Questões de Concurso Comentadas para prefeitura de jaguaribe - ce

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Q1691025 Geografia

Leia o trecho a seguir:


“Azevedo passa a seguir a traçar o quadro descritivo da base física. O modo de tratamento e o conteúdo teórico são os mesmos do Tratado, começando-se pelo capítulo do clima. O conceito e tipologia de clima são os da classificação climática de De Martonne, que este tira de Hann, baseada em linha direta da posição astronômica dos lugares, que Azevedo mescla com a classificação climática de Koppen por sua visualidade da relação clima-vegetação, mais apropriada ao trabalho do combinado mapa-foto, em que o clima é descrito ao tempo que é visualizado na imagem fotográfica correspondente de formas de vegetação”.

(MOREIRA, Ruy. A Geografia que se faz e se ensina no Brasil. In: O Discurso do Avesso: para crítica da Geografia que se ensina / Ruy Moreira, 2019, p. 169).


De acordo com as ideias de R. Moreira, o ensino de Geografia é imbuído de um discurso particularmente moldado pelo corpo de discussões que é feito no âmbito epistêmico, das universidades. Considerando o excerto, sobre as influências de Aroldo de Azevedo quanto ao discurso geográfico elaborado nas instituições de ensino nas décadas de 1930 e 1940, registra-se que:

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Q1691024 Geografia
Analise o Modelo Digital de Superfície (MDS) da cidade de Salvador-BA, a seguir:
 Imagem associada para resolução da questão
Modelo Digital de Superfície (MDS), Salvador-BA. Disponível em: http://cartografia.salvador.ba.gov.br/images/cartografia/noticias/Foto4_MDS.png. Acesso em 16 set 2020.

A representação espacial do MDS, pode ser aplicado, principalmente, em contexto de análise: 
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Q1691023 Geografia
Leia o trecho a seguir: “A multiplicidade das expedições científicas e militares traduzia a aventura dos tempos modernos. As associações científicas davam apoio às expedições, nos moldes da Associação Africana, fundada em Londres em 1788, com duplo objetivo: o de explorar a África, com a finalidade de descobrir e de revelar esse continente à cultura ocidental, e abrir novos domínios comerciais britânicos naquele continente.”. (LENCIONI, Sandra. A Geografia como Ciência e a Região como Objeto de Estudo. In: Região e Geografia. / Sandra Lencioni. 1999, Edusp, p. 74).
No cerne da origem do discurso geográfico, desenvolvido ao longo do século XIX, nota-se que:
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Q1691022 Geografia

Observe as duas figuras a seguir:


 Imagem associada para resolução da questão         Imagem associada para resolução da questão

Fonte: Oliveira et al 2014. Disponível em:

https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1982-2170201

Acesso em: 17 set 2020. 



Destacando as duas representações espaciais presentes na imagem (a) e (b), identifique que tipo de representações elas são, o que representam e para quais contextos e conteúdos elas são mais indicadas:  

