Questões de Concurso Para sedu-es

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Ano: 2022 Banca: FCC Órgão: SEDU-ES Prova: FCC - 2022 - SEDU-ES - Professor MaPB Pedagogo |
Q1962368 Pedagogia
A experiência estressante e inusitada de dois anos de pandemia colocou toda a comunidade escolar diante de desafios novos e complexos. Cuidar simultaneamente de defasagens geradas no processo de aprendizagem e efeitos emocionais importantes na saúde mental de todos está entre eles. Desenvolver as competências socioemocionais tal como previsto na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) ocupa um lugar ainda mais central nos planejamentos escolares.

Uma boa forma de orientar os professores a agirem de modo a criar um ambiente favorável ao desenvolvimento de competências socioemocionais é estimulá-los a
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Ano: 2022 Banca: FCC Órgão: SEDU-ES Prova: FCC - 2022 - SEDU-ES - Professor MaPB Pedagogo |
Q1962367 Pedagogia
Ensinar esses alunos nunca foi uma tarefa fácil. Implicou planejar e replanejar as ações que pudessem ter a participação de todos. Significou despender tempo, tanto para reflexões, quanto para a construção das práticas pedagógicas. Pensar em trabalhos que usassem pouco a linguagem escrita, mas que, ao mesmo tempo, a exercitassem exigia revisar leituras e práticas, refazer as trajetórias de aprendizagem dos alunos, dialogar com colegas especialistas em leitura e escrita, disponibilidade para criar novas práticas e estar aberta para a possibilidade de frustração. O tempo usado para o planejamento era inversamente proporcional aos resultados.

(Extraído do estudo de Goulart, 2011)

Este relato mostra a complexa tarefa do ensino que tem início no planejamento exigindo que o professor:

I. Conheça os alunos e a compreensão que eles têm dos conteúdos propostos para que estruture as experiências de aprendizagem, o que pressupõe conceber formas de representar e explicar o conteúdo. II. Pense sistematicamente sobre a realidade, sobre a proposta de trabalho, sobre a prática, tendo em vista criar diferentes oportunidades de aprendizagem. III. Desenvolva um planejamento suficientemente elaborado e que sua aplicação seja fiel ao que foi estabelecido para evitar adaptações no decorrer do processo de ensino.

Está correto o que se afirma em
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Ano: 2022 Banca: FCC Órgão: SEDU-ES Prova: FCC - 2022 - SEDU-ES - Professor MaPB Pedagogo |
Q1962366 Pedagogia
Qualquer professor em situação de trabalho com os alunos na sala de aula desempenha duas grandes ações que são complementares e necessárias:

1. A gestão dos aprendizados e a 2. Gestão da classe.

Estão corretas as definições para 1 e 2, respectivamente:
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Ano: 2022 Banca: FCC Órgão: SEDU-ES Prova: FCC - 2022 - SEDU-ES - Professor MaPB Pedagogo |
Q1962365 Pedagogia
As contribuições da Psicologia para a prática educativa pode se constituir de diferentes formas: a começar pela sua pluralidade de sistemas teóricos, perpassando as possibilidades de diálogo teórico dentro e fora do seu campo de conhecimento e, ainda, o diálogo com a prática educativa, que pode ser mediado pelo próprio professor, quando este faz uso da psicologia e de outros conhecimentos com a finalidade de promover intervenção pedagógica.

