Questões de Concurso Para prefeitura de barretos - sp

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Q895418 Português

      Recentemente, acabei me detendo num debate sobre o conceito de reputação. Antes a reputação era apenas boa ou ruim e, diante do risco de ter uma má reputação, muitos tentavam resgatá-la com o suicídio ou com crimes de honra. Naturalmente, todos desejavam ter uma boa reputação.

      Mas há muito tempo o conceito de reputação deu lugar ao de notoriedade.

      O que conta é ser “reconhecido” pelos próprios semelhantes, mas não no sentido do reconhecimento como estima ou prêmio, mas naquele mais banal que faz com que alguém possa dizer ao vê-lo na rua: “Olhe, é ele mesmo!”. O valor predominante é aparecer e naturalmente o meio mais seguro é a TV. E não é necessário ser um renomado economista ou um médico agraciado com o prêmio Nobel, basta confessar num programa lacrimogêneo que foi traído pelo cônjuge.

      Assim, gradualmente, foi aceita a ideia de que para aparecer de modo constante e evidente era preciso fazer coisas que antigamente só garantiam uma péssima reputação. E não é que as pessoas não almejem uma boa reputação, mas é muito difícil conquistá-la, é preciso protagonizar um ato heroico, ganhar um Nobel, e estas não são coisas ao alcance de qualquer um. Mais fácil atrair interesse, melhor ainda se for mórbido, por ter ido para a cama por dinheiro com uma pessoa famosa ou por ter sido acusado de peculato. Passaram-se décadas desde que alguém teve a vida destruída por ter sido fotografado algemado.

      O tema da perda da vergonha está presente em várias reflexões sobre os costumes contemporâneos.

      Ora, este frenesi de aparecer (e a notoriedade a qualquer custo, embora o preço seja algo que antigamente seria a marca da vergonha) nasce da perda da vergonha ou perde-se o senso de vergonha porque o valor dominante é aparecer seja como for, ainda que o preço seja cobrir-se de vergonha? Sou mais inclinado para a última hipótese. Ser visto, ser objeto de discurso é um valor tão dominante que as pessoas estão prontas a renunciar àquilo que outrora se chamava pudor (ou sentimento zeloso da própria privacidade).

      Também é sinal de falta de vergonha falar aos berros ao celular, obrigando todo mundo a tomar conhecimento das próprias questões particulares, que antigamente eram sussurradas ao ouvido. Não é que a pessoa não perceba que os outros estão ouvindo, é que inconscientemente ela quer que a ouçam, mesmo que suas histórias privadas sejam irrelevantes.

      Li que não sei qual movimento eclesiástico quer retornar à confissão pública. Claro, que graça pode ter contar as pró- prias vergonhas apenas para o confessor?

(Umberto Eco. Por que só a Virgem Maria? Pape satàn aleppe: Crônicas de uma sociedade líquida. Editora Record, Rio de Janeiro: 2017. Adaptado)

Considere o seguinte trecho do texto:


Não é que a pessoa não perceba que os outros estão ouvindo, é que inconscientemente ela quer que a ouçam, mesmo que suas histórias privadas sejam irrelevantes. (7° parágrafo)


A mesma relação de sentido criada pela expressão em destaque no trecho é estabelecida pelo termo destacado em:

Alternativas
Q895417 Português

      Recentemente, acabei me detendo num debate sobre o conceito de reputação. Antes a reputação era apenas boa ou ruim e, diante do risco de ter uma má reputação, muitos tentavam resgatá-la com o suicídio ou com crimes de honra. Naturalmente, todos desejavam ter uma boa reputação.

      Mas há muito tempo o conceito de reputação deu lugar ao de notoriedade.

      O que conta é ser “reconhecido” pelos próprios semelhantes, mas não no sentido do reconhecimento como estima ou prêmio, mas naquele mais banal que faz com que alguém possa dizer ao vê-lo na rua: “Olhe, é ele mesmo!”. O valor predominante é aparecer e naturalmente o meio mais seguro é a TV. E não é necessário ser um renomado economista ou um médico agraciado com o prêmio Nobel, basta confessar num programa lacrimogêneo que foi traído pelo cônjuge.

