Questões de Concurso
Comentadas sobre pontuação em português
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Texto para as questões 1 a 4.
Mateiros está entre as 10 cidades do Brasil com maior proporção de pessoas quilombolas
Mateiros, que fica ao leste do Tocantins, está entre as 10 cidades do Brasil com maior proporção de pessoas quilombolas. A cidade localizada na região do Jalapão possui 2.748 habitantes, e 1.190 pertencem a esse grupo étnico, o que corresponde a 43,3%. O levantamento foi realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) durante o Censo 2022.
Segundo o órgão, pela primeira vez, a equipe do Censo percorreu os quatro cantos do país para fazer o levantamento da população quilombola. Para isso, foi realizado um recorte com o intuito de abordar as características desse contingente populacional, ao inserir nos questionários, as perguntas “Você se considera quilombola?” e “Qual o nome da sua comunidade?”.
Em todo o Brasil, há 1.327.802 quilombolas, o equivalente a 0,65% de toda a população residente no país. No Tocantins, foram contabilizados 12.881. Proporcionalmente, a cidade de Alcântara (MA) possui a maior população quilombola do país. Do total de 18.466 habitantes, 15.616 são quilombolas, um total de 84,6%. Na lista apresentada pelo IBGE, seis das cidades ficam no Maranhão, uma em Minas Gerais, uma em Goiás, uma Bahia e a outra no Tocantins. No ranking dos estados, o Tocantins aparece em 9º lugar com maior contingente de quilombolas, se comparado com a quantidade de habitantes. O percentual é de 0,85%. O Maranhão está no topo do ranking, com 3,97%.
Durante o Censo, o IBGE fez um levantamento sobre os domicílios particulares permanentes ocupados com pelo menos um morador quilombola e sobre aqueles localizados em Territórios Quilombolas oficialmente delimitados. No Tocantins, conforme a pesquisa, há três territórios quilombolas oficialmente delimitados, com 1.328 moradores. São consideradas assim as regiões que apresentam alguma delimitação formal no acervo fundiário do Incra ou dos órgãos com competências fundiárias no âmbito estadual e municipal. Ainda conforme os dados, 11.553 quilombolas vivem fora desses territórios no Tocantins.
Disponível em: https://g1.globo.com/to/tocantins/noticia. Acesso em: 28 jul. 2023.
Em “Mateiros, que fica ao leste do Tocantins, está entre as 10 cidades do Brasil com maior proporção de pessoas quilombolas”, as vírgulas servem para
O texto seguinte servirá de base para responder às questões de 1 a 5.
O COMPORTAMENTO FELINO NA PREVENÇÃO DE TRAUMAS
(1º§) É importante informar que "Gatinhos" devem ser apresentados a diversos sons e situações para não ficarem medrosos, pois as primeiras semanas de vida dos felinos são muito importantes para os filhotes por vários motivos, dentre eles, para que não se tornem felinos assustados e medrosos. Isso porque é neste período da vida que os gatos estão mais aptos para "absorver" conhecimentos fundamentais para que, na idade adulta, sejam animais sociáveis.
(2º§) É importante esclarecer que, para que isto aconteça, torna-se viável conhecer outras espécies, como cães, papagaios e coelhos, além de ouvir diferentes sons como trovões, fogos de artifício, barulho da máquina de lavar e do secador de cabelo, músicas, entre outros, é essencial para esse processo, pois o convívio com outros felinos também deve ser estimulado, bem como com as crianças. Passeios também são indicados, pois, à medida que o bichano está na rua, ele se torna suscetível a diversos fatores tanto visuais como sonoros, o que favorece um maior conhecimento do "mundo".
(3º§) É importante lembrar sempre que, mesmo sendo um filhote, ele pode se assustar e fugir. Então, um felino deve sempre sair de casa em segurança, o que pode ser tanto em uma caixinha de transporte como também no colo das pessoas, mas com coleiras.
(4º§) É importante frisar também que, durante essa fase de descobertas, o pequeno bichano ainda não está com seu sistema imunológico funcionando adequadamente e não deve ter contato com animais não vacinados, com vermífugos ou com bichos de origem desconhecida.
(Comportamento felino: evitando traumas - PetMag)
Analise as assertivas com V (Verdadeiro) ou F (Falso):
(__)Na composição do período: "É importante informar que" − temos: um verbo conjugado no presente do modo indicativo, um adjetivo, um verbo na forma nominal do infinitivo e uma conjunção subordinativa integrante.
(__)A oração: "Um felino deve sempre sair de casa" − está escrita com os termos essenciais (sujeito e predicado) na ordem direta.
(__)Entre os termos que compõem o trecho: "o pequeno bichano ainda não está com seu sistema imunológico" - temos, respectivamente, monossílabos que pertencem às classes gramaticais: artigo definido; advérbio; preposição essencial e pronome possessivo.
(__)As vírgulas usadas no trecho: "É importante frisar também que, durante essa fase de descobertas, o pequeno bichano" - separam expressão temporal.
Marque a alternativa com a opção de assertivas corretas.
Morfologia é a parte da gramática que estuda as palavras, desde a sua estrutura e formação até as suas formas de flexão. As palavras se organizam em dez categorias, que são conhecidas como classes de palavras. As classes gramaticais se organizam em 10 classificações, sendo 6 variáveis: substantivo, verbo, adjetivo, artigo, numeral, pronome, substantivo, verbo. E 4 classes invariáveis em gênero e em número: advérbio, conjunção, interjeição, preposição.
(Morfologia - Língua Portuguesa - Toda Matéria (todamateria.com.br))
Nesse contexto, analise o fragmento textual seguinte, com o código V (Verdadeiro) ou F (Falso):
"Na linguagem coloquial brasileira, o verbo constrói-se, em tal acepção, de preferência, com objeto direto (cf.: assistir o jogo, um filme), e escritores modernos têm dado acolhida à regência gramaticalmente condenada. Enquanto na linguagem padrão, escrevem-se textos científicos, técnicos usando o jargão de cada profissão, portanto, evitando-se o coloquialismo, buscando sempre predominância da linguagem culta − padrão". (...) (Adaptado)
(BAGNO, M. A. A língua de Eulália: novela sociolinguística. S. Paulo. Contexto. 2000, p. 107-108).
(__)A frase nominal (não oracional): "Na linguagem coloquial brasileira" − é formada, respectivamente, por contração prepositiva, substantivo e adjetivos.
(__)No segmento: "o verbo constrói-se, em tal acepção, de preferência, com objeto direto" − temos, respectivamente: artigo definido, substantivo, verbo e pronome posposto ao verbo; as vírgulas separam expressão entre o verbo e seu complemento indireto.
(__)Todos os termos da série: "se"; "em"; "de" são invariáveis em gênero e em número.
(__)Entre os componentes do período: "técnicos usando o jargão de cada profissão, portanto, evitando-se o coloquialismo", - temos: verbos na forma nominal do gerúndio, duas vírgulas separando um termo coesivo - "portanto" − entre duas orações.
Marque a alternativa com a opção correta.
Analise a frase de Murilo Araújo abaixo:
"O trilo dos grilos, tímido, de aço fino, esgrime, com o raiozinho dos astros, límpido, argentino".
Após análise, marque a alternativa INCORRETA:
TEXTO I
TWITTER NÃO PODE SER TERRA DE NINGUÉM
Comprado pelo bilionário Elon Musk em outubro do ano passado, por exorbitantes US$ 44 bilhões, o Twitter, uma das principais redes sociais do mundo, vem mostrando sinais alarmantes de problemas e de mau funcionamento nos últimos seis meses. Entre as confusões, está o lançamento do Twitter Blue, que permitiu que usuários comuns possam pagar pelo selo de conta verificada — o que antes era restrito a instituições, personalidades, jornalistas e pessoas públicas — e, assim, conquistar mais seguidores e ter seus posts exibidos para mais gente.
