Questões de Concurso
Comentadas sobre pontuação em português
Foram encontradas 8.528 questões
Resolva questões gratuitamente!
Junte-se a mais de 4 milhões de concurseiros!
Ruído de passos
Tinha oitenta e um anos de idade. Chamava-se dona Cândida Raposo.
Essa senhora tinha a vertigem de viver. A vertigem se acentuava quando ia passar dias numa fazenda: a altitude, o verde das árvores, a chuva, tudo isso a piorava. Quando ouvia Liszt se arrepiava toda. Fora linda na juventude. E tinha vertigem quando cheirava profundamente uma rosa.
Pois foi com dona Cândida Raposo que o desejo de prazer não passava.
Teve enfim a grande coragem de ir a um ginecologista. E perguntou-lhe envergonhada, de cabeça baixa:
– Quando é que passa?
– Passa o quê, minha senhora?
– A coisa. – Que coisa?
– A coisa, repetiu. O desejo de prazer, disse enfim.
– Minha senhora, lamento lhe dizer que não passa nunca. Olhou-o espantada.
– Mas eu tenho oitenta e um anos de idade!
– Não importa, minha senhora. É até morrer.
– Mas isso é o inferno!
– É a vida, senhora Raposo. A vida era isso, então? essa falta de vergonha?
– E o que é que eu faço? ninguém me quer mais… O médico olhou-a com piedade.
– Não há remédio, minha senhora.
– E se eu pagasse?
– Não ia adiantar de nada. A senhora tem que se lembrar que tem oitenta e um anos de idade.
– E… e se eu me arranjasse sozinha? o senhor entende o que eu quero dizer?
– É, disse o médico. Pode ser um remédio.
Então saiu do consultório. A filha esperava-a embaixo, de carro. Um filho Cândida Raposo perdera na guerra, era um pracinha. Tinha essa intolerável dor no coração: a de sobreviver a um ser adorado.
Nessa mesma noite deu um jeito e solitária satisfez-se. Mudos fogos de artifícios. Depois chorou. Tinha vergonha. Daí em diante usaria o mesmo processo. Sempre triste. É a vida, senhora Raposo, é a vida. Até a bênção da morte.
A morte.
Pareceu-lhe ouvir ruído de passos. Os passos de seu marido Antenor Raposo.
LISPECTOR, Clarice. A via crucis do corpo. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
No excerto “É a vida, senhora Raposo, é a vida.” (23º parágrafo), as vírgulas foram empregadas, já que separam um(a):
Leia o texto a seguir:
Brasil tem 1.294 pesquisadores na lista dos cientistas com maior impacto do mundo
Número quase quadruplicou nos últimos cinco anos, saindo de 342 em 2017 para 1.294 neste ano
O Brasil tem 1.294 pesquisadores no ranking dos cientistas mais influentes do mundo. Alista é elaborada anualmente pelo professor John PA. loannidis com pesquisadores da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, e classifica os cientistas em suas respectivas áreas de atuação. A quinta edição da "Updated science-wide author databases of standardized citation indicators" foi publicada recentemente pela Elsevier, a maior editora científica do mundo.
Alguns nomes citados na publicação são Paulo Hoff, presidente da Oncologia D'Or e colunista do GLOBO, a cardiologista e intensivista Ludhmila Hajjar, colunista do GLOBO e professora de cardiologia da Faculdade de Medicina da USP, o epidemiologista e professor da Faculdade de Medicina da USP Paulo Lotufo e a pesquisadora do Instituto de Medicina Tropical Ester Sabino.
O número representa um crescimento de 287% no número de pesquisadores brasileiros incluídos na lista desde sua primeira edição, em 2017. Naquele ano, apenas 342 cientistas nacionais foram mencionados.
Dos pesquisadores brasileiros incluídos na nova atualização, 528 (40,8%) são ligados a instituições paulistas e 482 integram quadros de universidades, segundo informações da USP. Dentre esses, 244 são pesquisadores da USP, 89 da Unicamp, 67 da Unesp, 26 da Unifesp, 16 da UFABC e 12 da UFSCar.
Outras instituições brasileiras que tiveram pesquisadores citados na publicação são: Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e Universidade Federal de Lavras (UFLA).