      Assim, gradualmente, foi aceita a ideia de que para aparecer de modo constante e evidente era preciso fazer coisas que antigamente só garantiam uma péssima reputação. E não é que as pessoas não almejem uma boa reputação, mas é muito difícil conquistá-la, é preciso protagonizar um ato heroico, ganhar um Nobel, e estas não são coisas ao alcance de qualquer um. Mais fácil atrair interesse, melhor ainda se for mórbido, por ter ido para a cama por dinheiro com uma pessoa famosa ou por ter sido acusado de peculato. Passaram-se décadas desde que alguém teve a vida destruída por ter sido fotografado algemado.

      O tema da perda da vergonha está presente em várias reflexões sobre os costumes contemporâneos.

      Ora, este frenesi de aparecer (e a notoriedade a qualquer custo, embora o preço seja algo que antigamente seria a marca da vergonha) nasce da perda da vergonha ou perde-se o senso de vergonha porque o valor dominante é aparecer seja como for, ainda que o preço seja cobrir-se de vergonha? Sou mais inclinado para a última hipótese. Ser visto, ser objeto de discurso é um valor tão dominante que as pessoas estão prontas a renunciar àquilo que outrora se chamava pudor (ou sentimento zeloso da própria privacidade).

      Também é sinal de falta de vergonha falar aos berros ao celular, obrigando todo mundo a tomar conhecimento das próprias questões particulares, que antigamente eram sussurradas ao ouvido. Não é que a pessoa não perceba que os outros estão ouvindo, é que inconscientemente ela quer que a ouçam, mesmo que suas histórias privadas sejam irrelevantes.

      Li que não sei qual movimento eclesiástico quer retornar à confissão pública. Claro, que graça pode ter contar as pró- prias vergonhas apenas para o confessor?

(Umberto Eco. Por que só a Virgem Maria? Pape satàn aleppe: Crônicas de uma sociedade líquida. Editora Record, Rio de Janeiro: 2017. Adaptado)

Nas frases do 3° parágrafo – O que conta é ser “reconhecido”… / “Olhe, é ele mesmo!”. –, as aspas são empregadas, respectivamente, para
Alternativas
Q895416 Português

      Recentemente, acabei me detendo num debate sobre o conceito de reputação. Antes a reputação era apenas boa ou ruim e, diante do risco de ter uma má reputação, muitos tentavam resgatá-la com o suicídio ou com crimes de honra. Naturalmente, todos desejavam ter uma boa reputação.

      Mas há muito tempo o conceito de reputação deu lugar ao de notoriedade.

      O que conta é ser “reconhecido” pelos próprios semelhantes, mas não no sentido do reconhecimento como estima ou prêmio, mas naquele mais banal que faz com que alguém possa dizer ao vê-lo na rua: “Olhe, é ele mesmo!”. O valor predominante é aparecer e naturalmente o meio mais seguro é a TV. E não é necessário ser um renomado economista ou um médico agraciado com o prêmio Nobel, basta confessar num programa lacrimogêneo que foi traído pelo cônjuge.

      Assim, gradualmente, foi aceita a ideia de que para aparecer de modo constante e evidente era preciso fazer coisas que antigamente só garantiam uma péssima reputação. E não é que as pessoas não almejem uma boa reputação, mas é muito difícil conquistá-la, é preciso protagonizar um ato heroico, ganhar um Nobel, e estas não são coisas ao alcance de qualquer um. Mais fácil atrair interesse, melhor ainda se for mórbido, por ter ido para a cama por dinheiro com uma pessoa famosa ou por ter sido acusado de peculato. Passaram-se décadas desde que alguém teve a vida destruída por ter sido fotografado algemado.

      O tema da perda da vergonha está presente em várias reflexões sobre os costumes contemporâneos.

      Ora, este frenesi de aparecer (e a notoriedade a qualquer custo, embora o preço seja algo que antigamente seria a marca da vergonha) nasce da perda da vergonha ou perde-se o senso de vergonha porque o valor dominante é aparecer seja como for, ainda que o preço seja cobrir-se de vergonha? Sou mais inclinado para a última hipótese. Ser visto, ser objeto de discurso é um valor tão dominante que as pessoas estão prontas a renunciar àquilo que outrora se chamava pudor (ou sentimento zeloso da própria privacidade).

