Questões de Concurso
Comentadas para técnico de nível superior - história
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Os estudos do sociólogo Maurice Halbwachs (1877‐1945) contribuíram para a compreensão dos quadros sociais que compõem a memória. A partir do seu trabalho, começou‐se a levar em consideração uma dimensão da memória que ultrapassa e se articula com o plano individual, já que, para o autor, “nossas lembranças permanecem coletivas e nos são lembradas por outros, ainda que se trate de eventos em que somente nós estivemos envolvidos e objetos que somente nós vimos”.
(HALBWACHS, M. A memória coletiva. Trad. de Beatriz Sidou. São Paulo: Centauro, 2006, p. 30).
Assinale a alternativa que caracteriza corretamente a relação entre História e memória social ou coletiva, tal como concebida por M. Halbwachs.
O historiador francês especializado na Idade Média Jacques Le Goff, foi um dos idealizadores da corrente conhecida como "Nova História", Le Goff dedicou boa parte de sua carreira à antropologia medieval, disciplina que enriqueceu ao abordar todos os aspectos da vida em sociedade. A partir dos anos 70 foi um dos pais do movimento “Nova História”, com uma reflexão sobre a profissão do historiador, em ensaios como “Faire de l'histoire” (1986, Fazer História, com Pierre Nora) ou “Histoire et mémoire” (História e memória, 1988).
(Adap. http://www.estadao.com.br/noticias/arte‐e‐lazer,
historiador‐jacques‐le‐goff‐morre‐aos‐90‐anos,1147726,0.htm )
Sobre a contribuição de Jacques Le Goff para a historiografia, conhecida como Nova História, analise as afirmativas a seguir.
I. Seus estudos sobre o período medieval mostraram a importância do nível estrutural de análise, investigado por Le Goff a partir da relação do homem com o meio, que o historiador denominou geohistória.
II. A nova história se caracterizou pela retomada do valor da análise econômica de base marxista, representada, no trabalho de Le Goff, por seus estudos sobre ciclos econômicos de curta e longa duração, com forte metodologia estatística.
III. A história do imaginário medieval foi uma das frentes de trabalho de Le Goff, que estava atento às estruturas mentais, aos hábitos de pensamento e aos aparatos intelectuais, buscando detectar, por exemplo, mudanças nas representações da vida depois da morte.
Assinale:
A Ação Griô Nacional faz parte do Programa Cultura Viva do Ministério da Cultura e tem como missão a valorização da cultura popular brasileira através da tradição oral. O objetivo é difundir a educação e a tradição oral, fortalecendo a identidade plural de crianças, adolescentes e jovens brasileiros.
Uma das ações deste programa é o registro dos depoimentos dos Mestres Griôs – poetas, cantadores e contadores de histórias –, realizado em parceria com o Instituto Museu da Pessoa.
As alternativas abaixo caracterizam corretamente a importância do uso da história oral neste programa de coleta e registro das experiências e biografias dos Mestres Griôs, à exceção de uma. Assinale‐a.
Marc Ferrez, Coleção Gilberto Ferrez, Acervo Instituto Moreira Salles, Partida para colheita do café ‐ Vale do Paraíba, c. 1885.
Marc Ferrez, Coleção Gilberto Ferrez, Acervo Instituto Moreira Salles, Escravos em terreiro de uma fazenda de café ‐ Vale do Paraíba, c. 1882.
No Brasil, entre 1870 e 1880, proliferaram os registros fotográficos sobre negros livres, escravizados ou libertos, retratados em documentos científicos, em fotografias de paisagem ou documentando o trabalho nas fazendas de café.
A respeito desses documentos, analise as afirmativas a seguir.
I. Nas fotos, a escravidão é apresentada de forma naturalizada, representando o trabalho dos escravos como equilibrado e harmônico.
II. Marc Ferrez, simultaneamente, registra e constroi visualmente as fazendas de café, produzindo uma imagem idealizada da principal atividade econômica do Brasil oitocentista.