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Q1691021 Geografia
Faça a leitura do trecho seguinte: “Acredito que a renovação do pensamento e do ensino da Geografia pósredemocratização (pós-1985) e pós renovação da AGB (Congresso de 1978) sofreu uma redução. Uma hipótese: creio que a queda do socialismo real (URSS e Europa Oriental) jogou um “balde de água fria” nos marxistas/materialistas, que era um grupo bem polêmico e vanguardista, portanto, renovador. Isso se refletiu nos professores em geral; afinal, muitos que se engajavam na Geografia Crítica tinha o marxismo (não raro de cunho bem positivista e dogmático) como base de apoio. Quando um referencial teórico importante para as ciências humanas, como o materialismo está em crise, esta reproduz uma apatia, uma inércia, um desanimo. Até termos novas teorias para estimular novas práticas, leva tempo.” (KAERCHER, Nestor. O gato comeu a Geografia Crítica? Alguns obstáculos a superar no ensino-aprendizagem de Geografia. In: In: Geografia em Perspectiva / Nidia Nacib Pontuschka, Ariovaldo Umbelino de Oliveira (org.), 2015, p.223).
A reflexão posta por N. Kaercher (2015, p. 223) destaca uma importante constatação hoje feita por pesquisadores em educação geográfica. A crítica de Nestor tem a ver com:
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Q1691020 Geografia
O trecho que se segue relaciona-se com as concepções temáticas existentes no ensino de Geografia. Leia com atenção: “A reação aos temas ditos consagrados, como os da Geografia Física, foi objeto de muitas polêmicas. A introdução de novos temas mais ligados à vida trouxeram a efervescência necessária para o delineamento de uma “Geografia Crítica”. Tais temas, alguns fortemente marcados pela economia política, surgiram através da análise do papel do Estado, das multinacionais, do blocos econômicos, da burguesia, da imprensa, das relações internacionais, da Guerra Fria, da luta de classe, do desarmamento, das minorias, enfim, praticamente tudo ficou cabendo dentro das aulas de Geografia.” (SILVA, Jorge Luiz Barcellos. O que está acontecendo com o ensino de Geografia? – primeiras impressões. In: Geografia em Perspectiva / Nidia Nacib Pontuschka, Ariovaldo Umbelino de Oliveira (org.), 2015, p.316).
Segundo as constatações de Silva (2015, p. 316), os temas ensinados em Geografia:
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Q1691019 Geografia
Leia com atenção o fragmento a seguir: “O território, sendo um fator constante em meio à variação dos acontecimentos humanos, representa em si e por si um elemento universal. É por isso que sua importância na história foi primeiramente reconhecida através da filosofia. Montesquieu e Herder não se propuseram absolutamente a resolver problemas sociológicos ou geográficos quando tomaram em consideração as relações existentes entre os povos ou os Estados e os seus territórios, mas pretenderam apenas compreender a missão e o futuro do homem estudado no seu ambiente físico, que, segundo a concepção de Herder e de Ritter, foi preparado deliberadamente por ele para que pudesse realizar aqui seu desenvolvimento segundo o projeto do Criador”. (RATZEL, Friedrich. O território e o progresso. In: Ratzel / Antonio Carlos Robert Moraes (org), 1990, p. 80-81).
Com base na tradução do trecho escrito por Ratzel, o território, uma das principais categorias de análise em Geografia é entendido como:
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Q1691018 Geografia
Leia o trecho a seguir: “A invenção do telégrafo permitiu que os preços de fechamento do trigo em Buenos Aires, Chicago e Danzig fossem impressos no dia seguinte, quando se abria o mercado de commodities em Liverpool e Londres. Exigiu grandes investimentos em infraestruturas físicas duradouras, que alteraram a superfície terrestre e facilitaram os fluxos geográficos de mercadorias e capital-dinheiro. Desde a época de Marx, inovações e investimentos desse tipo assumiram um lugar de destaque na história tecnológica do capital” (HARVEY, David. A loucura da razão econômica: Marx e o capital no século XXI. David Harvey. 2018, p. 132).
O trecho escrito por Harvey (2018, p.132) revela o modo como a técnica de comunicação é imbricada ao fluxo de circulação de mercadorias e capital-dinheiro. Esses componentes aliam-se pois:
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Q1688691 Português

TEXTO IV


Conhecimento prévio


Entenda por que aquilo cada um já sabe é a ponte para saber mais


Elisângela Fernandes


    Virou quase uma obrigação. Não há (ou pelo menos não deveria haver) professor que inicie a abordagem de um conteúdo sem antes identificar o que sua turma efetivamente conhece sobre o que será tratado. Apesar de corriqueira nos dias de hoje, a prática estava ausente da rotina escolar até o início do século passado. Foi Jean Piaget (1896-1980) quem primeiro chamou a atenção para a importância daquilo que, no atual jargão da área, convencionou chamar-se de conhecimento prévio.

    As investigações do cientista suíço foram feitas sob a perspectiva do desenvolvimento intelectual. Para entender como a criança passa de um conhecimento mais simples a outro mais complexo, Piaget conduziu um trabalho que durou décadas no Instituto Jean-Jacques Rousseau e no Centro Internacional de Epistemologia Genética, ambos em Genebra, Suíça. Ao observar exaustivamente como os pequenos comparavam, classificavam, ordenavam e relacionavam diferentes objetos, ele compreendeu que a inteligência se desenvolve por um processo de sucessivas fases. Dependendo da qualidade das interações de cada sujeito com o meio, as estruturas mentais - condições prévias para o aprendizado, conforme descreve o suíço em sua obra - vão se tornando mais complexas até o fim da vida. Em cada fase do desenvolvimento, elas determinam os limites do que os indivíduos podem compreender.

    Dessa perspectiva, fica claro que o cerne de sua investigação relaciona-se à capacidade de raciocínio. Por não estudar o processo do ponto de vista da Educação formal, Piaget não se interessava tanto pelo conhecimento como conteúdo de ensino. Na década de 1960, esse tema mereceu a atenção de outro célebre pensador da Psicologia da Educação, o americano David Ausubel (1918-2008). "Ele foi possivelmente um dos primeiros a usar a expressão conhecimento prévio, hoje consagrada entre os professores", diz Evelyse dos Santos Lemos, pesquisadora do ensino de Ciências e Biologia do Instituto Oswaldo Cruz.

    De acordo com Ausubel, o que o aluno já sabe - a ideia-âncora, na sua denominação - é a ponte para a construção de um novo conhecimento por meio da reconfiguração das estruturas mentais existentes ou da elaboração de outras novas. Quando a criança reflete sobre um conteúdo novo, ele ganha significado e torna mais complexo o conhecimento prévio. Para o americano, o conjunto de saberes que a pessoa traz como contribuição ao aprendizado é tão essencial que mereceu uma citação contundente, no livro Psicologia Educacional: "O fator isolado mais importante influenciando a aprendizagem é aquilo que o aprendiz já sabe. Descubra isso e ensine-o de acordo".

    Ao enfatizarem aspectos distintos do conhecimento prévio, as visões de Piaget e Ausubel se complementam. "Para aprender algo são necessárias estruturas mentais que deem conta de novas complexidades e também conteúdos anteriores que ajudam a assimilar saberes", diz Fernando Becker, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). (...)


Disponível em https://novaescola.org.br/conteudo/1510/conhecimento-previo. Acesso em 12/09/2020. (com adaptações) 


Em "Ele foi possivelmente um dos primeiros usar expressão conhecimento prévio, hoje consagrada entre os professores", os vocábulos destacados desempenham, respectivamente, a função gramatical de
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Q1688684 Pedagogia
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, formar leitores é algo que requer condições favoráveis para a prática de leitura — que não se restringem apenas aos recursos materiais disponíveis, pois, na verdade, o uso que se faz dos livros e demais materiais impressos é o aspecto mais determinante para o desenvolvimento da prática e do gosto pela leitura. Sabendo disso, atribua V, caso verdadeiro, ou F, caso falso, para as condições leitoras expostas a seguir:
( ) O professor deve evitar ler para seus alunos, para permitir que eles sejam mais participativos nas aulas e, assim, possam treinar mais a leitura. ( ) Possibilitar aos alunos a escolha de suas leituras. Fora da escola, o autor, a obra ou o gênero são decisões do leitor. Tanto quanto for possível, é necessário que isso se preserve na escola. ( ) Durante o momento de leitura dos alunos, é interessante o professor interromper para perguntar sobre o que estão achando, se estão entendendo e outras questões. ( ) Possibilitar aos alunos o empréstimo de livros na escola. Bons textos podem ter o poder de provocar momentos de leitura junto com outras pessoas da casa. ( ) Construir na escola uma política de formação de leitores na qual os mais aptos possam contribuir com sugestões para desenvolver uma prática constante de leitura que envolva o conjunto da unidade escolar
A sequência correta obtida, no sentido de cima para baixo, é
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Q1688678 Português

TEXTO II


O apanhador de desperdícios


Uso a palavra para compor meus silêncios.

Não gosto das palavras

fatigadas de informar.

Dou mais respeito

às que vivem de barriga no chão

tipo água pedra sapo.

Entendo bem o sotaque das águas

Dou respeito às coisas desimportantes

e aos seres desimportantes.

Prezo insetos mais que aviões.

Prezo a velocidade

das tartarugas mais que a dos mísseis.

Tenho em mim um atraso de nascença.

Eu fui aparelhado

para gostar de passarinhos.

Tenho abundância de ser feliz por isso.

Meu quintal é maior do que o mundo.

Sou um apanhador de desperdícios:

Amo os restos

como as boas moscas.

Queria que a minha voz tivesse um formato

de canto.

Porque eu não sou da informática:

eu sou da invencionática.

Só uso a palavra para compor meus silêncios.


Manoel de Barros

Disponível em -Memórias Inventadas – As Infâncias de

Manoel de Barros – Manoel de Barros – Editora Planeta, 2008, p.45.

No trecho “Porque eu não sou da informática: eu sou da invencionática”, há uma palavra que destoa do vocabulário formal. A palavra “invencionática” pode ser classificada como
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Q1688677 Literatura

TEXTO II


O apanhador de desperdícios


Uso a palavra para compor meus silêncios.

Não gosto das palavras

fatigadas de informar.

Dou mais respeito

às que vivem de barriga no chão

tipo água pedra sapo.

Entendo bem o sotaque das águas

Dou respeito às coisas desimportantes

e aos seres desimportantes.

Prezo insetos mais que aviões.

Prezo a velocidade

das tartarugas mais que a dos mísseis.

Tenho em mim um atraso de nascença.

Eu fui aparelhado

para gostar de passarinhos.

Tenho abundância de ser feliz por isso.

Meu quintal é maior do que o mundo.

Sou um apanhador de desperdícios:

Amo os restos

como as boas moscas.

Queria que a minha voz tivesse um formato

de canto.

Porque eu não sou da informática:

eu sou da invencionática.

Só uso a palavra para compor meus silêncios.


Manoel de Barros

Disponível em -Memórias Inventadas – As Infâncias de

Manoel de Barros – Manoel de Barros – Editora Planeta, 2008, p.45.

O escritor sul-mato-grossense Manoel de Barros é um dos grandes poetas da literatura brasileira. Com relação ao período literário do qual participou e às características de sua obra, é correto afirmar que
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Q1688670 História e Geografia de Estados e Municípios

Observe a pirâmide etária de Jaguaribe a seguir: 


Imagem associada para resolução da questão

Fonte: Prefeitura Municipal de Jaguaribe-CE. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ce/jaguaribe/panorama


Assinale a alternativa que representa corretamente as características demográficas de Jaguaribe.
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Q1688657 Português

TEXTO I 

Mário Sérgio Cortella


   O sempre surpreendente Guimarães Rosa dizia: “O animal satisfeito dorme”. Por trás dessa aparente obviedade está um dos mais profundos alertas contra o risco de cairmos na monotonia existencial, na redundância afetiva e na indigência intelectual. O que o escritor tão bem percebeu é que a condição humana perde substância e energia vital toda vez que se sente plenamente confortável com a maneira como as coisas já estão rendendo-se à sedução do repouso e imobilizando-se na acomodação.

   A advertência é preciosa: não esquecer que a satisfação conclui, encerra, termina; a satisfação não deixa margem para a continuidade, para o prosseguimento, para a persistência, para o desdobramento. A satisfação acalma, limita, amortece.

