Questões de Concurso
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O Estado é uma ilusão bem fundamentada, uma realidade que existe essencialmente porque acreditamos que ela existe. Esta realidade ilusória, mas validada coletivamente por meio do consenso, é o lugar para o qual somos remetidos quando recuamos em vários fenômenos, como títulos acadêmicos, títulos profissionais ou o calendário. Recuando cada vez mais, chegamos a um ponto que é a origem de tudo isso. Esta realidade misteriosa existe por seus efeitos e pela crença coletiva em sua existência, que é o princípio desses efeitos. Não se pode tocá-la com as mãos ou tratá-la da maneira que um agente da tradição marxista faria, dizendo: "O Estado faz isso", "O Estado faz aquilo". Poderia citar quilômetros de textos nos quais a palavra "Estado" aparece como sujeito das ações. Trata-se de uma ficção perigosa que nos impede de pensar o Estado. Portanto, como advertência, eu diria: cuidado, todas as frases que têm o Estado como sujeito são frases teológicas, o que não significa que sejam falsas, pois o Estado é uma entidade teológica, ou seja, uma entidade que existe devido à crença.
Adaptado de: BOURDIEU, Pierre. Sobre el Estado. Cursos en el Collège de France (1989-1992). Barcelona: Anagrama, 2014, pp. 15-16.
Com base na leitura do trecho, analise as afirmativas a seguir e assinale a (V) para a verdadeira e (F) para a falsa.
( ) O autor descreve o Estado como uma realidade fictícia, sustentada por ideias preconcebidas e construídas socialmente, cuja existência é validada coletivamente pela crença das pessoas.
( ) O autor afirma que a materialidade do Estado decorre de suas ações concretas como sujeito histórico, capaz de alterar dinâmicas sociais.
( ) O autor considera que as manifestações do Estado não têm fundamento sólido, sendo ele uma ficção e vez de uma realidade.
Assinale a afirmativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
A discussão sobre interseccionalidade tem ocupado um espaço importante na pesquisa de gênero. O reconhecimento de que formas sexuais de injustiça são, por um lado, análogas e, por outro, empiricamente entrelaçadas com outras formas de injustiça - como as relacionadas a "raça", etnia e religião - encontra nesse conceito sua expressão teórica. Tanto racismos quanto sexismos podem ser entendidos como fenômenos complexos de poder que operam no contexto de atribuição de diferenças categoriais. Mesmo que não seja sempre necessariamente assim, eles frequentemente funcionam por meio de referências a características corporais e, portanto, por meio de referências a supostas certezas biológicas. É por isso que atribuições de diferença de cunho racista ou sexista são geralmente atribuições de diferenças naturalizadas que exigem validade atemporal ou pelo menos por longos períodos. Nesse sentido também as formas racistas e sexistas de poder são diferentes daquelas que operam vinculadas a relações de classe ou de produção.
Adaptado de: KERNER, Ina. Tudo é interseccional? Sobre a relação entre racismo e sexismo. Novos estud. CEBRAP (93), 2012, pp. 45- 46.
Assinale a afirmativa que descreve corretamente a interpretação da autora sobre as abordagens interseccionais nos estudos sociológicos.
Adaptado de: STREHLAU, Suzane; André Torres; Filipe Quevedo-Silva. O valor percebido no luxo falsificado pelo cliente de artigo legítimo: uma investigação qualitativa, Revista de Administração da UNIMEP. v.13, n.3, 2015, pp. 75 – 77.
As afirmativas descrevem corretamente o comportamento social em relação aos produtos falsificado, à exceção de uma. Assinale-a.
