Questões de Concurso Comentadas para prefeitura de colômbia - sp

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Q1813921 Conhecimentos Gerais
O termo impeachment significa “impedimento” e apareceu pela primeira vez na segunda metade do século XIV, já nos fins da Idade Média. No sistema presidencialista em vigência há a possibilidade de o Presidente da República ser afastado do poder em casos de crimes contra o bem público. Quais foram os presidentes do Brasil que sofreram impeachment?
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Q1813911 Matemática
Gabriela deseja construir um chalé para passar os fins de semana com sua família. Para isso, ela comprou um terreno com medidas, em metros, dadas pelo polígono representado a seguir.
Imagem associada para resolução da questão

Considerando que o terreno que Gabriela comprou possui um perímetro de 162 metros, qual é o valor de x?
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Q1813906 Português

O que os outros vão pensar?


    Quando eu era pequena, não tinha medo nenhum de bicho-papão, mula sem cabeça, bruxa malvada ou o diabo a quatro. Quem me aterrorizava era outro tipo de monstro. Eles atacavam em bando. Chamavam-se “os outros”. 


    Nada podia ser mais danoso do que os outros. As crianças acordavam de manhã já pensando neles. Quer dizer, as crianças não: as mamães. Era com os outros que elas nos ameaçavam caso não nos comportássemos direito. Se não estudássemos, os outros nos chamariam de burros. Se não fôssemos amigos de toda a classe, os outros nos apelidariam de bicho do mato. E o pior é que as mães não mantinham a lógica do seu pensamento. “Mas mãe, todo mundo dorme na casa dos amigos.” “Eu lá quero saber dos outros? Só me interessa você!” Era de pirar a cabeça de qualquer um. Não víamos a hora de crescer para nos ver livres daquela perseguição.  


    Veio a adolescência, e que desespero: descobrimos que os outros estavam mais fortes que nunca, ávidos por liquidar com nossa reputação.  


    Não tinha escapatória: aos poucos fomos descobrindo que os outros habitavam o planeta inteiro, estavam de olho em todas as nossas ações, prontos para criticar nossas atitudes e ferrar com nossa felicidade.


    Hoje eles já não nos assustam tanto. Passamos por poucas e boas e, no final das contas, a opinião deles não mudou o rumo de nossa história. Mas ninguém em sã consciência pode se considerar totalmente indiferente a eles. Os outros ainda dizem horrores de nós. Ainda têm o poder de nos etiquetar, de nos estigmatizar. A gente bem que tenta não dar bola, mas sempre que dá vontade de entregar os pontos ou de chorar no meio de uma discussão, pensamos: “Não vou dar esse gostinho para os outros”. 


    Está para existir monstro mais funesto do que aquele que poda nossa liberdade.


(Carta Maior. Por Martha Medeiros. Agosto de 2003. Com adaptações.)

Em “Quer dizer, as crianças não: as mamães.” (2º§), os dois-pontos foram empregados para anunciar:
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Q1813905 Português

O que os outros vão pensar?


    Quando eu era pequena, não tinha medo nenhum de bicho-papão, mula sem cabeça, bruxa malvada ou o diabo a quatro. Quem me aterrorizava era outro tipo de monstro. Eles atacavam em bando. Chamavam-se “os outros”. 


    Nada podia ser mais danoso do que os outros. As crianças acordavam de manhã já pensando neles. Quer dizer, as crianças não: as mamães. Era com os outros que elas nos ameaçavam caso não nos comportássemos direito. Se não estudássemos, os outros nos chamariam de burros. Se não fôssemos amigos de toda a classe, os outros nos apelidariam de bicho do mato. E o pior é que as mães não mantinham a lógica do seu pensamento. “Mas mãe, todo mundo dorme na casa dos amigos.” “Eu lá quero saber dos outros? Só me interessa você!” Era de pirar a cabeça de qualquer um. Não víamos a hora de crescer para nos ver livres daquela perseguição.  


    Veio a adolescência, e que desespero: descobrimos que os outros estavam mais fortes que nunca, ávidos por liquidar com nossa reputação.  