   Por isso, quando alguém diz “Fiquei muito satisfeito com você” ou “Estou muito satisfeita com seu trabalho”, é assustador. O que se quer dizer com isso? Que nada mais de mim se deseja? Que o ponto atual é meu limite e, portanto, minha possibilidade? Que de mim nada mais além se pode esperar? Que está bom como está? Assim seria apavorante; passaria a ideia de que desse jeito já basta. Ora, o agradável é alguém dizer “seu trabalho (ou carinho, ou comida, ou aula, ou texto, ou música, etc) é bom, fiquei muito insatisfeito e, portanto, quero mais, quero continuar, quero conhecer outras coisas”.

   Um bom filme não é exatamente aquele que, quando termina, nos deixa insatisfeitos, parados, olhando, quietos, para a tela, enquanto passam os letreiros, desejando que não cesse? Um bom livro não é aquele que, quando encerramos a leitura, permanece um pouco apoiado no colo e nos deixa absortos e distantes, pensando que não poderia terminar? Uma boa festa, um bom jogo, um bom passeio, uma boa cerimônia não é aquela que queremos que se prolongue?

   Com a vida de cada um e de cada uma também tem de ser assim; afinal de contas, não nascemos prontos e acabados. Ainda bem, pois estar satisfeito consigo mesmo é considerar-se terminado e constrangido ao possível da condição do momento.

   Quando crianças (só as crianças?), muitas vezes, diante da tensão provocada por algum desafio que exigia esforço (estudar, treinar, emagrecer, etc), ficávamos preocupados e irritados, sonhando e pensando: Por que a gente já não nasce pronto, sabendo todas as coisas? Bela e ingênua perspectiva. É fundamental não nascermos sabendo nem prontos; o ser que nasce sabendo não terá novidades, só reiterações. Somos seres de insatisfação e precisamos ter nisso alguma dose de ambição; todavia, ambição é diferente de ganância, dado que o ambicioso quer mais e melhor, enquanto que o ganancioso quer só para si próprio.

   Nascer sabendo é uma limitação porque obriga a apenas repetir e, nunca, a criar, inovar, refazer, modificar. Quanto mais se nasce pronto, mais se é refém do que já se sabe e, portanto, do passado; aprender sempre é o que mais impede que nos tornemos prisioneiros de situações que, por serem inéditas, não saberíamos enfrentar. 

   Diante dessa realidade, é absurdo acreditar na ideia de que uma pessoa, quanto mais vive, mais velha fica; para que alguém quanto mais vivesse, mais velho ficasse, teria de ter nascido pronto e ir se gastando…

   Isso não ocorre com gente, mas com fogão, sapato, geladeira. Gente não nasce pronta e vai se gastando; gente nasce não-pronta e vai se fazendo. Eu, no ano 2013, sou a minha mais nova edição (revista e, às vezes, um pouco ampliada); o mais velho de mim (se é o tempo a medida) está no meu passado, não no presente. Demora um pouco para entender tudo isso; aliás, como falou o mesmo Guimarães, “não convém fazer escândalo de começo; só aos poucos é que o escuro é claro”…


Disponível em https://www.pensador.com/autor/mario_sergio_cortella/.

Com a vida de cada um e de cada uma também tem de ser assim¹; (...) afinal de contas, não nascemos prontos e acabados²...”. Entre a primeira e a segunda oração, pode-se inserir uma conjunção para deixar mais clara a ideia que essas orações mantêm entre si. Ciente disso, assinale a alternativa que apresenta a conjunção que consegue manter a intenção comunicativa de Cortella nesse trecho.
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Q1688656 Português

TEXTO I 

Mário Sérgio Cortella


   O sempre surpreendente Guimarães Rosa dizia: “O animal satisfeito dorme”. Por trás dessa aparente obviedade está um dos mais profundos alertas contra o risco de cairmos na monotonia existencial, na redundância afetiva e na indigência intelectual. O que o escritor tão bem percebeu é que a condição humana perde substância e energia vital toda vez que se sente plenamente confortável com a maneira como as coisas já estão rendendo-se à sedução do repouso e imobilizando-se na acomodação.

