Questões de Concurso
Comentadas para analista pedagógico - alfabetização
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De acordo com as contribuições da teoria histórico-cultural para a educação, abordadas por Carrara (2008), analise as seguintes afirmativas.
I. Para a teoria histórico-cultural, uma tarefa realizada por alguém provoca aprendizagem quando esta se caracteriza como uma atividade, ou seja, quando adquire sentido para quem a faz.
II. A teoria histórico-cultural considera que é a aprendizagem que antecede, possibilita e impulsiona o desenvolvimento, ou seja, o desenvolvimento fica impossibilitado de acontecer na ausência de situações que propiciem o aprendizado.
III. Para que o ensino da criança de 0 a 6 anos se desenvolva, é necessário o uso de jogo, de observação direta e de diversos tipos atividades plásticas.
Estão corretas as afirmativas
Freire (1996, p. 102) frisa que “ensinar é uma especificidade humana” e, para isso, esse ato tem seus saberes indispensáveis para a prática docente.
Sobre esses saberes, conforme as ideias do autor,
pode-se afirmar que a(o)
Dubet (2004) considera a definição do que seja uma escola justa complexa, uma vez que há várias maneiras de definir justiça.
São reflexões do autor sobre o que seja uma escola justa, exceto:
Coll e Monereo (2010) defendem a ideia de que o impacto das tecnologias da informação e da comunicação (TIC) na educação faz parte de um fenômeno muito mais abrangente, que engloba o papel dessas tecnologias na sociedade atual.
Sobre o impacto das TIC na educação, sinalizado pelos autores, assinale a alternativa incorreta.
Para Vasconcellos (2009), as reuniões pedagógicas são concebidas como espaço de reflexão crítica, coletiva e regular sobre a prática de sala de aula e da escola. Tendo como referência as reflexões do autor sobre a reunião pedagógica, assinale com V as afirmativas verdadeiras e com F as falsas.
( ) É um momento de relatos de experiências, em que cada um comenta sua prática, sem necessidade de confronto das práticas com uma fundamentação teórica e de sistematização.
( ) A sua estruturação deve ser condizente a um desejo, a uma necessidade do grupo, evitando ser mera formalidade.
( ) Oregistro sobre o que foi estudado ou refletido – as conclusões e decisões realizadas, entre outros –, é uma exigência para a garantia do vigor das reuniões e a qualificação do trabalho coletivo.
( ) A forma de participação nessa reunião não deve ser passiva, ou seja, implica ter o envolvimento de cada um e de todos durante a sua realização.
Assinale a sequência correta.
De acordo com Karagiannis, Stainback e Stainback (1999), como a educação é uma questão de direitos humanos, as escolas devem alterar seu funcionamento para a inclusão de todos os alunos.
São benefícios do ensino inclusivo para os alunos, para os professores e para a sociedade, apontados pelos autores, exceto:
Para Hoffmann (2006), na concepção mediadora de avaliação, a subjetividade intrínseca à elaboração e correção de tarefas avaliativas é um componente a ser trabalhado positivamente. Considerando a questão da subjetividade nas tarefas avaliativas, analise as afirmativas a seguir.
I. Embora a objetividade e a subjetividade sejam normalmente compreendidas referindo-se ao modo de elaboração das questões de um teste, é pela correção que as questões se retratam como objetivas ou subjetivas.
II. No momento de formular uma questão, o professor evidencia uma intenção pedagógica e uma relação com o educando, o que pressupõe obrigatoriamente objetividade.
III. A subjetividade é considerada inerente à interpretação da questão pelo educando, pois há ocorrência de significados diferentes dados aos termos utilizados, uma maior ou menor compreensão em relação aos assuntos selecionados, disposição para realizar a tarefa, experiência do aluno com certos comandos dos exercícios.
Estão corretas as afirmativas
Segundo Moura e Barbosa (2012, p. 22), “todo projeto é um trabalho, mas nem todo trabalho é um projeto”.
Baseando-se nas ideias dos autores sobre projeto, assinale a alternativa incorreta.
Castro e Regattieri (2010, p. 13) ressaltam que “na nossa sociedade, a responsabilidade pela educação dascriançasedosadolescentesrecai,legalemoralmente, sobre duas grandes agências socializadoras: a família e a escola”. Analise as seguintes afirmativas sobre a interação escola–família.
I. Um dos aspectos a serem levados em conta na operacionalização de programas, políticas ou práticas de interação escola–família é a coleta e organização das informações sobre alunos e familiares.