A seleção dos pesquisadores é feita por meio de uma análise de registros do Scopus, um dos mais importantes bancos de dados mundiais de resumos e citações científicas revisadas por pares, com mais de 85 milhões de publicações editadas por mais de sete mil editoras.
A metodologia utiliza o índice composto de citações (c-core), calculado com base em seis parâmetros:
- Número total de citações (exceto autocitações);
- Índice H (quantifica a produtividade e o impacto de artigos científicos mais citados);
- Índice de coautoria de Schreiber ajustado (índice Hm);
- Número de citações recebidas em trabalhos cujo pesquisador é um único autor;
- Número de citações recebidas em trabalhos cujo pesquisador é o único autor ou o primeiro autor;
- Número de citações recebidas em trabalhos cujo pesquisador é o único autor, o primeiro autor ou o último autor.
A seleção final inclui os 100 mil melhores cientistas com maior pontuação (c-score), mais os 100 mil cientistas classificados entre os 2% com maior pontuação (c-score) para cada subárea de conhecimento. Considerando os dois indicadores, a lista final contém 210.198 pesquisadores.
Fonte: https://oglobo.globo.com/saude/noticia/2023/10/20/brasil-tem-1294- pesquisadores-na-lista-dos-cientistas-com-maior-impacto-do-mundo. ghimi?utm source=Twitter&utm medium=Social&utm campaign=0OGlobo&fbcli d=IwAR3KDomyxLcpJiSsGSYAg6Evy63VuMdIsoouqgzDDa-hiyKvyUIt-4N43 vo. Acesso em: 15 nov. 2023.
o trecho “Alguns nomes citados na publicação são Paulo Hoff, presidente da Oncologia D'Or e colunista do GLOBO” (2º parágrafo), a vírgula foi empregada para:
Como a qualidade de sono afeta a sua saúde?
- Durante __ sono, é possível repor energias e regular o metabolismo, fatores essenciais
- para manter corpo e mente saudáveis. Dormir bem é um hábito que deve ser incluído na rotina
- de todos Especialistas recomendam em média 8 horas de sono por dia, sem interrupções. Esse
- número pode variar de acordo com a idade de cada indivíduo e as necessidades de
- desenvolvimento de seu corpo, de acordo com o indicado.
- A longo prazo, a má qualidade do sono pode ter efeitos de maior alcance em sua saúde
- geral: aumenta o risco cardiovascular, colocando você em maior risco de ter problemas como
- derrames e infartos. Noites mal dormidas também estão associadas a pressão alta, diabetes e
- obesidade. Além dos problemas de saúde física, a má qualidade do sono é um fator que contribui
- para os problemas de saúde mental, como depressão, cansaço emocional, falta de concentração
- e mudanças de humor. Não faz mal repetir e insistir: dormir bem é o segredo da boa saúde e da
- felicidade.
- Abaixo, veja alguns hábitos que podem ajudar você a criar uma boa noite de sono.
- • Pratique a boa “higiene do sono”: tenha um horário definido para ir dormir e acordar e não deixe
- de segui-lo.
- • Evite os dispositivos eletrônicos pelo menos 2 horas antes de ir dormir. Também é bom diminuir
- as luzes da casa nesse período. Isso ajudará a dizer para o seu cérebro que está perto da hora
- de dormir.
- • Faça exercícios físicos diariamente, mas não muito tarde.
- • Prepare um jantar leve ao entardecer, pois muito tarde pode interferir no sono.
(Disponível em: https://www.hospitalanchieta.com.br/como-a-qualidade-de-sono-afeta-a-sua-saude/ – texto adaptado especialmente para esta prova).
O correto sinal de pontuação que substitui a figura da linha 03 é:
Luto antes da morte: um processo que ajuda a lidar com a perda
Por Gabriela Cupani
- Uma despedida nunca é fácil. Muito menos quando a partida é para sempre. Porém, ela
- pode se tornar um pouco mais leve se __ pessoa puder dar vazão aos sentimentos de perda
- mesmo antes da morte. Nesse sentido, a tristeza por uma doença prolongada e incurável pode
- ser uma oportunidade de encontrar a paz que muitas vezes falta a quem enfrentou um fim súbito.
