No Brasil, raízes étnico-culturais, bastante diversas, engendraram uma realidade multicultural à qual articularam-
-se relações desiguais de poder, resultando em desigual
valorização das identidades étnico-culturais, atribuindo
“lugar” hegemônico a algumas delas e tratando com
discriminação e preconceito outras. Na perspectiva da
construção de uma sociedade democrática, os princípios
constitucionais os quais embasam a legislação educacional brasileira apontam para a valorização das diferenças
e o combate à desigualdade. De acordo com Resende,
(1998), caminhar nessa direção ainda é um desafio muito grande para a sociedade em geral e particularmente
para os educadores, pois envolve, além de reconhecer a
realidade multicultural, agir deliberadamente para intervir
entre diferentes culturas. Para que a educação escolar
atue efetivamente no sentido da valorização da diversidade étnico-cultural, do desvelamento da desigualdade e
do combate à discriminação e ao preconceito, Resende
entende que é preciso revisitar essas questões nos espaços de formação dos professores para se ter capacidade
de enfrentar os desafios de incorporar o multiculturalismo
ao currículo, de promover o diálogo entre os diferentes
em prol de objetivos comuns, de