Questões de Concurso
Para prefeitura de santana da vargem - mg
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Para se evitar perdas e alcançar o máximo de eficiência no ambiente de trabalho, é necessário um esforço organizado de todo pessoal. No controle de perdas são apresentados alguns tipos de organizações e, sobre este contexto, analise as afirmativas a seguir.
I. Comitê ou comissão: a responsabilidade é concentrada nos chefes de departamentos, setores etc.
II. Staff: concentra a responsabilidade e o trabalho no pessoal especializado, através do estudo dos problemas e proposta de soluções.
III. De linha: o trabalho e/ou responsabilidade recaem em um ou vários grupos, cabendo à investigação, formulação de procedimentos e as recomendações.
Está INCORRETO o que se afirma apenas em
As organizações que utilizam os meios de transporte e distribuição, seja uma empresa privada ou órgão público como uma prefeitura que possui suas secretarias e setores, deve contar com profissionais especializados na gestão de transporte que, por sua vez, domina as terminologias utilizadas nos transportes. Dentro desta terminologia, estão os principais termos utilizados nos transportes. Com base nestes termos, analise as afirmativas a seguir.
I. Consignatário: é a pessoa ou empresa que negocia o transporte, sendo ou não dono da mercadoria.
II. Embarcador ou expedidor: é a pessoa ou empresa que em contrato é autorizada a receber a mercadoria.
III. Carga fracionada: é a carga que não completa o total do transporte, às vezes dispostas em sacos, engradados e outros.
IV. Volume indivisível: contém mercadorias em volume unitário que não se dividem durante todo o processo, como: caixa de leite condensado ou peças.
Está correto o que se afirma apenas em
Os agentes ergonômicos estão relacionados a fatores psicológicos e fisiológicos inerentes à execução das atividades profissionais. Eles podem produzir alterações no organismo comprometendo a saúde, produtividade e segurança do trabalhador. Das alternativas a seguir, trata-se de exemplo de fatores ergonômicos:
Com o objetivo de uma adequada manutenção do veículo, é fundamental manter a frota em perfeitas condições de funcionamento, bem como reduzir os custos com despesas relativas à manutenção corretiva. Portanto, é competência do motorista inspecionar o veículo antes da sua partida, durante o seu deslocamento, nas paradas e após o serviço, que inclui, EXCETO:
As afirmativas a seguir descrevem sobre situações do transporte de mercadorias; analise-as.
I. Transferência: deslocamento de matérias-primas e subsidiárias entre a origem e as indústrias transformadoras.
II. Suprimento: deslocamento massivo entre dois pontos. Normalmente operando por meio de transporte em lotação completa.
III. Distribuição: entregas de produtos acabados em múltiplos destinos, em uma única viagem ou coletando produtos em vários pontos, transportando-os para um depósito central.
Está INCORRETO o que se afirma apenas em
Provimento é o ato administrativo por meio do qual é preenchido cargo público, com a designação de seu titular, devendo este ser pessoa física. De acordo com o Estatuto do Servidor Público de Santana da Vargem, NÃO aponta uma das formas de provimento em cargo público:
Considerando as disposições da Constituição da República, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
( ) É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem.
( ) É assegurado a todos o acesso à informação, sendo vedado o anonimato e da fonte.
( ) O Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença.
( ) Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal.
A sequência está correta em
No âmbito da Administração Pública Municipal, os instrumentos de apuração da responsabilidade dos servidores públicos por infrações praticadas no exercício de suas atribuições ou que tenham relação com as atribuições do seu cargo são a sindicância e o processo administrativo disciplinar. De acordo com o disposto no Estatuto do Servidor Público de Santana da Vargem e sobre o tema, assinale a afirmativa correta.
Os vereadores são invioláveis no exercício de seu mandato na circunscrição do município, por suas opiniões, palavras e votos. É VEDADO ao vereador desde a expedição do diploma:
A receita municipal constituir-se-á da arrecadação dos tributos municipais, da participação em tributos da União e do Estado, dos recursos resultantes do Fundo de Participação dos Municípios e da utilização de seus bens, serviços, atividades e de outros ingressos. De acordo com a Lei Orgânica e tratando sobre a arrecadação municipal, pertencem ao município:
Três irmãs, Ester, Sarah e Maria, estão juntas, em fila única, em um parque de diversões. Enquanto esperavam para participar de um dos brinquedos e aproveitando que só elas estavam na fila, as irmãs resolveram, só para passar o tempo, ligar, via celular, para uma amiga em comum informando as posições que elas ocupavam nessa fila. A que estava atrás da fila disse: “Ester é que está no meio”. A que estava no meio da fila disse: “Eu sou a Sarah”. Finalmente, a que estava na frente da fila disse: “Maria é quem está no meio da fila”. Baseando-se na figura e considerando que Ester sempre diz a verdade, Sarah às vezes diz a verdade e Maria nunca diz a verdade, as irmãs que estão no meio e na frente da fila, nesta ordem, são:
Uma motocicleta percorre, inicialmente, uma distância de 45 km de uma rodovia em 45 min. Em seguida, percorre mais 65 km dessa mesma rodovia em 1h15 min. A velocidade média desta motocicleta durante todo o percurso, em km/h, é:
Um administrador planeja construir uma cerca retangular para limitar uma área nas dependências do hospital onde trabalha. Para tanto, conforme a figura, deve aproveitar parte de um muro, já existente na área a ser limitada, como um dos lados da cerca, e 120 metros de tela de arame, que sobraram de construções anteriores e deverão ser totalmente gastos nos outros três lados da mesma cerca.
Projeto da área a ser cercada vista de cima.
Sabendo-se que um dos lados da cerca de tela de arame tem comprimento x e baseando-se no exposto, assinale a alternativa que expressa matematicamente a área A a ser cercada em função de x.
Uma indústria farmacêutica produziu 10 710 caixas de certo remédio desde o primeiro dia de 2017 ao último dia de 2022, tendo variações na quantidade produzida a cada ano em todos esses anos. Nos dois anos seguintes ao ano de 2017, a produção triplicou a cada ano em relação ao ano anterior. No ano de 2020 produziu apenas a terça parte da produção de 2019; no ano seguinte ao ano de 2020 quadruplicou a produção do remédio, em relação ao ano anterior; e, no último ano de produção do remédio, só conseguiu produzir a metade do que foi produzido em 2021. Representa a quantidade de caixas, do referido remédio, produzida no ano de 2017:
Uma banca, para avaliar um concurso, deve ser composta por 6 membros de duas áreas distintas (agentes de saúde e administradores de empresa). A equipe organizadora deste concurso tem à sua disposição, para compor a referida banca, 8 agentes que atuam na área de saúde e 5 administradores de empresa. Assinale a alternativa que corresponde à quantidade máxima de bancas diferentes que podem ser formadas pela equipe organizadora do concurso com esses 13 profissionais, se cada uma delas possuir, no mínimo, 3 administradores de empresa.
Frango tite
Não tão rara quanto o peru nem tão frugal quanto o ovo, a galinha, comida de domingo, era naquela época o símbolo da fome nacional. Já muito antes de nós, o Barão de Itararé diagnosticara: “quando pobre come frango, um dos dois está doente”.
Mas o Sá descobriu que no China da Riachuelo, perto dos Arcos, servia-se aos domingos por preço de banana um prato que se chamava, sem rodeios, frango com arroz. E era verdade. Esse prato restaurou em nós a perdida dignidade dos domingos de outrora, iluminados sempre por uma galinha-ao-molho- -pardo ou um frango-com-farofa-de-miúdos... Era com outra alma que a gente agora lia os suplementos dominicais, almoçava média com pão e manteiga, e esperava a noite. Sim, porque o frango era servido precisamente às sete horas da noite. E a freguesia, naturalmente, era grande. A partir das 6 e meia começava a chegar o pessoal que, como quem não quer nada, espiava para as mesas e ficava por ali — pois o frango era pouco e ninguém queria correr o risco de degradar seu domingo. Às 7 em ponto, o garçom anunciava:
— Atenção, pessoal, vai sair o tite!
Seguia-se o rebuliço das últimas disputas e arranjos: “Dá licença de botar uma cadeira a mais na sua mesa?” “Mas já tem cinco.” “Se não, vou perder o frango...” “Deixa o rapaz sentar.” E lá vinha, em pratos feitos que fumegavam por cima de nossa cabeça, na bandeja do Jacinto, o frango com arroz, vendido inexplicavelmente por cinco pratas. Também, quinze minutos depois, quando mal acabávamos de devorar o último farelo do frango, já se ouvia, irônica, a voz do garçom:
— Acabou o tite! Agora só sopa de entulho!
O “tite”... Por que “tite”? Aquele domingo saí com essa pergunta na cabeça. O Jacinto não dizia “vai sair o frango”, dizia “vai sair o tite”...
— Tite é o seguinte – explicou-me ele. – O senhor Shio, dono do restaurante, faz as compras da semana todo domingo na feira do Largo da Glória. Os frangos e galinhas são trazidos em engradados, se machucam na viagem e alguns chegam na feira morre-não-morre. O senhor Shio, sabendo disso, vai logo perguntando pros feirantes: “Tem galinha tite? Tem galinha tite?” E assim – continuou Jacinto — compra tudo o que é galinha triste que há na feira. Umas estão apenas tristes, outras já morreram de tristeza, mas o chinês compra assim mesmo. E justifica: “Vai moler mesmo!” – disse Jacinto, soltando uma gargalhada. Eu ri também, mas sem achar a mesma graça. Dentro de meu estômago, acabara de se converter em tristeza a euforia de tantos jantares dominicais, a cinco cruzeiros velhos, velhíssimos. Quando contei a história ao pessoal, o Sá me fuzilou com os olhos: “Você é um estraga-jantares!”
Fez-se um longo silêncio naquele anoitecer de domingo.
O Sá falou finalmente: — Bem, vamos à sopa de entulho!
(Disponível em: https://globorural.globo.com/Noticias/Cultura/noticia/ 2016/05/frango-tite.html. Acesso em: 20/03/2023. GULLAR, Ferreira. Frango tite. Adaptado.)
Em relação ao 8º§: “Fez-se um longo silêncio naquele anoitecer de domingo”, assinale a única alternativa que difere das demais em relação à sua classificação morfológica, ou seja, classe gramatical.
Frango tite
Não tão rara quanto o peru nem tão frugal quanto o ovo, a galinha, comida de domingo, era naquela época o símbolo da fome nacional. Já muito antes de nós, o Barão de Itararé diagnosticara: “quando pobre come frango, um dos dois está doente”.
Mas o Sá descobriu que no China da Riachuelo, perto dos Arcos, servia-se aos domingos por preço de banana um prato que se chamava, sem rodeios, frango com arroz. E era verdade. Esse prato restaurou em nós a perdida dignidade dos domingos de outrora, iluminados sempre por uma galinha-ao-molho- -pardo ou um frango-com-farofa-de-miúdos... Era com outra alma que a gente agora lia os suplementos dominicais, almoçava média com pão e manteiga, e esperava a noite. Sim, porque o frango era servido precisamente às sete horas da noite. E a freguesia, naturalmente, era grande. A partir das 6 e meia começava a chegar o pessoal que, como quem não quer nada, espiava para as mesas e ficava por ali — pois o frango era pouco e ninguém queria correr o risco de degradar seu domingo. Às 7 em ponto, o garçom anunciava:
— Atenção, pessoal, vai sair o tite!
Seguia-se o rebuliço das últimas disputas e arranjos: “Dá licença de botar uma cadeira a mais na sua mesa?” “Mas já tem cinco.” “Se não, vou perder o frango...” “Deixa o rapaz sentar.” E lá vinha, em pratos feitos que fumegavam por cima de nossa cabeça, na bandeja do Jacinto, o frango com arroz, vendido inexplicavelmente por cinco pratas. Também, quinze minutos depois, quando mal acabávamos de devorar o último farelo do frango, já se ouvia, irônica, a voz do garçom:
— Acabou o tite! Agora só sopa de entulho!