Com base neste texto, sobre as contribuições da Psicologia da Educação para a pedagogia, é correto afirmar que
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Ano: 2022 Banca: FCC Órgão: SEDU-ES Prova: FCC - 2022 - SEDU-ES - Professor MaPB Pedagogo |
Q1962364 Pedagogia
Nos países da América Latina e Caribe, boa parte dos alunos não tem aprendido o que os currículos sinalizam como o mínimo necessário para o seu desenvolvimento. Há uma profunda desigualdade de natureza socioeconômica e cultural nos sistemas educativos desses países, refletida nas diferenças entre as escolas e o rendimento dos alunos, especialmente quando se considera o tipo de população escolar atendida. Assim, têm-se enfrentado dois importantes desafios que estão inter-relacionados: primeiro, promover uma educação de qualidade, oportunizando aprendizagens relevantes e significativas para os alunos; segundo, promover a educação inclusiva e equitativa em que todos adquiram os aprendizados fundamentais. Logo, em uma escola inclusiva:

I. Os alunos que têm mais dificuldade, por razões diversas, recebem cuidados diferenciados para que possam aprender o que se define como necessário. II. Há práticas de discriminação positiva, tais como reforço escolar, aulas com diversidade de práticas pedagógicas. III. Há igualdade de tratamento, o que exige que cada um receba o mesmo que o outro.

Está correto o que se afirma em
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Ano: 2022 Banca: FCC Órgão: SEDU-ES Prova: FCC - 2022 - SEDU-ES - Professor MaPB Pedagogo |
Q1962363 Psicologia
Chaves (2012) estudou os sentimentos de professores diante da indisciplina de alunos adolescentes no Ensino Fundamental. Os muitos sentimentos relatados indicaram que os docentes, nessas situações, se viam em uma posição de extrema vulnerabilidade, já que ficavam sem saber como responder ao problema e também como dele escapar. Para romper com essa situação, é importante que
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Ano: 2022 Banca: FCC Órgão: SEDU-ES Prova: FCC - 2022 - SEDU-ES - Professor MaPB Pedagogo |
Q1962362 Psicologia
Segundo Vygotsky, duas crianças com a mesma idade mental podem alcançar, em medição posterior, resultados diferentes, quando contam com a ajuda de alguém mais experiente: enquanto uma avança dois anos, a outra, por exemplo, avança apenas um. Isso indica que 
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Ano: 2022 Banca: FCC Órgão: SEDU-ES Prova: FCC - 2022 - SEDU-ES - Professor MaPB Pedagogo |
Q1962361 Psicologia
As mudanças no desenvolvimento humano podem ser de dois tipos: as quantitativas, ou seja, aquelas que implicam, por exemplo, aumento de peso ou de vocabulário, e as qualitativas, que indicam uma mudança na organização da estrutura cognitiva. Para Piaget, um bom exemplo de mudança qualitativa é quando, aos 24 meses de idade, a criança
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Ano: 2022 Banca: FCC Órgão: SEDU-ES Prova: FCC - 2022 - SEDU-ES - Professor MaPB Pedagogo |
Q1962360 Português

Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.



      Compreender o fenômeno das desigualdades escolares era um dos temas centrais de Pierre Bourdieu (1930-2002). Até meados do século XX, as desigualdades escolares eram interpretadas como uma questão de dom e mérito individual. Nessa perspectiva de leitura do fenômeno, impunha-se a universalização da educação pública e gratuita e a garantia da sua qualidade, para que todos, inclusive os nascidos em famílias das camadas populares, tivessem a oportunidade de alcançar melhores condições de vida. Acreditava-se na seleção baseada em critérios neutros e racionais, o que também contribuiria para o aumento da mobilidade social.



      A década de 1960 é marcada, dentre outras, pela crise de uma concepção de escola e de educação. Alguns países já haviam democratizado o acesso ao ensino público e gratuito e, a despeito disso, pouco ou nada havia mudado. É o que demonstravam diversos estudos, patrocinados pelos governos americano, francês e inglês acerca dos seus sistemas de ensino: o sucesso escolar, contrariando as expectativas, não estaria ligado apenas às aptidões individuais, mas, ao contrário, estaria fortemente associado à origem social do aluno. Nesse cenário, a proposta teórica de Bourdieu aborda, entre outras, a problemática das desigualdades sociais em sua relação com as desigualdades escolares e, mais ainda, considera que as últimas reproduzem o sistema de hierarquização social. 



(Adaptado de: Origem social e percurso: mérito e contingência entre egressos de um curso superior. Disponível em: DOI: https://doi.org/10.23925/2175-3520.2021i52p10-21

Alguns países já haviam democratizado o acesso ao ensino público e gratuito e, a despeito disso, pouco ou nada havia mudado. (2° parágrafo)

Mantendo-se o sentido, sem que nenhuma outra alteração seja feita na frase, o trecho sublinhado acima pode ser substituído por:
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Ano: 2022 Banca: FCC Órgão: SEDU-ES Prova: FCC - 2022 - SEDU-ES - Professor MaPB Pedagogo |
Q1962359 Português

Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.



      Compreender o fenômeno das desigualdades escolares era um dos temas centrais de Pierre Bourdieu (1930-2002). Até meados do século XX, as desigualdades escolares eram interpretadas como uma questão de dom e mérito individual. Nessa perspectiva de leitura do fenômeno, impunha-se a universalização da educação pública e gratuita e a garantia da sua qualidade, para que todos, inclusive os nascidos em famílias das camadas populares, tivessem a oportunidade de alcançar melhores condições de vida. Acreditava-se na seleção baseada em critérios neutros e racionais, o que também contribuiria para o aumento da mobilidade social.



      A década de 1960 é marcada, dentre outras, pela crise de uma concepção de escola e de educação. Alguns países já haviam democratizado o acesso ao ensino público e gratuito e, a despeito disso, pouco ou nada havia mudado. É o que demonstravam diversos estudos, patrocinados pelos governos americano, francês e inglês acerca dos seus sistemas de ensino: o sucesso escolar, contrariando as expectativas, não estaria ligado apenas às aptidões individuais, mas, ao contrário, estaria fortemente associado à origem social do aluno. Nesse cenário, a proposta teórica de Bourdieu aborda, entre outras, a problemática das desigualdades sociais em sua relação com as desigualdades escolares e, mais ainda, considera que as últimas reproduzem o sistema de hierarquização social. 



(Adaptado de: Origem social e percurso: mérito e contingência entre egressos de um curso superior. Disponível em: DOI: https://doi.org/10.23925/2175-3520.2021i52p10-21

A partir da década de 1960, concluiu-se que havia forte associação entre
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Ano: 2022 Banca: FCC Órgão: SEDU-ES Prova: FCC - 2022 - SEDU-ES - Professor MaPB Pedagogo |
Q1962358 Português
Está correta a pontuação do seguinte comentário (adaptado do livro Os sapatos de Orfeu):
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Ano: 2022 Banca: FCC Órgão: SEDU-ES Prova: FCC - 2022 - SEDU-ES - Professor MaPB Pedagogo |
Q1962357 Português

Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.


A ingaia ciência


A madureza, essa terrível prenda

que alguém nos dá, raptando-nos, com ela,

todo sabor gratuito de oferenda

sob a glacialidade de uma estela,  



a madureza vê, posto que a venda

interrompa a surpresa da janela,

o círculo vazio, onde se estenda,

e que o mundo converte numa cela. 



A madureza sabe o preço exato

dos amores, dos ócios, dos quebrantos,

e nada pode contra sua ciência



e nem contra si mesma. O agudo olfato,

o agudo olhar, a mão, livre de encantos,

se destroem no sonho da existência. 



(ANDRADE, Carlos Drummond de. Claro Enigma)


Leia atentamente as afirmações abaixo.

I. O sentido da primeira frase do poema, que se inicia em “A madureza” (1° verso), completa-se ao final do 4° verso. II. O trecho o círculo vazio (2ª estrofe) possui a mesma função sintática do trecho o mundo (2ª estrofe). III. O eu lírico emprega o presente do indicativo a fim de enunciar verdades eternas, como no trecho A madureza sabe o preço exato // dos amores (3ª estrofe).

Está correto o que se afirma APENAS em
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Ano: 2022 Banca: FCC Órgão: SEDU-ES Prova: FCC - 2022 - SEDU-ES - Professor MaPB Pedagogo |
Q1962356 Português

Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.


A ingaia ciência


A madureza, essa terrível prenda

que alguém nos dá, raptando-nos, com ela,

todo sabor gratuito de oferenda

sob a glacialidade de uma estela,  



a madureza vê, posto que a venda

interrompa a surpresa da janela,

o círculo vazio, onde se estenda,

e que o mundo converte numa cela. 



A madureza sabe o preço exato

dos amores, dos ócios, dos quebrantos,

e nada pode contra sua ciência



e nem contra si mesma. O agudo olfato,

o agudo olhar, a mão, livre de encantos,

se destroem no sonho da existência. 



(ANDRADE, Carlos Drummond de. Claro Enigma)


O termo “ingaia”, do título do soneto, adquire, no contexto, sentido equivalente a
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Ano: 2022 Banca: FCC Órgão: SEDU-ES Prova: FCC - 2022 - SEDU-ES - Professor MaPB Pedagogo |
Q1962355 Português

Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.


A ingaia ciência


A madureza, essa terrível prenda

que alguém nos dá, raptando-nos, com ela,

todo sabor gratuito de oferenda

sob a glacialidade de uma estela,  



a madureza vê, posto que a venda

interrompa a surpresa da janela,

o círculo vazio, onde se estenda,

e que o mundo converte numa cela. 



A madureza sabe o preço exato

dos amores, dos ócios, dos quebrantos,

e nada pode contra sua ciência



e nem contra si mesma. O agudo olfato,

o agudo olhar, a mão, livre de encantos,

se destroem no sonho da existência. 



(ANDRADE, Carlos Drummond de. Claro Enigma)


Para o eu lírico, o advento da “madureza”  
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Ano: 2022 Banca: FCC Órgão: SEDU-ES Prova: FCC - 2022 - SEDU-ES - Professor MaPB Pedagogo |
Q1962354 Português
Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.  


1. Vem uma pessoa de Cachoeiro de Itapemirim e me dá notícias melancólicas. Numa viagem pelo interior, em estradas antigamente belas, achou tudo feio e triste. A estupidez e a cobiça dos homens continua a devastar e exaurir a terra.

2. Mas não são apenas notícias tristes que me chegam da terra. Ouço nomes de velhos amigos e fico sabendo de histórias novas. E a pessoa me fala da praia – de Marataíses – e diz que ainda continua reservado para mim aquele pedaço de terra, em cima das pedras, entre duas prainhas...

3. Ali, um dia, o velho Braga, juntando os tostões que puder ganhar batendo em sua máquina, levantará a sua casa perante o mar da infância. Ali plantará árvores e armará sua rede e meditará talvez com tédio e melancolia na vida que passou. Esse dia talvez ainda esteja muito longe, e talvez não exista. Mas é doce pensar que o nordeste está lá, jogando as ondas bravas e fiéis contra as pedras de antigamente; que milhões de vezes a espumarada recua e ferve, escachoando, e outra onda se ergue para arremeter contra o pequeno território em que o velho Braga construiu sua casa de sonho e de paz. Como será a casa? Ah, amigos arquitetos, vocês me façam uma coisa tão simples e tão natural que, entrando na casa, morando na casa, a gente nunca tenha a impressão de que antes de fazê-la foi preciso traçar um plano; e que a ninguém sequer ocorra que ela foi construída, mas existe naturalmente, desde sempre e para sempre, tranquila, boa e simples.

4. Que árvores plantarei? A terra certamente é ruim, além de pequena, e eu talvez não possa ter uma fruta-pão nem um jenipapeiro; talvez mangueiras e coqueiros para dar sombra e música; talvez... Mas nem sequer o pedaço de terra ainda é meu; meus títulos de propriedade são apenas esses devaneios que oscilam entre a infância e a velhice, que me levam para longe das inquietações de hoje.