    Não tinha escapatória: aos poucos fomos descobrindo que os outros habitavam o planeta inteiro, estavam de olho em todas as nossas ações, prontos para criticar nossas atitudes e ferrar com nossa felicidade.


    Hoje eles já não nos assustam tanto. Passamos por poucas e boas e, no final das contas, a opinião deles não mudou o rumo de nossa história. Mas ninguém em sã consciência pode se considerar totalmente indiferente a eles. Os outros ainda dizem horrores de nós. Ainda têm o poder de nos etiquetar, de nos estigmatizar. A gente bem que tenta não dar bola, mas sempre que dá vontade de entregar os pontos ou de chorar no meio de uma discussão, pensamos: “Não vou dar esse gostinho para os outros”. 


    Está para existir monstro mais funesto do que aquele que poda nossa liberdade.


(Carta Maior. Por Martha Medeiros. Agosto de 2003. Com adaptações.)

No fragmento “Mas ninguém em sã consciência pode se considerar totalmente indiferente a eles.” (5º§), o termo destacado exprime circunstância de:
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Q1813516 História
Os Estados Unidos, baseados na política de boa vizinhança, evitam qualquer intervenção armada na América Latina e reconhecem que o período da Segunda Guerra e o franco enfraquecimento dos países europeus são um momento oportuno para ampliar seus mercados e capital. O período entreguerras e o período da Segunda Guerra Mundial mostram uma valorização estratégica da América Latina como centro de atenção para instalação de novos mercados, mas a situação encontrará seu revés no período da Guerra Fria. Sobre a Guerra Fria, é correto afirmar que:
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Q1813515 Geografia
Diante de uma questão de tal vulto, não se podem entender as novas leis do Império de forma isolada. Com efeito, a Lei de Terras, a abolição do tráfico e a reforma da Guarda Nacional são medidas vinculadas. A polêmica Lei de Terras de 1850, apresentada pela primeira vez em 1843, visava a organizar o país para o fim eventual do trabalho escravo — tendo sido aprovada poucos dias após a interrupção do tráfico —, enquanto a centralização da Guarda buscava fortalecer a posição do governo perante os proprietários, cuja reação ao final do tráfico e às tentativas de regulamentação da posse da terra teria sido negativa. Sobre a Lei de Terras, analise as afirmativas a seguir. I. O modelo consolidado pela Lei de Terras constituiu obstáculo jurídico central ao desenvolvimento da pequena propriedade agrícola no Brasil, durante o século XIX, tornando-se um empecilho histórico à democratização do solo, com decorrências futuras para o país. II. A interpretação flexível do Art. 3º, inciso IV, da Lei de Terras (que admitia e legitimava a posse concretizada antes da promulgação da Lei), ensejou a aquisição fraudulenta de terrenos públicos mediante legitimação, por ofício, de posse alegadamente anterior, principalmente cometidas por pequenos lavradores. A prática resultou na ocorrência de falsas posses em todo o país. III. Nas áreas cafeicultoras, o destino da maioria das terras roxas devolutas incorporadas ao domínio particular favoreceu a persistência do sistema de latifúndio. No Oeste Paulista, entre 1850 e 1890, o avanço de posseiros e matadores de índios, sobre territórios habitados por indígenas kaingangs, guaranis e terenas deixou como marca as expulsões, o morticínio e o desmantelamento de suas sociedades. IV. A nova legislação de terras sintetizava a diretriz restritiva, definidora do papel social do imigrante como mão de obra agrícola a se empregar nos latifúndios. Em paralelo à opção de continuísmo da escravidão, a permanente necessidade de novos suprimentos de braços para a cafeicultura levou à caracterização do trabalhador estrangeiro que se desejava atrair. Estão corretas as afirmativas
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Q1813514 História
A Crise de 1929, na Alemanha, agravou os resultados da hiperinflação de 1923, depois de uma “prosperidade” relativamente breve. Dentro da burguesia, só os grandes industriais e banqueiros sobreviveram: a média e pequena burguesia, arruinada pela inflação e deflação alternantes, acabou subproletarizada. Os camponeses, menos atingidos pela crise, eram uma minoria neste país industrializado. Os trabalhadores industriais sofriam com o desemprego de massa, uma miséria densa, na qual a procura de um emprego parecia interminável. A juventude carecia de qualquer perspectiva de trabalho, ou de vida “normal”: milhões de jovens viraram nômades sem rumo, muitos enchiam os “campos de trabalho”. Fenômenos de decomposição social se desenvolveram em grande escala (droga, alcoolismo, prostituição etc.). O desespero e a cólera se voltavam contra o governo, frequentemente ocupado pelos socialistas (SPD). Toda esperança, todo “bode expiatório”, eram aceitos: o nazismo, em escala maior que o fascismo italiano, foi capaz de mobilizar a pequena burguesia desesperada. Sobre o governo de Hitler na Alemanha, analise as afirmativas a seguir.