      Também é sinal de falta de vergonha falar aos berros ao celular, obrigando todo mundo a tomar conhecimento das próprias questões particulares, que antigamente eram sussurradas ao ouvido. Não é que a pessoa não perceba que os outros estão ouvindo, é que inconscientemente ela quer que a ouçam, mesmo que suas histórias privadas sejam irrelevantes.

      Li que não sei qual movimento eclesiástico quer retornar à confissão pública. Claro, que graça pode ter contar as pró- prias vergonhas apenas para o confessor?

(Umberto Eco. Por que só a Virgem Maria? Pape satàn aleppe: Crônicas de uma sociedade líquida. Editora Record, Rio de Janeiro: 2017. Adaptado)

•  E não é que as pessoas não almejem uma boa reputação, mas é muito difícil conquistá-la, é preciso protagonizar um ato heroico, ganhar um Nobel, e estas não são coisas ao alcance de qualquer um.


Assinale a alternativa que substitui corretamente as expressões destacadas nos trechos “… não almejem uma boa reputação… / … é preciso protagonizar um ato heroico…”, de acordo com a norma-padrão de emprego e de colocação de pronomes.

Alternativas
Q895415 Português

      Recentemente, acabei me detendo num debate sobre o conceito de reputação. Antes a reputação era apenas boa ou ruim e, diante do risco de ter uma má reputação, muitos tentavam resgatá-la com o suicídio ou com crimes de honra. Naturalmente, todos desejavam ter uma boa reputação.

      Mas há muito tempo o conceito de reputação deu lugar ao de notoriedade.

      O que conta é ser “reconhecido” pelos próprios semelhantes, mas não no sentido do reconhecimento como estima ou prêmio, mas naquele mais banal que faz com que alguém possa dizer ao vê-lo na rua: “Olhe, é ele mesmo!”. O valor predominante é aparecer e naturalmente o meio mais seguro é a TV. E não é necessário ser um renomado economista ou um médico agraciado com o prêmio Nobel, basta confessar num programa lacrimogêneo que foi traído pelo cônjuge.

      Assim, gradualmente, foi aceita a ideia de que para aparecer de modo constante e evidente era preciso fazer coisas que antigamente só garantiam uma péssima reputação. E não é que as pessoas não almejem uma boa reputação, mas é muito difícil conquistá-la, é preciso protagonizar um ato heroico, ganhar um Nobel, e estas não são coisas ao alcance de qualquer um. Mais fácil atrair interesse, melhor ainda se for mórbido, por ter ido para a cama por dinheiro com uma pessoa famosa ou por ter sido acusado de peculato. Passaram-se décadas desde que alguém teve a vida destruída por ter sido fotografado algemado.

      O tema da perda da vergonha está presente em várias reflexões sobre os costumes contemporâneos.

      Ora, este frenesi de aparecer (e a notoriedade a qualquer custo, embora o preço seja algo que antigamente seria a marca da vergonha) nasce da perda da vergonha ou perde-se o senso de vergonha porque o valor dominante é aparecer seja como for, ainda que o preço seja cobrir-se de vergonha? Sou mais inclinado para a última hipótese. Ser visto, ser objeto de discurso é um valor tão dominante que as pessoas estão prontas a renunciar àquilo que outrora se chamava pudor (ou sentimento zeloso da própria privacidade).

      Também é sinal de falta de vergonha falar aos berros ao celular, obrigando todo mundo a tomar conhecimento das próprias questões particulares, que antigamente eram sussurradas ao ouvido. Não é que a pessoa não perceba que os outros estão ouvindo, é que inconscientemente ela quer que a ouçam, mesmo que suas histórias privadas sejam irrelevantes.

      Li que não sei qual movimento eclesiástico quer retornar à confissão pública. Claro, que graça pode ter contar as pró- prias vergonhas apenas para o confessor?

(Umberto Eco. Por que só a Virgem Maria? Pape satàn aleppe: Crônicas de uma sociedade líquida. Editora Record, Rio de Janeiro: 2017. Adaptado)

•  E não é que as pessoas não almejem uma boa reputação, mas é muito difícil conquistá-la, é preciso protagonizar um ato heroico, ganhar um Nobel, e estas não são coisas ao alcance de qualquer um.