5. Que rei sou eu, Braga Sem Terra, Rubem Coração de Leão de Circo, triste circo desorganizado e pobre em que o palhaço cuida do elefante e o trapezista vai pescar nas noites sem lua com a rede de proteção, e a luz das estrelas e a água da chuva atravessam o pano encardido e roto...

6. Mas me sinto subitamente sólido; há alguns metros, nestes 8 mil quilômetros de costa, onde posso plantar minha casa nos dias de aflição e de cansaço, com pedras de ar e telhas de brisa; e os coqueiros farfalham, um sabiá canta meio longe, e me afundo na rede, e posso dormir para sempre ao embalo do mar...


(Adaptado de: BRAGA, Rubem. Vem uma pessoa. 1949)
O termo sublinhado faz referência a algo que o antecede no seguinte trecho:
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Ano: 2022 Banca: FCC Órgão: SEDU-ES Prova: FCC - 2022 - SEDU-ES - Professor MaPB Pedagogo |
Q1962353 Português
Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.  


1. Vem uma pessoa de Cachoeiro de Itapemirim e me dá notícias melancólicas. Numa viagem pelo interior, em estradas antigamente belas, achou tudo feio e triste. A estupidez e a cobiça dos homens continua a devastar e exaurir a terra.

2. Mas não são apenas notícias tristes que me chegam da terra. Ouço nomes de velhos amigos e fico sabendo de histórias novas. E a pessoa me fala da praia – de Marataíses – e diz que ainda continua reservado para mim aquele pedaço de terra, em cima das pedras, entre duas prainhas...

3. Ali, um dia, o velho Braga, juntando os tostões que puder ganhar batendo em sua máquina, levantará a sua casa perante o mar da infância. Ali plantará árvores e armará sua rede e meditará talvez com tédio e melancolia na vida que passou. Esse dia talvez ainda esteja muito longe, e talvez não exista. Mas é doce pensar que o nordeste está lá, jogando as ondas bravas e fiéis contra as pedras de antigamente; que milhões de vezes a espumarada recua e ferve, escachoando, e outra onda se ergue para arremeter contra o pequeno território em que o velho Braga construiu sua casa de sonho e de paz. Como será a casa? Ah, amigos arquitetos, vocês me façam uma coisa tão simples e tão natural que, entrando na casa, morando na casa, a gente nunca tenha a impressão de que antes de fazê-la foi preciso traçar um plano; e que a ninguém sequer ocorra que ela foi construída, mas existe naturalmente, desde sempre e para sempre, tranquila, boa e simples.

4. Que árvores plantarei? A terra certamente é ruim, além de pequena, e eu talvez não possa ter uma fruta-pão nem um jenipapeiro; talvez mangueiras e coqueiros para dar sombra e música; talvez... Mas nem sequer o pedaço de terra ainda é meu; meus títulos de propriedade são apenas esses devaneios que oscilam entre a infância e a velhice, que me levam para longe das inquietações de hoje.

5. Que rei sou eu, Braga Sem Terra, Rubem Coração de Leão de Circo, triste circo desorganizado e pobre em que o palhaço cuida do elefante e o trapezista vai pescar nas noites sem lua com a rede de proteção, e a luz das estrelas e a água da chuva atravessam o pano encardido e roto...

6. Mas me sinto subitamente sólido; há alguns metros, nestes 8 mil quilômetros de costa, onde posso plantar minha casa nos dias de aflição e de cansaço, com pedras de ar e telhas de brisa; e os coqueiros farfalham, um sabiá canta meio longe, e me afundo na rede, e posso dormir para sempre ao embalo do mar...


(Adaptado de: BRAGA, Rubem. Vem uma pessoa. 1949)
Está coerente e correta a redação do seguinte comentário:
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Ano: 2022 Banca: FCC Órgão: SEDU-ES Prova: FCC - 2022 - SEDU-ES - Professor MaPB Pedagogo |
Q1962352 Português
Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.  


1. Vem uma pessoa de Cachoeiro de Itapemirim e me dá notícias melancólicas. Numa viagem pelo interior, em estradas antigamente belas, achou tudo feio e triste. A estupidez e a cobiça dos homens continua a devastar e exaurir a terra.

2. Mas não são apenas notícias tristes que me chegam da terra. Ouço nomes de velhos amigos e fico sabendo de histórias novas. E a pessoa me fala da praia – de Marataíses – e diz que ainda continua reservado para mim aquele pedaço de terra, em cima das pedras, entre duas prainhas...

3. Ali, um dia, o velho Braga, juntando os tostões que puder ganhar batendo em sua máquina, levantará a sua casa perante o mar da infância. Ali plantará árvores e armará sua rede e meditará talvez com tédio e melancolia na vida que passou. Esse dia talvez ainda esteja muito longe, e talvez não exista. Mas é doce pensar que o nordeste está lá, jogando as ondas bravas e fiéis contra as pedras de antigamente; que milhões de vezes a espumarada recua e ferve, escachoando, e outra onda se ergue para arremeter contra o pequeno território em que o velho Braga construiu sua casa de sonho e de paz. Como será a casa? Ah, amigos arquitetos, vocês me façam uma coisa tão simples e tão natural que, entrando na casa, morando na casa, a gente nunca tenha a impressão de que antes de fazê-la foi preciso traçar um plano; e que a ninguém sequer ocorra que ela foi construída, mas existe naturalmente, desde sempre e para sempre, tranquila, boa e simples.

4. Que árvores plantarei? A terra certamente é ruim, além de pequena, e eu talvez não possa ter uma fruta-pão nem um jenipapeiro; talvez mangueiras e coqueiros para dar sombra e música; talvez... Mas nem sequer o pedaço de terra ainda é meu; meus títulos de propriedade são apenas esses devaneios que oscilam entre a infância e a velhice, que me levam para longe das inquietações de hoje.

5. Que rei sou eu, Braga Sem Terra, Rubem Coração de Leão de Circo, triste circo desorganizado e pobre em que o palhaço cuida do elefante e o trapezista vai pescar nas noites sem lua com a rede de proteção, e a luz das estrelas e a água da chuva atravessam o pano encardido e roto...

6. Mas me sinto subitamente sólido; há alguns metros, nestes 8 mil quilômetros de costa, onde posso plantar minha casa nos dias de aflição e de cansaço, com pedras de ar e telhas de brisa; e os coqueiros farfalham, um sabiá canta meio longe, e me afundo na rede, e posso dormir para sempre ao embalo do mar...


(Adaptado de: BRAGA, Rubem. Vem uma pessoa. 1949)
Como recurso expressivo, o cronista recorre ao eufemismo, ou seja, à substituição de uma expressão que possa ter sentido triste ou desagradável por outra de sentido mais suave, no seguinte segmento: 
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Ano: 2022 Banca: FCC Órgão: SEDU-ES Prova: FCC - 2022 - SEDU-ES - Professor MaPB Pedagogo |
Q1962351 Português
Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.  


1. Vem uma pessoa de Cachoeiro de Itapemirim e me dá notícias melancólicas. Numa viagem pelo interior, em estradas antigamente belas, achou tudo feio e triste. A estupidez e a cobiça dos homens continua a devastar e exaurir a terra.

2. Mas não são apenas notícias tristes que me chegam da terra. Ouço nomes de velhos amigos e fico sabendo de histórias novas. E a pessoa me fala da praia – de Marataíses – e diz que ainda continua reservado para mim aquele pedaço de terra, em cima das pedras, entre duas prainhas...