Outro problema, foram os cortes severos de pessoal, em torno de 80% da força de trabalho da empresa, o que representa cerca de 6 mil funcionários. Entre os setores mais afetados está o de atendimento à imprensa — todos os e-mails com solicitações para a companhia são respondidos apenas com um emoji de fezes – e o de moderação de conteúdo, que era responsável por receber denúncias e analisar posts que pudessem ser ofensivos ou até mesmo criminosos, e removê-los, além de punir os usuários responsáveis por eles.
É aí que mora o perigo. Sem uma equipe que recebe denúncias de publicações prejudiciais, o Twitter se transformou em uma espécie de terra de ninguém da internet. Em reunião com advogados da rede social, no início da semana passada, integrantes do Ministério da Justiça e Segurança Pública, inclusive o ministro Flávio Dino, se chocaram com a alegação de que posts que incentivavam ataques às escolas não violavam os termos de uso do site e não seriam retirados do ar. Dias depois, com o governo federal cogitando uma ação para tirar a rede do ar, o Twitter acabou por remover as publicações e cerca de 500 perfis que estavam divulgando as mensagens de ódio.
Na quinta-feira, outro absurdo – esse, ainda sem solução — tomou conta da rede de Elon Musk, com o vazamento das fotos da autópsia da cantora Marília Mendonça, que morreu em novembro de 2021, em um acidente aéreo em Piedade de Caratinga (MG). Inúmeros perfis compartilharam as imagens, que seguem no ar, sem que sejam bloqueadas para os demais usuários.
Os dois casos exemplificam bem o lugar sem regras que se tornou o Twitter. Antes efervescente e palco de debates interessantes, o site agora é confuso, perigoso, tomado por perfis de pouca relevância (mas muito alcance, graças ao Twitter Blue) e repleto de incitações ao crime e ao discurso de ódio. Sob a errática liderança de Musk, é muito pouco provável que a plataforma vá apresentar um plano sério de contenção desses problemas.
Como são vidas que estão em jogo, é preciso que as forças de segurança, os serviços de inteligência e outras autoridades competentes mergulhem no lamaçal que o Twitter se tornou e passem a monitorar de perto toda a movimentação das redes extremistas por lá, exigindo judicialmente, sob pena de bloqueio no país, os dados dos perfis que seguem cometendo crimes impunemente por lá, se aproveitando da falta de vigilância própria.
Assim, quem sabe, Elon Musk perceba que tem nas mãos não um canal de liberdade de expressão, mas um equivalente digital de um antro perigoso e repleto de criminosos, e decida retomar por conta própria a moderação de conteúdo, algo fundamental em tempos tão apreensivos e violentos. O que não pode é ficar como está.
Fonte: Correio Braziliense, 17 de abril 2023.
O texto I apresenta três orações intercaladas, sinalizadas por travessão. Cada oração expressa respectivamente à ideia de:
Leia o texto a seguir:
Nélida Piñon buscava na vida literária a essência do Brasil
Autora, que morreu em Lisboa e foi velada no Rio, pensava no Brasil como permanência
Por Miriam Leitão
Tudo sempre parecerá literário em Nélida Piiion. Seus avós atravessaram o Atlântico saindo da Galícia para vir para o Brasil. O corpo de Nélida atravessa o Atlântico vindo de Portugal para descansar entre nós. Se seus antepassados vieram em busca de um espaço no país, a neta é trazida de volta porque é nossa e ocupa lugar único. O título do livro que lançou por último, "Um dia chegarei a Sagres", nos aponta a busca de uma identidade e uma sabedoria perdidas.
Nélida era combatente. No início de 1977, ela foi a Brasília levando na bolsa martelo, pregos e um manifesto. Evocava Robin Hood com seus éditos afixados por rebeldia aventureira na porta dos castelos dos nobres. O manifesto, assinado por 1.047 intelectuais, seria entregue ao ministro Armando Falcão. Ele mostrou que além de "nada a declarar" preferia que nada fosse declarado. Não recebeu Nélida, Hélio Silva, Lygia Fagundes Telles e Jefferson de Andrade, que substituía Murilo Rubião.
"Nós escritores, artistas, jornalistas, músicos brasileiros abaixo assinados, tendo em vista a série de atos praticados que implicam em restrições à liberdade de expressão e constrangimento da capacidade criadora, denunciamos através desse documento uma situação que nos é imposta e com a qual nos defrontamos constantemente." Assim começava o documento cuja redação foi iniciada em Porto Alegre, continuou em São Paulo, terminou no Rio. Não pôde ser afixado. Brasília tem portas de vidro.
Tudo em Nélida é atemporal. No dia em que eu a entrevistei sobre aquele documento, fevereiro de 2020, ele parecia atualíssimo. Na véspera, o governo de Rondônia havia divulgado uma lista de autores censurados, entre eles Machado de Assis. Estávamos no Petit Trianon, da ABL, debaixo do busto de Machado, e eu quis saber o que ela achara da censura ao escritor.
-Achei uma audácia tentar apagar a identidade brasileira. Tirar o Brasil do seu próprio mapa. Porque Machado de Assis é o nosso passaporte. Machado congrega o que o país tem de mais belo e mais difícil. O Brasil inteiro está lá, ele elege o Rio de Janeiro como metáfora do Brasil.
Ressaltou que havia no manifesto um princípio que não se deve esquecer.
- Ele ensina que nunca se deve perder o sentido de alerta. O Estado não é amigo incondicional da criação literária, do pensamento.
A preocupação de Nélida naquele dia era que o Brasil viesse a perder a sua essência.
- O Brasil vem se esgarçando há muito tempo, vem quebrando um casulo. Dentro desse casulo está o espírito brasileiro. O mistério de uma nação. Aqueles elementos imateriais e transcendentes que garantem a unidade nacional. O Brasil está confundindo o que é modernidade. Modernidade se faz com os valores, com a capacidade de pensar, com a solidariedade com os que sofrem, com o combate à desigualdade, com o combate ao racismo, porque o Brasil é racista. Estamos muito perto do limite. E podemos perder o sentido de nós mesmos.
Não falava apenas de um governo, mas de algo mais profundo que a inquietava. Nélida, uma brasileira recente, como se definia, pensava no Brasil como permanência.
Fonte: https://oglobo.globo.com/cultura/livros/noticia/2022/12/artigo-nelida-pinonbuscava-na-vida-literaria-a-essencia-do-brasil.ghtml. Acesso em 30/12/2022.
Em "O Brasil vem se esgarçando há muito tempo, vem quebrando um casulo" (9° parágrafo), as vírgulas servem para indicar:
Leia o texto a seguir:
Rastreamento pode reduzir mortes por câncer de pulmão
No Brasil, mais de 80% dos casos da doença são diagnosticados em estágio avançado e com metástase
O câncer de pulmão é o tipo de câncer que mais mata no mundo. Uma doença silenciosa e agressiva, que não costuma manifestar sintomas na fase inicial. "São cerca de 3 milhões de mortes por ano. Esse número é tão elevado porque, em geral, o diagnóstico acontece com a doença em estágio avançado e com metástase para outros órgãos", afirma Gilberto de Castro Júnior, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e oncologista do Hospital Sírio-Libanês em São Paulo.
O tabagismo está associado a 80% dos casos de câncer de pulmão. "Normalmente são pacientes que fumaram muito, a vida toda, e têm outras comorbidades, como insuficiência coronariana e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), o que agrava o quadro."
Contudo, é importante ressaltar que nem todos os tipos de câncer estão associados ao hábito de fumar. É preciso ter em mente que o câncer de pulmão não se trata de uma doença única: são vários tipos de tumor e o diagnóstico preciso, identificando o tipo e o subtipo do câncer, é fundamental para definir os cuidados adequados.