I. O 1º de maio de 1933 foi proclamado feriado nacional. No dia 2, os dirigentes sindicais foram presos, espancados e jogados em campos de concentração. E sobre os escombros do mais poderoso movimento operário da Europa, Hitler criou a Frente do Trabalho operário-patronal. II. Em julho de 1933, foi habilitado, em Dachau, o primeiro campo de concentração, no qual foram internados comunistas, anarquistas, socialistas e demais opositores e, em janeiro de 1934, foi ditada a Lei de Regulação do Trabalho Nacional, totalmente desfavorável às empresas privadas. III. Os patrões das grandes empresas foram designados como “Führer”. Hitler foi, antes do mais, o homem do grande capital na situação histórica criada pela crise capitalista mundial e pela emergência da classe operária. IV. O ministro da propaganda (Goebbels) controlava a imprensa, a edição de livros, o rádio, o cinema – setores que conheceram “depurações” em massa. Os “criadores” e jornalistas receberam instruções precisas: as bibliotecas sofreram razias (20 mil volumes foram queimados só a 10 de maio de 1933). V. Na educação houve também um expurgo dantesco: baseada no racismo, foi feita a revisão de manuais e textos escolares, e o enquadramento de estudantes e professores em corporações. As organizações juvenis nazistas (para espanto das igrejas) passaram a enquadrar crianças a partir de oito anos de idade, ao tempo que a lei passou a autorizar a esterilização de certos indivíduos ou grupos “defeituosos”. Estão corretas as afirmativas
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Q1813513 História
Embora usasse o título de rei desde a morte da mãe, a rainha D. Maria I, em 20 de março de 1816, D. João esperou quase dois anos para receber o juramento legal, eclesiástico e popular pela sucessão ao trono. Se até então D. João entendera a estada em sua colônia tropical como um idílio, a partir de 1817 uma nova realidade lhe estorvaria o pacato cotidiano. O decreto real que fixou a data foi publicado em 28 de janeiro de 1818, determinando o dia 6 de fevereiro para a celebração do reconhecimento de D. João como Rei do Reino Unido de Portugal, Brasil e dos Algarves, d’Aquém e d’Além- -Mar em África, Senhor da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia. Dentre os motivos que levaram ao atraso da cerimônia da coroação, podemos destacar, EXCETO:
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Q1813512 História
Até os dias de hoje há muita controvérsia sobre a antiguidade dos povos do Novo Mundo, que só era novo em relação a uma Europa que se reconhecia como velha. As estimativas mais tradicionais mencionam o período de 12 mil anos, mas pesquisas recentes arriscam projetar de 30 mil a 35 mil anos. Sabe-se pouco desta história indígena, e dos inúmeros povos que desapareceram em resultado do que agora chamamos eufemisticamente de “encontro” de sociedades. Um verdadeiro morticínio teve início naquele momento: uma população estimada na casa dos milhões em 1500 foi sendo reduzida aos poucos em, aproximadamente, 800 mil, que é a quantidade de índios que habitam o Brasil atualmente. São muitos os fatores que explicam tal desastre populacional. Sobre o encontro entre europeus, povos pré- -colombianos e africanos, analise as afirmativas a seguir. I. Existiu uma barreira epidemiológica favorável aos europeus que exterminou grande parte dos povos pré-colombianos. II. Na África, a barreira epidemiológica exterminou os brancos que morreram aos milhares, como se houvesse uma linha invisível e envenenada. III. Na América, os índios morriam, atacados por agentes patogênicos, mas a falta de imunidade não é suficiente para justificar tamanha mortandade; o cataclismo biológico só teve tais consequências porque ocorreu em um contexto, com características sociais específicas e, até então, em equilíbrio. IV. Na África, como na América, a barreira epidemiológica exterminou os povos locais que morreram aos milhares, como se houvesse uma linha invisível e envenenada. Estão corretas apenas as afirmativas
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Q1813511 História
A crítica fundamental e que tem sido repetida inúmeras vezes por historiadores, especialmente os que se dedicam ao ensino, é a de que a História do Brasil tem sido ensinada visando a construir a ideia de um passado único e homogêneo, sem atentar para os diferentes setores sociais e étnicos que compõem a sociedade brasileira. Constatam, muitas destas críticas, que a ideia de um povo homogêneo com um passado único se consolidou por intermédio da difusão de que somos um povo caracterizado pela democracia racial. Sobre influência da teoria da democracia racial na História, é INCORRETO afirmar que:
