interior sem esforço e de modo imediato. Entretanto, os
- produtos e serviços que se enquadram nesse tipo de consumo, quando não esvaziam o sentido do que
- é vendido, o subvertem. Para mostrar isso, devemos pensar a razoabilidade destes para além do viés
- empreendedor-consumista. Vejamos alguns exemplos.
- Creio que todos já fizeram ou ouviram falar em piquenique. Pois bem, na cidade de São
- Paulo, um local vende a ideia dessa experiência sem inconvenientes e sem preocupações, que pode
- ser um ambiente com paredes decoradas, um teto feito com guarda-chuvas coloridos, algumas mesas
- de madeira postadas sobre uma grama artificial. A cesta de alimentos é fornecida pela própria casa.
- Mas será que este serviço entrega o que promete?
- Neste espaço, não precisamos planejar nada, não tomaremos uma eventual chuva, estaremos
- mais protegidos de um assalto e sequer nos preocuparemos com formigas que possam nos picar.
- Porém, é fato que isso subverte a experiência do piquenique, na medida em que a empobrece e a
- reduz enormemente. Ora, a graça do piquenique está nas descobertas que um ambiente não
- controlado proporciona, no planejamento do que levar, no pé na terra ou na grama real - enfim, é o
- contato com a natureza. Colocando de outra forma, esse tipo de serviço subverte a aventura real, pois
- o sentido dessa conflita com o que é controlado e seguro. Desse modo, esse piquenique não passa de
- um simulacro.
- O segundo aspecto do consumo experiencial é refletido pela onda gourmetizadora, que
- chegou até à pipoca! A versão gourmet da pipoca tem diversos sabores, vem dentro de latas
- decoradas, é exposta em carrinhos bem acabados e custa, muitas vezes, muito mais que a
- convencional. Na página de uma das marcas desse produto (procure no Google por pipoca gourmet),
- a criadora diz que pensou em proporcionar ao freguês uma experiência diferenciada, não só através
- da pipoca, mas também por meio de uma embalagem que envolve e encanta o cliente.
- Embora especiarias tenham sido adicionadas e a apresentação da pipoca seja diferente, isso
- não é razoável. Primeiramente porque você vai consumir um produto frio e que não é fresco, pois não
- é feito na hora. Ao criar-se uma atmosfera mágica em torno da pipoca, vende-se algo que esta não
- pode entregar, pois os signos e imagens a ela associados excedem as suas qualidades efetivas. Mais
- que isso, a versão gourmet não é superior à convencional, ela é apenas diferente. Desse modo, como
- na maioria dos produtos gourmetizados, o conceito excede o produto.
- O mercado também atende àqueles que querem a solução dos seus conflitos e conforto
- psíquico de modo rápido e fácil. A proliferação dos livros de autoajuda nas livrarias, que lotam as
- prateleiras e têm um lugar de destaque, é um exemplo disso. Em geral, duas são as ideias implícitas
- nos livros de autoajuda: a) receitas de felicidade e sucesso podem ser compradas e; b) seguindo o
- ensinamento destes livros, o sujeito, por meio da sua vontade, vai saber lidar e solucionar os
- problemas que o atingem.
- Talvez os manuais de autoajuda sirvam como paliativos - mas, eles não podem entregar o
- que prometem, pois esquemas prontos não respondem à singularidade do indivíduo. Ao venderem a
- ideia de que a conquista da felicidade só depende do leitor, não se considera que o sujeito está imerso
- num contexto onde existem variáveis que atuam em sua vida e que podem não serem controladas.
- Em parte, o consumo experiencial explica-se como um sintoma de uma sociedade que
- almeja a euforia perpétua, legitima os simulacros publicitários, festeja toda e qualquer novidade
- mercadológica, quer saúde física e mental rapidamente e sem esforço... Enfim, que procura a razão
- do seu existir no mercado. Contudo, esses produtos e serviços não têm razoabilidade, tendo em vista
- que se apropriam de atividades e ideias e as subvertem, espetacularizam o banal, e vendem a falsa
- ideia que a felicidade pode ser comprada. Isso evidencia o empobrecimento subjetivo e a
- heteronomia do sujeito nestas relações mercantis.
Quando o sentido é subvertido, Daniel Borgon. FILOSOFIA, Ciência & Vida, Ano IX, nº 120, p.72.
Constitui um ponto de vista do autor expresso no texto:
Assinale a alternativa correta que indica o crime descrito pela conduta típica: “Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que tem ciência em razão de função, ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa produzir dano a outrem”:
De acordo com o Título II da Parte Geral do Código Penal, é correto afirmar que: