Questões de Concurso Para prefeitura de vila velha - es

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Q1147211 Português

Línguas Que Não Sabemos Que Sabíamos* - Mia Couto


       Num conto que nunca cheguei a publicar acontece o seguinte: uma mulher, em fase terminal de doença, pede ao marido que lhe conte uma história para apaziguar as insuportáveis dores. 

    Mal ele inicia a narração, ela o faz parar: — Não, assim não. Eu quero que me fale numa língua desconhecida.

     — Desconhecida? — pergunta ele. 

     — Uma língua que não exista. Que eu preciso tanto de não compreender nada!

      O marido se interroga: como se pode saber falar uma língua que não existe? Começa por balbuciar umas palavras estranhas e sente-se ridículo como se a si mesmo desse provas da incapacidade de ser humano.

       Aos poucos, porém, vai ganhando mais à vontade nesse idioma sem regra. E ele já não sabe se fala, se canta, se reza. Quando se detém, repara que a mulher está adormecida, e mora em seu rosto o mais tranquilo sorriso. Mais tarde, ela lhe confessa: aqueles murmúrios lhe trouxeram lembranças de antes de ter memória. E lhe deram o conforto desse mesmo sono que nos liga ao que havia antes de estarmos vivos.

     Na nossa infância, todos nós experimentamos este primeiro idioma, o idioma do caos, todos nós usufruímos do momento divino em que a nossa vida podia ser todas as vidas e o mundo ainda esperava por um destino. James Joyce chamava de “caosmologia” a esta relação com o mundo informe e caótico. Essa relação, meus amigos, é aquilo que faz mover a escrita, qualquer que seja o continente, qualquer que seja a nação, a língua ou o gênero literário.

       Eu creio que todos nós, poetas e ficcionistas, não deixamos nunca de perseguir esse caos seminal. Todos nós aspiramos regressar a essa condição em que estivemos tão fora de um idioma que todas as línguas eram nossas. Dito de outro modo, todos nós somos impossíveis tradutores de sonhos. Na verdade, os sonhos falam em nós o que nenhuma palavra sabe dizer.

       O nosso fito, como produtores de sonhos, é aceder a essa outra língua que não é falável, essa língua cega em que todas as coisas podem ter todos os nomes. O que a mulher doente pedia é aquilo que todos nós queremos: anular o tempo e fazer adormecer a morte.

     Talvez se esperasse que, vindo de África, eu usasse desta tribuna para lamentar, acusar os outros e isentar de culpas aqueles que me são próximos. Mas eu prefiro falar de algo em que todos somos ao mesmo tempo vítimas e culpados. Prefiro falar do modo como o mesmo processo que empobreceu o meu continente está, afinal, castrando a nossa condição comum e universal de criadores de histórias. 

       Num congresso que celebra o valor da palavra, o tema da minha intervenção é o modo como critérios hoje dominantes desvalorizam palavra e pensamento em nome do lucro fácil imediato. Falo de razões comerciais que se fecham a outras culturas, outras línguas, outras lógicas. A palavra de hoje é cada vez mais aquela que se despiu da dimensão poética e que não carrega nenhuma utopia sobre um mundo diferente. O que fez a espécie humana sobreviver não foi apenas a inteligência, mas a nossa capacidade de produzir diversidade. Essa diversidade está sendo negada nos dias de hoje por um sistema que escolhe apenas por razões de lucro e facilidade de sucesso. 

       Os africanos voltaram a ser os “outros”, os que vendem pouco e os que compram ainda menos. Os autores africanos que não escrevem em inglês (e em especial os que escrevem em língua portuguesa) moram na periferia da periferia, lá onde a palavra tem de lutar para não ser silêncio. 


Caros amigos:


       As línguas servem para comunicar. Mas elas não apenas “servem”. Elas transcendem essa dimensão funcional. Às vezes, as línguas fazem-nos ser. Outras, como no caso do homem que adormecia em história a sua mulher, elas fazem-nos deixar de ser. Nascemos e morremos naquilo que falamos, estamos condenados à linguagem mesmo depois de perdermos o corpo. Mesmo os que nunca nasceram, mesmo esses existem em nós como desejo de palavra e como saudade de um silêncio. Vivemos dominados por uma percepção redutora e utilitária que converte os idiomas num assunto técnico da competência dos linguistas. Contudo, as línguas que sabemos — e mesmo as que não sabemos que sabíamos — são múltiplas e nem sempre capturáveis pela lógica racionalista que domina o nosso consciente. Existe algo que escapa à norma e aos códigos. Essa dimensão esquiva é aquela que a mim, enquanto escritor, mais me fascina. O que me move é a vocação divina da palavra, que não apenas nomeia mas que inventa e produz encantamento. Estamos todos amarrados aos códigos coletivos com que comunicamos na vida quotidiana. Mas quem escreve quer dizer coisas que estão para além da vida quotidiana. Nunca o nosso mundo teve ao seu dispor tanta comunicação. E nunca foi tão dramática a nossa solidão. Nunca houve tanta estrada. E nunca nos visitamos tão pouco.

       Sou biólogo e viajo muito pela savana do meu país. Nessas regiões encontro gente que não sabe ler livros. Mas que sabe ler o seu mundo. Nesse universo de outros saberes, sou eu o analfabeto. sei ler sinais da terra, das árvores e dos bichos. Não sei ler nuvens, nem o prenúncio das chuvas. Não sei falar com os mortos, perdi contacto com os antepassados que nos concedem o sentido da eternidade. Nessas visitas que faço à savana, vou aprendendo sensibilidades que me ajudam a sair de mim e a afastar-me das minhas certezas. Nesse território, eu não tenho apenas sonhos. Eu sou sonhável.

        Moçambique é um extenso país, tão extenso quanto recente. Existem mais de 25 línguas distintas. Desde o ano da Independência, alcançada em 1975, o português é a língua oficial. Há trinta anos apenas, uma minoria absoluta falava essa língua ironicamente tomada de empréstimo do colonizador para negar o passado colonial. Há trinta anos, quase nenhum moçambicano tinha o português como língua materna. Agora, mais de 12% dos moçambicanos têm o português como seu primeiro idioma. E a grande maioria entende e fala português inculcando na norma portuguesa as marcas das culturas de raiz africana. Esta tendência de mudança coloca em confronto mundos que não são apenas linguisticamente distintos. Os idiomas existem enquanto parte de universos culturais mais vastos. Há quem lute para manter vivos idiomas que estão em risco de extinção. Essa luta é absolutamente meritória e recorda a nossa batalha como biólogos para salvar do desaparecimento espécies de animais e plantas. Mas as línguas salvam-se se a cultura em que se inserem se mantiver dinâmica. Do mesmo modo, as espécies biológicas apenas se salvam se os seus hábitat e os processos naturais forem preservados.

       As culturas sobrevivem enquanto se mantiverem produtivas, enquanto forem sujeito de mudança e elas próprias dialogarem e se mestiçarem com outras culturas. As línguas e as culturas fazem como as criaturas: trocam genes e inventam simbioses como resposta aos desafios do tempo e do ambiente. Em Moçambique vivemos um período em que encontros e desencontros se estão estreando num caldeirão de efervescências e paradoxos. Nem sempre as palavras servem de ponte na tradução desses mundos diversos. Por exemplo, conceitos que nos parecem universais como Natureza, Cultura e Sociedade são de difícil correspondência. Muitas vezes não há palavras nas línguas locais para exprimir esses conceitos. Outras vezes é o inverso: não existem nas línguas europeias expressões que traduzam valores e categorias das culturas moçambicanas. (...) 

* Intervenção na Conferência Internacional de Literatura WALTIC, Estocolmo, junho de 2008. 

“Muitas vezes não palavras nas línguas locais para exprimir esses conceitos.” Em relação ao verbo destacado é correto afirmar que:
Alternativas
Q1147210 Português

Línguas Que Não Sabemos Que Sabíamos* - Mia Couto


       Num conto que nunca cheguei a publicar acontece o seguinte: uma mulher, em fase terminal de doença, pede ao marido que lhe conte uma história para apaziguar as insuportáveis dores. 

    Mal ele inicia a narração, ela o faz parar: — Não, assim não. Eu quero que me fale numa língua desconhecida.

     — Desconhecida? — pergunta ele. 

     — Uma língua que não exista. Que eu preciso tanto de não compreender nada!

      O marido se interroga: como se pode saber falar uma língua que não existe? Começa por balbuciar umas palavras estranhas e sente-se ridículo como se a si mesmo desse provas da incapacidade de ser humano.