Neste sentido, a medicina de precisão tem evoluído nos últimos anos e é considerada tratamento de ponta. "Precisamos reconhecer, identificar e diagnosticar as alterações no tumor para definir o tratamento mais específico, com maior efetividade, menor custo em longo prazo e com menos toxicidade", afirma.
Como a maior parte dos cânceres de pulmão não apresenta sintomas nos estágios iniciais, mais de 80% dos casos são diagnosticados em estágio avançado, segundo dados dos Registros Hospitalares de Câncer (RHC) do Instituto Nacional de Câncer (INCA), divulgados pelo Instituto Oncoguia. "Por isso é fundamental fazer o rastreamento no grupo de alto risco, especialmente em fumantes. Com uma tomografia de tórax com baixa dose de radiação, é possível diagnosticar precocemente e diminuir a mortalidade por câncer de pulmão."
O Brasil ainda não tem um protocolo de rastreamento para câncer de pulmão - um conjunto de métodos que facilite a detecção e diagnóstico precoce do câncer. Nos Estados Unidos, o U.S. Preventive SeNices Task Force (a Força-Tarefa de Serviços Preventivos) recomenda que fumantes ou pessoas que pararam de fumar há menos de 15 anos, com idade entre 50 e 80 anos e com um histórico de 20 "anos-maço" (que fumaram o equivalente a 1 maço por dia durante 20 anos ou 2 maços ao dia durante 10 anos), façam anualmente essa tomografia específica.
"Entre os médicos, não existe a cultura de solicitar exame de rastreamento de câncer de pulmão no Brasil. A discussão sobre um protocolo de rastreamento está acontecendo, mas esbarra em uma série de dificuldades. A principal delas é o baixo acesso aos exames de imagem", diz Castro.
Fonte: https://estudio.folha.uol.com.br/roche/2022/10/rastreamento-pode-reduzir-mortes-por-cancer-de-pulmao.shtml?utm source=native destaque&utm medium=quartaposicao cancer+de+pulmao&utm campaign=Roche. Adaptado. Acesso em 14/07/2021.
No trecho "Precisamos reconhecer, identificar e diagnosticar as alterações no tumor para definir o tratamento mais específico" (4° parágrafo), a vírgula é utilizada para:
Considerando-se o emprego dos sinais de pontuação, marcar C para as afirmativas Certas, E para as Erradas e, após, assinalar a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
( ) Comissário você esqueceu o relatório em cima da mesa.
( ) Marcos, o responsável pela comissão, viajou na segunda.
Distância
Em uma cidade há um milhão e meio de pessoas; em outra há outros milhões: e as cidades são tão longe uma de outra que nesta é inverno quando naquela é verão. Em cada uma dessas cidades há uma pessoa; e essas duas pessoas tão distantes acaso pensareis que podem cultivar em segredo, como plantinha de estufa, um amor a distância?
Andam em ruas tão diferentes e passam o dia falando línguas diversas; cada uma tem em torno de si uma presença constante e inumerável de olhos, vozes, notícias. Não se telefonam nunca; é tão caro, e além disso, que se diriam? Escrevem-se. Mas uma carta leva dias para chegar; ainda que venha vibrando, cálida, cheia de sentimento, quem sabe se no momento em que é lida já não poderia ter sido escrita? A carta não diz o que a outra pessoa está sentindo, diz o que sentiu na semana passada… e as semanas passam de maneira assustadora, os domingos se precipitam mal começam as noites de sábado, as segundas retornam com veemência gritando — “outra semana!” —, e as quartas já têm um gosto de sexta, e o abril de de-já-hoje quando se viu era mudado em agosto…
Sim, há uma frase na carta cheia de calor, cheia de luz, mas a vida presente é traiçoeira e os astrônomos não dizem que muita vez ficamos como patetas a ver uma linda estrela jurando pela sua existência — e, no entanto, há séculos ela se apagou na escuridão do caos, sua luz é que custou a fazer a viagem? Direis que não importa a estrela em si mesma, e sim a luz que ela nos manda — e eu vos direi: amai para entendê-las!
Ao que ama o que lhe importa não é a luz nem o som, é a própria pessoa amada mesma, o seu vero cabelo, e o vero pelo, o osso de seu joelho, sua terna e úmida presença carnal, o imediato calor; é o de hoje, o agora, o aqui — e isso não há.
Então a outra pessoa vira retratinho no bolso, borboleta perdida no ar, brisa que a testa recebe na esquina, tudo o que for eco, sombra, imagem, nada, um pequeno fantasma, e nada mais. E a vida de todo dia vai gastando insensivelmente a outra pessoa, hoje lhe tira um modesto fio de cabelo, amanhã apenas passa a unha de leve fazendo um traço branco na sua coxa queimada pelo sol, de súbito a outra pessoa entra em fading um sábado inteiro, está se gastando, perdendo seu poder emissor a distância.
Cuidais amar uma pessoa, e ao fim vosso amor é um maço de papéis escritos no fundo de uma gaveta que se abre cada vez menos… Não ameis a distância, não ameis, não ameis!
(Rubem Braga. In: 200 Crônicas Escolhidas. Editora Record, 2010.
Adaptado.)
No trecho “Ao que ama o que lhe importa não é a luz nem o som, é a própria pessoa amada mesma, o seu vero cabelo, e o vero pelo, o osso de seu joelho, sua terna e úmida presença carnal, o imediato calor; é o de hoje, o agora, o aqui — e isso não há.” (4º§), o uso do travessão se justifica por:
O texto contextualiza as questões de 01 a 12. Leia-o atentamente.
A metamorfose
Uma barata acordou um dia e viu que tinha se transformado num ser humano. Começou a mexer suas patas e descobriu que só tinha quatro, que eram grandes e pesadas e de articulação difícil. Acionou suas antenas e não tinha mais antenas. Quis emitir um pequeno som de surpresa e, sem querer, deu um grunhido. As outras baratas fugiram aterrorizadas para trás do móvel. Ela quis segui-las, mas não coube atrás do móvel. O seu primeiro pensamento humano foi: que vergonha, estou nua! O seu segundo pensamento humano foi, que horror! Preciso me livrar dessas baratas!
Pensar, para a ex-barata, era uma novidade. Antigamente ela seguia o seu instinto. Agora precisava raciocinar. Fez uma espécie de manto da cortina da sala para cobrir sua nudez. Saiu pela casa, caminhando junto à parede, porque os hábitos morrem devagar. Encontrou um quarto, um armário, roupa de baixo, um vestido. Olhou-se no espelho e achou-se bonita. Para uma ex-barata. Maquilou-se. Todas as baratas são iguais, mas uma mulher precisa realçar a sua personalidade. Adotou um nome: Vandirene. Mais tarde descobriu que só um nome não bastava. A que classe pertencia? Tinha educação? Referências? Conseguiu, a muito custo, um emprego como faxineira. Sua experiência de barata lhe dava acesso a sujeiras mal suspeitadas, era uma boa faxineira.
Difícil era ser gente. As baratas comem o que encontram pela frente. Vandirene precisava comprar sua comida e o dinheiro não chegava. As baratas se acasalam num roçar de antenas, mas os seres humanos não. Se conhecem, namoram, brigam, fazem as pazes, resolvem se casar, hesitam. Será que o dinheiro vai dar? Conseguir casa, móveis, eletrodomésticos, roupa de cama, mesa e banho. A primeira noite. Vandirene e seu torneiro mecânico. Difícil. Você não sabe nada, bem? Como dizer que a virgindade é desconhecida entre as baratas? As preliminares, o nervosismo. Foi bom? Eu sei que não foi. Você não me ama. Se eu fosse alguém você me amaria. Vocês falam demais, disse Vandirene. Queria dizer, vocês, os humanos, mas o marido não entendeu; pensou que era vocês, os homens. Vandirene apanhou. O marido a ameaçou de morte. Vandirene não entendeu. O conceito de morte não existe entre as baratas. Vandirene não acreditou. Como é que alguém podia viver sabendo que ia morrer?
