Questões de Concurso Comentadas para funrio

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Q811966 Português
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Um dos empregos da preposição em é o de indicação de tempo. O segmento do texto em que essa preposição tem outro valor é:
Alternativas
Q765311 Pedagogia
Emilia Ferreiro se tornou uma espécie de referência para o ensino brasileiro e seu nome passou a ser ligado ao construtivismo, campo de estudo inaugurado pelas descobertas a que chegou o biólogo suíço Jean Piaget (1896-1980) na investigação dos processos de aquisição e elaboração de conhecimento pela criança - ou seja, de que modo ela aprende. As pesquisas de Emilia Ferreiro, que estudou e trabalhou com Piaget, concentram o foco nos mecanismos cognitivos relacionados à leitura e à escrita. Disponível em:http://novaescola.org.br/conteudo/338/emilia-ferreiro-estudiosa-que-revolucionou-alfabetizacao. Acesso em: 20 out. 2016. A partir das produções teóricas de Emilia Ferreiro, é possível compreender a escrita infantil. Com base no referencial de Emília Ferreiro, está CORRETA a afirmação contemplada na seguinte alternativa:
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Q765309 História
MAR PORTUGUÊS
Fernando Pessoa
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, tantas mães choraram
Quantos filhos em vão rezaram
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor
Deus ao mar o perigo e o abismo deu.
Mas nele espelhou o céu.

O texto de Fernando Pessoa aborda questões relativas à angústia vivida pelo povo diante da partida de navegadores. Relatos históricos nos informam que a travessia do Oceano Atlântico também foi realizada por populações originárias do continente africano, em condições desumanas, trazidas para compor o contingente de trabalhadores nas lavouras de cana de açúcar e café. s embarcações utilizadas para esse transporte ficaram conhecidas como
Alternativas
Q765306 Pedagogia
Desde o começo, sempre, lá estava a ideologia. E sempre tem estado presente. Muitas vezes, o autor nem tem consciência dela, e o leitor comum não percebe. Mas nem por isso ela deixa de ser no texto, latente, como uma espécie de lapso freudiano, que desmascara os motivos inconscientes. Ou talvez mais como um lapso junguiano, já que é cultural e revela maneiras coletivas de pensar, apontando também para os arquétipos.
Alem do mais, a ideologia de um livro também reflete o conjunto de crenças e opiniões da cultura da época em que o autor vive. Até recentemente, não se suspeitava da força desse processo. Na verdade, ele só se tornou evidente há muito pouco tempo, depois do desenvolvimento da psicanálise, do refinamento da crítica textual, do afloramento do orgulho cultural dos povos e pessoas longamente oprimidos, e do aumento de sensibilidade solidária em relação aos outros, trazido pelos anos 60, com seu despertar em favor dos direitos das minorias ou de maiorias fracas, sem voz. Em outras palavras, foi apenas depois de campanhas pelos direitos civis, depois do feminismo, depois da luta dos negros contra o preconceito e a discriminação, depois da consciência anti-imperialista, depois do movimento verde e de tantas outras conquistas ideológicas recentes que se tornou evidente que, durante muito tempo, os livros didáticos infantis vinham moldando os jovens para agirem segundo padrões de comportamento que, frequentemente, eram inadequados, injustos, imorais e agressivos à dignidade humana.
Dou um exemplo concreto. Sempre gostei muito dos contos das Mil e uma noites, entre as minhas histórias favoritas desde que eu era pequena. Não foi escrito para crianças, é claro, e é uma dessas obras de adultos que as crianças adotaram. Li e reli essas histórias muitas vezes, umas mais do que as outras, mas, de qualquer modo, repetidamente com prazer e encantamento. Mas por uma ou outra razão, nunca as tinha relido depois de adulta. Há dois anos, quando finalmente mergulhei nessa releitura, fiquei estarrecida com o conteúdo racista e sexista da obra. Mas será que o livro tinha mudado? Evidentemente, não. Quem mudou fui eu. E só mudei porque a sociedade mudou. Mas, provavelmente, quando alguém de cultura africana leu esse livro antes, à luz do tratamento vergonhoso que foi inflingido a seu povo durante séculos, com a sensibilidade apurada pela dor que essa consciência lhe trazia, sem dúvida, detectou com repugnância e revolta os trechos sobre os escravos negros que eu não conseguia suportar agora em minha releitura. Mas no meu país, tão devedor à cultura africana havia poucos negros que soubessem ler e tivessem condições de ter acesso a esses livros. E, mesmo que alguns lá chegassem, ainda era menor o número dos que poderiam verbalizar sua crítica por escrito e conseguir que ela fosse publicada, de modo que pudessem mostrar aos outros leitores a profundidade dos preconceitos que jaziam sob a superfície de um clássico desse porte. Igualmente acintoso, aliás, é o tratamento dado por ele às mulheres e nós líamos sem reparar e sem protestar. Foi preciso que o mundo vivesse uma revolução de consciência, para que eu conseguisse abrir os olhos e enxergasse tudo isso, envergonhada de minha cegueira anterior.
