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Sobre Hobsbawm(1)
“Se eu me arrependo? Não, não creio. Tenho plena consciência de que a causa que abracei revelou-se infrutífera. Talvez não devesse ter seguido esse caminho. Mas, por outro lado, se os homens não cultivam o ideal de um mundo melhor, eles perdem algo. Se o único ideal dos homens é a busca da felicidade pessoal, por meio do acúmulo de bens materiais, a humanidade é uma espécie diminuída” Eric Hobsbawm - 1999
Com base nas publicações de Eric Hobsbawm analise os itens abaixo, julgue-os e assinale a alternativa correta.
I. Seria necessário muito esforço para vislumbrar no conjunto da obra de Eric Hobsbawm a presença da política. Seu projeto assim como seus métodos foram de uma complexidade desde seu primeiro livro, passando pelos artigos e incluindo até as mais informais entrevistas.
II. Sob a égide de valores que remontam ao século XVIII Iluminista, senão mesmo ao humanismo cívico renascentista, construiu e buscou delinear de forma coerente toda a sua trajetória intelectual.
III. O ideal da razão permeou, inclusive, seu olhar retrospectivo em sua autobiografia: Tempos Interessantes: uma vida no século XX. O comunismo, para Hobsbawm, foi parte da tradição da civilização moderna, desde as “Revoluções Americana e Francesa”, ou seja, do compromisso com a melhoria das condições de vida de todos os seres humanos.
IV. Fundamentou sua própria concepção de política, aquela que se desenvolve numa “esfera pública”, “na qual as pessoas articulam suas opiniões e se unem para alcançar objetivos coletivos”.
V. Concebeu a política como um sistema, não diferindo da definição apresentada por Robert Dahl, a saber, “qualquer estrutura persistente de relações humanas que envolva controle, influência, poder ou autoridade, em medida significativa”.
(1) CORREA, P. G. História, política e
revolução em Eric Hobsbawm e
François Furet. 2006. 241 folhas.
Dissertação (Mestrado) – Universidade
de São Paulo (USP). Disponível em: <
http://www.teses.usp.br/teses/disponive
is/8/8138/tde-06072007-120331/ptbr.php>
. Acesso em 20 ago. 2016.
Quando se aborda o tema “História e diversidade e gênero” no ambiente escolar, faz-se necessário compreender que conceitos sobre heterossexualidade, homossexualidade, entre tantos, por vezes polêmicos e carregados de tabus, precisam fazer parte do currículo escolar, pois só se promove a dignidade da pessoa humana, tal qual está posto nos artigos 1º e 3º da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, a partir do momento em que a visão de nossas construções socioculturais do presente estão ligadas a outras tantas que já existiram no passado, continuaram e se diferenciaram.
Sobre a história da homossexualidade (1) assinale a alternativa incorreta:
(1) DIETER. C. T. As raízes históricas da
homossexualidade, os avanços no campo
jurídico e o prisma constitucional.
Instituto Brasileiro de Direito de Familia. IBDFAM, abril/2012. Disponível em: <
http://www.ibdfam.org.br/artigos/autor/Crist
ina%20Ternes%20Dieter>. Acesso em: 20
ago. 2016.
A História da disciplina de história no currículo nacional é marcada por idas e vindas, avanços e retrocessos, continuidades e descontinuidades. Neste sentido o debate historiográfico sobre a disciplina de História(1), e o “estado da arte” têm elucidado momentos da História onde as perspectivas políticas, econômicas e socioculturais interferem na relevância do componente curricular e nas suas intencionalidades.
(1) ANDRADE. M.P.V. Concepção e ensino
de história na proposta de reorientação
curricular de Goiás do 6º ao 9º ano. II
Seminário de Pesquisa da Pós-Graduação
em História. UFG/UCG, 14/15/16/set/2009.
Disponível em: <
https://pos.historia.ufg.br/up/113/o/IISPHist
09_MarciaAparraAndrade.pdf>. Acesso em:
20 ago. 2016.
