Questões de Concurso Para seeduc-rj

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Q503736 Português
COMO LER NAS “ENTRELINHAS”?

As conhecidas “entrelinhas” são uma boa metáfora visual para aquilo que poderíamos designar, de maneira mais apropriada, como o “não-dito” de um texto. Entre uma linha e outra não há supostamente nada exceto o branco da página, da mesma maneira que o não-dito obviamente não foi escrito, logo, não pode ser lido.

Entretanto, lembremos que a linguagem humana é simultaneamente pletórica e insu?ciente: sempre se diz mais e menos do que se queria dizer. Até mesmo um texto prosaico e informativo esconde algumas informações e sugere outras, que se nos revelam se soubermos ler... nas entrelinhas. Ora, um texto de ?cção amplia conscientemente o espaço das suas entrelinhas, justamente para poder tanto esconder quanto sugerir mais informações. Desse modo, ele desa?a o seu leitor a decifrá-lo, vale dizer, a escavar as suas entrelinhas.

Nos dois parágrafos acima, por exemplo.
O que se encontra nas entrelinhas?
O que eu não disse?
O que estou escondendo?

Quando digo que “um texto de ficção amplia conscientemente o espaço das suas entrelinhas” e “desafia o seu leitor a decifrá-lo”, vejo-me escondendo nada menos do que o próprio autor do texto, porque empresto consciência e vontade a uma coisa, isto é, a um texto. Se o meu leitor percebe que fiz isto, ou seja, se o meu leitor lê nas entrelinhas do meu texto, ele pode me interpretar ou de um modo conservador ou de um modo mais ousado.

O meu leitor conservador pode entender que apenas recorri a uma metonímia elegante, dizendo “texto” no lugar de “autor do texto” por economia de palavras e para dar estilo ao que escrevo. O meu leitor ousado já pode especular que sobreponho o texto ao seu autor para sugerir que a própria escrita modifica quem escreve, e o faz no momento mesmo do gesto de escrever.

Ambas as interpretações me parecem válidas, embora eu goste mais da segunda. Talvez haja outras leituras igualmente válidas, embora nem tudo se possa enfiar impunemente nas entrelinhas alheias. Em todo caso, creio que achei um bom exemplo de leitura de entrelinhas no próprio texto que fala das entrelinhas...

Se posso ler nas entrelinhas de textos teóricos ou informativos como este que vos fala, o que não dizer de textos de ficção? Este meu texto não se quer propositalmente ambíguo ou plurissignificativo, mas o acaba sendo de algum modo, por força das condições internas de toda a linguagem, o que abre espaço para suas entrelinhas, isto é, para seus não-ditos.

Um texto de ficção, entretanto, já se quer ambíguo e plurissignificativo, assumindo orgulhosamente suas entrelinhas. Estas entrelinhas são maiores ou menores, mais ou menos carregadas de sentido, dependendo, é claro, do texto que contornam. Textos menores e mais densos, por exemplo, tendem a conter entrelinhas às vezes maiores do que eles mesmos.

É o caso do menor conto do mundo, do hondurenho Augusto Monterroso, intitulado “O Dinossauro”. O conto tem apenas sete palavras e cabe em apenas uma linha: “quando acordou, o dinossauro ainda estava ali”.
As entrelinhas cercam este conto, provocando muitas perguntas, como, por exemplo:

1. Quem acordou?
2. Quem fala?
3. Onde é ali?
4. O dinossauro ainda estava ali porque também se encontrava lá antes de a tal pessoa dormir, ou porque ela sonhara com o dinossauro e ele saiu do sonho para a sua realidade?
5. O dinossauro que ainda estava ali é o animal extinto ou um símbolo?
6. Se for o animal extinto e supondo que o conto se passa na nossa época, como ele chegou ali?
7. Se não se passa na nossa época, então em que época se passa a história?
8. Se, todavia, o dinossauro é um símbolo, o que simboliza?

Na verdade, as entrelinhas contêm as perguntas que um texto nos sugere, muito mais do que as respostas que ele porventura esconde. A nossa habilidade de ler nas entrelinhas se desenvolve junto com a nossa habilidade de seguir as sugestões do texto e de formular perguntas a respeito dele e mesmo contra ele, para explorá-las sem necessariamente respondê-las de uma vez para sempre.

Gustavo Bernardo (Adaptado de: revista.vestibular.uerj.br/coluna/)

Já no primeiro parágrafo, o autor sugere que a designação “entrelinhas" é:
Alternativas
Q503735 Português
COMO LER NAS “ENTRELINHAS”?

As conhecidas “entrelinhas” são uma boa metáfora visual para aquilo que poderíamos designar, de maneira mais apropriada, como o “não-dito” de um texto. Entre uma linha e outra não há supostamente nada exceto o branco da página, da mesma maneira que o não-dito obviamente não foi escrito, logo, não pode ser lido.

Entretanto, lembremos que a linguagem humana é simultaneamente pletórica e insu?ciente: sempre se diz mais e menos do que se queria dizer. Até mesmo um texto prosaico e informativo esconde algumas informações e sugere outras, que se nos revelam se soubermos ler... nas entrelinhas. Ora, um texto de ?cção amplia conscientemente o espaço das suas entrelinhas, justamente para poder tanto esconder quanto sugerir mais informações. Desse modo, ele desa?a o seu leitor a decifrá-lo, vale dizer, a escavar as suas entrelinhas.

Nos dois parágrafos acima, por exemplo.
O que se encontra nas entrelinhas?
O que eu não disse?
O que estou escondendo?

Quando digo que “um texto de ficção amplia conscientemente o espaço das suas entrelinhas” e “desafia o seu leitor a decifrá-lo”, vejo-me escondendo nada menos do que o próprio autor do texto, porque empresto consciência e vontade a uma coisa, isto é, a um texto. Se o meu leitor percebe que fiz isto, ou seja, se o meu leitor lê nas entrelinhas do meu texto, ele pode me interpretar ou de um modo conservador ou de um modo mais ousado.

O meu leitor conservador pode entender que apenas recorri a uma metonímia elegante, dizendo “texto” no lugar de “autor do texto” por economia de palavras e para dar estilo ao que escrevo. O meu leitor ousado já pode especular que sobreponho o texto ao seu autor para sugerir que a própria escrita modifica quem escreve, e o faz no momento mesmo do gesto de escrever.

Ambas as interpretações me parecem válidas, embora eu goste mais da segunda. Talvez haja outras leituras igualmente válidas, embora nem tudo se possa enfiar impunemente nas entrelinhas alheias. Em todo caso, creio que achei um bom exemplo de leitura de entrelinhas no próprio texto que fala das entrelinhas...

Se posso ler nas entrelinhas de textos teóricos ou informativos como este que vos fala, o que não dizer de textos de ficção? Este meu texto não se quer propositalmente ambíguo ou plurissignificativo, mas o acaba sendo de algum modo, por força das condições internas de toda a linguagem, o que abre espaço para suas entrelinhas, isto é, para seus não-ditos.

Um texto de ficção, entretanto, já se quer ambíguo e plurissignificativo, assumindo orgulhosamente suas entrelinhas. Estas entrelinhas são maiores ou menores, mais ou menos carregadas de sentido, dependendo, é claro, do texto que contornam. Textos menores e mais densos, por exemplo, tendem a conter entrelinhas às vezes maiores do que eles mesmos.

É o caso do menor conto do mundo, do hondurenho Augusto Monterroso, intitulado “O Dinossauro”. O conto tem apenas sete palavras e cabe em apenas uma linha: “quando acordou, o dinossauro ainda estava ali”.
As entrelinhas cercam este conto, provocando muitas perguntas, como, por exemplo:

1. Quem acordou?
2. Quem fala?
3. Onde é ali?
4. O dinossauro ainda estava ali porque também se encontrava lá antes de a tal pessoa dormir, ou porque ela sonhara com o dinossauro e ele saiu do sonho para a sua realidade?
5. O dinossauro que ainda estava ali é o animal extinto ou um símbolo?
6. Se for o animal extinto e supondo que o conto se passa na nossa época, como ele chegou ali?
7. Se não se passa na nossa época, então em que época se passa a história?
8. Se, todavia, o dinossauro é um símbolo, o que simboliza?

Na verdade, as entrelinhas contêm as perguntas que um texto nos sugere, muito mais do que as respostas que ele porventura esconde. A nossa habilidade de ler nas entrelinhas se desenvolve junto com a nossa habilidade de seguir as sugestões do texto e de formular perguntas a respeito dele e mesmo contra ele, para explorá-las sem necessariamente respondê-las de uma vez para sempre.

Gustavo Bernardo (Adaptado de: revista.vestibular.uerj.br/coluna/)

Uma característica do gênero crônica presente no texto lido é:
Alternativas
Q503734 Inglês
Learners of English as a foreign language usually have problems in distinguishing between oral and written English. Oral language typically displays an unplanned and fragmented speech, while written language usually presents a more elaborated and planned speech. When correcting written assignments, teachers should pay particular attention to the uses that are typically oral. The alternatives below present examples of oral speech. The only exception is:
Alternativas
Q503733 Inglês
Consider the following sentence from a student’s essay.

“The theme of this short story make us see the beauty in another vision.” (source: a real student’s essay)

The sentence should be rewritten as the following alternative:
Alternativas
Q503732 Inglês
Consider the following noun phrase: ‘the only navigable river’. Suppose a student asks you if there is a difference in meaning if ‘navigable’ is placed after ‘river’. The alternative with the correct answer and comment is:
Alternativas
Q503731 Inglês
Suppose you are correcting some literary essays. In one essay, you find the following extract.

“It begins with the Giant coming back to his garden after a seven-year trip. When arriving they see that children play in his garden." (source: a real student's essay)

The mistake that directly affects the cohesion of the extract is the/a:
Alternativas
Q503730 Inglês
Suppose a student asks you if 'whose' in the following academic passage is wrong.

“There is a way of proceeding in conceptual matters whose method is to define away any inconvenient difficulty." (Biber et al, 1999, p. 617)

The alternative with the correct answer and comment is:
Alternativas
Q503729 Inglês
Modal verbs can be classified into two major categories of me- aning: epistemic and deontic. Epistemic modals refer to the logical status of events or states. The following alternatives are examples of epistemic modals. The only exception is:
Alternativas
Q503728 Inglês
One mechanism of grammatical cohesion is the use of substituting pro-forms. The only example of a pro-form is:
Alternativas
Q503727 Inglês
According to the Longman Grammar (Biber et al., 1999, p. 988), “collocations are associations between lexical words, so that the words co-occur more frequently than expected by chance”. This text presents several examples of collocations. The only exception is:
Alternativas
Q503726 Inglês
Adverbs present a range of semantic categories. In this text, we can ?nd some of them: time, manner, degree etc. The only pair that includes adverbs of different semantic categories is:
Alternativas
Q503725 Inglês
This text shows several examples of multiple parallel clausal structures. One example particularly shows the repetition of subordinate clauses to describe the preceding noun phrase, producing a certain dramatic effect. The example is:
Alternativas
Q503724 Inglês
According to the Longman Grammar (Biber et al., 1999), it is dificult to identify the intended time reference for the past perfect, because the reference depends on the context. In “All of them were loved, but most had missed many of the experiences we expect children to have in their first five years." (l. 12), the time reference for the past perfect verb phrase is:
Alternativas
Q503723 Inglês
Lexical choices vary according to the different types of language: written or spoken. An example of a word in the text that is typical of American conversational English is:
Alternativas
Q503722 Inglês
In the sentence “It would be nice if teachers who work in the most challenging schools could be paid more." (l. 43), the personal pronoun 'it' functions as an:
Alternativas
Q503721 Inglês
This editorial is a critical response to the article “Poor schools, rookie teachers” (l. 3). The critique is built against the logical relation established between the two noun phrases of this title. This logical relation is one of:
Alternativas
Q503720 Inglês
According to the text, the only reason that fails to justify teachers leaving the toughest schools is that they:
Alternativas
Q503719 Inglês
Questions 21 through 35 address existing theories of English teaching. Read them and mark the correct alternative.
In “Teaching Reading Skills in a Foreign Language”, Nuttall (1996, p. 39) presents some reading strategies. According to the author, some of them are obvious and some are more complex. The correct correspondence between the strategy and the type is:
Alternativas
Q503718 Inglês
Questions 21 through 35 address existing theories of English teaching. Read them and mark the correct alternative.
“Scaffolding” (Nuttall, 1996, p.36) is a process that “focus on enabling students to develop”. In “Teaching Reading Skills in a Foreign Language”, Nuttall suggests some steps to promote this process. The alternative that presents one of these steps is:
Alternativas
Q503717 Inglês
Questions 21 through 35 address existing theories of English teaching. Read them and mark the correct alternative.
Assuming that current language teaching tends to be eclectic in terms of approaches and that this might result in inconsistent and unfounded practice, Harmer (2007) recommends three essential elements for any teaching sequence: engage, study and activate. The alternative with a correct example of one of these elements is:
Alternativas
Respostas
161: D
162: B
163: A
164: C
165: A
166: C
167: D
168: B
169: E
170: D
171: B
172: E
173: C
174: D
175: A
176: D
177: D
178: C
179: A
180: D