III. As fotos criam uma retórica visual de grande elaboração estética: os trabalhadores posam antes de ir à colheita, fortalecendo a sensação de que “tudo está no seu devido lugar”.
Assinale:
A partir dos anos 1970, o cinema é considerado um “novo objeto” do fazer histórico e passa a ser um dos domínios da chamada Nova História.
A respeito do cinema como documento para a História, assinale V para a afirmativa verdadeira e F para a falsa.
( ) O documentário e o cinejornalismo trazem informações fidedignas a respeito do seu presente e exigem do historiador conhecimentos teóricos e técnicos específicos.
( ) O cinema faz parte da história contemporânea não apenas como documento, mas como agente histórico: modos de escrita e filmagem específicos e sua circulação tornaram o filme uma arma de combate em determinadas situações.
( ) A primeira tarefa da História Nova em relação à fonte cinematográfica é verificar se a reconstituição é exata, se os diálogos se baseiam em documentos originais e se a indumentária e a cenografia retratam uma dada época com fidelidade.
As afirmativas são, respectivamente,
Entre as décadas de 1980 e 2010 emergiu uma nova historiografia da escravidão na Idade Moderna, cujo foco englobava, além das formas de trabalho, a diversidade da organização sociocultural dos africanos e afrodescendentes escravizados e trazidos para o Brasil.
Assinale a opção que caracteriza corretamente os autores e as obras responsáveis por esta renovação no campo da historiografia.
Em certa fazenda do cerrado, a região é plana. O fazendeiro, com sua picape saiu do ponto A, perto de sua casa, andou 2km na direção norte, depois 2km na direção nordeste e depois 2km na direção leste, chegando ao ponto B.
A distância entre os pontos A e B é aproximadamente igual a
Valores democráticos
Deu no Datafolha: para 62% dos brasileiros, a democracia “é sempre melhor que qualquer outra forma de governo”. Folgo em saber que a imagem da democracia vai bem, mas a frase é verdadeira?
Eu não faria uma afirmação tão forte. Como Churchill, acho melhor limitar a comparação ao universo do conhecido. "Ninguém pretende que a democracia seja perfeita ou sem defeito. Tem‐se dito que a democracia é a pior forma de governo, salvo todas as demais que têm sido experimentadas de tempos em tempos", proclamou o estadista britânico.
Com efeito, não há necessidade de transformar a democracia num valor religioso. Ela deve ser defendida por suas virtudes práticas. Para descobri‐las, precisamos listar seus defeitos.
Já desde Platão sabemos que ela é sensível à ação dos demagogos. E, quanto mais avançamos no conhecimento do cérebro e da psicologia humana, descobrimos novas e mais sutis maneiras de influenciar os eleitores, que usam muito mais a emoção do que a razão na hora de fazer suas escolhas. É verdade que, com a prática, os cidadãos aprendem a defender‐se, mas, de modo geral, são os marqueteiros que têm a vantagem.
Outro ponto sensível e delicado é o levantado pelo economista Bryan Caplan. A democracia até tende a limitar o radicalismo nas situações em que os eleitores se dividem bastante sobre um tema, mas ela se revela impotente nos assuntos em que vieses cognitivos estão em operação, como é o caso da fixação de políticos e eleitores por criar empregos, mesmo que eles reduzam a eficiência econômica.
Se a democracia se presta a manipulações e não evita que a maioria tome decisões erradas, por que ela é boa? Bem, além de promover a moderação em parte das controvérsias, ela oferece um caminho para grupos antagônicos disputarem o poder de forma institucionalizada e pouco violenta. É menos do que sonhavam os iluministas, mas dado o histórico de nossa espécie, isso não é pouco.
(Hélio Schwartsman, Folha de São Paulo, 01/04/2014)
Em todos os segmentos a seguir, há formas de graus de adjetivos, à exceção de um. Assinale‐o.