- Encarar esse sofrimento é uma forma de sanar as pendências ▲ de não deixar nada por dizer ou
- fazer por aquela pessoa que está partindo.
- O chamado luto antecipatório, comum em pacientes que enfrentam doenças terminais e
- seus familiares, foi observado primeiramente em mulheres de soldados que iam para __ guerra
- e que passavam a se comportar como viúvas. Ainda assim, o conceito não é con...enso entre os
- especialistas e envolve muitas caracterizações, sugere um artigo recém-publicado no periódico
- científico Palliative Medicine. Na prática, ele também não é facilmente reconhecido pelos
- profissionais de saúde. “O luto antecipatório pode ser encarado como uma preparação para __
- processo de luto real e ocorre quando a morte é prevista, como numa experiência de doença
- grave”, observa Ana Claudia Arantes, médica geriatra do Hospital Albert Einstein com formação
- especializada em cuidados paliativos.
- Isso porque, diante da finitude, a pessoa transita por várias etapas que vão se alternando
- e que envolvem negação, raiva, barganha, depressão, aceitação – na maioria das vezes, sem
- uma ordem e um tempo determinado para cada etapa. “Poder vivenciar isso antes da morte
- facilita cumprir etapas, desenvolver coragem, força, resolver pendências, amar e se sentir
- amado”, continua Ana Claudia. Assumir a situação também permite que o paciente deixe
- orientações sobre suas vontades e seu legado, a forma como gostaria de ser lembrado.
- Por isso, a melhor forma de ajudar quem está vivendo esse processo é saber escutar. “Não
- se deve fugir ou negar a situação, mas, ao contrário, fazer perguntas, estimular que o outro
- e...presse seus sentimentos, medos e angústias”, orienta a médica. O objetivo é que ele possa
- encontrar as respostas que estão dentro de si mesmo. Caso não consiga superar esses
- sentimentos, vale recomendar um suporte psicológico especializado.
- Mesmo que a tristeza seja inevitável, o luto pode ser um podero...o recurso de
- transformação capaz de dar um novo significado àquela falta. “Trata-se de conseguir transformar
- a presença física que está partindo em uma presença simbólica, estar em paz com o legado
- afetivo, com a construção do relacionamento”, diz Ana. E perceber, depois do adeus, o quanto
- do amor pela pessoa querida ainda permanece aqui.
(Disponível em: www.istoe.com.br/luto-antes-da-morte-um-processo-que-ajuda-a-lidar-com-a-perda/ – texto adaptado especialmente para esta prova).
O símbolo da linha 05 pode ser corretamente substituído por qual sinal de pontuação?
A galinha dos ovos de ouro
- Era uma vez um fazendeiro que tinha uma galinha . Um dia ele percebeu que a galinha
- havia botado um ovo de ouro! Ele então pegou o ovo e foi logo mostrar para a esposa:
- — Olha só! Ficaremos ricos!
- Assim, foi até a cidade e vendeu o ovo por um bom valor.
- No dia seguinte, foi ao galinheiro e viu que a galinha tinha botado outro ovo de ouro, que
- ele também vendeu.
- A partir de então, todos os dias o fazendeiro ganhava um ovo de ouro de sua galinha. Ele
- ficava cada vez mais rico e ganancioso.
- Certo dia teve uma ideia e disse:
- — O que será que tem dentro dessa galinha? Se ela bota ovos de ouro, então deve ter um
- tesouro dentro dela!
- E então matou a galinha e viu que no seu interior não havia tesouro nenhum. Ela era igual
- a todas as outras. Assim, o rico fazendeiro perdeu sua galinha dos ovos de ouro.
(Disponível em: https://www.culturagenial.com/ – texto adaptado especialmente para esta prova).
Qual sinal de pontuação substitui corretamente a figura da linha 01 do texto?
Analise as afirmações a seguir:
I.Em "ESTA é a verdade: todos nós precisamos um dos outros", o pronome demonstrativo ESTA foi corretamente empregado.
II.Na frase "ATÉ que enfim você entendeu minha pergunta", a palavra ATÉ foi acentuada por ser um monossílabo tônico terminado em E.
III.Em "Luan Santana, cantor brasileiro, faz sucesso no gênero sertanejo universitário", as vírgulas foram usadas para isolar o aposto do restante da oração.