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Q1813510 História
Em suas andanças pelos sertões, os paulistas iriam, afinal, realizar velhos sonhos e confirmar um raciocínio lógico. O raciocínio continha uma pergunta: se a parte do continente que pertencia à América espanhola era rica em metais preciosos, por que estes não existiriam em abundância também na colônia lusa? Em 1695, no Rio das Velhas, próximo às atuais Sabará e Caeté, ocorreram as primeiras descobertas significativas de ouro. A tradição associa a estas primeiras descobertas o nome de Borba Gato, genro de Fernão Dias. Durante os quarenta anos seguintes, foi encontrado ouro em Minas Gerais, na Bahia, em Goiás e no Mato Grosso. Sobre o ouro explorado no século XVIII, é possível afirmar que, EXCETO:
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Q1813509 História
“Collor ganhou a eleição com 50% dos votos, contra 44% de Lula. Tomou posse em 15 de março de 1990 e, no dia seguinte, reuniu a equipe da área econômica e mandou a nova ministra da Economia, Zélia Cardoso de Mello, anunciar à imprensa um plano para enfrentar a voragem da inflação.” Sobre o Plano Collor I, é possível afirmar que, EXCETO:
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Q1813508 História
O movimento de 31 de março de 1964 tinha sido lançado aparentemente para livrar o país da corrupção e do comunismo e para restaurar a democracia; mas o novo regime começou a mudar as instituições do país através de decretos, chamados de Atos Institucionais (AI). Eles eram justificados como decorrência “do exercício do poder constituinte, inerente a todas as revoluções”. (BORIS, 2004.)
Sobre o período da ditadura civil-militar, é correto afirmar que, EXCETO:
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Q1813507 História
É bastante interessante observar a trajetória do ensino de História do Brasil na constituição da identidade nacional por intermédio de análises dos currículos nacionais do nível secundário. Considerando que a História foi introduzida, de forma obrigatória, nos currículos das escolas com o objetivo político explícito de contribuir para a construção da ideia do Brasil ser uma nação, de ter uma identidade nacional, a situação da História do Brasil é, no mínimo, paradoxal. A análise da trajetória da história escolar nos permite identificar que a História do Brasil, paradoxalmente, nunca ocupou um lugar significativo nos programas curriculares brasileiros e menos ainda na prática escolar, conforme mostram estudos da história da disciplina. Diante do exposto, analise as afirmativas a seguir. I. No Império, a partir de 1838, quando se introduziu a disciplina de História no Colégio Pedro II, os estudos de História do Brasil nunca ocuparam um lugar importante na carga didática, surgindo como conteúdo autônomo após 1850, mas de forma polêmica. II. No início da fase republicana, a História do Brasil foi excluída como cadeira autônoma do Colégio Pedro II. Em 1901, a História do Brasil passou a pertencer como apêndice da cadeira de História Universal, mas que dificilmente era ensinada, porque o ano letivo terminava antes dos professores conseguirem chegar, sequer, até o final da colonização. III. A reforma de Capanema para o secundário (Lei Orgânica do Ensino Secundário de 1942) correspondeu a uma fase de maior valorização da História do Brasil; dentre seus objetivos, havia uma acentuada preocupação em formar “o espírito de nacionalidade”, de uma verdadeira “consciência patriótica”. IV. Nos anos 1980, dentro de uma visão baseada em princípios de Piaget, a organização curricular começava pelo estudo do mais próximo para se chegar ao mais distante. Daí constituiu-se o percurso para os estudos de História: a história do bairro, município, cidade, estado e Brasil e, posteriormente, nas séries finais do primeiro grau estudava-se a História Geral, da Antiguidade ao mundo contemporâneo. Estão corretas apenas as afirmativas
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Q1813485 Português
O sentido maior
   Quando eu era jovem, um padre dava aulas sobre Tomás de Aquino (1225-1274), doutor da igreja e teólogo global. O tema eram as cinco provas da existência de Deus. Após a exposição, o jesuíta contou, como arremate de uma boa aula, um caso sobre o doutor angélico. Disse que, após o italiano ter escrito coisas profundas e enormes sobre a divindade, teve um êxtase místico e, segundo a narrativa, uma compreensão de Deus além da Razão, além da Escolástica, além de Aristóteles e de toda a gramática possível de um cérebro humano. Ao sair da “divina possessão”, ele emudeceu e resistiu a continuar escrevendo sua já famosa obra. Motivo? Para ele, após o contato com Deus na forma direta que os místicos vivem, o que ele escrevera sob o rigor acadêmico e com base erudita, parecia- -lhe superficial, fraco, pífio, irrelevante e tão distante do que experimentara que ficou abatido. Bem, antes de partir precocemente do mundo, Tomás terminou ditando comentários ao Cântico dos Cânticos, o poema amoroso salomônico que possui dezenas de interpretações. Curioso que a última obra do grande intelectual católico seja sobre o amor.