Tendo em vista o exposto, História da História no currículo brasileiro, assinale a alternativa incorreta:
O documento não é inócuo. É, antes de mais nada, o resultado de uma montagem, consciente ou inconsciente, da história, da época, da sociedade que o produziram, mas também das épocas sucessivas durante as quais continuou a viver, talvez esquecido, durante as quais continuou a ser manipulado, ainda que pelo silêncio. O documento é uma coisa que fica, que dura, e o testemunho, o ensinamento (para evocar a etimologia) que ele traz devem ser em primeiro lugar analisados, desmistificando-lhe o seu significado aparente. O documento é monumento. Resulta do esforço das sociedades históricas para impor ao futuro – voluntária ou involuntariamente – determinada imagem de si próprias. (2003, p.537-538).
LE GOFF, Jacques. Documento/monumento. In: FONSECA, Thaís N. L. (orgs.). História e Memória. 5ª ed. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2003, p. 525-541.
Sobre as considerações postas por Le Goff, é
correto afirmar que a Documentação:
Leia os excertos a seguir:
Excerto I
Uma das primeiras teorias sobre a tecnologia aborda enfaticamente seu caráter transformador da sociedade. Neder denominou essa corrente de pensamento instrumentalista; segundo ele, ― este seria como um suporte instrumental para realizar valores e desejos, sendo os meios tecnológicos neutros . Herdeira do otimismo com o progresso, desde a filosofia do iluminismo do século XVIII, a tecnologia materializa-se apenas em meios para atingir determinados fins.
Excerto II
Na concepção de Agazzi, até os anos cinquenta pode-se dizer que a ciência era considerada como o campo de investigação desinteressada, imparcial, e objetiva da verdade; como depósito do conhecimento infalível, descontaminada de pressões e influências externas. Bem estabelecida por cima de todo conflito ideológico e disposta de imediato a ajudar à humanidade a resolver qualquer tipo de problema graças à riqueza de seus instrumentos. O tom desse discurso se potencializou tanto por meio da autonomia da ciência em relação à sociedade quanto da sua neutralidade.
Excerto III
Dagnino descreve a respeito da concepção da neutralidade científica em sua obra. Para esse autor, enquanto o Iluminismo difundiu o ideal da neutralidade, o Positivismo, no século XIX, potencializou novos desdobramentos dessa percepção. Desvinculada do primado religioso, no positivismo, a razão subverteria a subjetividade para reproduzir a realidade fielmente, principalmente, ao reforçar o caráter de verdade do conhecimento científico. Assim, ainda segundo o autor, ―[...] a neutralidade da ciência parte de um juízo de que a ciência e a tecnologia não se relacionam com o contexto no qual são geradas. Assim, permanecer sempre isolada é um objetivo e uma regra da boa ciência.
SILVA, G.B; BOTELHO, M. I. V. Ciência, tecnologia e sociedade: apontamentos teóricos. Temporalidades – Revista Discente do Programa de Pós-Graduação em História da UFMG. v. 8, n. 1 (jan./maio 2016) – Belo Horizonte: Departamento de História, FAFICH/UFMG, 2016. Disponível em:<www.fafich.ufmg.br/temporalidades> . Acesso em: 20 ago. 2016
Com base nos apontamentos teóricos expostos nos
excertos, podemos argumentar que os textos
demonstram:
Leia o texto a seguir:
A política no pódio: episódios de tensões e conflitos nos Jogos Olímpicos da Era Moderna
Flavio de Campos
Em tempos de protestos e conflitos em praças esportivas brasileiras, este artigo tem como objetivo retomar alguns episódios marcantes de tensões e enfrentamentos ideológicos ocorridos durante a história dos Jogos Olímpicos de Verão da Era Moderna. Pretende-se questionar a perspectiva, contida nos discursos oficiais do Comitê Olímpico Internacional, entre os organizadores dos mais diversos países e de setores expressivos da imprensa, de que a política e os esportes devem estar apartados em nome do espírito olímpico. A referência a tais episódios demonstra como as situações históricas revelam a recorrência das práticas e confrontos políticos mais ou menos explícitos.
CAMPOS, F. de. A política no pódio: episódios de tensões e conflitos nos Jogos Olímpicos da Era Moderna. História USP, São Paulo, n. 108, jan./mar. 2016. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br>. Acesso em: 20 ago. 2016.
