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Na análise dos custos de investimento relativos a projetos de irrigação, na estimativa final dos custos de cada um dos itens do projeto deve-se incluir o item imprevistos, para cobrir gastos oriundos de condições adversas e inesperadas, tanto no que se refere à análise de pré-viabilidade, em cerca de 30%, quanto à de viabilidade, em cerca de 20%.
O investimento público em projetos de desenvolvimento de recursos hídricos destina-se, prioritariamente, ao atendimento das necessidades e aspirações humanas, observados os objetivos e interesses dos entes federados e respeitados os limites de exploração da área do projeto.
A elaboração de projetos de irrigação apoia-se em dois elementos fundamentais: dados básicos e informações específicas do projeto (valores numéricos, topografia, dados geológicos, geotécnicos e hidrológicos, demandas de água para a irrigação e capacidade e requisitos de pressão do sistema de irrigação a ser implantado); e critérios de projeto, modos como os dados serão utilizados na elaboração do projeto (inclinação permitida para os taludes laterais e espessura mínima do revestimento dos canais, tipos de curva e de conexões aceitáveis para as tubulações e rotações admissíveis para bombas e motores).
Para se determinar a fonte de água para irrigação deve-se considerar a vazão disponível confiável, ou seja, a vazão máxima no período de estiagem, quando o sistema de irrigação precisará atender às necessidades hídricas da cultura, o que tem relação indireta com o tipo de sistema de irrigação e direta com o estágio de desenvolvimento da cultura.
A evapotranspiração e a precipitação total são os principais parâmetros para se estimar a quantidade de água necessária à irrigação, devendo a demanda máxima de irrigação para o dimensionamento de projetos destinados ao Nordeste brasileiro basear-se em 80% da evapotranspiração potencial da cultura.
Considerados tão somente os efeitos transacionais de mercado, a análise dos custos e benefícios de projetos de irrigação é relativamente simples; do ponto de vista socioeconômico, essa análise é mais complexa, visto que envolve todos os efeitos do projeto, entre os quais se inclui o impacto de sua implantação sobre diferentes grupos sociais.
O anteprojeto de cada sistema de irrigação pré-selecionado no planejamento da irrigação deve permitir a comparação das opções selecionadas, com base em critérios técnicos e econômicos, e a seleção da que apresente maior potencial para atingir os objetivos pretendidos e suportar os impactos da implantação do projeto.
No estudo de viabilidade de projeto de irrigação, elaboram-se projetos preliminares para as principais estruturas do empreendimento e para o sistema de distribuição, incluindo-se setores hidráulicos, com estimativas de custos embasadas em quantidades definidas a partir dos anteprojetos, e custos unitários desenvolvidos e ajustados com base em projetos similares.
A classificação de terras para irrigação, diferentemente do levantamento comum de solos, rege-se pela previsão, pela correlação econômica e pela consideração da influência de fatores permanentes e mutáveis, como, por exemplo o clima.
No estudo da área para a classificação de terras com o objetivo de implantação de projeto de irrigação, devem-se considerar as especificações das áreas circunvizinhas, para a determinação segura dos níveis esperados de produção, dos efeitos químicos e físicos, da infraestrutura de comercialização, do uso atual e futuro das terras e dos tipos de empreendimentos adequados.
Assim como se espera que terras de classes diversas de projetos diferentes apresentem níveis de retorno diversos, espera-se que terras de mesma classe, no mesmo projeto, tenham, necessariamente, a mesma faixa de retorno econômico, ainda que as características físicas das terras sejam iguais.
No levantamento para a classificação das terras, a fase de reconhecimento é caracterizada pelo nível de detalhamento que envolve a demarcação generalizada das terras destinadas à irrigação, mediante dados confiáveis para a identificação das terras aptas e inaptas, sendo considerado válido o levantamento que atinja 50% de precisão na separação de terras aptas e inaptas para irrigação, em comparação com a classificação detalhada.
São finalidades dos envoltórios em drenos subterrâneos: propiciar condições para que o gradiente hidráulico na interface solo-envoltório se mantenha baixo; facilitar o fluxo da água do solo para o dreno; baixar a velocidade da água nos poros; minimizar a desagregação do solo e o carreamento de partículas para o interior do dreno.
O espaçamento entre drenos abertos em áreas planas e com camada impermeável pouco profunda é determinado por métodos embasados na equação da elipse, ou equação de Donnan.
Entre todas as seções de mesma área molhada, a de menor perímetro, denominada seção de máxima eficiência, cujo raio hidráulico é máximo, favorece o aumento da velocidade da água e a economia do material usado no revestimento dos canais.
Na construção de canais de concreto em locais onde o nível do lençol freático estiver alto, devem-se utilizar drenos nas paredes e no fundo, prescindindo-se, nesse caso, das juntas de dilatação na laje de fundo.
Com relação ao movimento variado de escoamento permanente em canais, identificam-se as seguintes representações da energia específica conforme a profundidade do líquido: regime crítico; regime subcrítico, em que a velocidade da água é superior à velocidade crítica, e o escoamento, rápido e raso; regime supercrítico, em que a velocidade é inferior à velocidade crítica, e o escoamento, lento e profundo.
Em condutos forçados, a perda de energia decorrente da redução do diâmetro dos condutos provoca decaimento da linha de energia de forma definitiva e irrecuperável, o que não ocorre nos condutos livres, dada a existência de compensação entre o ganho e a perda de energia.
Para reservatório de barragem de volume pequeno em relação ao volume de entrada da cheia, a descarga do vertedouro deve ser 20% superior à vazão de pico da cheia, o que evita o transbordamento pela crista da barragem.
Na construção de pequenas barragens em fundação permeável exposta, quando existir a possibilidade de ocorrência da erosão regressiva ou piping, recomenda-se o uso de tapete drenante horizontal para remover a água sem causar erosão.