   A história narrada traz uma questão que sempre me assombrou. Em todos os campos, inúmeras pessoas ao meu redor falam de uma densidade maior atrás do simples discurso ou do sentimento imediato. Sim, você pode ler os mais refinados teólogos, porém, sempre serão pálida sombra do objeto sagrado em si. O mesmo valeria para as emoções humanas como o amor. Romeu indica várias vezes a Julieta (e é correspondido) que as palavras são irrelevantes, que o que eles sentem está além da expressão delas. Já vi discursos semelhantes sobre arte e até sexo. Haveria uma densidade, uma complexidade, algo tão imenso que tudo o que eu possa expressar seria incompleto.
   Sempre desconfiei um pouco da afirmação sobre a densidade extraordinária que tornaria as coisas indizíveis. Por vezes acho que devo ter uma capacidade melhor de expressão ou uma capacidade menor de sentir. Um dos itens explica o fato de eu achar que as coisas são no limite do que consigo expressar e que não possuem uma película que esconde o “mais além” de uma metafísica absoluta.
   A leitura de boas obras sempre me pareceu muito prazerosa, muito, exatamente porque as ideias, a estética da escrita, o encadeamento de personagens ou de fatos e as soluções dos bons autores me seduzem. Uma taça boa de vinho ou uma noite amorosa são extraordinárias pelo que são em si, pelo prazer ali contido, pelas papilas gustativas agraciadas, pelos hormônios atiçados, pelos disparos de adrenalina e outras coisas. Não perco a consciência, não letivo, não transfiguro, não tenho êxtase: apenas gosto e sinto o motivo de eu gostar, alguns surpreendentes. Seria bom em descrever ou ruim em sentir de forma mais densa?  Faltaria metafísica ou abundaria consciência? A descrição que alguns fazem de suas experiências sempre me pareceu fascinante e sedutora e profundamente distante do plano no qual eu sinto. Idiossincrasia? Couraça racional? Seria lucidez ou secura? Nunca saberei de fato, mas o vinho sempre pareceu bom, o texto fascinante, o sexo envolvente, o afeto belo, a boa música avassaladora e a paisagem produtora de paz interna. Já chorei de alegria diante de experiências lindas como um quadro que eu desejava conhecer ou quando desci ao Grand Canyon nos Estados Unidos. Eram lágrimas provocadas pela emoção de beleza, uma invasão positiva de muitos bons sentimentos que antigas expectativas estimularam. Era emoção, não transcendência que me derrubasse ao solo impactado pelo eterno. Vários filósofos chamaram isso de maravilhar-se, uma suspensão momentânea da racionalidade junto de incapacidade de narrar o experienciado. Mas, passado alguns instantes, recuperamos a lógica narrativa. Eu estava feliz porque era bom estar ali, porque eu desejara estar ali, porque eu me preparara para estar ali e porque, enfim estando, se fechava um ciclo de ansiedade-desejo-prazer produzindo o momento único e... lacrimoso. Foi muito bom, excelente até, todavia foi aquilo e eu posso descrever o início, o meio e o fim daquele instante. Por vezes lembro-me da experiência de um “banho xamânico” em Oaxaca, no México. A guia da experiência dizia que aspirássemos as plantas naquela sauna e que imaginássemos a luz lilás sobre nós. Aluno fiel, eu aspirava a planta acre que ela jogara às brasas e imaginava a luz lilás. Ao final de meia hora de exercício imaginativo, ela me perguntou o que eu tinha sentido e eu disse: “Um cheiro forte dessa planta”. Ela insistia: “E?”. “Só”, eu respondia à desolada senhora. Eu sentira o cheiro e imaginara a luz. Foi minha experiência xamânica. Na verdade, é minha experiência de vida. As coisas são no limite do que existem, sem energias ou algo muito mais denso escondido pelo véu do discurso. Onde alguns descrevem alguém de “energia pesada”, eu vejo um chato agressivo. Não há uma “aura”, apenas frases desagradáveis ou reclamações incessantes. Onde identificam “vampiros de energia” eu vejo alguém irritante. Seria a mesma coisa? Volto ao que eu sinto (sem fazer disso uma definição de valor universal): as coisas são no limite do que existem. Dou a elas sentido, simbolismo, signos aleatórios e que dependem da minha imaginação, sem “energia”. Essa é imensa solidão da consciência, ou, ao menos, da minha consciência. Uma boa semana para todos.
(KARNAL, Leandro. Sentido maior. O Estado de São Paulo, São Paulo,
19/01/2020. Caderno 2, p. C2.)
Haveria uma densidade, uma complexidade, algo tão imenso que tudo o que eu possa expressar seria incompleto.” (2º§) Considerando o trecho é correto afirmar que:
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Q1813404 Português
Texto para responder à questão.

