“Ocorre que a história vai evoluindo, e a
participação política das massas entra em contradição
com os interesses da própria burguesia. Na medida em
que a burguesia, de classe em ascensão, portanto, de
classe revolucionária, se transforma em classe
consolidada no poder, os interesses dela não caminham
mais em direção à transformação da sociedade; ao
contrário, os interesses dela coincidem com a
perpetuação da sociedade. É nesse sentido que ela já
não está mais na linha do desenvolvimento histórico,
mas está contra a história. A história volta-se contra os
interesses da burguesia. Então, para a burguesia
defender seus interesses, ela não tem outra saída senão
negar a história, passando a reagir contra o movimento
da história. É nesse momento que a pedagogia da
essência, já não vai servir e a burguesia vai propor a
pedagogia da existência. [...] Com base neste tipo de
pedagogia, considera-se que os homens não são
essencialmente iguais; os homens são essencialmente
diferentes, e nós temos que respeitar as diferenças entre
os homens. Então, há aqueles que têm mais capacidade
e aqueles que têm menos capacidade; há aqueles que
aprendem mais devagar; há aqueles que se interessam
por isso e os que se interessam por aquilo” (Saviani,
2008, p. 33-34)
O excerto acima é exemplar no sentido de prover
explicação metódica sobre a passagem