3. Ali, um dia, o velho Braga, juntando os tostões que puder ganhar batendo em sua máquina, levantará a sua casa perante o mar da infância. Ali plantará árvores e armará sua rede e meditará talvez com tédio e melancolia na vida que passou. Esse dia talvez ainda esteja muito longe, e talvez não exista. Mas é doce pensar que o nordeste está lá, jogando as ondas bravas e fiéis contra as pedras de antigamente; que milhões de vezes a espumarada recua e ferve, escachoando, e outra onda se ergue para arremeter contra o pequeno território em que o velho Braga construiu sua casa de sonho e de paz. Como será a casa? Ah, amigos arquitetos, vocês me façam uma coisa tão simples e tão natural que, entrando na casa, morando na casa, a gente nunca tenha a impressão de que antes de fazê-la foi preciso traçar um plano; e que a ninguém sequer ocorra que ela foi construída, mas existe naturalmente, desde sempre e para sempre, tranquila, boa e simples.

4. Que árvores plantarei? A terra certamente é ruim, além de pequena, e eu talvez não possa ter uma fruta-pão nem um jenipapeiro; talvez mangueiras e coqueiros para dar sombra e música; talvez... Mas nem sequer o pedaço de terra ainda é meu; meus títulos de propriedade são apenas esses devaneios que oscilam entre a infância e a velhice, que me levam para longe das inquietações de hoje.

5. Que rei sou eu, Braga Sem Terra, Rubem Coração de Leão de Circo, triste circo desorganizado e pobre em que o palhaço cuida do elefante e o trapezista vai pescar nas noites sem lua com a rede de proteção, e a luz das estrelas e a água da chuva atravessam o pano encardido e roto...

6. Mas me sinto subitamente sólido; há alguns metros, nestes 8 mil quilômetros de costa, onde posso plantar minha casa nos dias de aflição e de cansaço, com pedras de ar e telhas de brisa; e os coqueiros farfalham, um sabiá canta meio longe, e me afundo na rede, e posso dormir para sempre ao embalo do mar...


(Adaptado de: BRAGA, Rubem. Vem uma pessoa. 1949)
Considerando-se o contexto, o segmento Que rei sou eu, Braga Sem Terra, Rubem Coração de Leão de Circo (5° parágrafo) estabelece um contraponto, em termos de sentido, ao que se encontra em:
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Ano: 2022 Banca: FCC Órgão: SEDU-ES Prova: FCC - 2022 - SEDU-ES - Professor MaPB Pedagogo |
Q1962350 Português
Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.  


1. Vem uma pessoa de Cachoeiro de Itapemirim e me dá notícias melancólicas. Numa viagem pelo interior, em estradas antigamente belas, achou tudo feio e triste. A estupidez e a cobiça dos homens continua a devastar e exaurir a terra.

2. Mas não são apenas notícias tristes que me chegam da terra. Ouço nomes de velhos amigos e fico sabendo de histórias novas. E a pessoa me fala da praia – de Marataíses – e diz que ainda continua reservado para mim aquele pedaço de terra, em cima das pedras, entre duas prainhas...

3. Ali, um dia, o velho Braga, juntando os tostões que puder ganhar batendo em sua máquina, levantará a sua casa perante o mar da infância. Ali plantará árvores e armará sua rede e meditará talvez com tédio e melancolia na vida que passou. Esse dia talvez ainda esteja muito longe, e talvez não exista. Mas é doce pensar que o nordeste está lá, jogando as ondas bravas e fiéis contra as pedras de antigamente; que milhões de vezes a espumarada recua e ferve, escachoando, e outra onda se ergue para arremeter contra o pequeno território em que o velho Braga construiu sua casa de sonho e de paz. Como será a casa? Ah, amigos arquitetos, vocês me façam uma coisa tão simples e tão natural que, entrando na casa, morando na casa, a gente nunca tenha a impressão de que antes de fazê-la foi preciso traçar um plano; e que a ninguém sequer ocorra que ela foi construída, mas existe naturalmente, desde sempre e para sempre, tranquila, boa e simples.

4. Que árvores plantarei? A terra certamente é ruim, além de pequena, e eu talvez não possa ter uma fruta-pão nem um jenipapeiro; talvez mangueiras e coqueiros para dar sombra e música; talvez... Mas nem sequer o pedaço de terra ainda é meu; meus títulos de propriedade são apenas esses devaneios que oscilam entre a infância e a velhice, que me levam para longe das inquietações de hoje.