Vandirene teve filhos. Lutou muito. Filas do INPS. Creches. Pouco leite. O marido desempregado. Finalmente, acertou na esportiva. Quase quatro milhões. Entre as baratas, ter ou não ter quatro milhões não faria diferença. A barata continuaria a ter o mesmo aspecto e a andar com o mesmo grupo. Mas Vandirene mudou. Empregou o dinheiro. Trocou de bairro. Comprou casa. Passou a vestir bem, a comer e dar de comer de tudo, a cuidar onde colocava o pronome. Subiu de classe. (Entre as baratas, não existe o conceito de classe.) Contratou babás e entrou na PUC. Começou a ler tudo o que podia. Sua maior preocupação era a morte. Ela ia morrer. Os filhos iam morrer. O marido ia morrer ― não que ele fizesse falta. O mundo inteiro, um dia, ia desaparecer. O sol.
O Universo. Tudo. Se espaço é o que existe entre a matéria, o que é que fica quando não há mais matéria? Como se chama a ausência do vazio? E o que será de mim quando não houver mais nem o nada? A angústia é desconhecida entre as baratas.
Vandirene acordou um dia e viu que tinha se transformado de novo numa barata. Seu penúltimo pensamento humano foi, meu Deus, a casa foi dedetizada há dois dias! Seu último pensamento humano foi para o seu dinheiro rendendo na financeira e o que o safado do marido, seu herdeiro legal, faria com tudo. Depois desceu pelo pé da cama e correu para trás de um móvel. Não pensava mais em nada. Era puro instinto. Morreu em cinco minutos, mas foram os cinco minutos mais felizes da sua vida. Kafka não significa nada para as baratas.
. (VERÍSSIMO, Luís Fernando. A metamorfose. In: _____________. Ed Morte e outras histórias. Porto Alegre: L&PM Editores, 1997, p. 32-33.)
Sobre os sinais de pontuação, analise as afirmativas a seguir.
I. No trecho “Seu penúltimo pensamento humano foi, meu Deus, a casa foi dedetizada há dois dias!” (6º§), as vírgulas foram usadas para isolar o vocativo.
II. Em “Mais tarde descobriu que só um nome não bastava.” (2º§), o adjunto adverbial “mais tarde” deveria, obrigatoriamente, estar isolado por vírgula.
III. Na frase “Adotou um nome: Vandirene.” (2º§), os dois pontos servem para indicar um aposto especificativo.
IV. No trecho “Se conhecem, namoram, brigam, fazem as pazes, resolvem se casar, hesitam.” (3º§), as vírgulas separam orações independentes.
Está correto apenas o que se afirma em
Vida e tempo
Outrora as pessoas morriam mais cedo e nem assim deixavam de fazer as obras que as notabilizavam. Parece que a consciência da brevidade da vida levava-as a intensificar seu trabalho. Era como se, intuitivamente, soubessem que não tinham tempo a perder. Ameaçadas por um número maior de doenças sem cura, não podiam se dar ao luxo de adiar projetos e sonhos. Nossos poetas românticos, por exemplo, deixavam este mundo na flor da idade, ceifados pela sífilis ou pela tuberculose, mas as suas obras pareciam consumadas. Eram o melhor que eles poderiam fazer.
Hoje é diferente. Graças aos avanços da medicina e da farmacologia, nossa média de vida aumentou. Não podemos nos queixar de falta de tempo. Quem antes tinha quarenta ou cinquenta anos se considerava um velho. Hoje o indivíduo com sessenta sente-se disposto a recomeçar a vida. Supõe que ainda terá muito caminho pela frente.
Antigamente o desafio era viver mais. Hoje, é viver melhor. Fala-se muito em qualidade e não em quantidade de vida. Uma vida longa, mas deficiente, não parece valer a pena. Isso nos remete à velha questão: o ideal é viver pouco, mas com intensidade, ou viver muito, porém de forma rotineira e insípida?
Muitos alegam que viver da primeira forma é melhor, mas o que desejam mesmo é permanecer vivos (mesmo que isso implique enfrentar os contratempos da velhice). Há um consenso segundo o qual quem vive muito triunfa sobre os que morrem mais cedo. A longevidade aparece como um troféu que confere ao indivíduo admiração e prestígio, e só os incompetentes e desleixados se deixam colher precocemente pela morte.
Para ganhar esse troféu é preciso se submeter a um tipo de corrida diferente, no qual ganha quem chega por último. Diante disso, é melhor não se apressar. Certamente a melhor fórmula para obter esse prêmio é viver com moderação, evitando o estresse e outros males que nos impulsionam a uma existência trepidante. São grandes os malefícios que essa trepidação traz ao nosso organismo.
Viver devagar, no entanto, é um enorme desafio num mundo em que se exalta a excelência e o acúmulo de realizações. Como botar um freio na rotina se somos permanentemente convocados à competição e, em vista disso, a nossa agenda está sempre cheia? Quem tenta frear o ritmo não raro se sente excluído. Ao buscar se desprender das amarras que o vinculam à engrenagem do dia a dia, é tomado pelo tédio e a insatisfação. Conheço gente que, embora se queixe do excesso de trabalho, não suporta os domingos e feriados. Acha que neles falta alguma coisa.
O fato é que, mesmo com as cobranças do mundo moderno, hoje vivemos mais. Isso não significa que vivamos melhor nem que o maior tempo de que dispomos nos leve a realizações significativas. Todos temos alguns momentos-chave, em que as coisas acontecem, e outros em que nos limitamos a “tocar” biologicamente a vida. Ninguém garante que, se vivesse mais de 24 anos, Castro Alves teria feito poemas superiores aos que fez. Viver mais também não deixa de ser um problema; implica um desafio maior para a conquista e a manutenção da felicidade.
(Disponível em: http://chviana.blogspot.com.br/. Em: abril de 2016. Adaptado.)
Considerando as várias funções dos parênteses e sua importância, identifique o motivo pelo qual eles foram empregados em “Muitos alegam que viver da primeira forma é melhor, mas o que desejam mesmo é permanecer vivos (mesmo que isso implique enfrentar os contratempos da velhice).” (4º§):
Assinale a alternativa que indica as frases CORRETAMENTE pontuadas.
I. O estudante ansioso espera na sala de aula.
II. O estudante, ansioso, espera na sala de aula.
III. Ansioso, o estudante espera na sala de aula.
IV. O estudante, espera ansioso, na sala de aula.
V. O estudante, ansioso espera, na sala de aula.
O texto seguinte servirá de base para responder às questões de 1 a 10.
Câmara aprova projeto que prevê salários iguais para homens e mulheres
A Câmara dos Deputados aprovou na sessão deliberativa de 04 de maio de 2023 proposta que institui medidas para tentar garantir a igualdade salarial e remuneratória entre mulheres e homens na realização de trabalho de igual valor ou no exercício da mesma função. O texto segue agora para análise do Senado.
Foi aprovado o substitutivo elaborado pela relatora, deputada Jack Rocha (PT-ES), ao Projeto de Lei 1085/23, do Poder Executivo. "Este será mais um passo para avançarmos no enfrentamento à desigualdade no ambiente de trabalho, que se aprofundou durante a pandemia de Covid-19", afirmou a relatora.
Foram 325 votos favoráveis e 36 contrários ao parecer final de Jack Rocha, definido após negociação entre os líderes partidários. Em razão de um acordo, não foram apresentados destaques que poderiam alterar a versão da relatora.
"Falar de igualdade salarial é falar sobre a emancipação das mulheres", disse a relatora, ao defender a proposta na sessão. "A luta das mulheres é a promoção da implementação de programas de diversidade no ambiente de trabalho, que incluam capacitação de gestores, lideranças e empregadores", concluiu.
Apesar do acordo, o texto não agradou a todos. "Esse projeto bota nas costas do empreendedor uma série de responsabilizações e multas que vão inibir a contratação das mulheres", alertou o deputado Gilson Marques (Novo-SC) durante a discussão da proposta.