II. A política de interação deve estar alinhada com o objetivo, entre outros, de assegurar aos alunos o direito à educação de qualidade e protegê-los de toda forma de negligência e discriminação.
III. No tipo de abordagem com foco na inclusão do aluno e do seu contexto, procura-se, como uma das estratégias, a participação da rede de proteção social para ajudar no encaminhamento de problemas familiares dos alunos.
Estão corretas as afirmativas
Luckesi (1994) afirma que o senso comum nos envolve, nos priva da possibilidade de indagação em tudo, até nas questões pedagógicas e educacionais.
Sobre o senso comum pedagógico, assinale a alternativa incorreta.
O livro As cem linguagens da criança: a abordagem de Reggio Emilia na educação da primeira infância enfoca o sistema municipal de educação dessa cidade, reconhecido como um dos melhores do mundo.
Sobre a abordagem de Reggio Emilia na educação da primeira infância, não se pode afirmar que a(o)
De acordo com as reflexões de Vasconcellos (2006) sobre o projeto político-pedagógico – PPP, assinale com V as afirmativas verdadeiras e com F as falsas.
( ) O PPP é considerado o plano global da escola, sendo um instrumento teórico-metodológico para intervenção e transformação da realidade.
( ) Não há distinção clara entre o PPP e o regimento escolar, uma vez que a elaboração de ambos é de competência da escola e que abordam o detalhamento administrativo e jurídico da instituição.
( ) Sendo uma das partes do marco referencial, o marco situacional expressa o ideal específico da instituição, englobando as dimensões pedagógica, comunitária e administrativa do trabalho escolar.
( ) Cabe na realização do diagnóstico as seguintes tarefas: conhecer a realidade, julgar a realidade e localizar as necessidades.
Assinale a sequência correta.
Zabala e Arnau (2010) ressaltam que, para o ensino das competências, existem condições gerais sobre como devem ser as estratégias metodológicas, em vez de uma metodologia própria.
Relacione a COLUNA II com a COLUNA I, associando as variáveis metodológicas mencionadas por esses autores com as características de cada uma.
COLUNA I
1. Sequências didáticas
2. Relações interativas
3. Organização social da aula
4. Organização dos conteúdos
COLUNA II
( ) Configura-se pela forma de estruturar os alunos em aula e a dinâmica grupal determinada.
( ) Apresenta no enfoque globalizador a estruturação das atividades de aprendizagem segundo a lógica das matérias, partindo de uma situação próxima à realidade do aluno.
( ) Apresenta a forma de encadear e articular as diversas atividades no decorrer de uma unidade didática.
( ) Delega ao professor a função, entre outras, de proporcionar canais de comunicação que regulem os processos de negociação, de participação e de construção.
Assinale a sequência correta
Analise o trecho a seguir.
“Não por acaso, o novo conhecimento deixou o mundo perplexo e foi aplicado na investigação genética dos mais diversos casos: verificação de paternidade, de outros graus de parentesco, identificação de fósseis e até o estudo de predisposição genética a algumas doenças.”
Disponível em: <https://tinyurl.com/y2c3ot4f>. Acesso em: 5 ago. 2019.
A respeito do uso dos dois-pontos, é correto afirmar que, nesse trecho, eles marcam uma
O sintomático desprezo pela ciência
Em março de 2018, António Guterres, secretário-geral da ONU, declarou: “As manchetes são naturalmente dominadas pela escalada das tensões, de conflitos ou de eventos políticos de alto nível, mas a verdade é que as mudanças climáticas permanecem a mais sistêmica ameaça à humanidade. Informações divulgadas recentemente pela Organização Meteorológica Mundial, pelo Banco Mundial e pela Agência Internacional de Energia mostram sua evolução implacável”. Meses antes, um discurso proferido em Riad por Christine Lagarde, diretora do Fundo Monetário Internacional, exibia um teor similar: “Se não fizermos nada a respeito das mudanças climáticas, seremos tostados, assados e grelhados num horizonte de tempo de 50 anos”. Ambas as advertências reconhecem a extrema gravidade de nossa situação, a respeito da qual o Painel Intergovernamental sobre as Mudanças Climáticas (IPCC)é categórico:“O aquecimento do sistema climático é inequívoco. A influência humana sobre o sistema climático é clara. Limitar a mudança climática requer reduções substanciais e contínuas de emissões de gases de efeito estufa” (2007).
[...]