5. Que rei sou eu, Braga Sem Terra, Rubem Coração de Leão de Circo, triste circo desorganizado e pobre em que o palhaço cuida do elefante e o trapezista vai pescar nas noites sem lua com a rede de proteção, e a luz das estrelas e a água da chuva atravessam o pano encardido e roto...

6. Mas me sinto subitamente sólido; há alguns metros, nestes 8 mil quilômetros de costa, onde posso plantar minha casa nos dias de aflição e de cansaço, com pedras de ar e telhas de brisa; e os coqueiros farfalham, um sabiá canta meio longe, e me afundo na rede, e posso dormir para sempre ao embalo do mar...


(Adaptado de: BRAGA, Rubem. Vem uma pessoa. 1949)
No segmento
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Ano: 2022 Banca: FCC Órgão: SEDU-ES Prova: FCC - 2022 - SEDU-ES - Professor MaPB Pedagogo |
Q1962349 Português
Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.  


1. Vem uma pessoa de Cachoeiro de Itapemirim e me dá notícias melancólicas. Numa viagem pelo interior, em estradas antigamente belas, achou tudo feio e triste. A estupidez e a cobiça dos homens continua a devastar e exaurir a terra.

2. Mas não são apenas notícias tristes que me chegam da terra. Ouço nomes de velhos amigos e fico sabendo de histórias novas. E a pessoa me fala da praia – de Marataíses – e diz que ainda continua reservado para mim aquele pedaço de terra, em cima das pedras, entre duas prainhas...

3. Ali, um dia, o velho Braga, juntando os tostões que puder ganhar batendo em sua máquina, levantará a sua casa perante o mar da infância. Ali plantará árvores e armará sua rede e meditará talvez com tédio e melancolia na vida que passou. Esse dia talvez ainda esteja muito longe, e talvez não exista. Mas é doce pensar que o nordeste está lá, jogando as ondas bravas e fiéis contra as pedras de antigamente; que milhões de vezes a espumarada recua e ferve, escachoando, e outra onda se ergue para arremeter contra o pequeno território em que o velho Braga construiu sua casa de sonho e de paz. Como será a casa? Ah, amigos arquitetos, vocês me façam uma coisa tão simples e tão natural que, entrando na casa, morando na casa, a gente nunca tenha a impressão de que antes de fazê-la foi preciso traçar um plano; e que a ninguém sequer ocorra que ela foi construída, mas existe naturalmente, desde sempre e para sempre, tranquila, boa e simples.

4. Que árvores plantarei? A terra certamente é ruim, além de pequena, e eu talvez não possa ter uma fruta-pão nem um jenipapeiro; talvez mangueiras e coqueiros para dar sombra e música; talvez... Mas nem sequer o pedaço de terra ainda é meu; meus títulos de propriedade são apenas esses devaneios que oscilam entre a infância e a velhice, que me levam para longe das inquietações de hoje.

5. Que rei sou eu, Braga Sem Terra, Rubem Coração de Leão de Circo, triste circo desorganizado e pobre em que o palhaço cuida do elefante e o trapezista vai pescar nas noites sem lua com a rede de proteção, e a luz das estrelas e a água da chuva atravessam o pano encardido e roto...

6. Mas me sinto subitamente sólido; há alguns metros, nestes 8 mil quilômetros de costa, onde posso plantar minha casa nos dias de aflição e de cansaço, com pedras de ar e telhas de brisa; e os coqueiros farfalham, um sabiá canta meio longe, e me afundo na rede, e posso dormir para sempre ao embalo do mar...


(Adaptado de: BRAGA, Rubem. Vem uma pessoa. 1949)
O texto permite inferir que
Alternativas
Respostas
221: B
222: B
223: A
224: D
225: C
226: E
227: D
228: B
229: B
230: A
231: C
232: D
233: E
234: A
235: B
236: E
237: D
238: A
239: C
240: E