       Aos poucos, porém, vai ganhando mais à vontade nesse idioma sem regra. E ele já não sabe se fala, se canta, se reza. Quando se detém, repara que a mulher está adormecida, e mora em seu rosto o mais tranquilo sorriso. Mais tarde, ela lhe confessa: aqueles murmúrios lhe trouxeram lembranças de antes de ter memória. E lhe deram o conforto desse mesmo sono que nos liga ao que havia antes de estarmos vivos.

     Na nossa infância, todos nós experimentamos este primeiro idioma, o idioma do caos, todos nós usufruímos do momento divino em que a nossa vida podia ser todas as vidas e o mundo ainda esperava por um destino. James Joyce chamava de “caosmologia” a esta relação com o mundo informe e caótico. Essa relação, meus amigos, é aquilo que faz mover a escrita, qualquer que seja o continente, qualquer que seja a nação, a língua ou o gênero literário.

       Eu creio que todos nós, poetas e ficcionistas, não deixamos nunca de perseguir esse caos seminal. Todos nós aspiramos regressar a essa condição em que estivemos tão fora de um idioma que todas as línguas eram nossas. Dito de outro modo, todos nós somos impossíveis tradutores de sonhos. Na verdade, os sonhos falam em nós o que nenhuma palavra sabe dizer.

       O nosso fito, como produtores de sonhos, é aceder a essa outra língua que não é falável, essa língua cega em que todas as coisas podem ter todos os nomes. O que a mulher doente pedia é aquilo que todos nós queremos: anular o tempo e fazer adormecer a morte.

     Talvez se esperasse que, vindo de África, eu usasse desta tribuna para lamentar, acusar os outros e isentar de culpas aqueles que me são próximos. Mas eu prefiro falar de algo em que todos somos ao mesmo tempo vítimas e culpados. Prefiro falar do modo como o mesmo processo que empobreceu o meu continente está, afinal, castrando a nossa condição comum e universal de criadores de histórias. 

       Num congresso que celebra o valor da palavra, o tema da minha intervenção é o modo como critérios hoje dominantes desvalorizam palavra e pensamento em nome do lucro fácil imediato. Falo de razões comerciais que se fecham a outras culturas, outras línguas, outras lógicas. A palavra de hoje é cada vez mais aquela que se despiu da dimensão poética e que não carrega nenhuma utopia sobre um mundo diferente. O que fez a espécie humana sobreviver não foi apenas a inteligência, mas a nossa capacidade de produzir diversidade. Essa diversidade está sendo negada nos dias de hoje por um sistema que escolhe apenas por razões de lucro e facilidade de sucesso. 

       Os africanos voltaram a ser os “outros”, os que vendem pouco e os que compram ainda menos. Os autores africanos que não escrevem em inglês (e em especial os que escrevem em língua portuguesa) moram na periferia da periferia, lá onde a palavra tem de lutar para não ser silêncio. 


Caros amigos:


       As línguas servem para comunicar. Mas elas não apenas “servem”. Elas transcendem essa dimensão funcional. Às vezes, as línguas fazem-nos ser. Outras, como no caso do homem que adormecia em história a sua mulher, elas fazem-nos deixar de ser. Nascemos e morremos naquilo que falamos, estamos condenados à linguagem mesmo depois de perdermos o corpo. Mesmo os que nunca nasceram, mesmo esses existem em nós como desejo de palavra e como saudade de um silêncio. Vivemos dominados por uma percepção redutora e utilitária que converte os idiomas num assunto técnico da competência dos linguistas. Contudo, as línguas que sabemos — e mesmo as que não sabemos que sabíamos — são múltiplas e nem sempre capturáveis pela lógica racionalista que domina o nosso consciente. Existe algo que escapa à norma e aos códigos. Essa dimensão esquiva é aquela que a mim, enquanto escritor, mais me fascina. O que me move é a vocação divina da palavra, que não apenas nomeia mas que inventa e produz encantamento. Estamos todos amarrados aos códigos coletivos com que comunicamos na vida quotidiana. Mas quem escreve quer dizer coisas que estão para além da vida quotidiana. Nunca o nosso mundo teve ao seu dispor tanta comunicação. E nunca foi tão dramática a nossa solidão. Nunca houve tanta estrada. E nunca nos visitamos tão pouco.

       Sou biólogo e viajo muito pela savana do meu país. Nessas regiões encontro gente que não sabe ler livros. Mas que sabe ler o seu mundo. Nesse universo de outros saberes, sou eu o analfabeto. sei ler sinais da terra, das árvores e dos bichos. Não sei ler nuvens, nem o prenúncio das chuvas. Não sei falar com os mortos, perdi contacto com os antepassados que nos concedem o sentido da eternidade. Nessas visitas que faço à savana, vou aprendendo sensibilidades que me ajudam a sair de mim e a afastar-me das minhas certezas. Nesse território, eu não tenho apenas sonhos. Eu sou sonhável.

        Moçambique é um extenso país, tão extenso quanto recente. Existem mais de 25 línguas distintas. Desde o ano da Independência, alcançada em 1975, o português é a língua oficial. Há trinta anos apenas, uma minoria absoluta falava essa língua ironicamente tomada de empréstimo do colonizador para negar o passado colonial. Há trinta anos, quase nenhum moçambicano tinha o português como língua materna. Agora, mais de 12% dos moçambicanos têm o português como seu primeiro idioma. E a grande maioria entende e fala português inculcando na norma portuguesa as marcas das culturas de raiz africana. Esta tendência de mudança coloca em confronto mundos que não são apenas linguisticamente distintos. Os idiomas existem enquanto parte de universos culturais mais vastos. Há quem lute para manter vivos idiomas que estão em risco de extinção. Essa luta é absolutamente meritória e recorda a nossa batalha como biólogos para salvar do desaparecimento espécies de animais e plantas. Mas as línguas salvam-se se a cultura em que se inserem se mantiver dinâmica. Do mesmo modo, as espécies biológicas apenas se salvam se os seus hábitat e os processos naturais forem preservados.

       As culturas sobrevivem enquanto se mantiverem produtivas, enquanto forem sujeito de mudança e elas próprias dialogarem e se mestiçarem com outras culturas. As línguas e as culturas fazem como as criaturas: trocam genes e inventam simbioses como resposta aos desafios do tempo e do ambiente. Em Moçambique vivemos um período em que encontros e desencontros se estão estreando num caldeirão de efervescências e paradoxos. Nem sempre as palavras servem de ponte na tradução desses mundos diversos. Por exemplo, conceitos que nos parecem universais como Natureza, Cultura e Sociedade são de difícil correspondência. Muitas vezes não há palavras nas línguas locais para exprimir esses conceitos. Outras vezes é o inverso: não existem nas línguas europeias expressões que traduzam valores e categorias das culturas moçambicanas. (...) 

* Intervenção na Conferência Internacional de Literatura WALTIC, Estocolmo, junho de 2008. 

“O nosso fito, como produtores de sonhos, é aceder a essa outra língua que não é falável, essa língua cega em que todas as coisas podem ter todos os nomes.” Que língua não “falável” é essa?
Alternativas
Q1147209 Português

Línguas Que Não Sabemos Que Sabíamos* - Mia Couto


       Num conto que nunca cheguei a publicar acontece o seguinte: uma mulher, em fase terminal de doença, pede ao marido que lhe conte uma história para apaziguar as insuportáveis dores. 

    Mal ele inicia a narração, ela o faz parar: — Não, assim não. Eu quero que me fale numa língua desconhecida.

     — Desconhecida? — pergunta ele. 

     — Uma língua que não exista. Que eu preciso tanto de não compreender nada!

      O marido se interroga: como se pode saber falar uma língua que não existe? Começa por balbuciar umas palavras estranhas e sente-se ridículo como se a si mesmo desse provas da incapacidade de ser humano.

       Aos poucos, porém, vai ganhando mais à vontade nesse idioma sem regra. E ele já não sabe se fala, se canta, se reza. Quando se detém, repara que a mulher está adormecida, e mora em seu rosto o mais tranquilo sorriso. Mais tarde, ela lhe confessa: aqueles murmúrios lhe trouxeram lembranças de antes de ter memória. E lhe deram o conforto desse mesmo sono que nos liga ao que havia antes de estarmos vivos.

     Na nossa infância, todos nós experimentamos este primeiro idioma, o idioma do caos, todos nós usufruímos do momento divino em que a nossa vida podia ser todas as vidas e o mundo ainda esperava por um destino. James Joyce chamava de “caosmologia” a esta relação com o mundo informe e caótico. Essa relação, meus amigos, é aquilo que faz mover a escrita, qualquer que seja o continente, qualquer que seja a nação, a língua ou o gênero literário.

       Eu creio que todos nós, poetas e ficcionistas, não deixamos nunca de perseguir esse caos seminal. Todos nós aspiramos regressar a essa condição em que estivemos tão fora de um idioma que todas as línguas eram nossas. Dito de outro modo, todos nós somos impossíveis tradutores de sonhos. Na verdade, os sonhos falam em nós o que nenhuma palavra sabe dizer.

       O nosso fito, como produtores de sonhos, é aceder a essa outra língua que não é falável, essa língua cega em que todas as coisas podem ter todos os nomes. O que a mulher doente pedia é aquilo que todos nós queremos: anular o tempo e fazer adormecer a morte.

     Talvez se esperasse que, vindo de África, eu usasse desta tribuna para lamentar, acusar os outros e isentar de culpas aqueles que me são próximos. Mas eu prefiro falar de algo em que todos somos ao mesmo tempo vítimas e culpados. Prefiro falar do modo como o mesmo processo que empobreceu o meu continente está, afinal, castrando a nossa condição comum e universal de criadores de histórias. 

       Num congresso que celebra o valor da palavra, o tema da minha intervenção é o modo como critérios hoje dominantes desvalorizam palavra e pensamento em nome do lucro fácil imediato. Falo de razões comerciais que se fecham a outras culturas, outras línguas, outras lógicas. A palavra de hoje é cada vez mais aquela que se despiu da dimensão poética e que não carrega nenhuma utopia sobre um mundo diferente. O que fez a espécie humana sobreviver não foi apenas a inteligência, mas a nossa capacidade de produzir diversidade. Essa diversidade está sendo negada nos dias de hoje por um sistema que escolhe apenas por razões de lucro e facilidade de sucesso. 

       Os africanos voltaram a ser os “outros”, os que vendem pouco e os que compram ainda menos. Os autores africanos que não escrevem em inglês (e em especial os que escrevem em língua portuguesa) moram na periferia da periferia, lá onde a palavra tem de lutar para não ser silêncio. 


Caros amigos:


       As línguas servem para comunicar. Mas elas não apenas “servem”. Elas transcendem essa dimensão funcional. Às vezes, as línguas fazem-nos ser. Outras, como no caso do homem que adormecia em história a sua mulher, elas fazem-nos deixar de ser. Nascemos e morremos naquilo que falamos, estamos condenados à linguagem mesmo depois de perdermos o corpo. Mesmo os que nunca nasceram, mesmo esses existem em nós como desejo de palavra e como saudade de um silêncio. Vivemos dominados por uma percepção redutora e utilitária que converte os idiomas num assunto técnico da competência dos linguistas. Contudo, as línguas que sabemos — e mesmo as que não sabemos que sabíamos — são múltiplas e nem sempre capturáveis pela lógica racionalista que domina o nosso consciente. Existe algo que escapa à norma e aos códigos. Essa dimensão esquiva é aquela que a mim, enquanto escritor, mais me fascina. O que me move é a vocação divina da palavra, que não apenas nomeia mas que inventa e produz encantamento. Estamos todos amarrados aos códigos coletivos com que comunicamos na vida quotidiana. Mas quem escreve quer dizer coisas que estão para além da vida quotidiana. Nunca o nosso mundo teve ao seu dispor tanta comunicação. E nunca foi tão dramática a nossa solidão. Nunca houve tanta estrada. E nunca nos visitamos tão pouco.

       Sou biólogo e viajo muito pela savana do meu país. Nessas regiões encontro gente que não sabe ler livros. Mas que sabe ler o seu mundo. Nesse universo de outros saberes, sou eu o analfabeto. sei ler sinais da terra, das árvores e dos bichos. Não sei ler nuvens, nem o prenúncio das chuvas. Não sei falar com os mortos, perdi contacto com os antepassados que nos concedem o sentido da eternidade. Nessas visitas que faço à savana, vou aprendendo sensibilidades que me ajudam a sair de mim e a afastar-me das minhas certezas. Nesse território, eu não tenho apenas sonhos. Eu sou sonhável.

        Moçambique é um extenso país, tão extenso quanto recente. Existem mais de 25 línguas distintas. Desde o ano da Independência, alcançada em 1975, o português é a língua oficial. Há trinta anos apenas, uma minoria absoluta falava essa língua ironicamente tomada de empréstimo do colonizador para negar o passado colonial. Há trinta anos, quase nenhum moçambicano tinha o português como língua materna. Agora, mais de 12% dos moçambicanos têm o português como seu primeiro idioma. E a grande maioria entende e fala português inculcando na norma portuguesa as marcas das culturas de raiz africana. Esta tendência de mudança coloca em confronto mundos que não são apenas linguisticamente distintos. Os idiomas existem enquanto parte de universos culturais mais vastos. Há quem lute para manter vivos idiomas que estão em risco de extinção. Essa luta é absolutamente meritória e recorda a nossa batalha como biólogos para salvar do desaparecimento espécies de animais e plantas. Mas as línguas salvam-se se a cultura em que se inserem se mantiver dinâmica. Do mesmo modo, as espécies biológicas apenas se salvam se os seus hábitat e os processos naturais forem preservados.

       As culturas sobrevivem enquanto se mantiverem produtivas, enquanto forem sujeito de mudança e elas próprias dialogarem e se mestiçarem com outras culturas. As línguas e as culturas fazem como as criaturas: trocam genes e inventam simbioses como resposta aos desafios do tempo e do ambiente. Em Moçambique vivemos um período em que encontros e desencontros se estão estreando num caldeirão de efervescências e paradoxos. Nem sempre as palavras servem de ponte na tradução desses mundos diversos. Por exemplo, conceitos que nos parecem universais como Natureza, Cultura e Sociedade são de difícil correspondência. Muitas vezes não há palavras nas línguas locais para exprimir esses conceitos. Outras vezes é o inverso: não existem nas línguas europeias expressões que traduzam valores e categorias das culturas moçambicanas. (...) 

* Intervenção na Conferência Internacional de Literatura WALTIC, Estocolmo, junho de 2008. 

“Uma língua que não exista. Que eu preciso tanto de não compreender nada!” A função sintática do termo destacado se repete em: 
Alternativas
Q1147208 Português

Línguas Que Não Sabemos Que Sabíamos* - Mia Couto


       Num conto que nunca cheguei a publicar acontece o seguinte: uma mulher, em fase terminal de doença, pede ao marido que lhe conte uma história para apaziguar as insuportáveis dores. 

    Mal ele inicia a narração, ela o faz parar: — Não, assim não. Eu quero que me fale numa língua desconhecida.

     — Desconhecida? — pergunta ele. 

     — Uma língua que não exista. Que eu preciso tanto de não compreender nada!

      O marido se interroga: como se pode saber falar uma língua que não existe? Começa por balbuciar umas palavras estranhas e sente-se ridículo como se a si mesmo desse provas da incapacidade de ser humano.

       Aos poucos, porém, vai ganhando mais à vontade nesse idioma sem regra. E ele já não sabe se fala, se canta, se reza. Quando se detém, repara que a mulher está adormecida, e mora em seu rosto o mais tranquilo sorriso. Mais tarde, ela lhe confessa: aqueles murmúrios lhe trouxeram lembranças de antes de ter memória. E lhe deram o conforto desse mesmo sono que nos liga ao que havia antes de estarmos vivos.

     Na nossa infância, todos nós experimentamos este primeiro idioma, o idioma do caos, todos nós usufruímos do momento divino em que a nossa vida podia ser todas as vidas e o mundo ainda esperava por um destino. James Joyce chamava de “caosmologia” a esta relação com o mundo informe e caótico. Essa relação, meus amigos, é aquilo que faz mover a escrita, qualquer que seja o continente, qualquer que seja a nação, a língua ou o gênero literário.

       Eu creio que todos nós, poetas e ficcionistas, não deixamos nunca de perseguir esse caos seminal. Todos nós aspiramos regressar a essa condição em que estivemos tão fora de um idioma que todas as línguas eram nossas. Dito de outro modo, todos nós somos impossíveis tradutores de sonhos. Na verdade, os sonhos falam em nós o que nenhuma palavra sabe dizer.

       O nosso fito, como produtores de sonhos, é aceder a essa outra língua que não é falável, essa língua cega em que todas as coisas podem ter todos os nomes. O que a mulher doente pedia é aquilo que todos nós queremos: anular o tempo e fazer adormecer a morte.

     Talvez se esperasse que, vindo de África, eu usasse desta tribuna para lamentar, acusar os outros e isentar de culpas aqueles que me são próximos. Mas eu prefiro falar de algo em que todos somos ao mesmo tempo vítimas e culpados. Prefiro falar do modo como o mesmo processo que empobreceu o meu continente está, afinal, castrando a nossa condição comum e universal de criadores de histórias. 

       Num congresso que celebra o valor da palavra, o tema da minha intervenção é o modo como critérios hoje dominantes desvalorizam palavra e pensamento em nome do lucro fácil imediato. Falo de razões comerciais que se fecham a outras culturas, outras línguas, outras lógicas. A palavra de hoje é cada vez mais aquela que se despiu da dimensão poética e que não carrega nenhuma utopia sobre um mundo diferente. O que fez a espécie humana sobreviver não foi apenas a inteligência, mas a nossa capacidade de produzir diversidade. Essa diversidade está sendo negada nos dias de hoje por um sistema que escolhe apenas por razões de lucro e facilidade de sucesso. 

       Os africanos voltaram a ser os “outros”, os que vendem pouco e os que compram ainda menos. Os autores africanos que não escrevem em inglês (e em especial os que escrevem em língua portuguesa) moram na periferia da periferia, lá onde a palavra tem de lutar para não ser silêncio. 


Caros amigos:


       As línguas servem para comunicar. Mas elas não apenas “servem”. Elas transcendem essa dimensão funcional. Às vezes, as línguas fazem-nos ser. Outras, como no caso do homem que adormecia em história a sua mulher, elas fazem-nos deixar de ser. Nascemos e morremos naquilo que falamos, estamos condenados à linguagem mesmo depois de perdermos o corpo. Mesmo os que nunca nasceram, mesmo esses existem em nós como desejo de palavra e como saudade de um silêncio. Vivemos dominados por uma percepção redutora e utilitária que converte os idiomas num assunto técnico da competência dos linguistas. Contudo, as línguas que sabemos — e mesmo as que não sabemos que sabíamos — são múltiplas e nem sempre capturáveis pela lógica racionalista que domina o nosso consciente. Existe algo que escapa à norma e aos códigos. Essa dimensão esquiva é aquela que a mim, enquanto escritor, mais me fascina. O que me move é a vocação divina da palavra, que não apenas nomeia mas que inventa e produz encantamento. Estamos todos amarrados aos códigos coletivos com que comunicamos na vida quotidiana. Mas quem escreve quer dizer coisas que estão para além da vida quotidiana. Nunca o nosso mundo teve ao seu dispor tanta comunicação. E nunca foi tão dramática a nossa solidão. Nunca houve tanta estrada. E nunca nos visitamos tão pouco.

       Sou biólogo e viajo muito pela savana do meu país. Nessas regiões encontro gente que não sabe ler livros. Mas que sabe ler o seu mundo. Nesse universo de outros saberes, sou eu o analfabeto. sei ler sinais da terra, das árvores e dos bichos. Não sei ler nuvens, nem o prenúncio das chuvas. Não sei falar com os mortos, perdi contacto com os antepassados que nos concedem o sentido da eternidade. Nessas visitas que faço à savana, vou aprendendo sensibilidades que me ajudam a sair de mim e a afastar-me das minhas certezas. Nesse território, eu não tenho apenas sonhos. Eu sou sonhável.

        Moçambique é um extenso país, tão extenso quanto recente. Existem mais de 25 línguas distintas. Desde o ano da Independência, alcançada em 1975, o português é a língua oficial. Há trinta anos apenas, uma minoria absoluta falava essa língua ironicamente tomada de empréstimo do colonizador para negar o passado colonial. Há trinta anos, quase nenhum moçambicano tinha o português como língua materna. Agora, mais de 12% dos moçambicanos têm o português como seu primeiro idioma. E a grande maioria entende e fala português inculcando na norma portuguesa as marcas das culturas de raiz africana. Esta tendência de mudança coloca em confronto mundos que não são apenas linguisticamente distintos. Os idiomas existem enquanto parte de universos culturais mais vastos. Há quem lute para manter vivos idiomas que estão em risco de extinção. Essa luta é absolutamente meritória e recorda a nossa batalha como biólogos para salvar do desaparecimento espécies de animais e plantas. Mas as línguas salvam-se se a cultura em que se inserem se mantiver dinâmica. Do mesmo modo, as espécies biológicas apenas se salvam se os seus hábitat e os processos naturais forem preservados.

       As culturas sobrevivem enquanto se mantiverem produtivas, enquanto forem sujeito de mudança e elas próprias dialogarem e se mestiçarem com outras culturas. As línguas e as culturas fazem como as criaturas: trocam genes e inventam simbioses como resposta aos desafios do tempo e do ambiente. Em Moçambique vivemos um período em que encontros e desencontros se estão estreando num caldeirão de efervescências e paradoxos. Nem sempre as palavras servem de ponte na tradução desses mundos diversos. Por exemplo, conceitos que nos parecem universais como Natureza, Cultura e Sociedade são de difícil correspondência. Muitas vezes não há palavras nas línguas locais para exprimir esses conceitos. Outras vezes é o inverso: não existem nas línguas europeias expressões que traduzam valores e categorias das culturas moçambicanas. (...) 

* Intervenção na Conferência Internacional de Literatura WALTIC, Estocolmo, junho de 2008. 

“Essa relação, meus amigos, é aquilo que faz mover a escrita, qualquer que seja o continente, qualquer que seja a nação, a língua ou o gênero literário.” A análise NÃO está correta em:
Alternativas
Q1147207 Português

Línguas Que Não Sabemos Que Sabíamos* - Mia Couto


       Num conto que nunca cheguei a publicar acontece o seguinte: uma mulher, em fase terminal de doença, pede ao marido que lhe conte uma história para apaziguar as insuportáveis dores. 

    Mal ele inicia a narração, ela o faz parar: — Não, assim não. Eu quero que me fale numa língua desconhecida.

     — Desconhecida? — pergunta ele. 

     — Uma língua que não exista. Que eu preciso tanto de não compreender nada!

      O marido se interroga: como se pode saber falar uma língua que não existe? Começa por balbuciar umas palavras estranhas e sente-se ridículo como se a si mesmo desse provas da incapacidade de ser humano.

       Aos poucos, porém, vai ganhando mais à vontade nesse idioma sem regra. E ele já não sabe se fala, se canta, se reza. Quando se detém, repara que a mulher está adormecida, e mora em seu rosto o mais tranquilo sorriso. Mais tarde, ela lhe confessa: aqueles murmúrios lhe trouxeram lembranças de antes de ter memória. E lhe deram o conforto desse mesmo sono que nos liga ao que havia antes de estarmos vivos.

     Na nossa infância, todos nós experimentamos este primeiro idioma, o idioma do caos, todos nós usufruímos do momento divino em que a nossa vida podia ser todas as vidas e o mundo ainda esperava por um destino. James Joyce chamava de “caosmologia” a esta relação com o mundo informe e caótico. Essa relação, meus amigos, é aquilo que faz mover a escrita, qualquer que seja o continente, qualquer que seja a nação, a língua ou o gênero literário.

       Eu creio que todos nós, poetas e ficcionistas, não deixamos nunca de perseguir esse caos seminal. Todos nós aspiramos regressar a essa condição em que estivemos tão fora de um idioma que todas as línguas eram nossas. Dito de outro modo, todos nós somos impossíveis tradutores de sonhos. Na verdade, os sonhos falam em nós o que nenhuma palavra sabe dizer.

       O nosso fito, como produtores de sonhos, é aceder a essa outra língua que não é falável, essa língua cega em que todas as coisas podem ter todos os nomes. O que a mulher doente pedia é aquilo que todos nós queremos: anular o tempo e fazer adormecer a morte.

     Talvez se esperasse que, vindo de África, eu usasse desta tribuna para lamentar, acusar os outros e isentar de culpas aqueles que me são próximos. Mas eu prefiro falar de algo em que todos somos ao mesmo tempo vítimas e culpados. Prefiro falar do modo como o mesmo processo que empobreceu o meu continente está, afinal, castrando a nossa condição comum e universal de criadores de histórias. 

       Num congresso que celebra o valor da palavra, o tema da minha intervenção é o modo como critérios hoje dominantes desvalorizam palavra e pensamento em nome do lucro fácil imediato. Falo de razões comerciais que se fecham a outras culturas, outras línguas, outras lógicas. A palavra de hoje é cada vez mais aquela que se despiu da dimensão poética e que não carrega nenhuma utopia sobre um mundo diferente. O que fez a espécie humana sobreviver não foi apenas a inteligência, mas a nossa capacidade de produzir diversidade. Essa diversidade está sendo negada nos dias de hoje por um sistema que escolhe apenas por razões de lucro e facilidade de sucesso. 

       Os africanos voltaram a ser os “outros”, os que vendem pouco e os que compram ainda menos. Os autores africanos que não escrevem em inglês (e em especial os que escrevem em língua portuguesa) moram na periferia da periferia, lá onde a palavra tem de lutar para não ser silêncio. 


Caros amigos:


       As línguas servem para comunicar. Mas elas não apenas “servem”. Elas transcendem essa dimensão funcional. Às vezes, as línguas fazem-nos ser. Outras, como no caso do homem que adormecia em história a sua mulher, elas fazem-nos deixar de ser. Nascemos e morremos naquilo que falamos, estamos condenados à linguagem mesmo depois de perdermos o corpo. Mesmo os que nunca nasceram, mesmo esses existem em nós como desejo de palavra e como saudade de um silêncio. Vivemos dominados por uma percepção redutora e utilitária que converte os idiomas num assunto técnico da competência dos linguistas. Contudo, as línguas que sabemos — e mesmo as que não sabemos que sabíamos — são múltiplas e nem sempre capturáveis pela lógica racionalista que domina o nosso consciente. Existe algo que escapa à norma e aos códigos. Essa dimensão esquiva é aquela que a mim, enquanto escritor, mais me fascina. O que me move é a vocação divina da palavra, que não apenas nomeia mas que inventa e produz encantamento. Estamos todos amarrados aos códigos coletivos com que comunicamos na vida quotidiana. Mas quem escreve quer dizer coisas que estão para além da vida quotidiana. Nunca o nosso mundo teve ao seu dispor tanta comunicação. E nunca foi tão dramática a nossa solidão. Nunca houve tanta estrada. E nunca nos visitamos tão pouco.

       Sou biólogo e viajo muito pela savana do meu país. Nessas regiões encontro gente que não sabe ler livros. Mas que sabe ler o seu mundo. Nesse universo de outros saberes, sou eu o analfabeto. sei ler sinais da terra, das árvores e dos bichos. Não sei ler nuvens, nem o prenúncio das chuvas. Não sei falar com os mortos, perdi contacto com os antepassados que nos concedem o sentido da eternidade. Nessas visitas que faço à savana, vou aprendendo sensibilidades que me ajudam a sair de mim e a afastar-me das minhas certezas. Nesse território, eu não tenho apenas sonhos. Eu sou sonhável.

        Moçambique é um extenso país, tão extenso quanto recente. Existem mais de 25 línguas distintas. Desde o ano da Independência, alcançada em 1975, o português é a língua oficial. Há trinta anos apenas, uma minoria absoluta falava essa língua ironicamente tomada de empréstimo do colonizador para negar o passado colonial. Há trinta anos, quase nenhum moçambicano tinha o português como língua materna. Agora, mais de 12% dos moçambicanos têm o português como seu primeiro idioma. E a grande maioria entende e fala português inculcando na norma portuguesa as marcas das culturas de raiz africana. Esta tendência de mudança coloca em confronto mundos que não são apenas linguisticamente distintos. Os idiomas existem enquanto parte de universos culturais mais vastos. Há quem lute para manter vivos idiomas que estão em risco de extinção. Essa luta é absolutamente meritória e recorda a nossa batalha como biólogos para salvar do desaparecimento espécies de animais e plantas. Mas as línguas salvam-se se a cultura em que se inserem se mantiver dinâmica. Do mesmo modo, as espécies biológicas apenas se salvam se os seus hábitat e os processos naturais forem preservados.

       As culturas sobrevivem enquanto se mantiverem produtivas, enquanto forem sujeito de mudança e elas próprias dialogarem e se mestiçarem com outras culturas. As línguas e as culturas fazem como as criaturas: trocam genes e inventam simbioses como resposta aos desafios do tempo e do ambiente. Em Moçambique vivemos um período em que encontros e desencontros se estão estreando num caldeirão de efervescências e paradoxos. Nem sempre as palavras servem de ponte na tradução desses mundos diversos. Por exemplo, conceitos que nos parecem universais como Natureza, Cultura e Sociedade são de difícil correspondência. Muitas vezes não há palavras nas línguas locais para exprimir esses conceitos. Outras vezes é o inverso: não existem nas línguas europeias expressões que traduzam valores e categorias das culturas moçambicanas. (...) 

* Intervenção na Conferência Internacional de Literatura WALTIC, Estocolmo, junho de 2008. 

“Começa por balbuciar umas palavras estranhas e sente-se ridículo como se a si mesmo desse provas da incapacidade de ser humano.” A ideia de que a língua é um atributo humano fica melhor representada na passagem:
Alternativas
Q1147206 Inglês

Text 3:


The intercultural context


There are, then, clear practical and economic reasons why it is important for as many of your students as possible to feel positive about learning English (and, ultimately, to feel confident about using it). However, there is also an equally important reason, which applies to all languages: their social function. 


Learning and using (1) language brings people into contact, directly or indirectly, with (2) from different societies and cultures. It exposes them to different ways of thinking, different ways of communicating, different values. This, in turn, encourages them to think about their own culture, values and way of life. They realize there is not just one way of doing something, but many different ones. 


In (3) words, as well as equipping learners with practical skills, learning a foreign language extends their horizons, which is one of the important aims of education in most countries. 

Taken from: HOLDEN, Susan & NOBRE, Vinicius. Teaching English Today: contexts and objectives. São Paulo: Hub Editorial, 2018.

Choose the option that provides the correct words that complete the sentences in the text above, respectively:
Alternativas
Q1147205 Inglês

Text 2:


Bad teaching habits: too much TTT


No teacher is perfect and all teachers have bad habits. Being a good teacher means reflecting (1) the following habits and trying to reduce them as much as possible. 


TTT stands (2) teacher talking time. Obviously, during the course of the class, it is necessary for the teacher to explain rules, give advice and talk about instructions, among other things. However, teachers should attempt to limit the amount of time that they spend speaking to the class in order to maximize the opportunity that the students have to speak. A good rule (3) thumb is aiming for around 30% of teacher talk to 70% of student talk. This means planning out what you will say, when and how.


Adapted from: www.bbc.co.uk/learningenglish

According to text 2, teachers should give students advice. Choose the only sentence below in which the noun ADVICE is used correctly.
Alternativas
Q1147204 Inglês

Text 2:


Bad teaching habits: too much TTT


No teacher is perfect and all teachers have bad habits. Being a good teacher means reflecting (1) the following habits and trying to reduce them as much as possible. 


TTT stands (2) teacher talking time. Obviously, during the course of the class, it is necessary for the teacher to explain rules, give advice and talk about instructions, among other things. However, teachers should attempt to limit the amount of time that they spend speaking to the class in order to maximize the opportunity that the students have to speak. A good rule (3) thumb is aiming for around 30% of teacher talk to 70% of student talk. This means planning out what you will say, when and how.


Adapted from: www.bbc.co.uk/learningenglish

The correct prepositions that complete the sentences in the text above, respectively, are:
Alternativas
Q1147203 Inglês

Text 1:

How being bilingual can boost your career


Whether you’re fresh out of college or a seasoned executive, insiders agree that fluency in a second language can not only help you stand out among prospective employers, it can also open doors to opportunities that those without foreign language skills might miss. 


In today’s global economy, the ability to communicate in another language has become a significant advantage in the workforce. Research has found that people who speak at least one foreign language have an average annual household income that’s $10,000 higher than the household income of those who only speak English. And about 17 percent of those who speak at least one foreign language earn more than $100,000 a year. 


A recent survey found that nearly 9 out of 10 headhunters in Europe, Latin America, and Asia say that being at least bilingual is critical for success in today’s business environment. And 66 percent of North American recruiters agreed that being bilingual will be increasingly important in the next 10 years. 


“In today’s global economy you really have to understand the way business is done overseas to maximize your potential. A second language equips you for that,” says Alister Wellesley, managing partner of a Connecticut-based recruiting firm. “If you’re doing business overseas, or with someone from overseas, you obtain a certain degree of respect if you’re able to talk in their native language.” 


Language skills can also be key for service industries. At the Willard InterContinental Washington, a luxury hotel a few blocks from the White House, a staff of about 570 represents 42 nations, speaking 19 languages. The Willard’s front-of-house employees such as the concierge speak at least two languages. Bilingualism is not an absolute requirement, but it is desirable, according to Wendi Colby, director of human resources. 


Workers with skills in a second language may have an edge when it comes to climbing Willard’s professional ladder. “The individual that spoke more languages would have a better chance for a managerial role, whatever the next level would be,” Colby says. “They are able to deal with a wide array of clients, employees.” 


So which languages can give you a leg up on the job market? Insiders agree the most popular – and marketable – languages are Spanish, German, French, Italian, Russian and Japanese, with a growing emphasis on Mandarin, given China’s booming economy. So let’s learn Mandarin!