O “tite”... Por que “tite”? Aquele domingo saí com essa pergunta na cabeça. O Jacinto não dizia “vai sair o frango”, dizia “vai sair o tite”...
— Tite é o seguinte – explicou-me ele. – O senhor Shio, dono do restaurante, faz as compras da semana todo domingo na feira do Largo da Glória. Os frangos e galinhas são trazidos em engradados, se machucam na viagem e alguns chegam na feira morre-não-morre. O senhor Shio, sabendo disso, vai logo perguntando pros feirantes: “Tem galinha tite? Tem galinha tite?” E assim – continuou Jacinto — compra tudo o que é galinha triste que há na feira. Umas estão apenas tristes, outras já morreram de tristeza, mas o chinês compra assim mesmo. E justifica: “Vai moler mesmo!” – disse Jacinto, soltando uma gargalhada. Eu ri também, mas sem achar a mesma graça. Dentro de meu estômago, acabara de se converter em tristeza a euforia de tantos jantares dominicais, a cinco cruzeiros velhos, velhíssimos. Quando contei a história ao pessoal, o Sá me fuzilou com os olhos: “Você é um estraga-jantares!”
Fez-se um longo silêncio naquele anoitecer de domingo.
O Sá falou finalmente: — Bem, vamos à sopa de entulho!
(Disponível em: https://globorural.globo.com/Noticias/Cultura/noticia/ 2016/05/frango-tite.html. Acesso em: 20/03/2023. GULLAR, Ferreira. Frango tite. Adaptado.)
É correto afirmar que o termo “naturalmente”, presente no 2º§, é formado por:
Frango tite
Não tão rara quanto o peru nem tão frugal quanto o ovo, a galinha, comida de domingo, era naquela época o símbolo da fome nacional. Já muito antes de nós, o Barão de Itararé diagnosticara: “quando pobre come frango, um dos dois está doente”.
Mas o Sá descobriu que no China da Riachuelo, perto dos Arcos, servia-se aos domingos por preço de banana um prato que se chamava, sem rodeios, frango com arroz. E era verdade. Esse prato restaurou em nós a perdida dignidade dos domingos de outrora, iluminados sempre por uma galinha-ao-molho- -pardo ou um frango-com-farofa-de-miúdos... Era com outra alma que a gente agora lia os suplementos dominicais, almoçava média com pão e manteiga, e esperava a noite. Sim, porque o frango era servido precisamente às sete horas da noite. E a freguesia, naturalmente, era grande. A partir das 6 e meia começava a chegar o pessoal que, como quem não quer nada, espiava para as mesas e ficava por ali — pois o frango era pouco e ninguém queria correr o risco de degradar seu domingo. Às 7 em ponto, o garçom anunciava:
— Atenção, pessoal, vai sair o tite!
Seguia-se o rebuliço das últimas disputas e arranjos: “Dá licença de botar uma cadeira a mais na sua mesa?” “Mas já tem cinco.” “Se não, vou perder o frango...” “Deixa o rapaz sentar.” E lá vinha, em pratos feitos que fumegavam por cima de nossa cabeça, na bandeja do Jacinto, o frango com arroz, vendido inexplicavelmente por cinco pratas. Também, quinze minutos depois, quando mal acabávamos de devorar o último farelo do frango, já se ouvia, irônica, a voz do garçom:
— Acabou o tite! Agora só sopa de entulho!
O “tite”... Por que “tite”? Aquele domingo saí com essa pergunta na cabeça. O Jacinto não dizia “vai sair o frango”, dizia “vai sair o tite”...
— Tite é o seguinte – explicou-me ele. – O senhor Shio, dono do restaurante, faz as compras da semana todo domingo na feira do Largo da Glória. Os frangos e galinhas são trazidos em engradados, se machucam na viagem e alguns chegam na feira morre-não-morre. O senhor Shio, sabendo disso, vai logo perguntando pros feirantes: “Tem galinha tite? Tem galinha tite?” E assim – continuou Jacinto — compra tudo o que é galinha triste que há na feira. Umas estão apenas tristes, outras já morreram de tristeza, mas o chinês compra assim mesmo. E justifica: “Vai moler mesmo!” – disse Jacinto, soltando uma gargalhada. Eu ri também, mas sem achar a mesma graça. Dentro de meu estômago, acabara de se converter em tristeza a euforia de tantos jantares dominicais, a cinco cruzeiros velhos, velhíssimos. Quando contei a história ao pessoal, o Sá me fuzilou com os olhos: “Você é um estraga-jantares!”
Fez-se um longo silêncio naquele anoitecer de domingo.
O Sá falou finalmente: — Bem, vamos à sopa de entulho!
(Disponível em: https://globorural.globo.com/Noticias/Cultura/noticia/ 2016/05/frango-tite.html. Acesso em: 20/03/2023. GULLAR, Ferreira. Frango tite. Adaptado.)
Todas as alternativas apresentam trios de palavras com mesma classificação em relação à disposição do acento tônico, EXCETO:
Frango tite
Não tão rara quanto o peru nem tão frugal quanto o ovo, a galinha, comida de domingo, era naquela época o símbolo da fome nacional. Já muito antes de nós, o Barão de Itararé diagnosticara: “quando pobre come frango, um dos dois está doente”.
Mas o Sá descobriu que no China da Riachuelo, perto dos Arcos, servia-se aos domingos por preço de banana um prato que se chamava, sem rodeios, frango com arroz. E era verdade. Esse prato restaurou em nós a perdida dignidade dos domingos de outrora, iluminados sempre por uma galinha-ao-molho- -pardo ou um frango-com-farofa-de-miúdos... Era com outra alma que a gente agora lia os suplementos dominicais, almoçava média com pão e manteiga, e esperava a noite. Sim, porque o frango era servido precisamente às sete horas da noite. E a freguesia, naturalmente, era grande. A partir das 6 e meia começava a chegar o pessoal que, como quem não quer nada, espiava para as mesas e ficava por ali — pois o frango era pouco e ninguém queria correr o risco de degradar seu domingo. Às 7 em ponto, o garçom anunciava:
— Atenção, pessoal, vai sair o tite!
Seguia-se o rebuliço das últimas disputas e arranjos: “Dá licença de botar uma cadeira a mais na sua mesa?” “Mas já tem cinco.” “Se não, vou perder o frango...” “Deixa o rapaz sentar.” E lá vinha, em pratos feitos que fumegavam por cima de nossa cabeça, na bandeja do Jacinto, o frango com arroz, vendido inexplicavelmente por cinco pratas. Também, quinze minutos depois, quando mal acabávamos de devorar o último farelo do frango, já se ouvia, irônica, a voz do garçom:
— Acabou o tite! Agora só sopa de entulho!
O “tite”... Por que “tite”? Aquele domingo saí com essa pergunta na cabeça. O Jacinto não dizia “vai sair o frango”, dizia “vai sair o tite”...
— Tite é o seguinte – explicou-me ele. – O senhor Shio, dono do restaurante, faz as compras da semana todo domingo na feira do Largo da Glória. Os frangos e galinhas são trazidos em engradados, se machucam na viagem e alguns chegam na feira morre-não-morre. O senhor Shio, sabendo disso, vai logo perguntando pros feirantes: “Tem galinha tite? Tem galinha tite?” E assim – continuou Jacinto — compra tudo o que é galinha triste que há na feira. Umas estão apenas tristes, outras já morreram de tristeza, mas o chinês compra assim mesmo. E justifica: “Vai moler mesmo!” – disse Jacinto, soltando uma gargalhada. Eu ri também, mas sem achar a mesma graça. Dentro de meu estômago, acabara de se converter em tristeza a euforia de tantos jantares dominicais, a cinco cruzeiros velhos, velhíssimos. Quando contei a história ao pessoal, o Sá me fuzilou com os olhos: “Você é um estraga-jantares!”