Quero apenas levantar alguns pontos de natureza mais geral sobre todo esse processo. O primeiro é que já vimos, e repito apenas para recordar e resumir: não existe objeto escrito que seja ideologicamente inocente. Não dá para esquecer isso.
O segundo é o seguinte: os livros para crianças são especialmente suscetíveis de serem fortemente usados como veículo de mensagens ideológicas, porque as crianças não podem se defender, como já dissemos. Mas também porque, tradicionalmente, esses livros vivem num mundo muito promíscuo, onde são facilmente tocados e molestados por coisas que não podem ser confundidas com literatura.
MACHADO. Ana Maria. Ideologia e livro infantil. Contracorrente Conversas sobre leitura e política, São Paulo: Ática. (Texto apresentado no Congresso do IBBY em Sevilla.) 
No texto lido, Machado indica duas posturas acerca da leitura dos contos Mil e uma noites: a primeira, sobre as suas impressões de infância e a segunda, a sua perspectiva como leitora depois de adulta. O trecho que não aborda a ideia de transformação de ideias e posicionamentos vividos por Machado está contemplado em
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Q765305 Pedagogia
Desde o começo, sempre, lá estava a ideologia. E sempre tem estado presente. Muitas vezes, o autor nem tem consciência dela, e o leitor comum não percebe. Mas nem por isso ela deixa de ser no texto, latente, como uma espécie de lapso freudiano, que desmascara os motivos inconscientes. Ou talvez mais como um lapso junguiano, já que é cultural e revela maneiras coletivas de pensar, apontando também para os arquétipos.
Alem do mais, a ideologia de um livro também reflete o conjunto de crenças e opiniões da cultura da época em que o autor vive. Até recentemente, não se suspeitava da força desse processo. Na verdade, ele só se tornou evidente há muito pouco tempo, depois do desenvolvimento da psicanálise, do refinamento da crítica textual, do afloramento do orgulho cultural dos povos e pessoas longamente oprimidos, e do aumento de sensibilidade solidária em relação aos outros, trazido pelos anos 60, com seu despertar em favor dos direitos das minorias ou de maiorias fracas, sem voz. Em outras palavras, foi apenas depois de campanhas pelos direitos civis, depois do feminismo, depois da luta dos negros contra o preconceito e a discriminação, depois da consciência anti-imperialista, depois do movimento verde e de tantas outras conquistas ideológicas recentes que se tornou evidente que, durante muito tempo, os livros didáticos infantis vinham moldando os jovens para agirem segundo padrões de comportamento que, frequentemente, eram inadequados, injustos, imorais e agressivos à dignidade humana.