“We see demand from a full range of industries,” says Wellesley. “Actually it depends on which company you’re working for and the country in which they’re located.” 


Adapted from: LATHAM-KOENIG, Christina & OXENDEN, Clive. American English File 5. 2nd edition. Oxford: OUP, 2018. 

Wendy told John, one of her coworkers: “Don’t be late!” Choose, among the options below, the correct sentence in reported speech: 
Alternativas
Q1147202 Inglês

Text 1:

How being bilingual can boost your career


Whether you’re fresh out of college or a seasoned executive, insiders agree that fluency in a second language can not only help you stand out among prospective employers, it can also open doors to opportunities that those without foreign language skills might miss. 


In today’s global economy, the ability to communicate in another language has become a significant advantage in the workforce. Research has found that people who speak at least one foreign language have an average annual household income that’s $10,000 higher than the household income of those who only speak English. And about 17 percent of those who speak at least one foreign language earn more than $100,000 a year. 


A recent survey found that nearly 9 out of 10 headhunters in Europe, Latin America, and Asia say that being at least bilingual is critical for success in today’s business environment. And 66 percent of North American recruiters agreed that being bilingual will be increasingly important in the next 10 years. 


“In today’s global economy you really have to understand the way business is done overseas to maximize your potential. A second language equips you for that,” says Alister Wellesley, managing partner of a Connecticut-based recruiting firm. “If you’re doing business overseas, or with someone from overseas, you obtain a certain degree of respect if you’re able to talk in their native language.” 


Language skills can also be key for service industries. At the Willard InterContinental Washington, a luxury hotel a few blocks from the White House, a staff of about 570 represents 42 nations, speaking 19 languages. The Willard’s front-of-house employees such as the concierge speak at least two languages. Bilingualism is not an absolute requirement, but it is desirable, according to Wendi Colby, director of human resources. 


Workers with skills in a second language may have an edge when it comes to climbing Willard’s professional ladder. “The individual that spoke more languages would have a better chance for a managerial role, whatever the next level would be,” Colby says. “They are able to deal with a wide array of clients, employees.” 


So which languages can give you a leg up on the job market? Insiders agree the most popular – and marketable – languages are Spanish, German, French, Italian, Russian and Japanese, with a growing emphasis on Mandarin, given China’s booming economy. So let’s learn Mandarin!


“We see demand from a full range of industries,” says Wellesley. “Actually it depends on which company you’re working for and the country in which they’re located.” 


Adapted from: LATHAM-KOENIG, Christina & OXENDEN, Clive. American English File 5. 2nd edition. Oxford: OUP, 2018. 

Choose the verb form that completes the sentence below correctly: Wendy has decided to give up _________ at the hotel.
Alternativas
Q1147201 Inglês

Text 1:

How being bilingual can boost your career


Whether you’re fresh out of college or a seasoned executive, insiders agree that fluency in a second language can not only help you stand out among prospective employers, it can also open doors to opportunities that those without foreign language skills might miss. 


In today’s global economy, the ability to communicate in another language has become a significant advantage in the workforce. Research has found that people who speak at least one foreign language have an average annual household income that’s $10,000 higher than the household income of those who only speak English. And about 17 percent of those who speak at least one foreign language earn more than $100,000 a year. 


A recent survey found that nearly 9 out of 10 headhunters in Europe, Latin America, and Asia say that being at least bilingual is critical for success in today’s business environment. And 66 percent of North American recruiters agreed that being bilingual will be increasingly important in the next 10 years. 


“In today’s global economy you really have to understand the way business is done overseas to maximize your potential. A second language equips you for that,” says Alister Wellesley, managing partner of a Connecticut-based recruiting firm. “If you’re doing business overseas, or with someone from overseas, you obtain a certain degree of respect if you’re able to talk in their native language.” 


Language skills can also be key for service industries. At the Willard InterContinental Washington, a luxury hotel a few blocks from the White House, a staff of about 570 represents 42 nations, speaking 19 languages. The Willard’s front-of-house employees such as the concierge speak at least two languages. Bilingualism is not an absolute requirement, but it is desirable, according to Wendi Colby, director of human resources. 


Workers with skills in a second language may have an edge when it comes to climbing Willard’s professional ladder. “The individual that spoke more languages would have a better chance for a managerial role, whatever the next level would be,” Colby says. “They are able to deal with a wide array of clients, employees.” 


So which languages can give you a leg up on the job market? Insiders agree the most popular – and marketable – languages are Spanish, German, French, Italian, Russian and Japanese, with a growing emphasis on Mandarin, given China’s booming economy. So let’s learn Mandarin!


“We see demand from a full range of industries,” says Wellesley. “Actually it depends on which company you’re working for and the country in which they’re located.” 


Adapted from: LATHAM-KOENIG, Christina & OXENDEN, Clive. American English File 5. 2nd edition. Oxford: OUP, 2018. 

Choose the only sentence in which the indefinite article has been used correctly.
Alternativas
Q1147200 Inglês

Text 1:

How being bilingual can boost your career


Whether you’re fresh out of college or a seasoned executive, insiders agree that fluency in a second language can not only help you stand out among prospective employers, it can also open doors to opportunities that those without foreign language skills might miss. 


In today’s global economy, the ability to communicate in another language has become a significant advantage in the workforce. Research has found that people who speak at least one foreign language have an average annual household income that’s $10,000 higher than the household income of those who only speak English. And about 17 percent of those who speak at least one foreign language earn more than $100,000 a year. 


A recent survey found that nearly 9 out of 10 headhunters in Europe, Latin America, and Asia say that being at least bilingual is critical for success in today’s business environment. And 66 percent of North American recruiters agreed that being bilingual will be increasingly important in the next 10 years. 


“In today’s global economy you really have to understand the way business is done overseas to maximize your potential. A second language equips you for that,” says Alister Wellesley, managing partner of a Connecticut-based recruiting firm. “If you’re doing business overseas, or with someone from overseas, you obtain a certain degree of respect if you’re able to talk in their native language.” 


Language skills can also be key for service industries. At the Willard InterContinental Washington, a luxury hotel a few blocks from the White House, a staff of about 570 represents 42 nations, speaking 19 languages. The Willard’s front-of-house employees such as the concierge speak at least two languages. Bilingualism is not an absolute requirement, but it is desirable, according to Wendi Colby, director of human resources. 


Workers with skills in a second language may have an edge when it comes to climbing Willard’s professional ladder. “The individual that spoke more languages would have a better chance for a managerial role, whatever the next level would be,” Colby says. “They are able to deal with a wide array of clients, employees.” 


So which languages can give you a leg up on the job market? Insiders agree the most popular – and marketable – languages are Spanish, German, French, Italian, Russian and Japanese, with a growing emphasis on Mandarin, given China’s booming economy. So let’s learn Mandarin!


“We see demand from a full range of industries,” says Wellesley. “Actually it depends on which company you’re working for and the country in which they’re located.” 


Adapted from: LATHAM-KOENIG, Christina & OXENDEN, Clive. American English File 5. 2nd edition. Oxford: OUP, 2018. 

Consider the sentences below:


1- 66% of North American recruiters agreed that being bilingual will be increasingly important, ___________?

2- They are able to deal with a wide array of clients, ____________?

3- Let’s visit the Willard InterContinental hotel, ____________? 


Check the option that presents the correct question tags that complete the sentences above, respectively: 

Alternativas
Q1147199 Inglês

Text 1:

How being bilingual can boost your career


Whether you’re fresh out of college or a seasoned executive, insiders agree that fluency in a second language can not only help you stand out among prospective employers, it can also open doors to opportunities that those without foreign language skills might miss. 


In today’s global economy, the ability to communicate in another language has become a significant advantage in the workforce. Research has found that people who speak at least one foreign language have an average annual household income that’s $10,000 higher than the household income of those who only speak English. And about 17 percent of those who speak at least one foreign language earn more than $100,000 a year. 


A recent survey found that nearly 9 out of 10 headhunters in Europe, Latin America, and Asia say that being at least bilingual is critical for success in today’s business environment. And 66 percent of North American recruiters agreed that being bilingual will be increasingly important in the next 10 years. 


“In today’s global economy you really have to understand the way business is done overseas to maximize your potential. A second language equips you for that,” says Alister Wellesley, managing partner of a Connecticut-based recruiting firm. “If you’re doing business overseas, or with someone from overseas, you obtain a certain degree of respect if you’re able to talk in their native language.” 