A descriminalização é a retirada desse dispositivo, dessa coisa do código penal que diz que se uma mulher fizer aborto ela vai presa. É uma a cada 5 mulheres aos 40 anos [que aborta]! Pelo menos meio milhão de mulheres a cada ano. Uma em cada 5 mulheres com até 40 anos que você conhece, eu conheço. Essa é uma mulher comum, ela tem filhos, ela vai à igreja, vai ao templo, trabalha, ela não tem o perfil de uma “mulher fora da lei”. É uma mulher comum que se vê diante de uma necessidade de saúde, uma necessidade de vida, e ela tem que ir à clandestinidade para fazer um aborto, seja para comprar medicamentos, buscar uma clínica ou, se ela tem mais dinheiro, pegar um avião para um país onde o aborto é legalizado. Por que a descriminalização é tão importante? Quando você retira o crime de uma prática você pode falar dela abertamente. As instituições do Estado podem desenhar políticas para prevenir, para proteger e para cuidar. Como se previne o aborto? Há estudos sistemáticos que mostram que uma mulher quando faz o aborto, alguma coisa está errada em sua vida. Seja no uso dos métodos, ou ela teve efeitos colaterais ou ela não soube usar, ou porque ela é muito jovem e sofre violência sexual dentro da própria casa. Então quando o aborto é crime essa mulher entra na situação de saúde e não fala a verdade, ela tem medo de ser denunciada. A descriminalização permite inclusive diminuir a taxa de abortos, que é o que tanto querem aqueles que querem prender as mulheres.
Adaptado de: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/08/02/politica/1533241424_946696 .html
Com base na leitura, é correto afirmar que preocupação com a busca pelo aborto clandestino destaca, na interpretação da entrevistada,
Observe a imagem a seguir:
Com base na observação da imagem, é correto afirmar que a imagem reflete a
O espaço também é tratado como um fato da natureza, “naturalizado” através da atribuição de sentidos cotidianos comuns. Sob certos aspectos, mais complexo do que o tempo – tem direção, área, forma, padrão e volumo como principais atributos, bem como distância – o espaço é tratado tipicamente como um atributo objetivo das coisas que pode ser medido e, portanto, apreendido. Reconhecemos que a nossa experiência subjetiva pode nos levar a domínios de percepção, de imaginação, de ficção e de fantasia que produzem espaços e mapas mentais como miragens da coisa supostamente “real”. Sob a superfície de ideias do senso comum e aparentemente “naturais” acerca do tempo e do espaço, ocultam-se territórios de ambiguidade, de contradição e de luta. Os conflitos surgem não apenas de apreciações subjetivas admitidamente diversas, mas porque diferentes qualidades materiais objetivas do tempo e do espaço são consideradas relevantes para a vida social em diferentes situações. Importantes batalhas também ocorrem nos domínios da teoria, bem como da prática, científica, social e estética. O modo como representamos o espaço e o tempo na teoria importa, visto afetar a maneira como nós e os outros interpretamos e depois agimos com relação ao mundo.
Adaptado de: HARVEY, David. A condição pós-moderna. Uma pesquisa sobre as Origens da Mudança Cultural. São Paulo: Edições Loyola, 1992, pp. 188 – 190.
Com base na leitura do trecho, é correto afirmar que o autor
I. Ação social afetiva refere-se a condutas impulsionadas por sentimentos e paixões, como aquelas reações espontâneas, não racionalizadas, que ocorrem na impulsividade do instante.
II. Ação social tradicional refere-se a comportamentos moldados por desejos e identidades individuais, com uma percepção consciente de suas motivações.
III. Ação social racional refere-se a comportamentos planejados, que são orientados para obtenção de uma finalidade específica.
Está correto o que se afirma em
Quando se traduz o substantivo "tempo" com sua forma verbal e se estuda o problema da determinação do tempo, logo se percebe que não se podem separar completamente as determinações dos acontecimentos sociais e dos fatos físicos. Com a evolução das medições humanas do tempo, aumenta a relativa autonomia da determinação social do tempo em relação à medição do tempo dos fatos não humanos; sua vinculação se tornou mais indireta, mas nunca desapareceu, sendo na verdade indissolúvel. Por muito tempo, entretanto, as exigências sociais humanas impulsionaram a determinação do tempo através dos astros. Podemos demonstrar sem muita dificuldade que a evolução da determinação natural do tempo foi e continuou dependente do desenvolvimento das exigências sociais humanas, embora tenha sempre havido influências recíprocas.