Eu, meu melhor amigo
   Os manuais de autoajuda se incorporaram à vida moderna tanto quanto os telefones celulares ou a internet. Cada vez mais gente encontra inspiração em seus conselhos para perseguir uma vida melhor […], os títulos de maior sucesso ensinam a ficar rico em pouco tempo, a atrair a sorte para si próprio e a galgar degraus no trabalho rapidamente. Se todos os títulos fossem colocados em uma centrífuga, o conselho fundamental que daí resultaria seria: goste de você, tenha confiança em si mesmo, acredite em sua capacidade. Em resumo: preserve sua autoestima. Os psicólogos são unânimes em afirmar que a autoestima é a principal ferramenta com que o ser humano conta para enfrentar os desafios do cotidiano, uma espécie de sistema imunológico emocional. […] Resume o historiador inglês Peter Burke: “A autoestima é o conceito mais estudado na psicologia social, e há um bom motivo para isso. Ela é a chave para a convivência harmoniosa no mundo civilizado”.
   A autoestima é vital não apenas para as pessoas, mas também para as famílias, os grupos, as empresas, as equipes esportivas e os países. Sem ela, não há terreno fértil para as grandes descobertas nem para o surgimento de líderes. Quem não acredita em si mesmo acha que não vale a pena dizer o que pensa. Desde o início da civilização, o mundo é movido a pessoas que confiam de tal forma nas próprias ideias que se sentem estimuladas a dividi-las com os outros.
[…]
(ZAKABI, Rosana. Veja. São Paulo, Abril, ano 40, nº 26, 4 jul. 2007.)
Considerando-se os elementos de coesão textual, está correto o que se afirma em:
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Q1813403 Português
Texto para responder à questão.