O texto aprovado altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) para definir que a igualdade salarial será obrigatória. Para isso, estabelece mecanismos de transparência e de remuneração a serem seguidos pelas empresas, determina o aumento da fiscalização e prevê a aplicação de sanções administrativas.
Fiscalização e multa
Ato do Poder Executivo definirá protocolo de fiscalização contra a discriminação salarial e remuneratória entre homens e mulheres. Em caso de discriminação por motivo de sexo, raça, etnia, origem ou idade, além das diferenças salariais, o empregador deverá pagar multa administrativa equivalente a dez vezes o valor do novo salário devido ao empregado discriminado - será o dobro na reincidência.
Conforme o substitutivo aprovado, a quitação da multa e das diferenças salariais não impedirá a possibilidade de indenização por danos morais à empregada, consideradas as especificidades do caso concreto.
Regras
Embora o texto aprovado inove ao criar a obrigatoriedade de equiparação salarial a ser verificada por meio documental, as demais regras que definem as situações em que a desigualdade poderá ser reclamada pelo trabalhador continuam as mesmas definidas pela reforma trabalhista do governo Temer.
A única mudança feita pela proposta prevê a não aplicação dessas regras apenas quando o empregador adotar, por meio de negociação coletiva, plano de cargos e salários. Hoje isso é possível também quando o empregador tiver pessoal organizado em quadro de carreira por meio de norma interna.
Em relação aos trabalhadores sem acesso a plano de cargos e salários, a CLT define que uma igual remuneração deverá ser paga no exercício de "idêntica função" por "todo trabalho de igual valor" no mesmo estabelecimento empresarial, sem distinção de sexo, etnia, nacionalidade ou idade.
Por "trabalho de igual valor", a lei define aquele feito com "igual produtividade e com a mesma perfeição técnica" por pessoas cuja diferença de tempo de serviço para o mesmo empregador não seja superior a quatro anos. A diferença de tempo na função não poderá ser superior a dois anos.
Além disso, atualmente a CLT prevê que a equiparação salarial só será possível entre empregados contemporâneos no cargo ou na função, ou seja, não vale entre aqueles com diferença maior de tempo no cargo. A lei proíbe ainda, para a reivindicação de igualdade salarial, a indicação de decisões proferidas em relação a empregados com diferença de tempo muito superior a dois anos, mesmo no âmbito de ação judicial própria do empregado mais recentemente contratado.
Retirado e adaptado de: PIOVESAN, Eduardo.; MACHADO, Ralph. Agência Câmara de Notícias. Disponível em: preeve-sslroosiuaas--para-hommmens--emmuheresacommpaanhe/rojeto-que-preve-salarios-iguais-para-homens-e-mulheres-acompanhe/ Acesso em: 08 maio, 2023.
Assinale a alternativa que apresenta correção no emprego da pontuação:
O texto seguinte servirá de base para responder às questões de 1 a 9.
Psicodélicos agem contra a depressão ao estimular conexões entre neurônios
Estudos realizados nos últimos anos com um número ainda modesto de participantes sugerem que os psicodélicos, compostos conhecidos por alterarem a percepção da realidade e causarem alucinações, têm um efeito antidepressivo rápido e potente. Um trabalho internacional publicado em 5 de junho na revista Nature Neuroscience está ajudando a desvendar como eles atuam para amenizar a depressão. O estudo, do qual participaram três pesquisadores brasileiros, indica ainda que o efeito contra a depressão seria independente daquele que causa a distorção da realidade, o que pode, em princípio, levar ao desenvolvimento de medicamentos mais eficazes e livres dos efeitos alucinógenos para tratar um problema que aflige cerca de 300 milhões de pessoas no mundo.
Em experimentos com células e animais de laboratório, o grupo coordenado pelo neurocientista Eero Castrén, da Universidade de Helsinque, na Finlândia, verificou que os psicodélicos preparam os neurônios para responder melhor a uma proteína que estimula a formação de novas conexões com outras células e do reforço das já existentes, o fator neurotrófico derivado de encéfalo (BNDF). Compostos como o ácido lisérgico (LSD) e a psilocina, extraída de cogumelos do gênero Psylocibe, aderem a uma proteína da membrana dos neurônios chamada receptor de quinase B relacionado à tropomiosina (TrkB), que é ativado pelo BDNF. Produzido no próprio cérebro, o BDNF, ao se ligar ao TrkB e ativá-lo, desencadeia uma cascata de comandos químicos que levam as células neuronais a se multiplicar ou a emitir prolongamentos e pontos de contatos com outros neurônios. Esse fenômeno, conhecido como neuroplasticidade, está associado à capacidade do cérebro de aprender e armazenar informações e à melhora dos sintomas depressivos.
Bioquímicos, farmacologistas e médicos já suspeitavam de que a neuroplasticidade talvez fosse o fator responsável pela ação antidepressiva de muitos medicamentos, inclusive daqueles que aumentam os níveis do neurotransmissor serotonina, como a fluoxetina e similares. Uma das razões para a desconfiança de que o efeito desses compostos não fosse decorrente apenas do aumento da disponibilidade de serotonina ou de outros neurotransmissores é que os níveis deles sobem muito rapidamente após o início do tratamento, mas os sintomas da depressão só começam a diminuir semanas mais tarde. "Já se imaginava que, além do aumento dos níveis de serotonina, existiam outros fatores envolvidos”, conta o farmacologista brasileiro Cassiano Ricardo Diniz, coautor do estudo. Ele participou dos experimentos que mostraram a ação antidepressiva dos psicodélicos via TrkB durante a temporada que passou no laboratório de Castrén, na Finlândia. "Evidências obtidas por outros grupos sugeriam que o efeito antidepressivo de vários medicamentos se dava via BDNF, mas achávamos que a ação ocorria de forma indireta, pelo aumento dos níveis desse fator neurotrófico, e não porque os antidepressivos se conectavam à molécula que facilita a ação dele.”
O que se viu para o LSD e a psilocina, a forma da psilocibina que chega ao cérebro, já havia sido observado pelo grupo de Castrén em outros tipos de antidepressivo. Experimentos conduzidos pelo farmacologista brasileiro Plínio Casarotto, que integra a equipe finlandesa, e publicados em 2021 na revista Cell mostraram que também a fluoxetina, da categoria dos inibidores de recaptação de serotonina, a imipramina, um antidepressivo tricíclico, e a cetamina, um anestésico com ação antidepressiva, promoviam a neuroplasticidade por aderir ao TrkB e facilitar a ação do BNDF. "Os antidepressivos, sozinhos, não acionam esse receptor, mas o colocam em um estado suscetível à ativação pelo BDNF", conta Casarotto, outro coautor do estudo.
As descobertas desse estudo, dizem os autores, abrem caminho para o desenho de compostos com estrutura análoga à dos psicodélicos, que apresentem alta afinidade com o TrkB e ação antidepressiva de início rápido e duração prolongada, mas sem os efeitos alucinógenos. "Os dados sugerem fortemente essa possibilidade, mas é necessário que outros estudos reproduzam os resultados", afirmou o psiquiatra Jaime Hallak, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo em Ribeirão Preto (FMRP-USP), que não participou da pesquisa.
Para o psiquiatra Acioly Lacerda, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o desenvolvimento de um antidepressivo apenas com as características desejáveis dos psicodélicos reduziria o risco de haver dependência química e potencialmente diminuiria parte dos custos do tratamento. Hoje os psicodélicos são usados em alguns países para tratar depressão apenas em condições experimentais, em ensaios clínicos que necessitam de aprovação prévia de comitês de ética e de agências regulatórias. "O caminho para se chegar a um novo medicamento com essas características é longo e com elevadas taxas de insucesso", lembra Lacerda. "Mais de 90% das moléculas testadas para tratar doenças psiquiátricas não são aprovadas na fase final de ensaio clínico", conclui.
Retirado e adaptado de: FLORESTI, Felipe. Psicodélicos agem contra a depressão ao estimular conexões entre neurônios. Revista Pesquisa FAPESP. Disponível em: oaao-esstimuuaa-conexxoessente-neeuroono s/ icos-agem-contra-a-depressao-ao-estimular-conexoes-entre-neuronios/ Acesso em: 14 jul., 2028.
Associe a segunda coluna de acordo com a primeira, que relaciona funções da vírgula a exemplos de seu emprego no texto "Psicodélicos agem contra a depressão ao estimular conexões entre neurônios”:
Primeira coluna: função da vírgula
(1) Separação de conjunção adversativa
(2) Isolamento de aposto
(3) Isolamento de partícula explicativa
Segunda coluna: exemplo de emprego
( ) Para o psiquiatra Acioly Lacerda, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o desenvolvimento de um antidepressivo...
( ) O que pode, em princípio, levar ao desenvolvimento de medicamentos mais eficazes e livres dos efeitos alucinógenos
( ) Não acionam esse receptor, mas o colocam em um estado suscetível à ativação pelo BDNF.
Assinale a alternativa que apresenta a correta associação entre as colunas:
O texto seguinte servirá de base para responder às questões de 1 a 10.
Texto 1:
Rover chinês em Marte encontra sinais de que o planeta pode ter tido água
Observando dados enviados pelo robô, pesquisadores identificaram traços que indicam presença de água entre 1,4 milhão e 400 mil anos atrás.
A superfície de Marte pode ter tido água mais recentemente do que se pensava. Um estudo publicado na revista Science Advances analisa as observações feitas pelo rover Zhurong, da Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (CAST).
O robô observou dunas ricas em sal na superfície marciana, que apresentavam rachaduras e crostas. Segundo os pesquisadores, isso seria um indicativo de presença recente de água; mais especificamente, em algum momento entre 1,4 milhão e 400 mil anos atrás.
Nesse período, Marte já era relativamente parecida com hoje, com rios e lagos secos. Os sinais de água detectados deveriam ser provenientes de neve ou degelo que, misturados com sal, resultaram em pequenas rachaduras, superfícies duras com crostas, partículas soltas e outras características das dunas, como depressões e cumes, segundo os cientistas chineses.
"Achamos que pode ter sido uma pequena quantidade, não mais do que uma película de água na superfície", afirma Xiaoguang Qin, um dos coautores do estudo.
O rover não detectou água, seja na forma de geada ou gelo, de forma direta. Segundo Qin, contudo, simulações de computador e observações de outras espaçonaves em Marte indicam que, mesmo hoje em dia, em certas épocas do ano, as condições podem ser adequadas para o aparecimento de água. A descoberta pode ser um passo importante para identificar ambientes possivelmente habitáveis.
Lançado em 2020, o Zhurong - batizado em homenagem a um deus do fogo na mitologia chinesa - chegou a Marte em 2021 e passou um ano vagando antes de entrar em hibernação, em maio do ano passado. O rover operou por mais tempo do que o pretendido, viajando quase dois mil metros.
Retirado de: CAPARROZ, Leo. Rover chinês em Marte encontra sinais de que o planeta pode ter tido água. SuprInteressante. Disponível em: sdde-quue-o-paanetaaapode-terrtdooaagua/ -chines-em-marte-encontra-sinais-de-que-o-planeta-pode-ter-tido-agua/ Acesso em: 09 maio, 2023.
Texto 2:
Rover chinês Zhurong já percorreu quase 2 km da superfície de Marte
A Administração Espacial Nacional da China (CNSA) divulgou uma atualização sobre a missão do rover Zhurong. Segundo a agência, ele já percorreu mais de 1,9 km da superfície de Marte, desde que pousou em Utopia Planitia em maio de 2021.
Em 1º de maio de 2022, o Zhurong completou 342 sóis (como são chamados os dias em Marte, que duram cerca de 40 minutos a mais do que os dias terrestres) de sua missão, a pelo menos 240 milhões de km de distância da Terra.
O rover chegou à órbita de Marte em fevereiro do 2021 a bordo do seu companheiro de missão, o orbitador Tianwen-1. Mas o rover só se separou do satélite três meses depois e, no dia 15 de maio de 2021, pousou na vasta planície marciana conhecida como Utopia Planitia. Sua vida útil estimada era de apenas 90 sóis. No período ativo, o rover coletou amostras da superfície e uma série de imagens. Os dados do Zhurong indicaram que a paisagem na qual ele se encontrava parecer ter sido moldada pelos ventos de Marte ao longo de milhares de anos.
Retirado e adaptado de: TORRES, Wylliam. Rover chinês Zhurong já percorreu quase 2 km da superfície de Marte. Canal Tech. Disponível em: se-2-kkmm-dassuperrii-dee-mmate22154111/ ines-zhurong-ja-percorreu-quase-2-km-da-superficie-de-marte-215411/ Acesso em: 09 maio, 2023.
Analise a pontuação empregada no trecho a seguir, retirado do "Texto 1: Rover chinês em Marte encontra sinais de que o planeta pode ter tido água":
Lançado em 2020, o Zhurong - batizado em homenagem a um deus do fogo na mitologia chinesa - chegou a Marte em 2021 e passou um ano vagando antes de entrar em hibernação, em maio do ano passado. O rover operou por mais tempo do que o pretendido, viajando quase dois mil metros.
Agora, analise as afirmações a seguir. Marque V, para verdadeiro, e F, para falso:
(__)Os travessões foram empregados para isolar um vocativo.
(__)A primeira vírgula foi empregada para isolar um adjunto adverbial.
(__)A segunda vírgula foi empregada para introduzir uma oração subordinada adverbial concessiva.
Assinale a alternativa com a sequência correta:
Rita me abriu uma porta e chamou: “vem comigo”.
Por Martha Medeiros
01 Resumida história do jeans: durante ... Corrida do Ouro, na Califórnia, mineradores
02 precisavam de roupas fortes e duráveis, então o industrial Levi Strauss inventou calças em tecido
03 rústico, usando toldos de barracas e carroças. O molde veio de uma calça de marinheiro genovês,
04 daí a palavra “jeans”.
05 A partir de 1930, essas calças começaram a ser usadas em filmes de cowboy. Nos anos
06 1950, James Dean e Marylin Monroe aderiram, e o jeans tornou-se um símbolo de rebeldia,
07 popularizando-se entre os jovens. Nos anos 1960 e 1970, o movimento hippie consagrou-o.
08 Revolução concluída, o jeans foi adotado pela moda nos anos 1980, com estilistas lançando suas
09 próprias marcas.
10 O resumo da minha história: nasci com o gene da obediência. Fui uma menina mais calada
11 do que extrovertida, e ser livre virou um ideal. Um dia, ouvi um jingle que definia liberdade como
12 sendo uma calça velha, azul e desbotada. Comprei e não tirei mais do corpo. Na adolescência,
13 só faltava dormir com as calças da Lixo, famosas pela boca pata de elefante. ... despeito da
14 marca, eu chamava todas elas de calça Lee em vez de jeans.
15 Virou peça curinga de pessoas de todas as idades, classes, credos e cruz-credos: é da
16 natureza do jeans, a democracia. Um uniforme que convida ... autenticidade: pode-se usá-lo
17 com pedrarias ou rasgões, pérolas no pescoço ou dreadlock no cabelo.
18 Está nos brechós e nas vitrines da Avenue Montaigne. São tantos os estilos, que buscar
19 o modelo perfeito se tornou um estresse, mas depois de experimentar uns 30 no provador de
20 uma loja de departamentos, a gente acaba dando match com algum (essa sou eu, a que prefere
21 um jeans “zé-ninguém” aos de grife).
