Questões de Concurso
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A questão refere-se ao seguinte texto, de Clarice Lispector, intitulado “Escrever, prolongar o tempo”.
“Não posso escrever enquanto estou ansiosa ou espero soluções porque em tais períodos faço tudo para que as horas passem; e escrever é prolongar o tempo, é dividi-lo em partículas de segundos, dando a cada uma delas uma vida insubstituível.”
(LISPECTOR, Clarice. Para não esquecer: crônicas. SP: Ática, 1984)
Sobre o texto acima, é possível afirmar que
Rio 2016: um jogo (olímpico?) de cartas marcadas
[...] Grandes projetos com forte apelo simbólico (grandes museus, por exemplo), megaeventos esportivos, exposições internacionais comparecem com uma monótona regularidade em estratégias que, por seu lado, não cansam de proclamar sua originalidade e criatividade. No entanto, sem dúvida, trata-se de negócio, e não de arte, quando se constroem novos e majestosos museus; assim como se trata de negócio, e não de esporte, quando se organizam Jogos Olímpicos.
A retórica olímpica não consegue mais esconder a essência da operação. Como compensação às cidades que se prestam a investir bilhões para quinze dias de glória, promete agora o chamado “legado”. Em troca do negócio, dizem-nos, vamos cuidar do meio ambiente, dos transportes, da questão social etc. Nem Atlanta, nem Pequim, nem Atenas sugerem que essa nova retórica tenha qualquer sentido. Em Montreal, o legado é a enorme dívida. Isso para não falar dos Jogos Panamericanos de 2007, aqui mesmo, entre nós, cujo maior legado são elefantes brancos e uma fatura engordada a golpes de aditivos aos contratos.
Quanto custarão os Jogos Olímpicos? Eis algo que ninguém arrisca dizer, nem mesmo o Comitê Olímpico Internacional, que, por via das dúvidas, cobra dos governos nacionais o compromisso de cobrirem todas as eventuais perdas. Assim, um cheque em branco é passado a autoridades locais e a grupos empresariais estrategicamente situados nos centros decisórios que determinarão as empreiteiras a serem contratadas, os terrenos a serem adquiridos, os consultores a serem recrutados [...].
Sabemos desde já quem serão os ganhadores: as grandes empreiteiras, os grandes proprietários de terras da Barra da Tijuca. Enquanto isso, os perdedores também já são conhecidos e permanecerão desprovidos de transporte naquelas áreas onde reside a imensa maioria da população de nossa cidade.
O legado, já sabemos de antemão: uma vez mais a socialização dos custos e a privatização dos benefícios. E uma cidade ainda mais desigual e injusta.
(VAINER, Carlos. Jornal dos economistas. Dezembro de 2009. Adaptado)
Dadas as proposições seguintes sobre o texto,
I. Grandes projetos de megaeventos prometem legados que, de acordo com o texto, são promissores para o desenvolvimento urbano.
II. Usualmente, a essência da operação dos megaeventos esportivos é a de investir nas cidades; no entanto as administrações locais não sabem gerir de forma satisfatória tais investimentos.
III. De acordo com o texto, os investimentos nos Jogos Panamericanos de 2007 deixaram inúmeros legados ao Brasil.
IV. Os legados prometidos pela retórica olímpica, segundo Vainer, não são confiáveis, pois historicamente têm gerado déficit econômico nos orçamentos das cidades que sediam megaeventos esportivos.
verifica-se que está(ão) correta(s)
Rio 2016: um jogo (olímpico?) de cartas marcadas
[...] Grandes projetos com forte apelo simbólico (grandes museus, por exemplo), megaeventos esportivos, exposições internacionais comparecem com uma monótona regularidade em estratégias que, por seu lado, não cansam de proclamar sua originalidade e criatividade. No entanto, sem dúvida, trata-se de negócio, e não de arte, quando se constroem novos e majestosos museus; assim como se trata de negócio, e não de esporte, quando se organizam Jogos Olímpicos.
A retórica olímpica não consegue mais esconder a essência da operação. Como compensação às cidades que se prestam a investir bilhões para quinze dias de glória, promete agora o chamado “legado”. Em troca do negócio, dizem-nos, vamos cuidar do meio ambiente, dos transportes, da questão social etc. Nem Atlanta, nem Pequim, nem Atenas sugerem que essa nova retórica tenha qualquer sentido. Em Montreal, o legado é a enorme dívida. Isso para não falar dos Jogos Panamericanos de 2007, aqui mesmo, entre nós, cujo maior legado são elefantes brancos e uma fatura engordada a golpes de aditivos aos contratos.
Quanto custarão os Jogos Olímpicos? Eis algo que ninguém arrisca dizer, nem mesmo o Comitê Olímpico Internacional, que, por via das dúvidas, cobra dos governos nacionais o compromisso de cobrirem todas as eventuais perdas. Assim, um cheque em branco é passado a autoridades locais e a grupos empresariais estrategicamente situados nos centros decisórios que determinarão as empreiteiras a serem contratadas, os terrenos a serem adquiridos, os consultores a serem recrutados [...].
Sabemos desde já quem serão os ganhadores: as grandes empreiteiras, os grandes proprietários de terras da Barra da Tijuca. Enquanto isso, os perdedores também já são conhecidos e permanecerão desprovidos de transporte naquelas áreas onde reside a imensa maioria da população de nossa cidade.
O legado, já sabemos de antemão: uma vez mais a socialização dos custos e a privatização dos benefícios. E uma cidade ainda mais desigual e injusta.
(VAINER, Carlos. Jornal dos economistas. Dezembro de 2009. Adaptado)
A questão refere-se ao seguinte excerto do texto jornalístico intitulado “Educação não comove ninguém”, publicado no jornal Gazeta de Alagoas, em 7 de agosto de 2011.
“Quantas vezes, apenas nos últimos anos (ou nos últimos meses), não se noticiou a situação de alguma escola a ser fechada, por falta de condições estruturais para funcionar?”
Em qual das opções a colocação pronominal segue, de
acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, o mesmo
caso da colocação do pronome “se” no fragmento acima?
A questão refere-se ao texto abaixo, de autoria de Glauco Mattoso.
O EUTANAZISTA
Não podendo eliminar
o resto da humanidade,
suicidou-se.
(FREIRE, M. Os cem menores contos brasileiros do século. Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2004)
A questão refere-se ao texto abaixo, de autoria de Glauco Mattoso.
O EUTANAZISTA
Não podendo eliminar
o resto da humanidade,
suicidou-se.
(FREIRE, M. Os cem menores contos brasileiros do século. Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2004)
Dadas as afirmações seguintes sobre o texto,
I. A expressão “o resto da humanidade” refere-se às pessoas que “restaram” da guerra, isto é, aos sobreviventes da guerra.
II. O neologismo presente no título permite relacionar o ato de suicídio do protagonista à eutanásia.
III. O suicídio do protagonista refere-se, possivelmente, à sua frustração de não poder salvar a humanidade sobrevivente.
IV. A história é narrada em terceira pessoa, o que demonstra que o narrador é uma personagem do enredo.
verifica-se que são verdadeiras
INCÊNDIO
Vi a menina procurar pela mãe, na multidão em frente ao edifício que pegara fogo, e ninguém dizer-lhe onde estava ela. E a menina sabia que a mãe morrera; sabia de vaga notícia, de obscura ciência, como essas coisas se sabem sem necessidade de testemunho. Ela passeava entre populares e fotógrafos o seu rostinho contraído, sua vozinha de choro, sua escassez de palavras. E quando apareceu um bombeiro para dizer-lhe que a pessoa morta não devia ser sua mãe, todos os sinais tranquilizadores que ele dava eram precisamente sinais confirmativos da perda. E a menina era apenas uma dor humilde, entre outras que latejavam naquele momento em meio à confusão das providências para apagar as chamas e salvar as vidas.
Vi a moça dependurar-se à corda, lá no alto, sua saia abrir-se como uma flor redonda, parece mulher ensaiando voo, os cabelos são louros, a moça vem devagar e difícil, os braços tensos afrouxam, ela tomba no vazio. De repente não é mais nada senão uma forma chata sobre a marquise. Raro é ver a morte operar assim à plena luz, sem disfarce nem preparativo de anos e anos. A morte dando demonstração. E a morte estava solta no vão entre dois edifícios, um que se queimava, outro que assumia o papel de porto de salvação. A vida por uma corda, fora do circo, no coração do cotidiano. Uma corda que não chega a rebentar, não é preciso, as mãos da moça é que cederam.
Vi... Não vi nada disso no local, mas em casa, em preto e branco, repetido pelo televisor que captou a morte, a dor da menina, o material da tragédia no momento em que ela se fazia. A documentação hoje em dia não acompanha a vida de perto: confunde-se com a vida, e, o que é terrível, nos obriga a todos a ser espectadores de dramas que não podemos remediar, mas cujos horrores temos de contemplar de cara. A menos que desliguemos o aparelho, como o avestruz se recolhe às penas, assistimos de palanque ao incêndio, à inundação, ao terremoto.
Desses homens e mulheres sacrificados no último incêndio pode dizer-se que morreram antes da hora, não de sua própria morte, mas de outra improvisada e injusta. Arde uma casa e as chamas não matam ninguém. O que mata é a fuga ao incêndio, é a impossibilidade de fugir a ele, nesses edifícios onde tudo foi previsto menos o resguardo da vida de seus moradores. É o despreparo, a omissão, o que-nem-me-importa com o que possa acontecer, porque na maioria dos casos não acontece nada, os incêndios não são diários e metódicos. Vivemos sob o signo da ameaça, e com ele nos habituamos de tal modo que nem o sentimos. Todos esses edifícios, amontoados, colados, como um rebanho denso, toda essa gente dormindo ou trabalhando em seus milhares de escaninhos no ar, sem garantia a não ser o acaso, previsão, sem consciência do perigo, até que um dia a moça loura se agarra desesperadamente a uma corda e depois arria como um balão tascado... É de arrepiar.
(ANDRADE, Carlos Drummond. Auto-retrato e outras crônicas. RJ:Record, 1989)
INCÊNDIO
Vi a menina procurar pela mãe, na multidão em frente ao edifício que pegara fogo, e ninguém dizer-lhe onde estava ela. E a menina sabia que a mãe morrera; sabia de vaga notícia, de obscura ciência, como essas coisas se sabem sem necessidade de testemunho. Ela passeava entre populares e fotógrafos o seu rostinho contraído, sua vozinha de choro, sua escassez de palavras. E quando apareceu um bombeiro para dizer-lhe que a pessoa morta não devia ser sua mãe, todos os sinais tranquilizadores que ele dava eram precisamente sinais confirmativos da perda. E a menina era apenas uma dor humilde, entre outras que latejavam naquele momento em meio à confusão das providências para apagar as chamas e salvar as vidas.
Vi a moça dependurar-se à corda, lá no alto, sua saia abrir-se como uma flor redonda, parece mulher ensaiando voo, os cabelos são louros, a moça vem devagar e difícil, os braços tensos afrouxam, ela tomba no vazio. De repente não é mais nada senão uma forma chata sobre a marquise. Raro é ver a morte operar assim à plena luz, sem disfarce nem preparativo de anos e anos. A morte dando demonstração. E a morte estava solta no vão entre dois edifícios, um que se queimava, outro que assumia o papel de porto de salvação. A vida por uma corda, fora do circo, no coração do cotidiano. Uma corda que não chega a rebentar, não é preciso, as mãos da moça é que cederam.
Vi... Não vi nada disso no local, mas em casa, em preto e branco, repetido pelo televisor que captou a morte, a dor da menina, o material da tragédia no momento em que ela se fazia. A documentação hoje em dia não acompanha a vida de perto: confunde-se com a vida, e, o que é terrível, nos obriga a todos a ser espectadores de dramas que não podemos remediar, mas cujos horrores temos de contemplar de cara. A menos que desliguemos o aparelho, como o avestruz se recolhe às penas, assistimos de palanque ao incêndio, à inundação, ao terremoto.
Desses homens e mulheres sacrificados no último incêndio pode dizer-se que morreram antes da hora, não de sua própria morte, mas de outra improvisada e injusta. Arde uma casa e as chamas não matam ninguém. O que mata é a fuga ao incêndio, é a impossibilidade de fugir a ele, nesses edifícios onde tudo foi previsto menos o resguardo da vida de seus moradores. É o despreparo, a omissão, o que-nem-me-importa com o que possa acontecer, porque na maioria dos casos não acontece nada, os incêndios não são diários e metódicos. Vivemos sob o signo da ameaça, e com ele nos habituamos de tal modo que nem o sentimos. Todos esses edifícios, amontoados, colados, como um rebanho denso, toda essa gente dormindo ou trabalhando em seus milhares de escaninhos no ar, sem garantia a não ser o acaso, previsão, sem consciência do perigo, até que um dia a moça loura se agarra desesperadamente a uma corda e depois arria como um balão tascado... É de arrepiar.
(ANDRADE, Carlos Drummond. Auto-retrato e outras crônicas. RJ:Record, 1989)
INCÊNDIO
Vi a menina procurar pela mãe, na multidão em frente ao edifício que pegara fogo, e ninguém dizer-lhe onde estava ela. E a menina sabia que a mãe morrera; sabia de vaga notícia, de obscura ciência, como essas coisas se sabem sem necessidade de testemunho. Ela passeava entre populares e fotógrafos o seu rostinho contraído, sua vozinha de choro, sua escassez de palavras. E quando apareceu um bombeiro para dizer-lhe que a pessoa morta não devia ser sua mãe, todos os sinais tranquilizadores que ele dava eram precisamente sinais confirmativos da perda. E a menina era apenas uma dor humilde, entre outras que latejavam naquele momento em meio à confusão das providências para apagar as chamas e salvar as vidas.
Vi a moça dependurar-se à corda, lá no alto, sua saia abrir-se como uma flor redonda, parece mulher ensaiando voo, os cabelos são louros, a moça vem devagar e difícil, os braços tensos afrouxam, ela tomba no vazio. De repente não é mais nada senão uma forma chata sobre a marquise. Raro é ver a morte operar assim à plena luz, sem disfarce nem preparativo de anos e anos. A morte dando demonstração. E a morte estava solta no vão entre dois edifícios, um que se queimava, outro que assumia o papel de porto de salvação. A vida por uma corda, fora do circo, no coração do cotidiano. Uma corda que não chega a rebentar, não é preciso, as mãos da moça é que cederam.
Vi... Não vi nada disso no local, mas em casa, em preto e branco, repetido pelo televisor que captou a morte, a dor da menina, o material da tragédia no momento em que ela se fazia. A documentação hoje em dia não acompanha a vida de perto: confunde-se com a vida, e, o que é terrível, nos obriga a todos a ser espectadores de dramas que não podemos remediar, mas cujos horrores temos de contemplar de cara. A menos que desliguemos o aparelho, como o avestruz se recolhe às penas, assistimos de palanque ao incêndio, à inundação, ao terremoto.
Desses homens e mulheres sacrificados no último incêndio pode dizer-se que morreram antes da hora, não de sua própria morte, mas de outra improvisada e injusta. Arde uma casa e as chamas não matam ninguém. O que mata é a fuga ao incêndio, é a impossibilidade de fugir a ele, nesses edifícios onde tudo foi previsto menos o resguardo da vida de seus moradores. É o despreparo, a omissão, o que-nem-me-importa com o que possa acontecer, porque na maioria dos casos não acontece nada, os incêndios não são diários e metódicos. Vivemos sob o signo da ameaça, e com ele nos habituamos de tal modo que nem o sentimos. Todos esses edifícios, amontoados, colados, como um rebanho denso, toda essa gente dormindo ou trabalhando em seus milhares de escaninhos no ar, sem garantia a não ser o acaso, previsão, sem consciência do perigo, até que um dia a moça loura se agarra desesperadamente a uma corda e depois arria como um balão tascado... É de arrepiar.
(ANDRADE, Carlos Drummond. Auto-retrato e outras crônicas. RJ:Record, 1989)
Dadas as afirmações seguintes sobre o texto,
I. No primeiro parágrafo, os sinais tranquilizadores dados pelo bombeiro reconfortaram a menina, convencendo-a de que sua mãe não estaria morta.
II. O uso repetido da conjunção “e” no início das orações do primeiro parágrafo pode ser considerado um recurso expressivo que reforça a situação desoladora da criança.
III. No terceiro parágrafo, é possível inferir que, para o narrador da crônica, é preferível assistir a um acontecimento pela televisão a vê-lo ao vivo no local em que ele ocorre.
IV. Por meio da frase “as mãos da moça é que cederam”, explicitada no final do segundo parágrafo, pode-se compreender que a morte da moça se deu, não pela fragilidade da corda, mas por ela ter afrouxado suas mãos, soltando-as da referida corda.
verifica-se que são verdadeiras
Dadas as afirmativas quanto às atribuições do Conselho Federal de Biblioteconomia – CFB,
I. Julgar, em última instância, os recursos das deliberações dos Conselhos Regionais de Biblioteconomia.
II. Arrecadar anuidades, taxas e multas.
III. Organizar os Conselhos Regionais, fixando composição, jurisdição e a forma de eleição de seus membros.
IV. Deliberar sobre questões oriundas do exercício de atividades afins à especialidade do bibliotecário.
V. Expedir resoluções que se tornem necessárias para a fiel interpretação e execução da Lei 4.084/1962.
verifica-se que
Na escolha de um software para automação de bibliotecas deve-se priorizar:
I. Integração de todas as funções.
II. Possibilidade de customização (personalização) do sistema.
III. Impressão de etiquetas para o bolso do livro.
IV. Compatibilidade com o formato MARC.
V. Estabilidade do fornecedor no mercado.
É correto afirmar que