Os termos em destaque nos trechos – … almejem uma boa reputação… / … protagonizar um ato heroico – podem ser substituídos, sem prejuízo de sentido à passagem, correta e respectivamente, por

Alternativas
Q895414 Português

      Recentemente, acabei me detendo num debate sobre o conceito de reputação. Antes a reputação era apenas boa ou ruim e, diante do risco de ter uma má reputação, muitos tentavam resgatá-la com o suicídio ou com crimes de honra. Naturalmente, todos desejavam ter uma boa reputação.

      Mas há muito tempo o conceito de reputação deu lugar ao de notoriedade.

      O que conta é ser “reconhecido” pelos próprios semelhantes, mas não no sentido do reconhecimento como estima ou prêmio, mas naquele mais banal que faz com que alguém possa dizer ao vê-lo na rua: “Olhe, é ele mesmo!”. O valor predominante é aparecer e naturalmente o meio mais seguro é a TV. E não é necessário ser um renomado economista ou um médico agraciado com o prêmio Nobel, basta confessar num programa lacrimogêneo que foi traído pelo cônjuge.

      Assim, gradualmente, foi aceita a ideia de que para aparecer de modo constante e evidente era preciso fazer coisas que antigamente só garantiam uma péssima reputação. E não é que as pessoas não almejem uma boa reputação, mas é muito difícil conquistá-la, é preciso protagonizar um ato heroico, ganhar um Nobel, e estas não são coisas ao alcance de qualquer um. Mais fácil atrair interesse, melhor ainda se for mórbido, por ter ido para a cama por dinheiro com uma pessoa famosa ou por ter sido acusado de peculato. Passaram-se décadas desde que alguém teve a vida destruída por ter sido fotografado algemado.

      O tema da perda da vergonha está presente em várias reflexões sobre os costumes contemporâneos.

      Ora, este frenesi de aparecer (e a notoriedade a qualquer custo, embora o preço seja algo que antigamente seria a marca da vergonha) nasce da perda da vergonha ou perde-se o senso de vergonha porque o valor dominante é aparecer seja como for, ainda que o preço seja cobrir-se de vergonha? Sou mais inclinado para a última hipótese. Ser visto, ser objeto de discurso é um valor tão dominante que as pessoas estão prontas a renunciar àquilo que outrora se chamava pudor (ou sentimento zeloso da própria privacidade).

      Também é sinal de falta de vergonha falar aos berros ao celular, obrigando todo mundo a tomar conhecimento das próprias questões particulares, que antigamente eram sussurradas ao ouvido. Não é que a pessoa não perceba que os outros estão ouvindo, é que inconscientemente ela quer que a ouçam, mesmo que suas histórias privadas sejam irrelevantes.

      Li que não sei qual movimento eclesiástico quer retornar à confissão pública. Claro, que graça pode ter contar as pró- prias vergonhas apenas para o confessor?

(Umberto Eco. Por que só a Virgem Maria? Pape satàn aleppe: Crônicas de uma sociedade líquida. Editora Record, Rio de Janeiro: 2017. Adaptado)

Assinale a alternativa em que o trecho do texto apresenta relação de causa e consequência.
Alternativas
Q895413 Português

      Recentemente, acabei me detendo num debate sobre o conceito de reputação. Antes a reputação era apenas boa ou ruim e, diante do risco de ter uma má reputação, muitos tentavam resgatá-la com o suicídio ou com crimes de honra. Naturalmente, todos desejavam ter uma boa reputação.

      Mas há muito tempo o conceito de reputação deu lugar ao de notoriedade.

      O que conta é ser “reconhecido” pelos próprios semelhantes, mas não no sentido do reconhecimento como estima ou prêmio, mas naquele mais banal que faz com que alguém possa dizer ao vê-lo na rua: “Olhe, é ele mesmo!”. O valor predominante é aparecer e naturalmente o meio mais seguro é a TV. E não é necessário ser um renomado economista ou um médico agraciado com o prêmio Nobel, basta confessar num programa lacrimogêneo que foi traído pelo cônjuge.

      Assim, gradualmente, foi aceita a ideia de que para aparecer de modo constante e evidente era preciso fazer coisas que antigamente só garantiam uma péssima reputação. E não é que as pessoas não almejem uma boa reputação, mas é muito difícil conquistá-la, é preciso protagonizar um ato heroico, ganhar um Nobel, e estas não são coisas ao alcance de qualquer um. Mais fácil atrair interesse, melhor ainda se for mórbido, por ter ido para a cama por dinheiro com uma pessoa famosa ou por ter sido acusado de peculato. Passaram-se décadas desde que alguém teve a vida destruída por ter sido fotografado algemado.

      O tema da perda da vergonha está presente em várias reflexões sobre os costumes contemporâneos.

      Ora, este frenesi de aparecer (e a notoriedade a qualquer custo, embora o preço seja algo que antigamente seria a marca da vergonha) nasce da perda da vergonha ou perde-se o senso de vergonha porque o valor dominante é aparecer seja como for, ainda que o preço seja cobrir-se de vergonha? Sou mais inclinado para a última hipótese. Ser visto, ser objeto de discurso é um valor tão dominante que as pessoas estão prontas a renunciar àquilo que outrora se chamava pudor (ou sentimento zeloso da própria privacidade).

      Também é sinal de falta de vergonha falar aos berros ao celular, obrigando todo mundo a tomar conhecimento das próprias questões particulares, que antigamente eram sussurradas ao ouvido. Não é que a pessoa não perceba que os outros estão ouvindo, é que inconscientemente ela quer que a ouçam, mesmo que suas histórias privadas sejam irrelevantes.

      Li que não sei qual movimento eclesiástico quer retornar à confissão pública. Claro, que graça pode ter contar as pró- prias vergonhas apenas para o confessor?

(Umberto Eco. Por que só a Virgem Maria? Pape satàn aleppe: Crônicas de uma sociedade líquida. Editora Record, Rio de Janeiro: 2017. Adaptado)

A ideia de boa reputação, apresentada no início do texto, é utilizada pelo autor
Alternativas
Q895412 Português

      Recentemente, acabei me detendo num debate sobre o conceito de reputação. Antes a reputação era apenas boa ou ruim e, diante do risco de ter uma má reputação, muitos tentavam resgatá-la com o suicídio ou com crimes de honra. Naturalmente, todos desejavam ter uma boa reputação.

      Mas há muito tempo o conceito de reputação deu lugar ao de notoriedade.

      O que conta é ser “reconhecido” pelos próprios semelhantes, mas não no sentido do reconhecimento como estima ou prêmio, mas naquele mais banal que faz com que alguém possa dizer ao vê-lo na rua: “Olhe, é ele mesmo!”. O valor predominante é aparecer e naturalmente o meio mais seguro é a TV. E não é necessário ser um renomado economista ou um médico agraciado com o prêmio Nobel, basta confessar num programa lacrimogêneo que foi traído pelo cônjuge.

      Assim, gradualmente, foi aceita a ideia de que para aparecer de modo constante e evidente era preciso fazer coisas que antigamente só garantiam uma péssima reputação. E não é que as pessoas não almejem uma boa reputação, mas é muito difícil conquistá-la, é preciso protagonizar um ato heroico, ganhar um Nobel, e estas não são coisas ao alcance de qualquer um. Mais fácil atrair interesse, melhor ainda se for mórbido, por ter ido para a cama por dinheiro com uma pessoa famosa ou por ter sido acusado de peculato. Passaram-se décadas desde que alguém teve a vida destruída por ter sido fotografado algemado.

      O tema da perda da vergonha está presente em várias reflexões sobre os costumes contemporâneos.

      Ora, este frenesi de aparecer (e a notoriedade a qualquer custo, embora o preço seja algo que antigamente seria a marca da vergonha) nasce da perda da vergonha ou perde-se o senso de vergonha porque o valor dominante é aparecer seja como for, ainda que o preço seja cobrir-se de vergonha? Sou mais inclinado para a última hipótese. Ser visto, ser objeto de discurso é um valor tão dominante que as pessoas estão prontas a renunciar àquilo que outrora se chamava pudor (ou sentimento zeloso da própria privacidade).

      Também é sinal de falta de vergonha falar aos berros ao celular, obrigando todo mundo a tomar conhecimento das próprias questões particulares, que antigamente eram sussurradas ao ouvido. Não é que a pessoa não perceba que os outros estão ouvindo, é que inconscientemente ela quer que a ouçam, mesmo que suas histórias privadas sejam irrelevantes.