22 Comecei a escrever este texto _________ foi em 20 de maio de 1873 que Levi Strauss
23 patenteou o jeans, dando início ao seu bombástico sucesso. Há exatos 150 anos. Achei que cabia
24 o registro em crônica, e estava exatamente aqui, nos parágrafos finais, quando soube da morte
25 de Rita. Foi um flechaço: adeus. Parecia que eu tinha perdido uma amiga íntima. Fiquei sem
26 palavras, abandonei o computador e fui fazer meu luto. Só mais tarde voltei ao texto, perplexa
27 com a coincidência luminosa: Lee.
28 Minha mais importante Lee. A que me ensinou o que era liberdade para além dos refrões
29 de jingles, a que salvou a menina perdida, procurando se encontrar. Rita me abriu uma porta e
30 chamou, “vem comigo”, e fui com ela bailar, amar, gozar – e nunca mais me calei.
31 Se tive coragem para ser uma mulher independente, devo à Rita o empurrão e o caimento.
32 Agora é tratar de viver o daqui para frente, sobre o qual sei quase nada, apenas que, mesmo
33 que aos 90 anos, é de jeans que pretendo ser flagrada no final.
(Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br/donna/colunistas/martha-medeiros/noticia/2023/05/rita-me-abriu-uma-porta-e-chamou-vem-comigo-clhtfxiuh008d0165t6g20fpv.html – texto adaptado especialmente para esta prova).
Considerando o emprego dos sinais de pontuação, analise as assertivas a seguir:
I. Na linha 01, o emprego dos dois-pontos deve-se à introdução de uma explicação a respeito de um termo anterior à ocorrência desse sinal de pontuação.
II. Na linha 04, o emprego das aspas deve-se ao fato de que a palavra está sendo citada a partir do discurso de outra pessoa.
III. Na linha 30, o emprego do travessão introduz a fala de um personagem.
Quais estão corretas?
SINAIS DE PONTUAÇÃO MIGRAM DO TEXTO ESCRITO PARA O ORAL
Thaís Nicoleti
Os textos escritos cada vez mais cedem espaço aos textos orais. Muita gente, por variadas razões e em diferentes situações, dá preferência a "podcasts" e vídeos, em detrimento da leitura propriamente dita. Mesmo assim, a influência da produção escrita sobre a oral parece evidente, haja vista, entre muitos outros elementos, os sinais de pontuação, que frequentemente comparecem – de modo explícito – no discurso oral.
É esse o caso, sobretudo, das aspas, que, embora, pelo menos em tese, sejam marcas típicas da escrita, aparecem indicadas oralmente. É comum ouvirmos nos noticiários de TV o apresentador dizer, antes da leitura de uma transcrição literal de texto, "Abre aspas" e, ao seu término, "Fecha aspas". Essas são espécies de fórmulas orais que, naturalmente nascidas na convenção do registro escrito, demarcam as citações.
Esse curioso sinal de pontuação tem usos muito diferentes. Além de delimitar citações literais (trechos de textos escritos) e, por conseguinte, declarações igualmente literais (trechos de textos falados), é empregado para indicar algum tipo de deslocamento semântico (uso de termo do registro informal, gíria, vocábulo de baixo calão, estrangeirismo, uso impreciso de uma palavra, ironia, metalinguagem etc.). No texto escrito, basta que usemos as aspas para indicar que fazemos conscientemente esses deslocamentos.
Alguns exemplos podem ilustrar isso. Suponhamos que, em um texto formal, o autor introduza um elemento informal (Tínhamos de reconhecer que a solução foi "da hora"; Esta cláusula do contrato é, como diria certo ministro de Estado, "imexível") ou ainda que faça uso de um termo aproximado (A "lógica" do mecanismo é essa) – em um e outro caso, as aspas contêm uma informação essencial para a correta decodificação do texto. No caso da ironia, em que se diz uma palavra para denotar o seu oposto, as aspas podem ser muito úteis (Seu maior "defeito" era a sua generosidade).
A percepção disso é o que explica que, no discurso oral, muita gente explique que o termo proferido está "entre aspas" – há inclusive quem traduza o sinal por meio de um gesto feito com as duas mãos a simular o desenho das aspas no papel.
Os parênteses também migraram para o discurso oral. Quantas vezes avisamos que vamos introduzir um parêntese, ou seja, uma pequena digressão? Na escrita, em geral, basta usar o sinal. O ponto-final, por sua vez, é usado como metáfora de encerramento do assunto: Vamos pôr um ponto-final nisso. A vírgula, quando dita, indica algum tipo de ressalva ou restrição (Ele é honesto, vírgula!).
Finalmente, o próprio verbo "pontuar" é usado com frequência como metáfora cujo referente é a aplicação de sinais de pontuação em um texto. Por exemplo: Pontuou seu discurso com palavras raras e imagens grandiloquentes – ou seja, distribuiu durante a fala, à maneira de sinais de pontuação, palavras raras e imagens grandiloquentes.
Na comunicação informal, feita nos aplicativos de mensagens, a pontuação parece seguir certas regras de etiqueta. Aparentemente, o ponto de exclamação passa a indicar alegria e interesse pelo interlocutor (Bom dia!!), podendo ser repetido para enfatizar o sentimento, enquanto o ponto-final sugere desejo de encerrar a conversa (donde ser comum deixar as frases sem pontuação final ou terminá-las com um emoji), e as reticências... bem, elas servem para deixar o assunto suspenso, criar um espaço de subjetividade, acionar um segundo sentido.
Como se vê, os sinais de pontuação estão muito vivos na comunicação atual, tanto nos aplicativos, nos quais se submetem a regras de comportamento, como na linguagem oral, à qual são chamados para tornar mais clara a comunicação.
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/blogs/thais-nicoleti/2023/09/sinaisde-pontuacao-migram-do-texto-escrito-para-o-oral.shtml?utm_source=sharenativo&utm_medium=social&utm_campaign=sharenativo Acesso em: 27 set. 2023.
Um exemplo de como os sinais de pontuação migraram para o discurso oral é:
Leia atentamente o texto a seguir para responder às questões de 01 a 10.
Cientistas encontram fóssil do maior animal que já viveu na Terra
01 ____ Há 30 milhões de anos, quando o deserto na costa do Peru ainda era coberto pelo
02 que se conhece hoje como Oceano Pacífico, um gigante habitava os litorais do país. Com
03 20 metros de comprimento, até 340 toneladas e uma cabeça desproporcionalmente
04 pequena, esse pode ter sido o maior animal que já viveu no planeta Terra.
05 ____ Há décadas um grupo internacional de cientistas investiga o deserto em busca de
06 fósseis, mas a grande surpresa só apareceu em 2010. “Assim que os colegas começaram
07 a desenterrar as vértebras, ficou claro que estávamos lidando com algo excepcional —
08 certamente um recorde”, afirmou o autor sênior do artigo publicado na Nature, Eli Amson,
09 do Museu Estadual de História Natural de Stuttgart, na Alemanha.
10 ____ Chamado de Perucetus colossus, nome científico para baleia colossal do Peru, o
11 animal pertencia à família dos Basilosauridae, os primeiros cetáceos (grupo de mamíferos
12 que também inclui os golfinhos) completamente aquáticos de que se tem notícia. O longo
13 comprimento não foi exatamente uma novidade, mas essa é a primeira evidência que
14 eram também tão pesados.
15 ____ O maior animal conhecido hoje é a baleia-azul, podendo ultrapassar 20 metros de
16 comprimento e 150 toneladas. Diferentemente desses graciosos gigantes, contudo, o P.
17 colossus tem vértebras muito maiores — além de serem as mais densas já descobertas
18 até hoje —, o que sugere que eles eram muito mais inchados que os cetáceos atuais, com
19 algo entre 85 e 340 toneladas.
20 ____ “Essa é uma adaptação típica de animais costeiros, o que dá essa aparência muito
21 mais inchada do que a das baleias atuais, mas também garante que eles consigam
22 controlar melhor a flutuabilidade e permanecer em águas mais superficiais”, diz Amson.