IV.Emprega-se o hífen quando o prefixo terminar em consoante e a segunda palavra começar com a mesma consoante: inter-regional, sub-bibliotecário e super-resistente.
Está CORRETO o que se afirma em:
Responda às questões 1 a 6 com base no seguinte texto:
Ziraldo, o criador do Menino Maluquinho, tem muita história pra contar e encantar. Mudou a arte dos quadrinhos no Brasil, foi preso na ditadura militar e, como cartunista, ganhou o Nobel da Literatura Infanto-Juvenil. Ziraldo começou a trabalhar no jornal Folha da Manhã (atual Folha de S.Paulo), em 1954, com uma coluna dedicada ao humor. Ganhou notoriedade nacional ao se estabelecer na revista O Cruzeiro em 1957 e, posteriormente, no Jornal do Brasil, em 1963.Seus personagens (entre eles Jeremias, o Bom; a Supermãe e o Mirinho) conquistaram os leitores.Em 1960 lançou a primeira revista em quadrinhos brasileira feita por um só autor, Turma do Pererê, que também foi a primeira história em quadrinhos a cores totalmente produzida no Brasil. Embora tenha alcançado uma das maiores tiragens da época, Turma do Pererê foi cancelada em 1964, logo após o início do regime militar no Brasil.Nos anos 70, a Editora Abril relançou a revista, desta vez, porém, sem o sucesso inicial.A revista da Turma do Pererê teve outras passagens pelas bancas numa edição encadernada pela Editora Primor no ano de 1986 e em formato de almanaque pela Editora Abril na década de 1990. Em 1960 recebeu o “Nobel” Internacional de Humor no 32º Salão Internacional de Caricaturas de Bruxelas e também o prêmio Merghantealler, principal premiação da imprensa livre da América Latina.
Adaptado de: https://jornalnota.com.br/2023/10/24/91-anos-de-ziraldo-as-10-melhores-tirinhas-do-cartunista/.
As vírgulas são um sinal de pontuação versátil que desempenham várias funções na língua escrita. Na frase Ziraldo, o criador do Menino Maluquinho, tem muita história pra contar e encantar, as vírgulas cumprem a função de:
A supressão da(s) vírgula(s) altera o sentido da seguinte frase:
Sobre o emprego de vírgula(s), assinalar a alternativa CORRETA:
Assinalar a alternativa em que a vírgula empregada é OBRIGATÓRIA:
O texto seguinte servirá de base para responder às questões de 41 a 47.
A escuta nas práticas de leitura
Mesmo antes do surgimento da escrita, o homem lia o mundo com o seu olhar, com suas experiências sensoriais. Utilizando-se da linguagem oral e das imagens, trocava ideias, refletindo sobre tudo o que o cercava. E, mesmo depois da invenção da escrita, continua utilizando-se da palavra oral e das imagens para fazer observações, construir conhecimentos, partilhar suas impressões sobre a vida e discutir as questões que ocorrem a sua volta.
A produção de sentidos a partir da leitura, seja pela criança, pelo leitor jovem ou adulto, está relacionada a vários elementos, entre os quais podemos destacar: o ambiente de leitura; a formação histórico-cultural do leitor; sua disposição pessoal para a leitura; as leituras anteriores feitas pelo leitor; a forma como a leitura é mediada etc.
Na escola, especificamente, as apropriações feitas pelo aluno são múltiplas, com diversas interpretações, valorizações que estão ligadas aos elementos mencionados, como também ao trabalho desenvolvido em sala de aula, na biblioteca, na totalidade da escola ou fora dela. A leitura com envolvimento proporciona uma simbiose entre o leitor e o livro, mas quando esta não é acompanhada e orientada pode não atingir os seus objetivos. Um sujeito que tem uma história de mediação afetivamente positiva com relação a essas práticas de leitura desenvolverá a capacidade de "ouvir" nas entrelinhas dos textos.
O livro Ouvir nas entrelinhas: o valor da escuta nas práticas de leitura, da pesquisadora argentina Cecilia Bajour, trata justamente dessas discussões sobre o papel do mediador e a qualidade de suas intervenções, tendo como propósito principal refletir sobre a escuta como vínculo pedagógico entre docentes e alunos em diversas práticas de leitura literária [...].