   A advertência é preciosa: não esquecer que a satisfação conclui, encerra, termina; a satisfação não deixa margem para a continuidade, para o prosseguimento, para a persistência, para o desdobramento. A satisfação acalma, limita, amortece.

   Por isso, quando alguém diz “Fiquei muito satisfeito com você” ou “Estou muito satisfeita com seu trabalho”, é assustador. O que se quer dizer com isso? Que nada mais de mim se deseja? Que o ponto atual é meu limite e, portanto, minha possibilidade? Que de mim nada mais além se pode esperar? Que está bom como está? Assim seria apavorante; passaria a ideia de que desse jeito já basta. Ora, o agradável é alguém dizer “seu trabalho (ou carinho, ou comida, ou aula, ou texto, ou música, etc) é bom, fiquei muito insatisfeito e, portanto, quero mais, quero continuar, quero conhecer outras coisas”.

   Um bom filme não é exatamente aquele que, quando termina, nos deixa insatisfeitos, parados, olhando, quietos, para a tela, enquanto passam os letreiros, desejando que não cesse? Um bom livro não é aquele que, quando encerramos a leitura, permanece um pouco apoiado no colo e nos deixa absortos e distantes, pensando que não poderia terminar? Uma boa festa, um bom jogo, um bom passeio, uma boa cerimônia não é aquela que queremos que se prolongue?

   Com a vida de cada um e de cada uma também tem de ser assim; afinal de contas, não nascemos prontos e acabados. Ainda bem, pois estar satisfeito consigo mesmo é considerar-se terminado e constrangido ao possível da condição do momento.

   Quando crianças (só as crianças?), muitas vezes, diante da tensão provocada por algum desafio que exigia esforço (estudar, treinar, emagrecer, etc), ficávamos preocupados e irritados, sonhando e pensando: Por que a gente já não nasce pronto, sabendo todas as coisas? Bela e ingênua perspectiva. É fundamental não nascermos sabendo nem prontos; o ser que nasce sabendo não terá novidades, só reiterações. Somos seres de insatisfação e precisamos ter nisso alguma dose de ambição; todavia, ambição é diferente de ganância, dado que o ambicioso quer mais e melhor, enquanto que o ganancioso quer só para si próprio.

   Nascer sabendo é uma limitação porque obriga a apenas repetir e, nunca, a criar, inovar, refazer, modificar. Quanto mais se nasce pronto, mais se é refém do que já se sabe e, portanto, do passado; aprender sempre é o que mais impede que nos tornemos prisioneiros de situações que, por serem inéditas, não saberíamos enfrentar. 

   Diante dessa realidade, é absurdo acreditar na ideia de que uma pessoa, quanto mais vive, mais velha fica; para que alguém quanto mais vivesse, mais velho ficasse, teria de ter nascido pronto e ir se gastando…

   Isso não ocorre com gente, mas com fogão, sapato, geladeira. Gente não nasce pronta e vai se gastando; gente nasce não-pronta e vai se fazendo. Eu, no ano 2013, sou a minha mais nova edição (revista e, às vezes, um pouco ampliada); o mais velho de mim (se é o tempo a medida) está no meu passado, não no presente. Demora um pouco para entender tudo isso; aliás, como falou o mesmo Guimarães, “não convém fazer escândalo de começo; só aos poucos é que o escuro é claro”…


Disponível em https://www.pensador.com/autor/mario_sergio_cortella/.

Na oração “Diante dessa realidade, é absurdo acreditar na ideia de que uma pessoa...”, a vírgula foi empregada corretamente, pois está separando
Alternativas
Q1688655 Português

TEXTO I 

Mário Sérgio Cortella


   O sempre surpreendente Guimarães Rosa dizia: “O animal satisfeito dorme”. Por trás dessa aparente obviedade está um dos mais profundos alertas contra o risco de cairmos na monotonia existencial, na redundância afetiva e na indigência intelectual. O que o escritor tão bem percebeu é que a condição humana perde substância e energia vital toda vez que se sente plenamente confortável com a maneira como as coisas já estão rendendo-se à sedução do repouso e imobilizando-se na acomodação.