      Li que não sei qual movimento eclesiástico quer retornar à confissão pública. Claro, que graça pode ter contar as pró- prias vergonhas apenas para o confessor?

(Umberto Eco. Por que só a Virgem Maria? Pape satàn aleppe: Crônicas de uma sociedade líquida. Editora Record, Rio de Janeiro: 2017. Adaptado)

O autor do texto traz uma reflexão sobre uma mudança de comportamento na sociedade atual. Trata-se da
Alternativas
Q891228 Pedagogia
Conforme a Lei Complementar no 300/2016, do município de Barretos, encontra-se em seu art. 31 e parágrafos, que um terço da jornada docente remunerada, de efetivos e temporários, será constituída por horas destinadas ao trabalho pedagógico: “coletivo”; “de estudo, planejamento e avaliação”; e, “em local de livre escolha”. As duas primeiras podem ser articuladas, possibilitando um programa municipal de capacitação sob a orientação dos profissionais da classe de suporte pedagógico, ilustrando uma das questões curriculares e institucionais que Delia Lerner (2002) aborda ao discutir o que é necessário para “ler e escrever na escola”. Essa autora aponta a capacitação dos professores como condição necessária, mas não suficiente para transformar o ensino, e, também, como uma ferramenta importante, cuja utilização envolve múltiplos aspectos, entre eles a conciliação entre profundidade e extensão. A esse respeito, ela afirma que, em sua experiência, uma alternativa mais produtiva foi
Alternativas
Q891227 Pedagogia
Aline, estudando para prestar concurso de Professor I no município onde mora, leu as obras de Fontana (1996) e de La Taille et al (1992). Seu interesse era aprofundar-se no tema “A mediação do professor, dialogal e problematizadora, no processo de aprendizagem e desenvolvimento do aluno”. Em Fontana, Aline verificou que essa autora, apoiando-se no pensamento de Vygotsky e Bakthin, mostra a importância social da escola e do trabalho pedagógico que, por meio de situações de aprendizagem em sala de aula, possibilitam processos interativos mediadores da aprendizagem dos alunos. Já na obra de La Taille, ela constatou que, para Vygotsky, o desenvolvimento humano como processo sócio-histórico ocorre por meio da mediação, pois enquanto sujeito de conhecimento, o homem não tem acesso direto aos objetos, mas um acesso mediado, isto é, feito por intermédio
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Q891226 Pedagogia
Iracema é concluinte de Pedagogia e inscreveu-se para a seleção de Professor I no município de Barretos. Da bibliografia para o concurso, selecionou dois textos que tratam da prática avaliativa: o de Hoffmann, Revista Ideias nº 22, e o cap. 7 da obra de Weiz. Observou que as duas autoras têm concepções semelhantes. Esta última autora, analisando a prática do ditado, utilizado com diferentes propósitos, destaca que, numa ótica construtivista, há necessidade da avaliação intencional, inserida na própria relação entre o ensinar e o aprender, pois saber o que o aluno já sabe é importante para construir situações de aprendizagem adequadas e para fazer intervenções pertinentes no sentido de desafiar e apoiar o avanço na construção de conhecimento. Hoffmann, por sua vez, conceitua a avaliação como
Alternativas
Q891225 Pedagogia
Na reunião de planejamento no início do ano letivo, Patrícia, a coordenadora pedagógica da escola, apresentou, aos professores dos anos iniciais, a proposta de elaboração de um projeto de ensino e aprendizagem, apoiado na “pedagogia de projetos”, o qual vinham estudando desde o semestre anterior, com a obra de Moura (2010). A ideia era tomar como eixo articulador o estudo da cultura local, devido a sua relevância social, permitindo assim, o resgate histórico, uma maior interação entre a escola e a comunidade, bem como o encontro de gerações. As professoras de arte e de educação física sugeriram abordar as danças, em especial, aquelas que estão desaparecendo e que as gerações mais novas não conhecem. Com isso, pretendem buscar essas informações com as pessoas mais idosas da comunidade, conhecer as origens e significados dessas danças e, também, ensiná-las às crianças. Outros professores sugeriram integrar conteúdos das diferentes áreas e finalizar esse trabalho no mês do folclore em agosto, numa mostra cultural. De acordo com Moura, esse tipo de trabalho, pautado na pedagogia de projetos, contribui, para a formação integral do educando, criando condições de desenvolvimento cognitivo e social, ao proporcionar
Alternativas
Q891224 Pedagogia
Eduardo é especialista em arte e coordenou um encontro com professores I de uma escola pública de um município paulista sobre a importância do ensino de arte nessas séries iniciais em que eles atuavam, explorando conteúdos dos Parâmetros Curriculares Nacionais de Arte para esse segmento do Ensino Fundamental. Ele destacou a contribuição desse documento, na explicitação de que a educação em arte propicia o desenvolvimento do pensamento artístico e da percepção estética, que caracterizam um modo próprio de ordenar e dar sentido à experiência humana. Solicitou, então, que em pequenos grupos, os professores consultassem o PCN de Arte, discutissem e respondessem como esse documento indica que o aluno desenvolva sua sensibilidade, percepção e imaginação em arte. Ao final do trabalho dos grupos, Eduardo coordenou a exposição das respostas e confirmou que o aluno as desenvolve ao
Alternativas
Q891223 Pedagogia
A presença de conteúdos de história e de geografia no currículo do ensino fundamental, desde seus anos iniciais, justifica-se pelos objetivos da educação nacional propostos na Constituição Federal, na Lei de Diretrizes e Bases e considerados pelas diretrizes curriculares nacionais, os quais implicam, de acordo com Penteado (2011), que a escola assegure a cada ano “um conhecimento significativo, ainda que introdutório, que possa ser utilizado pelo estudante ao longo de sua vida, na convivência com seus semelhantes, como um instrumento que lhe possibilite pensar sua realidade e melhor conhecê-la, para melhor atuar nela e se apossar dela, em vez de ser por ela engolido”. A autora argumenta que as relações sociais serão abordadas por meio dos conceitos de natureza, cultura, espaço e tempo, num trabalho escolar que tem o professor como mediador das condições internas e externas de aprendizagem e que se desenvolve
Alternativas
Q891222 Pedagogia
Luiza, aluna de Pedagogia, participou de uma aula de Metodologia do Ensino de Ciências, na qual a professora da disciplina trabalhou o papel da Educação em Ciências Naturais no Ensino Fundamental I. Fez isso, explicitando aos alunos um modelo metodológico que possibilita aos indivíduos atuarem de modo ativo e crítico diante dos fenômenos naturais. Tal modelo, que foi apresentado por Delizoicov e Angotti (1994), propõe três momentos pedagógicos para o desenvolvimento de uma atividade educativa: problematização inicial, organização do conhecimento e aplicação do conhecimento. Esses momentos oportunizam espaço ao trabalho coletivo, para o surgimento de conflitos/ confrontos de ideias, bem como, para a busca de soluções para eles, com vistas à (re)construção de saberes sistematizados por parte dos alunos. Segundo os autores, no primeiro momento, cabe ao professor
Alternativas
Q891221 Pedagogia
Inês leciona para o quarto ano de uma EMEF e observou que parte de seus alunos não relaciona os cálculos que realiza em sua vida cotidiana com as regras da matemática ensinadas na escola. Buscando compreender esse fato, leu o livro A matemática na escola: aqui e agora, de Lerner (1995). Ao lê-lo, verificou que não poucas crianças se referem a ela como a disciplina que menos gostam e, para muitas, ela causa temor. Quanto aos professores, a maioria disse que, para não confundir as crianças, ensinam a matemática trabalhando itens separados, por exemplo: primeiro a adição, depois a subtração. Essa forma de ensinar precisa ser mudada, porque, como diz Lerner, “Se na escola nós assumirmos, tanto ao ensinar como ao avaliar, que fazer matemática é mais do que fazer contas, não só poderíamos conseguir que as crianças adquirissem conhecimentos mais sólidos como também ofereceríamos a oportunidade de que elas
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Q891220 Pedagogia