Dou um exemplo concreto. Sempre gostei muito dos contos das Mil e uma noites, entre as minhas histórias favoritas desde que eu era pequena. Não foi escrito para crianças, é claro, e é uma dessas obras de adultos que as crianças adotaram. Li e reli essas histórias muitas vezes, umas mais do que as outras, mas, de qualquer modo, repetidamente com prazer e encantamento. Mas por uma ou outra razão, nunca as tinha relido depois de adulta. Há dois anos, quando finalmente mergulhei nessa releitura, fiquei estarrecida com o conteúdo racista e sexista da obra. Mas será que o livro tinha mudado? Evidentemente, não. Quem mudou fui eu. E só mudei porque a sociedade mudou. Mas, provavelmente, quando alguém de cultura africana leu esse livro antes, à luz do tratamento vergonhoso que foi inflingido a seu povo durante séculos, com a sensibilidade apurada pela dor que essa consciência lhe trazia, sem dúvida, detectou com repugnância e revolta os trechos sobre os escravos negros que eu não conseguia suportar agora em minha releitura. Mas no meu país, tão devedor à cultura africana havia poucos negros que soubessem ler e tivessem condições de ter acesso a esses livros. E, mesmo que alguns lá chegassem, ainda era menor o número dos que poderiam verbalizar sua crítica por escrito e conseguir que ela fosse publicada, de modo que pudessem mostrar aos outros leitores a profundidade dos preconceitos que jaziam sob a superfície de um clássico desse porte. Igualmente acintoso, aliás, é o tratamento dado por ele às mulheres e nós líamos sem reparar e sem protestar. Foi preciso que o mundo vivesse uma revolução de consciência, para que eu conseguisse abrir os olhos e enxergasse tudo isso, envergonhada de minha cegueira anterior.
Quero apenas levantar alguns pontos de natureza mais geral sobre todo esse processo. O primeiro é que já vimos, e repito apenas para recordar e resumir: não existe objeto escrito que seja ideologicamente inocente. Não dá para esquecer isso.
O segundo é o seguinte: os livros para crianças são especialmente suscetíveis de serem fortemente usados como veículo de mensagens ideológicas, porque as crianças não podem se defender, como já dissemos. Mas também porque, tradicionalmente, esses livros vivem num mundo muito promíscuo, onde são facilmente tocados e molestados por coisas que não podem ser confundidas com literatura.
MACHADO. Ana Maria. Ideologia e livro infantil. Contracorrente Conversas sobre leitura e política, São Paulo: Ática. (Texto apresentado no Congresso do IBBY em Sevilla.) 
No segundo parágrafo, a autora indica que foram abertas novas possibilidades, em favor das maiorias fracas, após os anos 60. Dentre as diretrizes educacionais a seguir, a que melhor expressa a valorização da diversidade de referências na formação da cultura brasileira é a
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Q765304 Pedagogia
Quanto à abordagem de diferentes tipos de texto pela escola, a orientação dos Parâmetros Curriculares Nacionais (Ciências Naturais, p. 124) indica a necessidade de que sejam trabalhados textos informativos desde os anos iniciais do ensino fundamental. A afirmação que diverge dessa orientação dos Parâmetros Curriculares Nacionais está contemplada na seguinte alternativa :
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Q765303 Pedagogia
Segundo o PCN de Ciências Naturais, o desenvolvimento de projetos na escola favorece a articulação entre saberes de diferentes áreas do conhecimento, empregados na solução de um dado problema. (p. 126) Logo, pode-se afirmar que
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Q765301 Geografia
Guerra contra as jaqueiras: O Parque da Tijuca arranca árvores que impedem o crescimento da Mata Atlântica
Ela é linda, frondosa, e há quem adore seus frutos, mas para os ambientalistas trata-se de um problema. A jaqueira veio da Índia para o Brasil no século XVII e se aclimatou tão bem que ganha a disputa pela sobrevivência com espécies nativas na Floresta da Tijuca. 'Suas folhas bloqueiam a luz do sol e, como não se decompõem com facilidade, ao cair impedem a germinação de outras espécies', diz o engenheiro florestal Henrique Guerreiro, analista ambiental do Parque Nacional da Tijuca. 'Na briga com a Mata Atlântica, a jaqueira está ganhando.’ A proliferação dessas árvores vem sendo combatida de forma radical. Nos últimos cinco anos, 55 662 mudas foram arrancadas, 1 921 árvores de pequeno porte foram cortadas e outras 881, adultas, foram aneladas, o que impede a circulação da seiva e mata a planta lentamente. 'Não é uma medida simpática, mas necessária', diz o engenheiro. 'No Horto e em Jacarepaguá, há trechos onde existe apenas uma mata de jaqueiras’. Segundo ele, a oferta abundante de alimento fornecido pela árvore levou a uma superpopulação de quatis e micos-estrela, animais que também se alimentam de ovos de pássaros. 'A consequência é que a mata está mais silenciosa', afirma.