Para Bajour, a tarefa do professor é "escutar e se nutrir de leituras e saberes", a fim de descobrir como ocorre a construção de mundos com palavras e imagens. O mediador deve esboçar perguntas que instiguem a discussão, o pensamento sobre o lido. Para isso, entra a necessidade primeira de se conhecerem a fundo os textos que serão escolhidos. Somente assim tem-se uma escuta apurada no momento da conversa.
No primeiro capítulo do livro, a autora [...] discorre sobre a importância da escuta para o sucesso no trabalho com a leitura e enfatiza o papel do mediador como sujeito ativo na interlocução entre o texto e o leitor. Destaca, ainda, o potencial da conversação literária como possibilidade de mudança nos métodos tradicionais de leitura adotados na escola e aponta a seleção de textos como sendo um dos pilares no trabalho de formação de leitores [...].
No segundo capítulo, o texto debruça-se sobre a conversa literária como uma situação de ensino. A partir da análise de falas dos professores que participaram do curso de especialização em Literatura Infantil e Juvenil, a autora ressalta que diversas experiências relatadas mostraram a necessidade de um posicionamento crítico por parte dos professores a respeito da relação entre seleção de textos e teoria. Quanto mais esses mediadores conhecerem a respeito dos textos e das maneiras de lê-los, menos ficarão presos a receitas, esquemas, critérios fixos etc. no momento de fazer escolhas. Esses pontos de partida muitas vezes desprezam a importância do estético e propõem classificações e tipologias que deixam o literário e o artístico em segundo plano [...].
O título que introduz o terceiro capítulo traz uma indagação provocativa: "O que a promoção da leitura tem a ver com a escola?". Inicialmente, a autora tece críticas sobre algumas versões que são dadas ao conceito de "promoção", associando-o à ideia de "animação", "espetáculo", "show", que acabam deixando o livro e a leitura em segundo plano ou, em casos mais graves, nos quais eles quase não aparecem. Por outro lado, ela mostra-se a favor de muitas práticas artísticas ligadas ao campo da "promoção" que colocam a leitura e os livros como o centro das propostas. Artes como o teatro, a narração oral, o cinema e as canções podem oferecer novas possibilidades sempre que valorizam esteticamente os textos e os colocam em destaque.
Entretanto, Bajour não defende a desescolarização da leitura. De acordo com a autora, "não há motivo para que a responsabilidade da escola de propiciar aos alunos experiências culturais ricas e variadas seja concebida de forma apartada da responsabilidade de ensinar".
No quarto e último capítulo, a autora, no intuito de ampliar as discussões sobre as escolhas, trata da questão do cânone referente à literatura infantil. Ela propõe uma forma possível de mudar essa ideia de cânone, concebido como algo totalitário, sagrado, surdo e autorreferencial, que consagra os textos e define sua circulação. Bajour aponta que se deve pensar em um cânone que escute, que se ofereça ao diálogo, que se abra para a cultura que corre fora das instituições e que não se reduza a seus ditames.
A partir da leitura da obra, pode-se concluir que a literatura na escola deve se pautar em textos que possibilitem o desenvolvimento do senso crítico. Os alunos devem ser percebidos como leitores plurais e as mediações necessitam de critérios e ações capazes de levar o leitor iniciante a valorizar a leitura e a reconhecê-la como um processo de escuta que conduz a novos horizontes.
Retirado e adaptado de: Revista Presença Pedagógica. A escuta nas práticas de leitura. Editora Pulo do Gato. Disponível em: http://www.editorapulodogato.com.br/pagina.php?id=102 Acesso em: 05 nov., 2023.
Fonte: Revista Presença Pedagógica.
Assinale a alternativa que apresenta uma sentença na qual o uso de vírgula seja facultativo:
“A desigualdade entre os sexos poderia ser simples consequência de outros fatores ligados ao comportamento violento: pobreza, baixo nível educacional, fanatismo religioso e atraso cultural.”
Em relação às regras de pontuação, é CORRETO afirmar que:
Cientistas descobrem por que ficamos mais resfriados e gripados no inverno.