Language skills can also be key for service industries. At the Willard InterContinental Washington, a luxury hotel a few blocks from the White House, a staff of about 570 represents 42 nations, speaking 19 languages. The Willard’s front-of-house employees such as the concierge speak at least two languages. Bilingualism is not an absolute requirement, but it is desirable, according to Wendi Colby, director of human resources. 


Workers with skills in a second language may have an edge when it comes to climbing Willard’s professional ladder. “The individual that spoke more languages would have a better chance for a managerial role, whatever the next level would be,” Colby says. “They are able to deal with a wide array of clients, employees.” 


So which languages can give you a leg up on the job market? Insiders agree the most popular – and marketable – languages are Spanish, German, French, Italian, Russian and Japanese, with a growing emphasis on Mandarin, given China’s booming economy. So let’s learn Mandarin!


“We see demand from a full range of industries,” says Wellesley. “Actually it depends on which company you’re working for and the country in which they’re located.” 


Adapted from: LATHAM-KOENIG, Christina & OXENDEN, Clive. American English File 5. 2nd edition. Oxford: OUP, 2018. 

The word ACTUALLY in “Actually it depends on which company you’re working for” could be replaced, with no change in meaning, by:
Alternativas
Q1147198 Inglês

Text 1:

How being bilingual can boost your career


Whether you’re fresh out of college or a seasoned executive, insiders agree that fluency in a second language can not only help you stand out among prospective employers, it can also open doors to opportunities that those without foreign language skills might miss. 


In today’s global economy, the ability to communicate in another language has become a significant advantage in the workforce. Research has found that people who speak at least one foreign language have an average annual household income that’s $10,000 higher than the household income of those who only speak English. And about 17 percent of those who speak at least one foreign language earn more than $100,000 a year. 


A recent survey found that nearly 9 out of 10 headhunters in Europe, Latin America, and Asia say that being at least bilingual is critical for success in today’s business environment. And 66 percent of North American recruiters agreed that being bilingual will be increasingly important in the next 10 years. 


“In today’s global economy you really have to understand the way business is done overseas to maximize your potential. A second language equips you for that,” says Alister Wellesley, managing partner of a Connecticut-based recruiting firm. “If you’re doing business overseas, or with someone from overseas, you obtain a certain degree of respect if you’re able to talk in their native language.” 


Language skills can also be key for service industries. At the Willard InterContinental Washington, a luxury hotel a few blocks from the White House, a staff of about 570 represents 42 nations, speaking 19 languages. The Willard’s front-of-house employees such as the concierge speak at least two languages. Bilingualism is not an absolute requirement, but it is desirable, according to Wendi Colby, director of human resources. 


Workers with skills in a second language may have an edge when it comes to climbing Willard’s professional ladder. “The individual that spoke more languages would have a better chance for a managerial role, whatever the next level would be,” Colby says. “They are able to deal with a wide array of clients, employees.” 


So which languages can give you a leg up on the job market? Insiders agree the most popular – and marketable – languages are Spanish, German, French, Italian, Russian and Japanese, with a growing emphasis on Mandarin, given China’s booming economy. So let’s learn Mandarin!


“We see demand from a full range of industries,” says Wellesley. “Actually it depends on which company you’re working for and the country in which they’re located.” 


Adapted from: LATHAM-KOENIG, Christina & OXENDEN, Clive. American English File 5. 2nd edition. Oxford: OUP, 2018. 

The sentence “Bilingualism is not an absolute requirement, but it is desirable” could be rewritten, with no change in meaning, as:
Alternativas
Q1147197 Inglês

Text 1:

How being bilingual can boost your career


Whether you’re fresh out of college or a seasoned executive, insiders agree that fluency in a second language can not only help you stand out among prospective employers, it can also open doors to opportunities that those without foreign language skills might miss. 


In today’s global economy, the ability to communicate in another language has become a significant advantage in the workforce. Research has found that people who speak at least one foreign language have an average annual household income that’s $10,000 higher than the household income of those who only speak English. And about 17 percent of those who speak at least one foreign language earn more than $100,000 a year. 


A recent survey found that nearly 9 out of 10 headhunters in Europe, Latin America, and Asia say that being at least bilingual is critical for success in today’s business environment. And 66 percent of North American recruiters agreed that being bilingual will be increasingly important in the next 10 years. 


“In today’s global economy you really have to understand the way business is done overseas to maximize your potential. A second language equips you for that,” says Alister Wellesley, managing partner of a Connecticut-based recruiting firm. “If you’re doing business overseas, or with someone from overseas, you obtain a certain degree of respect if you’re able to talk in their native language.” 


Language skills can also be key for service industries. At the Willard InterContinental Washington, a luxury hotel a few blocks from the White House, a staff of about 570 represents 42 nations, speaking 19 languages. The Willard’s front-of-house employees such as the concierge speak at least two languages. Bilingualism is not an absolute requirement, but it is desirable, according to Wendi Colby, director of human resources. 


Workers with skills in a second language may have an edge when it comes to climbing Willard’s professional ladder. “The individual that spoke more languages would have a better chance for a managerial role, whatever the next level would be,” Colby says. “They are able to deal with a wide array of clients, employees.” 


So which languages can give you a leg up on the job market? Insiders agree the most popular – and marketable – languages are Spanish, German, French, Italian, Russian and Japanese, with a growing emphasis on Mandarin, given China’s booming economy. So let’s learn Mandarin!


“We see demand from a full range of industries,” says Wellesley. “Actually it depends on which company you’re working for and the country in which they’re located.” 


Adapted from: LATHAM-KOENIG, Christina & OXENDEN, Clive. American English File 5. 2nd edition. Oxford: OUP, 2018. 

The modal MIGHT in “ it can also open doors to opportunities that those without foreign language skills might miss”, and the modal MAY in “workers with skills in a second language may have an edge when it comes to climbing Willard’s professional ladder” indicate in these contexts the idea of:
Alternativas
Q1147196 Inglês

Text 1:

How being bilingual can boost your career


Whether you’re fresh out of college or a seasoned executive, insiders agree that fluency in a second language can not only help you stand out among prospective employers, it can also open doors to opportunities that those without foreign language skills might miss. 


In today’s global economy, the ability to communicate in another language has become a significant advantage in the workforce. Research has found that people who speak at least one foreign language have an average annual household income that’s $10,000 higher than the household income of those who only speak English. And about 17 percent of those who speak at least one foreign language earn more than $100,000 a year. 


A recent survey found that nearly 9 out of 10 headhunters in Europe, Latin America, and Asia say that being at least bilingual is critical for success in today’s business environment. And 66 percent of North American recruiters agreed that being bilingual will be increasingly important in the next 10 years. 


“In today’s global economy you really have to understand the way business is done overseas to maximize your potential. A second language equips you for that,” says Alister Wellesley, managing partner of a Connecticut-based recruiting firm. “If you’re doing business overseas, or with someone from overseas, you obtain a certain degree of respect if you’re able to talk in their native language.” 


Language skills can also be key for service industries. At the Willard InterContinental Washington, a luxury hotel a few blocks from the White House, a staff of about 570 represents 42 nations, speaking 19 languages. The Willard’s front-of-house employees such as the concierge speak at least two languages. Bilingualism is not an absolute requirement, but it is desirable, according to Wendi Colby, director of human resources. 


Workers with skills in a second language may have an edge when it comes to climbing Willard’s professional ladder. “The individual that spoke more languages would have a better chance for a managerial role, whatever the next level would be,” Colby says. “They are able to deal with a wide array of clients, employees.” 


So which languages can give you a leg up on the job market? Insiders agree the most popular – and marketable – languages are Spanish, German, French, Italian, Russian and Japanese, with a growing emphasis on Mandarin, given China’s booming economy. So let’s learn Mandarin!


“We see demand from a full range of industries,” says Wellesley. “Actually it depends on which company you’re working for and the country in which they’re located.” 


Adapted from: LATHAM-KOENIG, Christina & OXENDEN, Clive. American English File 5. 2nd edition. Oxford: OUP, 2018. 

According to the text, due to China’s booming economy, the most popular and marketable language nowadays that can give people a leg up on the job market is:
Alternativas
Q1147195 Inglês

Text 1:

How being bilingual can boost your career


Whether you’re fresh out of college or a seasoned executive, insiders agree that fluency in a second language can not only help you stand out among prospective employers, it can also open doors to opportunities that those without foreign language skills might miss. 


In today’s global economy, the ability to communicate in another language has become a significant advantage in the workforce. Research has found that people who speak at least one foreign language have an average annual household income that’s $10,000 higher than the household income of those who only speak English. And about 17 percent of those who speak at least one foreign language earn more than $100,000 a year. 