   A advertência é preciosa: não esquecer que a satisfação conclui, encerra, termina; a satisfação não deixa margem para a continuidade, para o prosseguimento, para a persistência, para o desdobramento. A satisfação acalma, limita, amortece.

   Por isso, quando alguém diz “Fiquei muito satisfeito com você” ou “Estou muito satisfeita com seu trabalho”, é assustador. O que se quer dizer com isso? Que nada mais de mim se deseja? Que o ponto atual é meu limite e, portanto, minha possibilidade? Que de mim nada mais além se pode esperar? Que está bom como está? Assim seria apavorante; passaria a ideia de que desse jeito já basta. Ora, o agradável é alguém dizer “seu trabalho (ou carinho, ou comida, ou aula, ou texto, ou música, etc) é bom, fiquei muito insatisfeito e, portanto, quero mais, quero continuar, quero conhecer outras coisas”.

   Um bom filme não é exatamente aquele que, quando termina, nos deixa insatisfeitos, parados, olhando, quietos, para a tela, enquanto passam os letreiros, desejando que não cesse? Um bom livro não é aquele que, quando encerramos a leitura, permanece um pouco apoiado no colo e nos deixa absortos e distantes, pensando que não poderia terminar? Uma boa festa, um bom jogo, um bom passeio, uma boa cerimônia não é aquela que queremos que se prolongue?

   Com a vida de cada um e de cada uma também tem de ser assim; afinal de contas, não nascemos prontos e acabados. Ainda bem, pois estar satisfeito consigo mesmo é considerar-se terminado e constrangido ao possível da condição do momento.

   Quando crianças (só as crianças?), muitas vezes, diante da tensão provocada por algum desafio que exigia esforço (estudar, treinar, emagrecer, etc), ficávamos preocupados e irritados, sonhando e pensando: Por que a gente já não nasce pronto, sabendo todas as coisas? Bela e ingênua perspectiva. É fundamental não nascermos sabendo nem prontos; o ser que nasce sabendo não terá novidades, só reiterações. Somos seres de insatisfação e precisamos ter nisso alguma dose de ambição; todavia, ambição é diferente de ganância, dado que o ambicioso quer mais e melhor, enquanto que o ganancioso quer só para si próprio.

   Nascer sabendo é uma limitação porque obriga a apenas repetir e, nunca, a criar, inovar, refazer, modificar. Quanto mais se nasce pronto, mais se é refém do que já se sabe e, portanto, do passado; aprender sempre é o que mais impede que nos tornemos prisioneiros de situações que, por serem inéditas, não saberíamos enfrentar. 

   Diante dessa realidade, é absurdo acreditar na ideia de que uma pessoa, quanto mais vive, mais velha fica; para que alguém quanto mais vivesse, mais velho ficasse, teria de ter nascido pronto e ir se gastando…

   Isso não ocorre com gente, mas com fogão, sapato, geladeira. Gente não nasce pronta e vai se gastando; gente nasce não-pronta e vai se fazendo. Eu, no ano 2013, sou a minha mais nova edição (revista e, às vezes, um pouco ampliada); o mais velho de mim (se é o tempo a medida) está no meu passado, não no presente. Demora um pouco para entender tudo isso; aliás, como falou o mesmo Guimarães, “não convém fazer escândalo de começo; só aos poucos é que o escuro é claro”…


Disponível em https://www.pensador.com/autor/mario_sergio_cortella/.