Há um ar frio e todos vocês sabem o que isso significa — é hora da temporada de gripes e resfriados, quando parece que todo mundo que você conhece está de repente espirrando, fungando ou pior. É quase como se aqueles incômodos germes de resfriado e gripe surgissem com a primeira rajada do inverno. No entanto, os germes estão presentes durante todo o ano — basta pensar no seu último resfriado do verão. Então, por que as pessoas pegam mais resfriados, gripes e agora Covid19 quando está frio lá fora?
No que chamaram de “avanço”, os cientistas descobriram a razão biológica pela qual temos mais doenças respiratórias no inverno — o próprio ar frio prejudica a resposta imunológica que ocorre no nariz. “Esta é a primeira vez que temos uma explicação biológica e molecular sobre um fator de nossa resposta imune inata que parece ser limitada por temperaturas mais frias”, disse a rinologista Zara Patel, professora de otorrinolaringologia e cirurgia de cabeça e pescoço em Stanford. Ela não estava envolvida no novo estudo. Na verdade, reduzir a temperatura dentro do nariz em apenas 5ºC mata quase 50% dos bilhões de células e vírus úteis no combate a bactérias nas narinas, de acordo com o estudo de 2022 publicado no The Journal of Allergy and Clinical Immunology.
“O ar frio está associado ao aumento da infecção viral porque você basicamente perde metade de sua imunidade apenas por essa pequena queda na temperatura”, disse o autor do estudo, Benjamin Bleier, diretor de pesquisa transnacional em otorrinolaringologia do Massachusetts Eye and Ear e professor associado em Harvard Medical School, em Boston.
“É importante recordar que se trata de estudos in vitro, o que significa que, embora se esteja utilizando tecido humano no laboratório para estudar esta resposta imunitária, não se trata de um estudo realizado dentro do nariz de alguém”, afirmou Patel por e-mail. “Muitas vezes, os resultados dos estudos in vitro são confirmados in vivo, mas nem sempre”.
O que isso afeta a sua capacidade de combater resfriados, gripes e Covid-19? Ele reduz pela metade a capacidade do sistema imunológico de combater infecções respiratórias, disse Bleier.
Acontece que a pandemia nos deu exatamente o que precisávamos para ajudar a combater o ar frio e manter a nossa imunidade elevada, disse Bleier. “As máscaras não apenas protegem você da inalação direta de vírus, mas também é como usar um suéter no nariz”, disse ele. Patel concordou: “Quanto mais quente você conseguir manter o ambiente intranasal, melhor esse mecanismo de defesa imunológica inata será capaz de funcionar. Talvez mais um motivo para usar máscaras!”
No futuro, Bleier espera ver o desenvolvimento de medicamentos tópicos nasais que se baseiem nesta revelação científica. Esses novos produtos farmacêuticos “essencialmente enganarão o nariz, fazendo-o pensar que acabou de ver um vírus”, disse ele. “Ao ter essa exposição, você terá todas essas vespas extras voando em suas mucosas protegendo você”, acrescentou.
Fonte: Cientistas descobrem por que ficamos mais resfriados e
gripados no inverno | CNN Brasil
( ) No excerto, há oração adjetiva restritiva e explicativa.
( ) Em “seja lá qual for”, o termo em negrito é apenas uma palavra de realce.
( ) No trecho está escrito “toda ciência”, porém se fosse redigido “toda a ciência” o valor semântico continuaria inalterável.
( ) Em ”se é fé e se tem fé” , os elementos em negrito possuem classificação morfológica e valor semântico idênticos.
( ) Todos os sinais de pontuação estão corretamente empregados.
I. As virgulas existentes estão separando corretamente um aposto explicativo.
II. O período é composto por subordinação e contém duas orações.
III. “Que”, sendo um pronome relativo está formando uma oração adjetiva restritiva.
IV. A forma verbal “temos” poderia ser trocada por “têm”, concordando com “todos”.
V. As formas é, seja e for são pertinentes a um mesmo verbo, classificado como anômalo devido à origem ser de vários verbos latinos e não seguir nenhum paradigma.
Estão corretas apenas
Asas de borboleta inspiram músculos artificiais e produzem eletricidade
A quitina é um polímero orgânico que é o principal componente das carapaças dos artrópodes, como crustáceos, alguns insetos e até das asas das borboletas. E o caso das borboletas é interessante como fonte de inspiração porque elas apresentam mudanças estruturais que podem ser copiadas para aplicações práticas. O professor Fernandez descobriu, também, que podem ser usadas para produzir eletricidade.