Lerner (2002) afirma que os lemas educativos “‘aprende-se a ler, lendo’ e ‘aprende-se a escrever, escrevendo’ expressam o propósito de instalar as práticas de leitura e de escrita como objeto de ensino”. Acrescenta que, apesar de estarem, hoje, muito difundidos, sua concretização na atividade cotidiana da sala de aula ainda é pouco frequente e que essa distância entre o que se tenta fazer e o que efetivamente se faz se deve, entre outras razões, a uma que é fundamental:
Alternativas
Q891219 Pedagogia
Marisa participou de um seminário sobre “Currículo: a valorização das diferenças individuais, de gênero, étnicas e socioculturais e o combate à desigualdade”. Logo nas primeiras abordagens, emergiu a questão da intolerância pela qual passamos nos dias de hoje. Foram lembradas as injúrias que frequentemente são registradas nas redes sociais, seja por causa de racismo, seja por diferenças religiosas ou de gênero, étnicas ou socioculturais. Um dos presentes comentou que, em parte, a escola colabora para que isso ocorra, pois, ao trabalhar os currículos à maneira tradicional, leva os alunos a se alienarem da realidade, podendo com isso aceitar falsos valores. Sugeriu, então, que os currículos deveriam se pautar na visão construtivista que, segundo Vasconcellos (2002), implica que o ensino parta da realidade concreta, pois o ato de conhecimento, a par de ser um ato psicológico, é primordialmente
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Q891218 Pedagogia
No volume 1 dos Parâmetros Curriculares Nacionais – Introdução, no item “Orientações Didáticas”, quando se aborda a “diversidade”, alerta-se que as adaptações curriculares, necessárias para atender à diversidade existente no país, “não dão conta da diversidade no plano dos indivíduos em uma sala de aula” e adverte-se que “a escola, ao considerar a diversidade, tem como valor máximo o respeito às diferenças – não o elogio à desigualdade. As diferenças não são obstáculos para o cumprimento da ação educativa; podem e devem ser fator de enriquecimento”. Essa ideia é corroborada por Mantoan (2001), no artigo “Abrindo as escolas às diferenças”, quando, ao analisar o exercício do trabalho coletivo e diversificado em sala de aula, afirma que ele desenvolve
Alternativas
Q891217 Pedagogia
Albano, coordenador pedagógico de uma escola pública de Ensino Fundamental, anos iniciais, propôs aos professores I, como um dos temas de formação continuada, o estudo do currículo com foco na valorização das diferenças individuais, de gênero, étnicas e socioculturais e no combate à desigualdade. Para isso, eles recorreram ao exame do art. 26A, § 2o , da Lei no 9.394/96 (LDBEN), de acordo com o qual os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e a dos povos indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo, em especial nas áreas de educação artística, literatura e história. A seguir, buscando ampliar sua pesquisa, os docentes recorreram, ainda, à análise de Resende, (In: Veiga, 1998), sobre a perspectiva multicultural no projeto político-pedagógico, verificando que as duas fontes se complementavam. Assim, conforme Resende, concluíram que, para não cair em condutas reducionistas, é preciso que a incorporação do multiculturalismo ao currículo se dê
Alternativas
Q891216 Pedagogia
Sandra, candidata ao concurso público de professor, estudou o trabalho de Queiroz e Moita (2007) sobre as tendências pedagógicas que marcaram a educação brasileira: as de cunho liberal (a tradicional, a renovada e a tecnicista) e as progressistas (a libertadora, a libertária e a crítico-social dos conteúdos). Ela também estudou os Parâmetros Curriculares Nacionais, PCNs (2000), e compreendeu que a partir dos anos 70 há tendências pedagógicas com um viés mais psicológico, outras com um mais sociológico e político, e que, a partir dos anos 80, há um movimento de integração entre essas abordagens, tendo como preocupação o domínio de conhecimentos formais pelos alunos, com vistas à participação crítica na sociedade, fazendo-se necessária, porém, uma adequação pedagógica às características dos alunos como sujeitos que pensam. Nesse momento, segundo os PCNs, o enfoque da educação está centrado no caráter social do processo de ensino e aprendizagem e é influenciado pela
Alternativas
Respostas
801: D
802: C
803: D
804: A
805: E
806: B
807: D
808: B
809: D
810: C
811: A
812: E
813: C
814: B
815: E
816: D
817: A
818: B
819: E
820: C