23 Essa é a primeira diferença entre ele e as baleias atuais, presentes em águas mais
24 profundas e distantes da costa.
25 ____ Apesar do tamanho descomunal, essa característica os torna nadadores pouco
26 ágeis e, por isso, uma alimentação baseada em peixes é pouco provavel. Segundo o autor,
27 existem algumas teorias sobre o padrão alimentar, mas “a minha favorita, embora muito
28 especulativa, é que era um animal necrófago, alimentando-se de carcaças subaquáticas
29 de algum outro gigante — uma visão que deve ter sido muito sombria”.
30 ____ Outra característica curiosa dos assustadores gigantes é a cabeça
31 inesperadamente miúda. Enquanto essa parte do corpo representa cerca de um terço da
32 massa das maiores baleias contemporâneas, a do P. colossus não chegava a 10% do
33 peso total do animal, uma informação que também precisará ser confirmada por estudos
34 futuros.
35 ____ Esse achado muda completamente o conhecimento atual sobre a evolução dos
36 cetáceos. Até agora, acreditava-se que o aparecimento dos primeiros gigantes dessa
37 família era um evento recente, de cerca de 5 milhões de anos atrás, mas essa investigação
38 mostra que eles são bem mais antigos e surgiram há pelo menos 30 milhões de anos. As
39 Vértebras encontradas estão em uma exibição temporária no Museu de Lima, na capital
40 peruana.
41 ____ Agora, o objetivo é continuar as escavações para encontrar fósseis mais completos,
42 que possibilitem um melhor estudo da cabeça, por exemplo, ou a descoberta de outros
43 animais do mesmo período. Para isso, o grupo organizou uma campanha de
44 financiamento coletivo objetivando obter 25 mil francos suíços, o equivalente a 136 mil
45 reais, para bancar a manutenção da pesquisa.
Disponível em https://veja.abril.com.br/ciencia/cientistas-encontram-fossil-do-maior-animal-que-ja-viveu-na-terra/ Acessado em 03/08/2023. Texto adaptado
Em “Assim que os colegas começaram a desenterrar as vértebras, ficou claro que estávamos lidando com algo excepcional — certamente um recorde”, afirmou o autor sênior do artigo publicado na Nature, Eli Amson, do Museu Estadual de História Natural de Stuttgart, na Alemanha (linhas 06 a 09), o nome de Eli Amson está entre vírgulas por ser
TEXTO 1
Jeitinho brasileiro? Animados? Isolados? Unidos? Pesquisa analisou como o brasileiro tem percebido o próprio país
Afinal, como está a relação do brasileiro com o Brasil? Será que o país ainda é aquele do ‘jeitinho’ ou a NASA precisa ser chamada para entender mais o nativo da terra brasilis?
Uma agência especializada em branding e comunicação lançou um estudo sobre a marca “Brasil”. A pesquisa nasceu com a missão de entender a percepção do brasileiro em relação ao país. Foram realizadas pesquisas utilizando 3 metodologias complementares: 5 comunidades online, com 150 participantes ao todo; social listening, com análise de mais de 600 mil tweets; e um estudo quantitativo com 2500 representantes de todo o Brasil.
Um dos achados da pesquisa mostra que existe uma distinção clara entre a imagem do Brasil e do brasileiro. Enquanto a instituição está associada a percepções mais negativas, o brasileiro continua sendo o melhor do Brasil. Os dados revelam que 71% acham que o brasileiro é capaz de fazer qualquer coisa quando se une. As percepções da maioria dizem muito sobre o que dificulta nosso desenvolvimento: 54% acreditam que o país está isolado e percebem o Brasil como um país ilhado; já 52% acreditam que o país não se desenvolve por sempre mudar de rumo; e 51% acreditam que o brasileiro passa muito tempo brigando entre si.
Quando falamos de união, por exemplo, 38% acreditam que o país está mais unido; 33% acreditam que o país está mais desunido; e apenas 29% acreditam que nada mudou nos últimos 10 anos. Já quando falamos de tolerância, 37% veem o Brasil como mais tolerante, versus 35% que acreditam que está menos tolerante. Em relação ao orgulho, 31% sentem mais desgosto em relação ao Brasil; já 40% se sentem orgulhosos em relação ao país. Diante dessas análises, foi observado que existem vários Brasis dentro de um só Brasil.
De um lado, o Brasil carrega uma percepção negativa quando falamos de economia, política, políticos, corrupção, desigualdades e desafios estruturais. Do outro, surgem associações mais positivas sobre os brasileiros quando falamos de diversidade cultural, potencial e atributos de personalidade marcantes.
Para 59% das pessoas, a palavra ‘festeiro’ descreve mais o Brasil e o brasileiro; outras palavras como ‘alegre’, ‘acolhedor’, ‘criativo’, ‘trabalhador’ e ‘forte’ também aparecem como características positivas ao brasileiro. Já para as características negativas, palavras como ‘malandro’, ‘oportunista’, ‘aproveitador’, ‘desonesto’ são as respostas mais comuns.
A capacidade de união, de se reerguer e de ir mais longe quando temos mais oportunidades estão entre as associações mais fortes do brasileiro: 70% das pessoas acreditam que brasileiro é capaz de fazer qualquer coisa quando se une; 65% das pessoas acreditam que o brasileiro consegue se reerguer após qualquer dificuldade; e 63% das pessoas acreditam que quando o brasileiro tem oportunidade ele vai mais longe que qualquer outro povo.
Disponível em: https://portalcontexto.com.br/como-o-brasileiro-ve-o-brasil. Acesso em 12 set. 23. Adaptado.
Sobre os recursos expressivos da pontuação, analise as proposições a seguir.
1) No parágrafo introdutório, o emprego dos pontos de interrogação permite que o autor dialogue diretamente com seu leitor e já defina a linha temática do texto.
2) No 2.º parágrafo, o emprego dos dois-pontos no trecho “Foram realizadas pesquisas utilizando 3 metodologias complementares:” é a opção encontrada pelo autor para introduzir a lista de metodologias utilizadas na pesquisa mencionada.
3) No 4.º parágrafo, o emprego do ponto e vírgula no trecho “Quando falamos de união, por exemplo, 38% acreditam que o país está mais unido; 33% acreditam que o país está mais desunido; e apenas 29% acreditam que nada mudou nos últimos 10 anos.” ajuda o autor a organizar as informações, separando cada um dos itens que está em sua listagem.
4) No 6.º parágrafo, o emprego das aspas simples no trecho “Para 59% das pessoas, a palavra ‘festeiro’ descreve mais o Brasil e o brasileiro” é um recurso por meio do qual o autor sinaliza para o leitor que está empregando uma palavra com um novo sentido.
Estão corretas, apenas:
INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto 01 e, a seguir, responda às questões que a ele se referem.
Texto 01
A ousadia (ou tolice) de tentar fazer diferente
1 Fincar raízes numa cidade, ter um lar fixo, trabalhar no mesmo cargo e frequentar sempre o mesmo
ambiente social. Era assim que eu vivia há 10 anos. Mas num breve instante, decidi fazer tudo ao contrário. Fiz bem
ou fiz besteira?
Para responder a essa pergunta, há quem diga que é preciso saber se as consequências dessa mudança
5 foram positivas ou negativas. Será mesmo? Na obsessão de querer qualificar somente o resultado das nossas
atitudes, a gente acaba por desprezar o precioso valor das tentativas. E tentar também é conquista. [...]
Primeiro porque é ao tentar e falhar que ganhamos consciência de defeitos, carências e fraquezas, e com
elas a oportunidade de aprimoramento. E segundo porque é ao tentar e lograr que desenvolvemos autoconfiança,
entusiasmo e determinação. [...]
Disponível em: https://vidasimples.com. Acesso em: 18 abr. 2023.
No título, os parênteses foram usados para