Assim que uma borboleta emerge do seu casulo, no estágio final da metamorfose, ela abre lentamente as asas, para que elas possam secar. O material quitinoso fica desidratado, enquanto o sangue bombeado pelas veias do inseto produz forças que reorganizam as moléculas da quitina, para que ela adquira a resistência e a rigidez únicas necessárias para o voo. E foi essa combinação natural de forças, movimento da água e organização molecular que mostrou agora a possibilidade de criação de atuadores mecânicos e para gerar energia.
"Nós demonstramos que, mesmo após serem extraídos de fontes naturais, os polímeros quitinosos mantêm sua capacidade natural de vincular diferentes forças, organização molecular e conteúdo de água para gerar movimento mecânico e produzir eletricidade, sem a necessidade de uma fonte de energia externa ou sistema de controle," disse Fernandez.
Músculos artificiais de quitina
A demonstração foi feita a partir de quitina extraída de cascas de camarão descartadas, que foi transformada em filmes com cerca de 130 micrômetros de espessura.
Ao estudar os efeitos de forças externas nesses filmes quitinosos, com foco nas mudanças na organização molecular, teor de água e propriedades mecânicas, os pesquisadores observaram que, semelhante ao desdobramento das asas das borboletas, esticar os filmes força uma reorganização em sua estrutura cristalina - as moléculas ficaram mais compactadas e o teor de água diminuiu.
Para demonstrar a aplicabilidade dos filmes, a equipe usou-os para criar músculos artificiais, que foram então montados em uma mão robótica. Controlando a concentração de água intermolecular dos filmes, por meio de mudanças ambientais e processos bioquímicos, o material gerou força suficiente para que a mão apresentasse um movimento de preensão impressionante, com uma força equivalente a 18 quilogramas - mais da metade da força de preensão média de um adulto.
Diferente da natureza inerte dos polímeros sintéticos, os filmes de quitina reorganizados podem se distender e contrair autonomamente em resposta a mudanças de umidade no ambiente, imitando a forma como alguns insetos adaptam sua casca a diferentes situações. Essa capacidade nativa permitiu que os filmes quitinosos levantassem verticalmente objetos pesando mais de 4,5 quilos.
A capacidade de produzir essa força por meios bioquímicos indica o potencial de uso dos filmes quitinosos para integração em sistemas biológicos, com aplicações biomédicas, como próteses e implantes médicos.
Filmes de quitina produzem eletricidade
Em outra demonstração, a equipe mostrou que a resposta do material às mudanças de umidade pode ser usada para extrair energia das oscilações ambientais e convertê-la em eletricidade, criando mais uma opção para a colheita de energia, um conceito para alimentação de pequenos aparelhos e sensores que hoje vem sendo dominado pelos nanogeradores triboelétricos.
Ao anexar os filmes a um material piezoelétrico, o movimento mecânico dos filmes em resposta às mudanças de umidade no ambiente foi convertido em correntes elétricas suficientes para alimentar pequenos eletrônicos, como os usados na internet das coisas.
A quitina é o segundo polímero orgânico mais abundante na natureza - depois da celulose - e faz parte de todos os ecossistemas, podendo ser obtido de forma rápida e sustentável de vários organismos ou mesmo de resíduos urbanos.
"A quitina é usada para muitas funções complexas na natureza, desde a composição das asas dos insetos até a formação das conchas protetoras duras dos moluscos, e tem aplicação direta na engenharia. Nossa capacidade de entender e usar a quitina em sua forma nativa é fundamental para permitir novas aplicações de engenharia e desenvolvê-las dentro de um paradigma de integração ecológica e baixo consumo de energia," concluiu Fernandez.
Retirado e adaptado de: INOVAÇÃO TECNOLÓGICA. Asas de borboleta inspiram músculos artificiais e produzem eletricidade. Inovação tecnológica. Disponível em: inaaviraamusscuooariicaa-produz -eeerciddadee&&d==0100116023080444 o=quitina-vira-musculo-artificial-produz-eletricidade&id=010160230804 Acesso em: 08 ago., 2023.