ALMEIDA, Lívia de. Revista Veja Rio, 16 maio 2007
A partir desta colocação - A consequência é que a mata está mais silenciosa, pode-se afirmar que
Alternativas
Q765300 Geografia
Guerra contra as jaqueiras: O Parque da Tijuca arranca árvores que impedem o crescimento da Mata Atlântica
Ela é linda, frondosa, e há quem adore seus frutos, mas para os ambientalistas trata-se de um problema. A jaqueira veio da Índia para o Brasil no século XVII e se aclimatou tão bem que ganha a disputa pela sobrevivência com espécies nativas na Floresta da Tijuca. 'Suas folhas bloqueiam a luz do sol e, como não se decompõem com facilidade, ao cair impedem a germinação de outras espécies', diz o engenheiro florestal Henrique Guerreiro, analista ambiental do Parque Nacional da Tijuca. 'Na briga com a Mata Atlântica, a jaqueira está ganhando.’ A proliferação dessas árvores vem sendo combatida de forma radical. Nos últimos cinco anos, 55 662 mudas foram arrancadas, 1 921 árvores de pequeno porte foram cortadas e outras 881, adultas, foram aneladas, o que impede a circulação da seiva e mata a planta lentamente. 'Não é uma medida simpática, mas necessária', diz o engenheiro. 'No Horto e em Jacarepaguá, há trechos onde existe apenas uma mata de jaqueiras’. Segundo ele, a oferta abundante de alimento fornecido pela árvore levou a uma superpopulação de quatis e micos-estrela, animais que também se alimentam de ovos de pássaros. 'A consequência é que a mata está mais silenciosa', afirma.
ALMEIDA, Lívia de. Revista Veja Rio, 16 maio 2007
Outra espécie, na Floresta da Tijuca, tem sido combatida pelos ambientalistas. Essa espécie é a/o
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Q765299 Geografia
Saneamento básico pode ser definido como o conjunto de procedimentos adotados numa determinada região, visando proporcionar uma situação higiênica para os habitantes. Entre os procedimentos básicos, pode-se afirmar que é INCORRETA a seguinte alternativa:
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Q765295 Geografia
A distância entre duas cidades é de 360 km. No mapa de um livro de Geografia, a distância é representada por um segmento de reta medindo 1,5 cm. Logo, pode-se dizer que a escala em que foi feito esse mapa é a de
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Q765291 Pedagogia
Com relação ao currículo do Ensino Fundamental com 9 (nove) anos de duração, a Resolução Nº 07 de 14 de dezembro de 2010/CNE/CEB prevê que
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Q765290 Pedagogia
Analise, com base na Lei Nº 12.796 de 04 de abril de 2013 que altera a Lei Nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996, as assertivas relacionadas sobre a organização da Educação Infantil, de acordo com as seguintes regras comuns: I. avaliação mediante acompanhamento e registro do desenvolvimento das crianças, sem o objetivo de promoção, exceto para o acesso ao Ensino Fundamental. II. carga horária mínima anual de 800 horas, distribuída por um mínimo de 180 dias de trabalho educacional. III. atendimento à criança de, no mínimo, 4 horas diárias para o tuno parcial e 7 horas para jornada integral. Logo, segundo a Lei Nº 12.796 de 04/04/ 2013, estão contempladas, correta e plenamente, as regras comuns relacionadas na alternativa
Alternativas
Q765289 Pedagogia
As escolas das populações do campo, dos povos indígenas e dos quilombolas, ao contar com a participação ativa das comunidades locais nas decisões referentes ao currículo, estarão ampliando as oportunidades de reconhecimento de seus modos próprios de vida, suas culturas, tradições e memórias coletivas, como fundamentais para a constituição da identidade das crianças, adolescentes e adultos. Parecer Nº11/2010//CNE/CEB Analise, com base no exposto pelo Parecer Nº 11/2010/CNE/CEB, as seguintes oportunidades a serem ampliadas: I. valorização dos saberes e do papel dessas populações na produção de conhecimentos sobre o mundo, seu ambiente natural e cultural, assim como as práticas ambientalmente sustentáveis que utilizam. II. integração das comunidades quilombolas e dos povos indígenas mediante o acesso ao ensino da Língua Portuguesa padrão como elemento importante da reafirmação do pertencimento social. III. flexibilização, se necessário, do calendário escolar, das rotinas e atividades, tendo em conta as diferenças relativas às atividades econômicas e culturais, mantido o total de horas anuais obrigatórias no currículo. Portanto, segundo o Parecer Nº11/2010/CNE/CEB , as oportunidades de ampliação estão, plena e corretamente, contempladas na alternativa