Fez-se um longo silêncio naquele anoitecer de domingo.
O Sá falou finalmente: — Bem, vamos à sopa de entulho!
(Disponível em: https://globorural.globo.com/Noticias/Cultura/noticia/ 2016/05/frango-tite.html. Acesso em: 20/03/2023. GULLAR, Ferreira. Frango tite. Adaptado.)
Em relação ao trecho “— Bem, vamos à sopa de entulho!” (9º§), é correto afirmar que a crase se dá uma vez que:
Frango tite
Não tão rara quanto o peru nem tão frugal quanto o ovo, a galinha, comida de domingo, era naquela época o símbolo da fome nacional. Já muito antes de nós, o Barão de Itararé diagnosticara: “quando pobre come frango, um dos dois está doente”.
Mas o Sá descobriu que no China da Riachuelo, perto dos Arcos, servia-se aos domingos por preço de banana um prato que se chamava, sem rodeios, frango com arroz. E era verdade. Esse prato restaurou em nós a perdida dignidade dos domingos de outrora, iluminados sempre por uma galinha-ao-molho- -pardo ou um frango-com-farofa-de-miúdos... Era com outra alma que a gente agora lia os suplementos dominicais, almoçava média com pão e manteiga, e esperava a noite. Sim, porque o frango era servido precisamente às sete horas da noite. E a freguesia, naturalmente, era grande. A partir das 6 e meia começava a chegar o pessoal que, como quem não quer nada, espiava para as mesas e ficava por ali — pois o frango era pouco e ninguém queria correr o risco de degradar seu domingo. Às 7 em ponto, o garçom anunciava:
— Atenção, pessoal, vai sair o tite!
Seguia-se o rebuliço das últimas disputas e arranjos: “Dá licença de botar uma cadeira a mais na sua mesa?” “Mas já tem cinco.” “Se não, vou perder o frango...” “Deixa o rapaz sentar.” E lá vinha, em pratos feitos que fumegavam por cima de nossa cabeça, na bandeja do Jacinto, o frango com arroz, vendido inexplicavelmente por cinco pratas. Também, quinze minutos depois, quando mal acabávamos de devorar o último farelo do frango, já se ouvia, irônica, a voz do garçom:
— Acabou o tite! Agora só sopa de entulho!
O “tite”... Por que “tite”? Aquele domingo saí com essa pergunta na cabeça. O Jacinto não dizia “vai sair o frango”, dizia “vai sair o tite”...
— Tite é o seguinte – explicou-me ele. – O senhor Shio, dono do restaurante, faz as compras da semana todo domingo na feira do Largo da Glória. Os frangos e galinhas são trazidos em engradados, se machucam na viagem e alguns chegam na feira morre-não-morre. O senhor Shio, sabendo disso, vai logo perguntando pros feirantes: “Tem galinha tite? Tem galinha tite?” E assim – continuou Jacinto — compra tudo o que é galinha triste que há na feira. Umas estão apenas tristes, outras já morreram de tristeza, mas o chinês compra assim mesmo. E justifica: “Vai moler mesmo!” – disse Jacinto, soltando uma gargalhada. Eu ri também, mas sem achar a mesma graça. Dentro de meu estômago, acabara de se converter em tristeza a euforia de tantos jantares dominicais, a cinco cruzeiros velhos, velhíssimos. Quando contei a história ao pessoal, o Sá me fuzilou com os olhos: “Você é um estraga-jantares!”
Fez-se um longo silêncio naquele anoitecer de domingo.
O Sá falou finalmente: — Bem, vamos à sopa de entulho!
(Disponível em: https://globorural.globo.com/Noticias/Cultura/noticia/ 2016/05/frango-tite.html. Acesso em: 20/03/2023. GULLAR, Ferreira. Frango tite. Adaptado.)
A partir da leitura e interpretação do texto, assinale a alternativa correta em relação ao significado da característica do frango disposta no título do texto.