A recent survey found that nearly 9 out of 10 headhunters in Europe, Latin America, and Asia say that being at least bilingual is critical for success in today’s business environment. And 66 percent of North American recruiters agreed that being bilingual will be increasingly important in the next 10 years. 


“In today’s global economy you really have to understand the way business is done overseas to maximize your potential. A second language equips you for that,” says Alister Wellesley, managing partner of a Connecticut-based recruiting firm. “If you’re doing business overseas, or with someone from overseas, you obtain a certain degree of respect if you’re able to talk in their native language.” 


Language skills can also be key for service industries. At the Willard InterContinental Washington, a luxury hotel a few blocks from the White House, a staff of about 570 represents 42 nations, speaking 19 languages. The Willard’s front-of-house employees such as the concierge speak at least two languages. Bilingualism is not an absolute requirement, but it is desirable, according to Wendi Colby, director of human resources. 


Workers with skills in a second language may have an edge when it comes to climbing Willard’s professional ladder. “The individual that spoke more languages would have a better chance for a managerial role, whatever the next level would be,” Colby says. “They are able to deal with a wide array of clients, employees.” 


So which languages can give you a leg up on the job market? Insiders agree the most popular – and marketable – languages are Spanish, German, French, Italian, Russian and Japanese, with a growing emphasis on Mandarin, given China’s booming economy. So let’s learn Mandarin!


“We see demand from a full range of industries,” says Wellesley. “Actually it depends on which company you’re working for and the country in which they’re located.” 


Adapted from: LATHAM-KOENIG, Christina & OXENDEN, Clive. American English File 5. 2nd edition. Oxford: OUP, 2018. 

The expression HAVE AN EDGE in “workers with skills in a second language may have an edge when it comes to climbing Willard’s professional ladder”, refers to having:
Alternativas
Q1147194 Inglês

Text 1:

How being bilingual can boost your career


Whether you’re fresh out of college or a seasoned executive, insiders agree that fluency in a second language can not only help you stand out among prospective employers, it can also open doors to opportunities that those without foreign language skills might miss. 


In today’s global economy, the ability to communicate in another language has become a significant advantage in the workforce. Research has found that people who speak at least one foreign language have an average annual household income that’s $10,000 higher than the household income of those who only speak English. And about 17 percent of those who speak at least one foreign language earn more than $100,000 a year. 


A recent survey found that nearly 9 out of 10 headhunters in Europe, Latin America, and Asia say that being at least bilingual is critical for success in today’s business environment. And 66 percent of North American recruiters agreed that being bilingual will be increasingly important in the next 10 years. 


“In today’s global economy you really have to understand the way business is done overseas to maximize your potential. A second language equips you for that,” says Alister Wellesley, managing partner of a Connecticut-based recruiting firm. “If you’re doing business overseas, or with someone from overseas, you obtain a certain degree of respect if you’re able to talk in their native language.” 


Language skills can also be key for service industries. At the Willard InterContinental Washington, a luxury hotel a few blocks from the White House, a staff of about 570 represents 42 nations, speaking 19 languages. The Willard’s front-of-house employees such as the concierge speak at least two languages. Bilingualism is not an absolute requirement, but it is desirable, according to Wendi Colby, director of human resources. 


Workers with skills in a second language may have an edge when it comes to climbing Willard’s professional ladder. “The individual that spoke more languages would have a better chance for a managerial role, whatever the next level would be,” Colby says. “They are able to deal with a wide array of clients, employees.” 


So which languages can give you a leg up on the job market? Insiders agree the most popular – and marketable – languages are Spanish, German, French, Italian, Russian and Japanese, with a growing emphasis on Mandarin, given China’s booming economy. So let’s learn Mandarin!


“We see demand from a full range of industries,” says Wellesley. “Actually it depends on which company you’re working for and the country in which they’re located.” 


Adapted from: LATHAM-KOENIG, Christina & OXENDEN, Clive. American English File 5. 2nd edition. Oxford: OUP, 2018. 

According to the text, the Willard InterContinental Washington:
Alternativas
Q1147193 Inglês

Text 1:

How being bilingual can boost your career


Whether you’re fresh out of college or a seasoned executive, insiders agree that fluency in a second language can not only help you stand out among prospective employers, it can also open doors to opportunities that those without foreign language skills might miss. 


In today’s global economy, the ability to communicate in another language has become a significant advantage in the workforce. Research has found that people who speak at least one foreign language have an average annual household income that’s $10,000 higher than the household income of those who only speak English. And about 17 percent of those who speak at least one foreign language earn more than $100,000 a year. 


A recent survey found that nearly 9 out of 10 headhunters in Europe, Latin America, and Asia say that being at least bilingual is critical for success in today’s business environment. And 66 percent of North American recruiters agreed that being bilingual will be increasingly important in the next 10 years. 


“In today’s global economy you really have to understand the way business is done overseas to maximize your potential. A second language equips you for that,” says Alister Wellesley, managing partner of a Connecticut-based recruiting firm. “If you’re doing business overseas, or with someone from overseas, you obtain a certain degree of respect if you’re able to talk in their native language.” 


Language skills can also be key for service industries. At the Willard InterContinental Washington, a luxury hotel a few blocks from the White House, a staff of about 570 represents 42 nations, speaking 19 languages. The Willard’s front-of-house employees such as the concierge speak at least two languages. Bilingualism is not an absolute requirement, but it is desirable, according to Wendi Colby, director of human resources. 


Workers with skills in a second language may have an edge when it comes to climbing Willard’s professional ladder. “The individual that spoke more languages would have a better chance for a managerial role, whatever the next level would be,” Colby says. “They are able to deal with a wide array of clients, employees.” 


So which languages can give you a leg up on the job market? Insiders agree the most popular – and marketable – languages are Spanish, German, French, Italian, Russian and Japanese, with a growing emphasis on Mandarin, given China’s booming economy. So let’s learn Mandarin!


“We see demand from a full range of industries,” says Wellesley. “Actually it depends on which company you’re working for and the country in which they’re located.” 


Adapted from: LATHAM-KOENIG, Christina & OXENDEN, Clive. American English File 5. 2nd edition. Oxford: OUP, 2018. 

According to the text, Alister Wellesley believes that:
Alternativas
Q1147192 Inglês

Text 1:

How being bilingual can boost your career


Whether you’re fresh out of college or a seasoned executive, insiders agree that fluency in a second language can not only help you stand out among prospective employers, it can also open doors to opportunities that those without foreign language skills might miss. 


In today’s global economy, the ability to communicate in another language has become a significant advantage in the workforce. Research has found that people who speak at least one foreign language have an average annual household income that’s $10,000 higher than the household income of those who only speak English. And about 17 percent of those who speak at least one foreign language earn more than $100,000 a year. 


A recent survey found that nearly 9 out of 10 headhunters in Europe, Latin America, and Asia say that being at least bilingual is critical for success in today’s business environment. And 66 percent of North American recruiters agreed that being bilingual will be increasingly important in the next 10 years. 


“In today’s global economy you really have to understand the way business is done overseas to maximize your potential. A second language equips you for that,” says Alister Wellesley, managing partner of a Connecticut-based recruiting firm. “If you’re doing business overseas, or with someone from overseas, you obtain a certain degree of respect if you’re able to talk in their native language.” 


Language skills can also be key for service industries. At the Willard InterContinental Washington, a luxury hotel a few blocks from the White House, a staff of about 570 represents 42 nations, speaking 19 languages. The Willard’s front-of-house employees such as the concierge speak at least two languages. Bilingualism is not an absolute requirement, but it is desirable, according to Wendi Colby, director of human resources. 


Workers with skills in a second language may have an edge when it comes to climbing Willard’s professional ladder. “The individual that spoke more languages would have a better chance for a managerial role, whatever the next level would be,” Colby says. “They are able to deal with a wide array of clients, employees.” 


So which languages can give you a leg up on the job market? Insiders agree the most popular – and marketable – languages are Spanish, German, French, Italian, Russian and Japanese, with a growing emphasis on Mandarin, given China’s booming economy. So let’s learn Mandarin!


“We see demand from a full range of industries,” says Wellesley. “Actually it depends on which company you’re working for and the country in which they’re located.” 


Adapted from: LATHAM-KOENIG, Christina & OXENDEN, Clive. American English File 5. 2nd edition. Oxford: OUP, 2018. 

The verb MISS was used in: “it can also open doors to opportunities that those without foreign language skills might miss”. Check the alternative in which the verb MISS was used incorrectly.

Alternativas
Respostas
1941: B
1942: A
1943: D
1944: B
1945: E
1946: D
1947: A
1948: E
1949: D
1950: C
1951: B
1952: D
1953: E
1954: B
1955: C
1956: D
1957: B
1958: E
1959: D
1960: A