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Q765288 Pedagogia
O artigo 9º da Resolução Nº 4 de 13/07/ 2010/CNE/CEB expressa que a escola de qualidade social adota como centralidade o estudante e a aprendizagem, o que pressupõe o atendimento aos requisitos a seguir, EXCETO
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Q765287 Pedagogia
Intensificando o processo de inclusão e buscando a universalização do atendimento, as escolas públicas e privadas deverão, também, contemplar a melhoria das condições de acesso e de permanência dos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades nas classes comuns do ensino regular. Sobre a questão da Inclusão, o Parecer Nº 11/2010/CNE/CEB expressa que o atendimento especializado aos alunos da Educação Especial deverá ser expandido gradativamente, com o apoio dos órgãos competentes e não substituirá a escolarização regular, sendo
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Q765285 Direito Administrativo
Em caso de impedimento do Prefeito e do VicePrefeito, ou de vacância de cargo, a administração municipal será assumida pelo
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Q765280 Português
Ser deficiente é privilégio de ser diferente
Uma cena usual no dia a dia de um parampa (que é como os paraplégicos paulistas se denominam, melhorzinho que o metálico chumbado, termo preferido pelos cariocas): num estacionamento, esperando o manobrista número um trazer o carro. Se aproxima o manobrista número dois, olha minha cadeira de rodas, o horizonte, e pergunta na lata: Foi acidente? Olho rápido para a rua e devolvo: Onde? Algum ferido? Melhor chamar uma ambulância! Vocês têm telefone?
Outra cena: numa fila de espera, se aproxima um sujeito, aponta a cadeira de rodas e diz: É duro, né? Minha resposta: Não, é até confortável. Quer experimentar? Mais uma: uma criança brincando pelos corredores de um shopping me vê na cadeira e pergunta: Por que você está na cadeira de rodas? Devolvo: Porque eu quero. E você, por que não está na sua? Já vi crianças me apontando e dizendo para os pais: Quero uma igual àquela! Quando o pai vem se desculpar (e não sei por quê, sempre se desculpar), eu logo interrompo: Compre logo uma para ele. Sem contar os incontáveis comentários tipo Tem que se conformar, O que se pode fazer?, A vida tem dessas coisas...
Peculiar curiosidade essa de saber se um paraplégico é um acidentado ou de nascença. À beira da piscina de um hotel, lá vem o hóspede. Para ao meu lado e solta um Foi acidente?. Antes que eu vem exibisse minha grosseria e impaciência, ele foi avisando: Sou ortopedista. Costumo operar casos como o seu. Aqui na região há muitos motoqueiros que se acidentam... Entramos numa conversa técnica que até poderia render se ele não dissesse, me olhando nos olhos: Jesus cura isso aí.Antes que eu perguntasse o endereço do consultório desse Jesus, ele continuou: Você pode não acreditar, mas já o vi curando muitos iguais a você. Eu não quero ser curado. Eu estou bem assim costuma ser minha resposta que, se não me engano, é verdadeira.
Aliás, Paulo Roberto, paraplégico, professor de filosofia de Brasília, anunciou seu novo enunciado: “Nós não devemos ser curados. Seria um trauma maior que o próprio acidente. Não conseguiríamos reconstruir uma terceira identidade. Não saberíamos administrar nossa falta de diferença. O homem cultural, diferente do homem natural, é aquele que constrói a si próprio, pelo respeito ao que possa ter de igual e de diferente.” Foi minha última e definitiva revelação nesses 13 anos de paraplegia. Se alguém me ouvisse, um dia, nas ruas do centro, dizendo a mim mesmo Que sorte ter ficado paraplégico, não acreditaria. Mas eu disse: Conheço um mundo que poucos conhecem. Sou diferente. Sou um privilegiado.

