Questões de Concurso Comentadas para prefeitura de rio de janeiro - rj

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Q1054776 História

“Todos os olhares em mim e eu não sabia para onde olhar. A professora falava sobre negros escravos (e não escravizados), chibata, mortes, famílias separadas, até que uma princesa branca chamada Isabel, assinou a lei Áurea e libertou os meus ancestrais, no dia 13 de maio de 1888.

Uma salvadora branca, como todas as minhas bonecas.

E eu, a única negra da sala era a representação dessa

tragédia, a personificação de um povo que só sofreu, de acordo com os meus professores. Uns olhares eram de dó, outros me intimidavam, mas todos me deixavam desconfortável.

O período da escravidão até a abolição era a única menção à população negra em quase toda a minha vida escolar, durante os anos 80 e 90. Como gostar de ser negra, se tudo o que eu aprendi na escola sobre meus antepassados estava atrelado ao maior ato terrorista da humanidade que foi a escravidão negra, que durou mais que o Holocausto e a maioria das guerras?

[...] Nos tempos atuais, resta que as escolas e educadores se preparem para ensinar sobre os negros, não só sobre suas dores, mas sobre suas contribuições para humanidade, para alunos de todas as etnias”.

NASCIMENTO, Silvia. ‘O constrangimento das crianças negras nas aulas sobre escravidão e

abolição’ In: <https://mundonegro.inf.br/o-constrangimento-das-criancas-negras-nas-aulassobre-escravidao-e-abolicao/>, acesso em 12 de maio de 2019. (adaptado)


A partir da Lei nº 10.639/2003, tornou-se obrigatório, em todos os segmentos da educação básica, o ensino de história e cultura afrobrasileira e africana. Entretanto, como relata a reportagem acima, no geral, esse conteúdo é mal lecionado – quase sempre por falta de formação, informação ou sensibilidade. Assim, ao preparar aulas sobre história e cultura afro-brasileira e africana, o professor deve levar em consideração que:


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Q1054775 História
O tempo é o tecido no qual a História é construída, por isso, ao preparar uma aula de História, o professor deve atentar para a forma como os conceitos são construídos. Por exemplo: embora compartilhem a mesma palavra, a escravidão no mundo Antigo (como na Grécia helênica) e a escravidão do mundo Moderno (como no Brasil dos séculos XVII ao XIX) não são o mesmo fenômeno. Sobre a aprendizagem de História na escola, é INCORRETO afirmar que:
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Q1054774 História

“O risco maior de utilizar um conceito do senso comum ou proveniente de outros campos de estudos é perder o seu sentido histórico e empregá-lo de forma atemporal. A utilização de conceitos em sentido atemporal conduz a um dos grandes pecados abominados por todos que se dedicam à História [...]. Advertem os historiadores que, ao fazer uso de noções ‘emprestadas’ de outros domínios científicos ou do senso comum, é necessário desconfiar das imprecisões dos termos e ser cauteloso com a leitura das fontes em que eles se encontram; ou seja, deve-se ter um domínio metodológico para o emprego correto do conceito”.

BITTENCOURT, Circe. Ensino de História: fundamentos e métodos. São Paulo:

Cortez, 2004.

Todo o conhecimento histórico é determinado pelas noções de tempo e pelo espaço. Nesse sentido, o professor, ao ensinar História, deve evitar a todo custo o(a):

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Q1054748 Português

Texto: Tempo de lembrar, tempo de esquecer

        No começo era só uma fratura resultante de uma queda de bicicleta. Mas ao contrário do que os médicos esperavam, e ao contrário do que suas boas condições de saúde faziam supor – aos vinte e três anos era forte, robusto, não tinha doença alguma –, a situação foi se complicando, e lá pelas tantas ele precisou baixar no hospital para uma cirurgia. O que foi feito através do SUS; ajudante de pedreiro, ele não tinha condições para se internar de outra maneira.

         O hospital ficava num bairro da periferia. Era pequeno, mas razoavelmente aparelhado. Colocaram-no num quarto, junto com outros cinco pacientes, todos idosos. O paciente da cama ao lado da sua estava em coma – e, pelo jeito, há muito tempo. Ele ficou olhando para o homem. Que, por alguma razão, o perturbava. Quem identificou a causa de sua perturbação foi a atendente que estava de plantão naquela noite. Você é parecidíssimo com este velho, comentou ela. A expressão “este velho” não era depreciativa; como a própria atendente explicou, ninguém sabia quem era o homem. Ele tinha sido abandonado na porta do hospital anos antes. Não sabia dizer quem era, de onde viera; “Desconhecido número 31” era a identidade que figurava no prontuário. Por causa de suas precárias condições, fora ficando, e agora estava em fase terminal.

         A história impressionou profundamente o rapaz. Sobretudo por causa de uma lembrança que, desde criança, o intrigava. Ele sabia que tinha um avô vivo (o outro avô, e as avós, haviam falecido). Mas nunca vira esse homem, não sabia nem que jeito tinha. Cada vez que perguntava aos pais, eles desconversavam. Lá pelas tantas fora morar sozinho; os contatos com a família agora eram esporádicos, e o misterioso paradeiro do avô já não era assunto das conversas.

         E se aquele homem fosse seu avô? Não era impossível. Os pais, pobres, mal conseguiam sustentar os filhos; arcar com a responsabilidade de cuidar do velho teria sido para eles carga pesada.

        Com auxílio das muletas, aproximou-se da cama do ancião. “Vovô”, murmurou baixinho, e deu-se conta de que pela primeira vez estava usando aquela palavra. Esperou uns minutos, chamou de novo: “Vovô”. Teve a impressão de que o homem havia se mexido, de que um tênue sorriso se esboçara em seu rosto. Ia tentar mais uma vez, mas neste momento a atendente entrou, dizendo que estava na hora de dormir. Ele voltou para a cama. No dia seguinte os pais viriam visitá-lo e o mistério se esclareceria. O que fariam se tal acontecesse? Para isso, ele tinha uma resposta: se ofereceria para cuidar do recém-achado avô. Coisa difícil, mas daria um jeito. E, pensando nisso, adormeceu.

        Quando acordou eram sete da manhã. A cama do lado estava vazia. O velho morreu, disse outro paciente, já levaram o corpo. Pouco depois chegaram os pais. Traziam laranjas, traziam até uma barrinha de chocolate. Expressaram a certeza de que, naquele hospital, o filho iria melhorar.

         O rapaz não disse nada. Não havia o que dizer. Como diz o Eclesiastes, há um tempo para lembrar, e um tempo para esquecer. Durante muito tempo ele lembrara o avô. Agora chegara o tempo de esquecer.

Moacyr Scliar

Histórias que os jornais não contam - crônicas. Rio de Janeiro: Agir, 200

No primeiro parágrafo, o travessão introduz expressão com valor de:
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Q1054513 Pedagogia
“O compromisso com a democratização do ensino supõe uma ruptura com a função classificatória da avaliação, impondo em consequência a vivência da avaliação com função de diagnosticar e estimular o avanço do conhecimento. Seus resultados devem servir para a orientação da aprendizagem, cumprindo uma função eminentemente educacional.” Sandra Zákia Sousa In: Fernandes, Claudia. Avaliação das aprendizagens – sua relação com o papel social da escola, 2014
A perspectiva avaliativa abordada no fragmento acima é melhor representada pela seguinte dimensão de avaliação:
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Respostas
121: C
122: D
123: A
124: D
125: B