O artigo publicado na Revista da Universidade de São Paulo (USP) traz inferências quanto a questões políticas, sociais e culturais (co)relacionadas à História das Olimpíadas.
Analise os itens a seguir, julgue-os e posteriormente assinale a alternativa correta:
I. Na Antiga Grécia, a trégua sagrada (εκεχερία – ekechería) era proclamada a cada quatro anos por emissários que anunciavam a realização dos Jogos Olímpicos. Assim, as hostilidades entre as póleis deveriam ser suspensas e garantidos salvo-condutos nos percursos de ida e volta da cidade de Olímpia, considerada como território neutro e inviolável durante as competições.
II. Em 393 d.C., Ambrósio, bispo de Milão, obteve do imperador romano Teodósio a proibição aos Jogos Olímpicos, a principal referência lúdica da cultura clássica. Em um contexto de afirmação do cristianismo e de luta contra os mais diversos paganismos, o combate aos jogos fúnebres e às reminiscências aos demais jogos helênicos (píticos, nemaicos e ístmicos) fez parte do programa de ação das lideranças cristãs que procuravam estabelecer a sua hegemonia diante de outros sistemas de crenças e práticas devocionais no Mediterrâneo.
III. O resgate dos Jogos Olímpicos no final do século XIX, capitaneado por Pierre de Freddy, o barão de Coubertin, foi estimulado pelas proposições do cristianismo atlético ou cristianismo muscular, que se desenvolvera, sobretudo nas escolas inglesas, articulando-o a uma visão idealizada do mundo grego, que serviria de preceptiva para as práticas esportivas dos sportsmen.
IV. Berlim foi a cidade escolhida para sediar os
Jogos de 1916. Os dirigentes do Comitê
Olímpico Internacional acreditavam que a
indicação da Alemanha pudesse contribuir para
evitar a eclosão da guerra, como se fosse
possível uma ekechería no mundo
contemporâneo. Pelo contrário, a guerra
impediu a realização da VI Olimpíada da Era
Moderna. O mesmo voltaria a acontecer em 1940
e em 1944, no contexto da Segunda Guerra
Mundial. Ainda assim, esses jogos são
oficialmente contados, mesmo que não
realizados.
“As teorias e práticas mercantilistas estão inseridas no contexto da transição do Feudalismo para o Capitalismo, possuindo ainda características marcantes das estruturas econômicas feudais e já diversos fatores que serão mais tarde identificados com características capitalistas, não sendo nenhum dos dois sistemas, no entanto. O termo mercantilismo define os aspectos econômicos desse processo de transição. Se o mercantilismo tem sua contraparte política no Estado absoluto, no campo social tem relação com a estrutura social comumente conhecida como sociedade do Antigo Regime.” (SILVA, Kalina V. & SILVA, Maciel Henrique. “Dicionário de conceitos históricos”. São Paulo : Contexto, 2009, p. 283-284).
Das práticas apresentadas abaixo, qual não pode ser identificada como pertencente ao mercantilismo:
Acerca do desenvolvimento da agricultura e da consequente sedentarização dos grupos humanos, considere as afirmativas abaixo:
I. Esse processo teve início a partir das civilizações mediterrâneas, sobretudo gregos e romanos, responsáveis pela construção de grandes obras públicas, como canais de irrigação, diques e aquedutos.
II. Também identificados sob a denominação de “povos fluviais” ou “civilizações hidráulicas”, egípcios e mesopotâmicos foram pioneiros na constituição de sociedades rigidamente hierarquizadas e com governo.
III. A ocupação humana dos vales dos rios Tigre e Eufrates remonta ao período Paleolítico e, devido à abundância de recursos hídricos, essa região foi sucessivamente disputada por vários povos.
IV. Na região designada como Crescente Fértil, verificou-se o desenvolvimento das atividades agrícolas atreladas ao avanço de técnicas de irrigação e atividades comerciais, tudo isso mediado pela atuação de Estados fortes.