Eu, meu melhor amigo
   Os manuais de autoajuda se incorporaram à vida moderna tanto quanto os telefones celulares ou a internet. Cada vez mais gente encontra inspiração em seus conselhos para perseguir uma vida melhor […], os títulos de maior sucesso ensinam a ficar rico em pouco tempo, a atrair a sorte para si próprio e a galgar degraus no trabalho rapidamente. Se todos os títulos fossem colocados em uma centrífuga, o conselho fundamental que daí resultaria seria: goste de você, tenha confiança em si mesmo, acredite em sua capacidade. Em resumo: preserve sua autoestima. Os psicólogos são unânimes em afirmar que a autoestima é a principal ferramenta com que o ser humano conta para enfrentar os desafios do cotidiano, uma espécie de sistema imunológico emocional. […] Resume o historiador inglês Peter Burke: “A autoestima é o conceito mais estudado na psicologia social, e há um bom motivo para isso. Ela é a chave para a convivência harmoniosa no mundo civilizado”.
   A autoestima é vital não apenas para as pessoas, mas também para as famílias, os grupos, as empresas, as equipes esportivas e os países. Sem ela, não há terreno fértil para as grandes descobertas nem para o surgimento de líderes. Quem não acredita em si mesmo acha que não vale a pena dizer o que pensa. Desde o início da civilização, o mundo é movido a pessoas que confiam de tal forma nas próprias ideias que se sentem estimuladas a dividi-las com os outros.
[…]
(ZAKABI, Rosana. Veja. São Paulo, Abril, ano 40, nº 26, 4 jul. 2007.)
Em “Se todos os títulos fossem colocados em uma centrífuga, o conselho fundamental que daí resultaria seria: goste de você, tenha confiança em si mesmo, acredite em sua capacidade.” (1º§) pode-se afirmar que o mesmo efeito discursivo visto na conjunção destacada está presente em (atente para o destacado):
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Q1813397 Literatura
“A vinda da família Real portuguesa ao Brasil, além de ter preparado o caminho para a independência, movimentou a vida na colônia e trouxe progresso.” O comentário anterior diz respeito ao contexto histórico ao qual relaciona-se qual período da literatura?
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Q1813382 Conhecimentos Gerais
“Uma investigação conjunta do The New York Times e The Observer revela que, em 2014, a empresa obteve uma base de dados de pretenso uso acadêmico e a explorou sem permissão para elaborar estratégias eleitorais durante as eleições [...]. É um dos maiores roubos de informação da história do Facebook.” A notícia do El País é referente às seguintes afirmativas, EXCETO:
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Q1812971 Geografia
A robotização é a introdução de robôs ou máquinas inteligentes no lugar dos trabalhadores. Ela avança continuamente nas economias desenvolvidas e também em inúmeras economias subdesenvolvidas, embora em um ritmo mais lento. Expressa uma desvantagem para os trabalhadores ao empregar robôs na linha de produção:
Alternativas
Respostas
41: C
42: D
43: A
44: C
45: D
46: D
47: D
48: B
49: C
50: B
51: A
52: C
53: A
54: A
55: A
56: A
57: A
58: C
59: B
60: D