Como reescrever o passado? Como refazer um passado
que pode estar perdido? É isto que tenta fazer Vinicius
Calderoni em sua dramaturgia Museu Nacional [Todas as
vozes do fogo]. Texto teatral narrado por Luzia, o mais
antigo fóssil humano encontrado na América Latina, conta a
História do Brasil a partir da tragédia de grandes proporções
que atingiu o Museu Nacional, instituição bicentenária que
abrigava mais de 20 milhões de itens de diversas áreas de
pesquisa.
Em setembro de 2018, o Brasil acompanhou com estupor o
incêndio do Palácio de São Cristóvão, no Rio de Janeiro,
sede do Museu Nacional, instituição científica e
museológica que abrigava mais de 20 milhões de itens das
áreas de antropologia, zoologia, geologia, etnologia,
paleontologia e arqueologia.Entre eles, Luzia, o mais antigo
fóssil humano encontrado na América Latina, um dos únicos
remanescentes do fogo.
Pela voz de Luzia e outros personagens componentes do
acervo, que interpretam quinze canções inéditas,
compostas com a Companhia Barca dos Corações Partidos
para o espetáculo, o musical percorre o imenso edifício
imperial e, transitando entre passado, presente e futuro,
flagra histórias que foram e que poderiam ser, de
personagens históricos e de gente comum, de seres
animados e inanimados, de objetos materiais e imateriais.
Adaptado de: https://jornalnota.com.br/2024/02/01/museu-nacionaldramaturgia-musical-parte-do-acervo-que-sobreviveu-ao-incendio-paranarrar-o-brasil/.