No período “Somos seres de insatisfação e precisamos ter nisso alguma dose de ambição; todavia, ambição é diferente de ganância...”, as conjunções destacadas estabelecem, respectivamente, entre as orações, as ideias de
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Q1687742 Enfermagem
A exposição direta ou indireta a materiais biológicos é comum na área da enfermagem, fato esse que se intensificou com o advento da pandemia de Covid-19, principalmente pela alta transmissibilidade do vírus. Nesse contexto, muitas notícias na mídia acerca da vulnerabilidade dessa categoria profissional e à falta de EPIs foram evidenciadas, como podemos ver exposta na seguinte matéria da revista Super Interessante:
Imagem associada para resolução da questão
Fonte: https://super.abril.com.br/ciencia/covid-19-brasil-lidera-ranking-mundial-de-enfermeiros-mortos/
Mais recentemente, o COFEN vem apresentando os dados da infecção do Covid-19 por Estado, em um observatório específico para acompanhamento:
Imagem associada para resolução da questão

Nesse cenário, no âmbito da assistência às doenças infecciosas, analise as afirmações a seguir:

I. Além dos riscos biológicos que são habituais, a Covid-19 trouxe aos profissionais de enfermagem um alto risco biológico de consequências devastadoras para a sociedade, exigindo dos profissionais a exata utilização dos EPIs, uma vez que a Covid-19 possui uma alta transmissibilidade. II. O código de ética dos profissionais de enfermagem assegura o direito ao uso dos EPIS aos profissionais de enfermagem em referências às relações com as organizações empregadoras em seu Art. 63, assegurando o profissional: “desenvolver suas atividades profissionais em condições de trabalho que promovam a própria segurança e a da pessoa, família e coletividade sob seus cuidados, e dispor de material e equipamentos de proteção individual e coletiva, segundo as normas vigentes”. III. Segundo o código de ética dos profissionais de enfermagem, o profissional deve desenvolver suas atividades profissionais na falta de material ou equipamentos de proteção individual e coletiva definidos na legislação específica, sendo assegurado a continuidade do cuidado à população. IV. Os casos reportados se concentram em São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia, sendo menores os casos de infecção em estados como em Alagoas e Amapá.
Em relação ao exposto, está correto o que se afirma
Alternativas
Q1687741 Enfermagem

Considere o caso a seguir:


Paciente do sexo masculino, 32 anos, servente de obra. Vem ao ambulatório com queixa de lesão com alteração de sensibilidade (“mancha dormente”) na pele. Ainda à anamnese, nega outra pessoa da família com doença de pele e afirma que essa mancha apareceu há mais de seis meses e que não altera quando à exposição solar diária. É procedente de área endêmica para Hanseníase.

Exame Físico: Altura: 1.78m - Peso: 78kg - PA: 130/75mmHg

- Cor: parda.

Exame dermatológico: Pele íntegra em quase toda a extensão do tegumento, exceto por apresentar calosidades importantes localizadas em ambas as mãos, inclusive com fissura na mão direita. Há lesão hipocrômica localizada na face posterior e interna da mão direita, com limites externos imprecisos. Nega dor, prurido, queixando-se de leve e ocasional formigamento no local. Não há descamação.


Com base no caso, assinale a alternativa correta.

Alternativas
Q1687740 Enfermagem
O balanço hídrico tem como objetivo monitorar parâmetros para acompanhar o equilíbrio hídrico de acordo com o tratamento que lhe foi proposto, dependendo de sua patologia. Normalmente, pacientes que têm o cálculo do balanço hídrico controlado têm acometimentos cardíacos ou renais. Nesse sentido, um paciente teve 1400 ml de ganho e 1100 ml de perda, após a soma dos valores das 24 horas, qual seria o seu balanço hídrico das 24 horas? Assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q1687739 Enfermagem
Consideres os Diagnóstico de Enfermagem expressos a seguir e assinale o que se apresenta de forma corretamente declarados.
Alternativas
Respostas
221: D
222: C
223: B
224: A
225: B
226: D
227: C
228: A
229: B
230: C
231: B
232: C
233: B
234: B
235: A
236: C
237: D
238: C
239: A
240: B