Adaptado de ELIAS, Norbert. Sobre el tiempo. México: Fondo de Cultura Económica, 2010, p. 66.
A partir da interpretação de Norbert Elias, é correto afirmar que
( ) O sociólogo deve tratar os fatos sociais como coisas.
( ) O sociólogo deve analisar os fatos sociais, guiando-se pela sua própria subjetividade.
( ) O sociólogo deve se estudar os fatos sociais, se afastando sistematicamente todas as preconcepções.
A respeito das características desses três modelos, estabeleça a relação correta.
1. Modelo Catequético
2. Modelo Teológico
3. Modelo Ciências da Religião
( ) Fornece referências teóricas e metodológicas para o estudo e o ensino das múltiplas experiências religiosas e objetiva contribuir para educar à convivência e ao respeito no espaço público.
( ) Seu método é a doutrinação, visa uma expansão confessional e apoia a aliança entre o Estado e a Igreja como meio para garantir a afirmação do que considera ser a verdadeira fé.
( ) Baseia-se na antropologia e na teologia do pluralismo para moldar um tipo de ensino que dialogue e expanda a religião em um contexto de secularização crescente.
Assinale a opção que indica a sequência correta, de cima para baixo.
I. os conhecimentos transversais das Ciências da Religião, articulados em unidades temáticas que tratam de identidades e alteridades, do humano e de sua transcendência.
II. as manifestações religiosas, os conhecimentos simbólicos e espirituais, entendidos como bens simbólicos resultantes da busca humana por respostas aos enigmas do mundo, da vida e da morte.
III. as crenças religiosas e filosóficas de vida, práticas éticas religiosas e não religiosas, assim como saberes, mitologias, movimentos e princípios éticos e morais.
Está correto o que se afirma em
Com base na normativa citada, é correto afirmar que o Ensino Religioso
O Ensino Religioso é compreendido como educação sobre a religiosidade humana, devendo tratar pedagogicamente do conhecimento espiritual que existe entre e para além de todas as tradições místicas, religiosas e não religiosas, tematizando seus conteúdos simbólicos nos espaços e tempos sagrados, bem como os valores que as espiritualidades, na prática, desenvolvem através da história. Trata-se, então, de comparar criticamente e interpretar os fatos – também religiosos – nos seus contextos históricos, em busca de significados mais profundos para esse patrimônio cultural da humanidade que são as espiritualidades filosóficas e religiosas.
ARAGÃO, G.; SOUZA, M. Transdisciplinaridade, o campo das Ciências da Religião e sua aplicação ao Ensino Religioso. Estudos Teológicos, São Leopoldo, 2018, v. 58, n. 1, p. 43.
As afirmativas a seguir caracterizam corretamente as dimensões do Ensino Religioso, com base no trecho, à exceção de uma. Assinale-a.
A respeito das religiões de matriz africana, assinale a afirmativa que descreve corretamente uma de suas características.
Por “tradições das raízes de matrizes africanas e nações do candomblé” entende-se
( ) Os xamanismo e pajelança podem ser considerados equivalentes quando usados para indicar a função de mediação entre o mundo humano e o mundo dos espíritos.
( ) A mediação exercida pelos xamãs amazônicos é um meio para conectar os humanos viventes aos espíritos humanos e animais que fazem parte das cosmologias indígenas.
( ) As entidades com as quais os xamãs indígenas se relacionam são deuses que encarnam ou que detêm poderes sobre fenômenos naturais e para os quais são realizados os sacrifícios e erigidos templos.
A sequência correta, de cima para baixo, é: