Questões de Concurso Comentadas para colégio pedro ii
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Djamila Ribeiro, em seu livro Pequeno manual antirracista (2019, p. 21), afirma que “devemos aprender com a história do feminismo negro, que nos ensina a importância de nomear as opressões, já que não podemos combater o que não tem nome. Dessa forma, reconhecer o racismo é a melhor forma de combatê-lo”.
RIBEIRO, D. Pequeno manual antirracista. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
Nesse esforço, Silva (2021, p. 112), entre outras frentes de investigação, analisa a rotina de algumas disciplinas numa universidade federal do Rio de Janeiro em que circularam inúmeros discursos sobre o racismo, dentre os quais destacamos a seguinte situação:
Em uma das disciplinas pude observar durante todo o período a forma como um dos estudantes era tratado. Era um estudante negro que era chamado por todos/as de “Negueba”. “Fala aí, Negueba”, “Só podia ser o Negueba”. O tal apelido era utilizado por todos/as os/as colegas e algumas vezes o estudante parecia demonstrar um certo incômodo, no entanto, não reclamava e nem reivindicava pelo uso do nome correto. “Negueba”, “Negão”, “Tiziu”, “Carvão” eram formas naturalizadas de uso de raça com viés derrogatório.
SILVA, R. C. O. Formação de professores/as e racismo: discussões a partir da decolonialidade. In:
RIBEIRO, W. G.; SILVA, R. C. O.; DESTRO, D. S. (Org.) Educação Física e diferença: perspectivas e
diálogos. Curitiba: CRV, 2021. Cap. 5, p.101-124.
A situação relatada por Silva (2021) associa-se à concepção de racismo
FONSECA, M. P. S.; CARDOZO, L. F. Processos de inclusão/exclusão: percepções sobre a Educação Física escolar na educação infantil. Cadernos do Aplicação, v. 34, n. 2, p. 1-23, 2021.
Segundo as autoras, para que se possa alcançar uma inclusão processual, dialética e infindável, é importante considerar
por transmitir certos modos de ser e validar certos conhecimentos, está intimamente ligado ao poder [...] pelos seus modos de endereçamento nos chama a ocupar determinadas posições de sujeito [...] por regular as ações dos sujeitos da educação, forma identidades.
NUNES, M. L. F.; RÚBIO, K. O. Currículo(s) da Educação Física e a constituição da identidade de seus sujeitos. Currículo sem Fronteiras, v. 8, n. 2, p. 55-77, 2008. Disponível em: https://www.curriculosemfronteiras.org. Acesso em: 15 ago. 2022.
Com base nesse entendimento do currículo e de uma incursão aprofundada na trajetória da área da Educação Física no Brasil, os autores inferem as identidades projetadas na constituição de cada currículo da Educação Física, dentre as quais destacamos:
1. A projeção de identidades docilizadas nas atitudes, mas robustas na sua aparência, assim como patriotas, corajosas, obedientes e preparadas para cumprir com suas responsabilidades na labuta diária e para a defesa da pátria.
2. A projeção de identidades emancipadas das condições de opressão em que a sociedade está mergulhada.
3. A projeção de identidades que promovam a construção e reconstrução dos conhecimentos, e reconheçam que os significados são produzidos na e por meio das relações de poder, compreendam sua sociedade, assumam posições de sujeito temporárias e atuem concretamente como cidadãos solidários.
Segundo os autores, as identidades numeradas anteriormente correspondem, respectivamente, aos seguintes currículos da Educação Física:
FERREIRA, L. A. O ensino do conteúdo esporte na Educação Física escolar: desafios e possibilidades. Temas em Educação Física Escolar, v. 3, n. 1, p. 7-18, 2018. Disponível em: http://cp2.g12.br. Acesso em: 15 ago. 2022.
Nesse sentido, a compreensão, por parte do(a) professor(a), dos elementos que caracterizam as modalidades esportivas, relacionada com o desenvolvimento do esporte enquanto conteúdo escolar, implica
Barbosa (2014) chama a atenção para o fato de que, durante as aulas de Educação Física, é comum escutarmos, por parte dos(as) estudantes e professores(as), falas de incentivo físico (“corram mais, se esforcem”) e de aprimoramento esportivo (“acertem a bola, arremessem direito”). Desse modo, demonstra como o paradigma esportivo está culturalmente impregnado em muitas formas de olhar, falar e viver a disciplina na escola. O autor ressalta que essa visão biológica da disciplina reforça, nas aulas, modos operacionais de ver o corpo, temáticas hegemônicas e paradigmas de rendimentos; e sugere que o planejamento docente busque uma visão mais consciente e crítica da realidade.
O Departamento de Educação Física do Colégio Pedro II trata da questão do planejamento docente ao considerar que este é parte fundamental da construção do currículo da disciplina.
BARBOSA, C. L. A. Educação Física e Didática: um diálogo possível e necessário.
Petrópolis: Vozes, 2014.
COLÉGIO PEDRO II. Departamento de Educação Física. In: COLÉGIO PEDRO II. Projeto Político
Pedagógico Institucional do Colégio Pedro II. p. 234-260. 2018. Disponível em: http://www.cp2.g12.br.
Acesso em: 15 ago. 2022 11
Com base nas perspectivas curriculares adotadas pelo Departamento de Educação Física em sua proposta pedagógica, é correto afirmar que o planejamento deve valorizar