 PAIVA, Marcelo Rubens. Crônicas para ler na escola. Seleção Regina Zilberman. Rio de Janeiro: Objetiva, 2011.
No período [...] Olho rápido para a rua e devolvo: [...], a palavra destacada assume o valor gramatical de um
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Q765279 Português
Ser deficiente é privilégio de ser diferente
Uma cena usual no dia a dia de um parampa (que é como os paraplégicos paulistas se denominam, melhorzinho que o metálico chumbado, termo preferido pelos cariocas): num estacionamento, esperando o manobrista número um trazer o carro. Se aproxima o manobrista número dois, olha minha cadeira de rodas, o horizonte, e pergunta na lata: Foi acidente? Olho rápido para a rua e devolvo: Onde? Algum ferido? Melhor chamar uma ambulância! Vocês têm telefone?
Outra cena: numa fila de espera, se aproxima um sujeito, aponta a cadeira de rodas e diz: É duro, né? Minha resposta: Não, é até confortável. Quer experimentar? Mais uma: uma criança brincando pelos corredores de um shopping me vê na cadeira e pergunta: Por que você está na cadeira de rodas? Devolvo: Porque eu quero. E você, por que não está na sua? Já vi crianças me apontando e dizendo para os pais: Quero uma igual àquela! Quando o pai vem se desculpar (e não sei por quê, sempre se desculpar), eu logo interrompo: Compre logo uma para ele. Sem contar os incontáveis comentários tipo Tem que se conformar, O que se pode fazer?, A vida tem dessas coisas...
Peculiar curiosidade essa de saber se um paraplégico é um acidentado ou de nascença. À beira da piscina de um hotel, lá vem o hóspede. Para ao meu lado e solta um Foi acidente?. Antes que eu vem exibisse minha grosseria e impaciência, ele foi avisando: Sou ortopedista. Costumo operar casos como o seu. Aqui na região há muitos motoqueiros que se acidentam... Entramos numa conversa técnica que até poderia render se ele não dissesse, me olhando nos olhos: Jesus cura isso aí.Antes que eu perguntasse o endereço do consultório desse Jesus, ele continuou: Você pode não acreditar, mas já o vi curando muitos iguais a você. Eu não quero ser curado. Eu estou bem assim costuma ser minha resposta que, se não me engano, é verdadeira.
Aliás, Paulo Roberto, paraplégico, professor de filosofia de Brasília, anunciou seu novo enunciado: “Nós não devemos ser curados. Seria um trauma maior que o próprio acidente. Não conseguiríamos reconstruir uma terceira identidade. Não saberíamos administrar nossa falta de diferença. O homem cultural, diferente do homem natural, é aquele que constrói a si próprio, pelo respeito ao que possa ter de igual e de diferente.” Foi minha última e definitiva revelação nesses 13 anos de paraplegia. Se alguém me ouvisse, um dia, nas ruas do centro, dizendo a mim mesmo Que sorte ter ficado paraplégico, não acreditaria. Mas eu disse: Conheço um mundo que poucos conhecem. Sou diferente. Sou um privilegiado.

 PAIVA, Marcelo Rubens. Crônicas para ler na escola. Seleção Regina Zilberman. Rio de Janeiro: Objetiva, 2011.
Eu não quero ser curado. Eu estou bem assim [...] Caso quiséssemos unir essas duas orações do texto em um período composto, a conjunção apropriada seria
Alternativas
Ano: 2016 Banca: FUNRIO Órgão: IF-PA Prova: FUNRIO - 2016 - IF-PA - Revisor de Texto |
Q758315 Português
As alternativas abaixo mostram uma notícia publicada no jornal O Estado de S. Paulo de 14/03/2016 transcrita com pontuações diferentes. Qual a única alternativa que está rigorosamente correta quanto ao uso dos sinais de pontuação?
Alternativas
Respostas
2061: D
2062: A
2063: D
2064: A
2065: B
2066: C
2067: A
2068: A
2069: B
2070: D
2071: A
2072: A
2073: D
2074: C
2075: B
2076: A
2077: B
2078: D
2079: C
2080: A