É correto o que se afirma em:
Em “Apologia da História – ou, O Ofício de Historiador”, o medievalista francês Marc Bloch apresenta algumas reflexões que são contribuições teórico-metodológicas significativas para as ciências humanas, em geral, e, em particular, para a história. A respeito das principais formulações conceituais desenvolvidas pela tendência historiográfica à qual pertencia Bloch, pode-se citar:
I. História-problema.
II. Materialismo histórico.
III. História de longa duração.
IV. Consciência de classe.
É correto o que se afirma em:
“Ogum, que conhecia o segredo do ferro, não tinha dito nada até então. Quando todos os outros orixás tinham fracassado, Ogum pegou o seu facão, de ferro, foi até a mata e limpou o terreno.
Os orixás, admirados, perguntaram a Ogum de que material era feito tão resistente facão. Ogum respondeu que era de ferro, um segredo recebido de Orumilá.
Ogum, que conhecia o segredo do ferro, não tinha dito nada até então. Quando todos os outros orixás tinham fracassado, Ogum pegou o seu facão, de ferro, foi até a mata e limpou o terreno.
Os orixás invejaram Ogum pelos benefícios que o ferro trazia, não só a agricultura, mas como à caça e até mesmo à guerra. Por muito tempo os orixás importunaram Ogum para saber o segredo do ferro, mas ele mantinha o segredo só para si.
Os orixás decidiram então oferecer-lhe o reinado em troca de que ele lhe ensinasse tudo sobre aquele metal tão resistente. Ogum aceitou a proposta.
Os humanos também vieram a Ogum pedir-lhe o conhecimento do ferro. E Ogum lhes deu o conhecimento da forja, até o dia em que todo caçador e todo guerreiro tiveram suas lanças de ferro. [...]
Apesar de Ogum ter aceitado o comando dos orixás, antes de mais nada ele era um caçador.[...]
Os humanos que receberam de Ogum o segredo do ferro não o esqueceram. Todo mês de dezembro, celebram a festa de Uidê-Ogum. [...] Ogum é o senhor do ferro para sempre.”
(disponível em: http://www.palmares.gov.br/005/00502001.jsp?HC D_chave=63, acesso em 1º de agosto de 2016).
A Lei n.º 10.639/03, ao alterar a Lei de Diretrizes e
Bases (Lei 9.934/96), tornou obrigatório o ensino
da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana em
todas as áreas e em todos os níveis da educação.
Nesse sentido, a possível abordagem de um conto
da mitologia africana, como o apresentado acima,
atenderia aos seguintes objetivos, exceto:
Surgida na França, durante a década de 1920, esta tendência historiográfica estabeleceu a relevância de aspectos da vida privada, da cultura e das mentalidades como temas dignos da pesquisa histórica. Ao admitirem a contribuição de outras ciências, terminaram por ampliar o conceito de tempo histórico e propuseram novos objetos e procedimentos metodológicos.
O trecho acima refere-se à/ao:
O Decreto de Nº 5.098, 03/06/2004 dispõe sobre a criação do plano nacional de prevenção, preparação e resposta rápida a emergências ambientais com produtos químicos perigosos - P2R2. Analise as afirmativas abaixo:
I. O Plano Nacional de Prevenção, Preparação e Resposta Rápida a Emergências Ambientais com Produtos Químicos Perigosos - P2R2 tem como objetivo prevenir a ocorrência de acidentes com produtos químicos perigosos e aprimorar o sistema de preparação e resposta a emergências químicas no País.
II. No Art. 2º do Decreto de Nº 5.098, 03/06/2004 são definidos princípios orientadores do P2R2, aqueles reconhecidos como princípios gerais do direito ambiental brasileiro, tais como: princípio da informação, princípio da participação; princípio da prevenção; princípio da precaução; princípio da reparação; e o princípio do poluidor-pagador.
III. O Ministério do Meio Ambiente promove a articulação e a integração dos vários níveis de governo, do setor privado, das representações da sociedade civil e das demais partes interessadas na proteção da saúde humana e qualidade ambiental. Sendo assim, o Plano focaliza-se na prevenção, correção e estratégias.
Assinale a alternativa que apresenta a (s) afirmativa
(s) correta (s).