Malgrado esse acúmulo de saber e essa virtual unanimidade, a ciência do clima pode estar equivocada? Em princípio, sim. Ciência não é dogma, é diminuição da incerteza. Contestar um consenso científico, mesmo o mais sólido, não pode ser objeto de anátema. Mas quem o põe em dúvida deve apresentar argumentos convergentes e convincentes em sentido contrário. Na ausência destes, contestação torna-se simples denegação irracional, enfraquece o poder persuasivo da evidência, milita em favor da perda da autoridade da ciência na formação de uma visão minimamente racional do mundo e turbina a virulência das redes sociais, dos “fatos alternativos”, da pós-verdade, do fanatismo religioso e das crenças mais estapafúrdias e até há pouco inimagináveis. O negacionismo climático é apenas mais uma dessas crenças [...], e seu repertório esgrime as mesmas surradas inverdades, mil vezes refutadas: os cientistas estão divididos sobre a ciência do clima, os modelos climáticos são falhos, maiores concentrações atmosféricas de CO2 são efeito e não causa do aquecimento global e são benéficas para a fotossíntese, o próximo mínimo solar anulará o aquecimento global, não se deve temer esse aquecimento, mas a recaída numa nova glaciação etc. Esse palavreado resulta de esforços deliberados de denegação das evidências. Diretamente ou através, por exemplo, da Donors Trust e da Donors Capital Fund, as corporações injetam milhões de dólares em lobbies disseminadores de desinformação sobre as mudanças climáticas.
[...]
Malgrado alguma tangência ideológica entre certa esquerda e a extrema-direita, o negacionismo climático e a negação da ciência em geral são fundamentalmente uma bandeira da extrema-direita e é preciso pôr em evidência uma razão maior dessa estreita afinidade. Ela se encontra, a meu ver, numa mutação histórica fundamental do teor do discurso científico. Das revoluções científicas do século XVII a meados do século XX, a ciência galgou posição de hegemonia, destronando discursos de outra natureza, como o religioso e o artístico, porque foi capaz de oferecer às sociedades vitoriosas mais energia, mais mobilidade, mais bens em geral, mais capacidade de sobrevivência, em suma, mais segurança. Seus benefícios eram indiscutíveis e apenas confirmavam suas promessas, que pareciam ilimitadas. A partir de 1962, se quisermos uma data, o livro de Rachel Carson, “Primavera Silenciosa” punha a nu pela primeira vez o lado sombrio dessas conquistas da ciência: agrotóxicos como o DDT aumentavam, de fato, a produtividade agrícola, mas ao preço de danos tremendos à saúde e à biodiversidade. Essa primeira dissonância tornou-se muito maior nos anos 1980, quando o aquecimento global resultante das emissões de CO2 pela queima de combustíveis fósseis – justamente esses combustíveis aos quais devíamos o essencial de nosso progresso – tornou-se pela primeira vez inequívoco. A ciência começa, então, a mudar seu discurso. Ela passa a anunciar que havíamos passado da idade das promessas à idade das escolhas, de modo a evitar a idade das consequências. [...] Uma brecha começava a se abrir na imagem social da ciência. Enquanto os cientistas diziam o que queríamos ouvir, tudo era defesa e apologia da ciência. A partir do momento em que seu discurso converteu-se em alertas e advertências sobre os riscos crescentes a que começávamos a nos expor, esse entusiasmo arrefeceu.
[...]
Em nosso século, esse novo mal-estar na civilização não cessou de crescer. Ele toma hoje a forma de uma espécie de divisão esquizofrênica da autoimagem de uma sociedade moldada pela ciência. Quando entramos num avião, atravessamos uma ponte ou tomamos um remédio, somos gratos às tentativas da ciência de compreender o mundo e traduzi-lo em tecnologia. Mas quando dessa mesma ciência vem o aviso que é preciso mudar o modo de funcionamento de nossa economia, conter nossa voracidade, diminuir o consumo de carne, restaurar as florestas e redefinir nossa relação com a natureza, sob pena de nos precipitarmos num colapso de insondáveis proporções, a gratidão cede lugar à indiferença, ao descrédito e mesmo à hostilidade.
[...]
Disponível em:<https://adunicamp.org.br/artigo-o-sintomatico-desprezo-pela-ciencia/>
Releia este trecho.
“Malgrado alguma tangência ideológica entre certa esquerda e a extrema-direita, o negacionismo climático e a negação da ciência em geral são fundamentalmente uma bandeira da extrema-direita e é preciso pôr em evidência uma razão maior dessa estreita afinidade.”
A conjunção em destaque pode ser substituída, sem prejuízo de sentido, por: