Questões de Concurso Para ifc-sc

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Ano: 2015 Banca: IESES Órgão: IFC-SC Prova: IESES - 2015 - IFC-SC - Letras Português |
Q859099 Pedagogia
Uma abordagem interacionista acredita e prevê que a construção do conhecimento se efetue por meio de trocas intersubjetivas entre os próprios alunos e entre professor e aluno. Nela, o professor convida os alunos a terem uma postura ativa diante do conhecimento. Dessa forma, podemos afirmar que o professor mediador caracteriza-se por todas as ações das alternativas a seguir, EXCETO:
Alternativas
Ano: 2015 Banca: IESES Órgão: IFC-SC Prova: IESES - 2015 - IFC-SC - Letras Português |
Q859098 Pedagogia

Assinale a alternativa que complete corretamente o período a seguir, de acordo com os pressupostos dos parâmetros curriculares.


A leitura é uma atividade ____________ altamente complexa de construção de ____________ que se dá com base nos conhecimentos _____________ presentes na superfície textual e na sua forma de organização e requer a ___________ de um vasto conjunto de saberes no interior do evento comunicativo.

Alternativas
Ano: 2015 Banca: IESES Órgão: IFC-SC Prova: IESES - 2015 - IFC-SC - Letras Português |
Q859097 Pedagogia

“Para operacionalizar a prática pedagógica de Literatura, é necessário que se tenha clara a concepção histórico-cultural de aprendizagem que norteia a Proposta Curricular de SC. De acordo com essa concepção, a aprendizagem é um processo de produção coletiva que se dá através da interação dos envolvidos e da mediação do professor.” (Proposta Curricular de Santa Catarina – Literatura. p.47).


Assinale a única afirmação correta de acordo com essa premissa:

Alternativas
Ano: 2015 Banca: IESES Órgão: IFC-SC Prova: IESES - 2015 - IFC-SC - Letras Português |
Q859096 Pedagogia

Os PCNEM analisam o ensino da língua portuguesa a partir da legislação vigente. Sobre isso, coloque V para verdadeiro ou F para falso nas afirmações a seguir. Em seguida, assinale a alternativa com a ordem correta de respostas.


( ) A escola não tem poder para decidir a carga horária da disciplina.

( ) A finalidade da disciplina é desenvolver o educando, assegurar-lhe formação indispensável para o exercícios da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos superiores.

( ) A legislação não leva em conta o caráter comunicativo ao dispor sobre o aprofundamento dos conhecimentos como meta para continuar aprendendo.

( ) O estudo da língua materna deve, pela interação verbal, permitir o desenvolvimento das capacidades cognitivas dos alunos.

Alternativas
Ano: 2015 Banca: IESES Órgão: IFC-SC Prova: IESES - 2015 - IFC-SC - Letras Português |
Q859095 Pedagogia

As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica (p.231) orientam para que o currículo de quaisquer dos cursos da modalidade de Educação Profissional e Tecnológica deve ser construído a partir de dois eixos norteadores essenciais: o trabalho como princípio educativo e a pesquisa como princípio pedagógico. Estes dois princípios: o princípio educativo do trabalho, e o princípio pedagógico da pesquisa, devem estar presentes em toda a Educação Básica e, de modo especial na Educação Profissional Técnica de Nível Médio, em todas as suas formas de oferta e de organização.


A partir dessa premissa, podemos afirmar que todos os princípios elencados nas alternativas a seguir cumprem os critérios fixados pelas Diretrizes, EXCETO:

Alternativas
Ano: 2015 Banca: IESES Órgão: IFC-SC Prova: IESES - 2015 - IFC-SC - Letras Português |
Q859094 Pedagogia

Bakhtin afirma que a linguagem é vista não como um sistema de categorias gramaticais abstratas, mas como uma realidade axiologicamente saturada; não como um ente gramatical homogêneo, mas como um fenômeno sempre estratificado.


A ideia de realidade axiologicamente saturada, nesse contexto, encontra-se em qual das alternativas? Assinale-a:

Alternativas
Ano: 2015 Banca: IESES Órgão: IFC-SC Prova: IESES - 2015 - IFC-SC - Letras Português |
Q859093 Pedagogia
De acordo com o proposto pelos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (PCNEM), a única competência que NÃO é tida como prioritária no ensino de Língua Portuguesa, hoje, é:
Alternativas
Ano: 2015 Banca: IESES Órgão: IFC-SC Prova: IESES - 2015 - IFC-SC - Letras Português |
Q859091 Português

Assinale a sequência correta dos sinais de pontuação necessários nas lacunas para dar sentido e correção ao período a seguir. Não sendo necessários qualquer sinal, 0 indicará essa inexistência


Com o passar do tempo __ os jovens perceberam que precisavam de apoio ___ e não de aprovação ___ para dar continuidade ao seu projeto ___ modificar a realidade ___ e assim toda a sociedade saiu ganhando.

Alternativas
Ano: 2015 Banca: IESES Órgão: IFC-SC Prova: IESES - 2015 - IFC-SC - Letras Português |
Q859090 Português

“O verbo de ligação ‘ser’ concorda ora com o sujeito ora com o predicativo, o que às vezes causa estranheza, como no uso de ‘é nós’.”

Josué Machado. In: Revista Língua Portuguesa. Ano 9, n.114, abril de 2015. p.44.


Assinale a alternativa em que a concordância do verbo ‘ser’ esteja INCORRETA.

Alternativas
Ano: 2015 Banca: IESES Órgão: IFC-SC Prova: IESES - 2015 - IFC-SC - Letras Português |
Q859089 Português

Sobre o ensino das literaturas, avalie as proposições abaixo. Em seguida, escolha a alternativa que contenha a análise correta das mesmas.


I. A compreensão do que é Literatura, tomada do ponto de vista histórico e da investigação dos conceitos e das vivências dos alunos e seus pares, suscita o interesse pela investigação das produções literárias locais e regionais.

II. Para compreender a que necessidades do ser humano atende a Literatura, não é necessário indagar por que e para quem se escreve. Simplesmente deve-se ler, o que já dispensa qualquer investigação sobre a função que tem a Literatura de ficção no cotidiano e no universo escolar.

III. É preciso reconhecer que as manifestações literárias atendem a necessidades artísticas. Percebe-se, na investigação coletiva, o quanto a Literatura está presente no dia a dia.

IV. O entendimento do que é Literatura pode e deve limitar-se ao universo da bibliografia específica a ser trabalhada em sala de aula.

Alternativas
Ano: 2015 Banca: IESES Órgão: IFC-SC Prova: IESES - 2015 - IFC-SC - Letras Português |
Q859088 Português
Analise as situações a seguir e assinale a alternativa em que a atividade descrita depende mais significativamente do domínio do conceito de intertextualidade pelo aluno.
Alternativas
Ano: 2015 Banca: IESES Órgão: IFC-SC Prova: IESES - 2015 - IFC-SC - Letras Português |
Q859086 Português
Assinale a alternativa em que há o emprego de adjetivo com valor de advérbio.
Alternativas
Ano: 2015 Banca: IESES Órgão: IFC-SC Prova: IESES - 2015 - IFC-SC - Letras Português |
Q859084 Português

                             QUANDO A CIÊNCIA VIRA ALQUIMIA

         Tom panfletário para defender teorias pode ser sintoma de dogma linguístico

                                                                                                                                  Aldo Bizzocchi


      A ciência funda-se nos princípios da objetividade, neutralidade e imparcialidade, pilares do método científico, na busca da verdade, doa em quem doer, e na destruição de crenças infundadas, por mais arraigadas que estejam.

      Não obstante, muitos discursos, especialmente nas ciências humanas - mas não exclusivamente nestas -, pautam-se pela subjetividade e passionalismo. [...]

      Com a linguística não é diferente. Embora tenha sido a primeira das humanidades a ganhar status de ciência, em princípios do século 19, muito do que se publica hoje a respeito de língua resvala no juízo de valor, na subjetividade e tendenciosidade em detrimento dos fatos objetivos.

      Variação: É natural que todo estudioso, face à sua própria formação acadêmica e interesse de pesquisa, se filie a alguma corrente teórica, isto é, adote uma determinada metáfora para descrever a realidade (a língua como ser vivo, estrutura mecânica, sistema complexo, fato biológico, social ou mental, e assim por diante). Mas a defesa intransigente do modelo a despeito da realidade que ele pretende descrever arrisca-se a transformar teoria em dogma e ciência em religião ou facção política.

      Nenhuma teoria científica, por mais neutra, imparcial e objetiva que seja (e é preciso que assim o seja, senão não é científica), está livre de transformar-se em ideologia nas mãos de pesquisadores imaturos ou mal-intencionados. A bola da vez parece ser a chamada linguística variacionista.

      Decorrente dos estudos sociolinguísticos dos anos 1970, essa linha de investigação teve o mérito de mostrar que a língua não é um sistema único, monolítico, mas um conjunto de subsistemas apenas parcialmente coincidentes, em que as variações e mudanças decorrem de fatores como o tempo histórico, a localização geográfica, a classe social, o nível de escolarização, a situação de comunicação, a modalidade (oral ou escrita) e o meio físico (canal ou mídia) em que se dá o discurso.

      Revisão: A teoria da variação linguística permitiu mostrar que todos somos, como diria Evanildo Bechara, poliglotas em nossa língua, assim como contribuiu para relativizar a questão do erro gramatical e da obediência cega à norma padrão. Entretanto, se desmistificou a crença de que "a maioria dos brasileiros não sabe falar português" ou "nunca se falou tão mal como hoje em dia", muniu os ideólogos de plantão com argumentos que, para contestar a norma vigente, fazem apologia da fala popular e não escolarizada; para defender uma pseudodemocracia linguística, legitimam o desrespeito à gramática, vista como instrumento de repressão a serviço das classes dominantes; e assim por diante. 

      É evidente que não se pode nem se deve usar o português normativo numa mesa de bar ou numa brincadeira de crianças, mas isso não quer dizer que se deva estimular as pessoas a falar de modo informal em situações formais. É óbvio que está equivocado o professor que destrói a autoestima dos alunos ao convencê-los de que são ignorantes, falam errado ou não sabem se expressar direito. É para mostrar que há várias línguas dentro da língua e que cada uma é adequada a uma situação de discurso que muitos linguistas propõem o ensino da variação linguística em sala de aula. Mas desde que fique claro que o objetivo da escola é ensinar o aluno a manejar com maestria o português formal, pois é este o que lhe será exigido no mercado de trabalho e em muitas relações sociais, até porque no português informal o aluno já é proficiente. 

      Contexto: Mas há educadores que, mesmo bem-intencionados, disseminam a falsa crença de que o importante na comunicação é a eficiência (Si deu pra intendê, tá tudo certo!) e de que clareza, correção e elegância são coisas supérfluas ou, pior, excludentes ("a norma culta é o instrumento linguístico criado pela burguesia para oprimir o proletariado"). Esses maus educadores acabam contribuindo para alimentar a fama que os linguistas têm entre gramáticos conservadores e leigos desavisados de que são a favor do vale-tudo em matéria de língua. 

      Com isso, perde a linguística séria, pautada no método científico; perde o já tão desprestigiado ensino de língua; perdem os estudantes, que irão para o mercado de trabalho despreparados e para a sociedade dotados de um vocabulário de não mais que oitocentas palavras; perde enfim o país, costumeiramente na lanterninha em avaliações internacionais de desempenho escolar.

BIZZOCCHI, Aldo. Quando a ciência vira alquimia. In: Revista Língua Portuguesa. Ano 9, n.113, março de 2015. p.60-61 


Aldo Bizzocchi é doutor em Linguística pela USP, com pós-doutorado pela UERJ, pesquisador do Núcleo de Pesquisa em Etimologia e História da Língua Portuguesa da USP, com pós-doutorado na UERJ. É autor de Léxico e Ideologia na Europa Ocidental (Annablume) e Anatomia da Cultura (Palas Athena). www.aldobizzocchi.com.br 

“Decorrente dos estudos sociolinguísticos dos anos 1970, essa linha de investigação teve o mérito de mostrar que a língua não é um sistema único, monolítico, mas um conjunto de subsistemas apenas parcialmente coincidentes”. A palavra destacada faz menção a que:
Alternativas
Ano: 2015 Banca: IESES Órgão: IFC-SC Prova: IESES - 2015 - IFC-SC - Letras Português |
Q859083 Português

                             QUANDO A CIÊNCIA VIRA ALQUIMIA

         Tom panfletário para defender teorias pode ser sintoma de dogma linguístico

                                                                                                                                  Aldo Bizzocchi


      A ciência funda-se nos princípios da objetividade, neutralidade e imparcialidade, pilares do método científico, na busca da verdade, doa em quem doer, e na destruição de crenças infundadas, por mais arraigadas que estejam.

      Não obstante, muitos discursos, especialmente nas ciências humanas - mas não exclusivamente nestas -, pautam-se pela subjetividade e passionalismo. [...]

      Com a linguística não é diferente. Embora tenha sido a primeira das humanidades a ganhar status de ciência, em princípios do século 19, muito do que se publica hoje a respeito de língua resvala no juízo de valor, na subjetividade e tendenciosidade em detrimento dos fatos objetivos.

      Variação: É natural que todo estudioso, face à sua própria formação acadêmica e interesse de pesquisa, se filie a alguma corrente teórica, isto é, adote uma determinada metáfora para descrever a realidade (a língua como ser vivo, estrutura mecânica, sistema complexo, fato biológico, social ou mental, e assim por diante). Mas a defesa intransigente do modelo a despeito da realidade que ele pretende descrever arrisca-se a transformar teoria em dogma e ciência em religião ou facção política.

      Nenhuma teoria científica, por mais neutra, imparcial e objetiva que seja (e é preciso que assim o seja, senão não é científica), está livre de transformar-se em ideologia nas mãos de pesquisadores imaturos ou mal-intencionados. A bola da vez parece ser a chamada linguística variacionista.

      Decorrente dos estudos sociolinguísticos dos anos 1970, essa linha de investigação teve o mérito de mostrar que a língua não é um sistema único, monolítico, mas um conjunto de subsistemas apenas parcialmente coincidentes, em que as variações e mudanças decorrem de fatores como o tempo histórico, a localização geográfica, a classe social, o nível de escolarização, a situação de comunicação, a modalidade (oral ou escrita) e o meio físico (canal ou mídia) em que se dá o discurso.

      Revisão: A teoria da variação linguística permitiu mostrar que todos somos, como diria Evanildo Bechara, poliglotas em nossa língua, assim como contribuiu para relativizar a questão do erro gramatical e da obediência cega à norma padrão. Entretanto, se desmistificou a crença de que "a maioria dos brasileiros não sabe falar português" ou "nunca se falou tão mal como hoje em dia", muniu os ideólogos de plantão com argumentos que, para contestar a norma vigente, fazem apologia da fala popular e não escolarizada; para defender uma pseudodemocracia linguística, legitimam o desrespeito à gramática, vista como instrumento de repressão a serviço das classes dominantes; e assim por diante. 

      É evidente que não se pode nem se deve usar o português normativo numa mesa de bar ou numa brincadeira de crianças, mas isso não quer dizer que se deva estimular as pessoas a falar de modo informal em situações formais. É óbvio que está equivocado o professor que destrói a autoestima dos alunos ao convencê-los de que são ignorantes, falam errado ou não sabem se expressar direito. É para mostrar que há várias línguas dentro da língua e que cada uma é adequada a uma situação de discurso que muitos linguistas propõem o ensino da variação linguística em sala de aula. Mas desde que fique claro que o objetivo da escola é ensinar o aluno a manejar com maestria o português formal, pois é este o que lhe será exigido no mercado de trabalho e em muitas relações sociais, até porque no português informal o aluno já é proficiente. 

      Contexto: Mas há educadores que, mesmo bem-intencionados, disseminam a falsa crença de que o importante na comunicação é a eficiência (Si deu pra intendê, tá tudo certo!) e de que clareza, correção e elegância são coisas supérfluas ou, pior, excludentes ("a norma culta é o instrumento linguístico criado pela burguesia para oprimir o proletariado"). Esses maus educadores acabam contribuindo para alimentar a fama que os linguistas têm entre gramáticos conservadores e leigos desavisados de que são a favor do vale-tudo em matéria de língua. 

      Com isso, perde a linguística séria, pautada no método científico; perde o já tão desprestigiado ensino de língua; perdem os estudantes, que irão para o mercado de trabalho despreparados e para a sociedade dotados de um vocabulário de não mais que oitocentas palavras; perde enfim o país, costumeiramente na lanterninha em avaliações internacionais de desempenho escolar.

BIZZOCCHI, Aldo. Quando a ciência vira alquimia. In: Revista Língua Portuguesa. Ano 9, n.113, março de 2015. p.60-61 


Aldo Bizzocchi é doutor em Linguística pela USP, com pós-doutorado pela UERJ, pesquisador do Núcleo de Pesquisa em Etimologia e História da Língua Portuguesa da USP, com pós-doutorado na UERJ. É autor de Léxico e Ideologia na Europa Ocidental (Annablume) e Anatomia da Cultura (Palas Athena). www.aldobizzocchi.com.br 

O caráter sócio-interacionista do ensino preconizado pelos PCN pode ser percebido em todos os fragmentos do texto lido, EXCETO em qual das alternativas? Assinale-a.
Alternativas
Ano: 2015 Banca: IESES Órgão: IFC-SC Prova: IESES - 2015 - IFC-SC - Letras Português |
Q859082 Português

                             QUANDO A CIÊNCIA VIRA ALQUIMIA

         Tom panfletário para defender teorias pode ser sintoma de dogma linguístico

                                                                                                                                  Aldo Bizzocchi


      A ciência funda-se nos princípios da objetividade, neutralidade e imparcialidade, pilares do método científico, na busca da verdade, doa em quem doer, e na destruição de crenças infundadas, por mais arraigadas que estejam.

      Não obstante, muitos discursos, especialmente nas ciências humanas - mas não exclusivamente nestas -, pautam-se pela subjetividade e passionalismo. [...]

      Com a linguística não é diferente. Embora tenha sido a primeira das humanidades a ganhar status de ciência, em princípios do século 19, muito do que se publica hoje a respeito de língua resvala no juízo de valor, na subjetividade e tendenciosidade em detrimento dos fatos objetivos.

      Variação: É natural que todo estudioso, face à sua própria formação acadêmica e interesse de pesquisa, se filie a alguma corrente teórica, isto é, adote uma determinada metáfora para descrever a realidade (a língua como ser vivo, estrutura mecânica, sistema complexo, fato biológico, social ou mental, e assim por diante). Mas a defesa intransigente do modelo a despeito da realidade que ele pretende descrever arrisca-se a transformar teoria em dogma e ciência em religião ou facção política.

      Nenhuma teoria científica, por mais neutra, imparcial e objetiva que seja (e é preciso que assim o seja, senão não é científica), está livre de transformar-se em ideologia nas mãos de pesquisadores imaturos ou mal-intencionados. A bola da vez parece ser a chamada linguística variacionista.

      Decorrente dos estudos sociolinguísticos dos anos 1970, essa linha de investigação teve o mérito de mostrar que a língua não é um sistema único, monolítico, mas um conjunto de subsistemas apenas parcialmente coincidentes, em que as variações e mudanças decorrem de fatores como o tempo histórico, a localização geográfica, a classe social, o nível de escolarização, a situação de comunicação, a modalidade (oral ou escrita) e o meio físico (canal ou mídia) em que se dá o discurso.

      Revisão: A teoria da variação linguística permitiu mostrar que todos somos, como diria Evanildo Bechara, poliglotas em nossa língua, assim como contribuiu para relativizar a questão do erro gramatical e da obediência cega à norma padrão. Entretanto, se desmistificou a crença de que "a maioria dos brasileiros não sabe falar português" ou "nunca se falou tão mal como hoje em dia", muniu os ideólogos de plantão com argumentos que, para contestar a norma vigente, fazem apologia da fala popular e não escolarizada; para defender uma pseudodemocracia linguística, legitimam o desrespeito à gramática, vista como instrumento de repressão a serviço das classes dominantes; e assim por diante. 

      É evidente que não se pode nem se deve usar o português normativo numa mesa de bar ou numa brincadeira de crianças, mas isso não quer dizer que se deva estimular as pessoas a falar de modo informal em situações formais. É óbvio que está equivocado o professor que destrói a autoestima dos alunos ao convencê-los de que são ignorantes, falam errado ou não sabem se expressar direito. É para mostrar que há várias línguas dentro da língua e que cada uma é adequada a uma situação de discurso que muitos linguistas propõem o ensino da variação linguística em sala de aula. Mas desde que fique claro que o objetivo da escola é ensinar o aluno a manejar com maestria o português formal, pois é este o que lhe será exigido no mercado de trabalho e em muitas relações sociais, até porque no português informal o aluno já é proficiente. 

      Contexto: Mas há educadores que, mesmo bem-intencionados, disseminam a falsa crença de que o importante na comunicação é a eficiência (Si deu pra intendê, tá tudo certo!) e de que clareza, correção e elegância são coisas supérfluas ou, pior, excludentes ("a norma culta é o instrumento linguístico criado pela burguesia para oprimir o proletariado"). Esses maus educadores acabam contribuindo para alimentar a fama que os linguistas têm entre gramáticos conservadores e leigos desavisados de que são a favor do vale-tudo em matéria de língua. 

      Com isso, perde a linguística séria, pautada no método científico; perde o já tão desprestigiado ensino de língua; perdem os estudantes, que irão para o mercado de trabalho despreparados e para a sociedade dotados de um vocabulário de não mais que oitocentas palavras; perde enfim o país, costumeiramente na lanterninha em avaliações internacionais de desempenho escolar.

BIZZOCCHI, Aldo. Quando a ciência vira alquimia. In: Revista Língua Portuguesa. Ano 9, n.113, março de 2015. p.60-61 


Aldo Bizzocchi é doutor em Linguística pela USP, com pós-doutorado pela UERJ, pesquisador do Núcleo de Pesquisa em Etimologia e História da Língua Portuguesa da USP, com pós-doutorado na UERJ. É autor de Léxico e Ideologia na Europa Ocidental (Annablume) e Anatomia da Cultura (Palas Athena). www.aldobizzocchi.com.br 

“As propostas de mudanças qualitativas para o processo de ensino-aprendizagem e sistematização de um conjunto de disposições e atitudes como pesquisar, selecionar informações, analisar, sintetizar, argumentar, negociar significados, cooperar, de forma que o aluno possa participar do mundo social, incluindo-se aí a cidadania, o trabalho e a continuidade dos estudos”. (Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN – para o Ensino Médio - EM. p.5)


A aplicação da orientação dos PCNEM podem ser confirmadas em qual das passagens do texto transcritas a seguir?

Alternativas
Ano: 2015 Banca: IESES Órgão: IFC-SC Prova: IESES - 2015 - IFC-SC - Letras Português |
Q859081 Português

                             QUANDO A CIÊNCIA VIRA ALQUIMIA

         Tom panfletário para defender teorias pode ser sintoma de dogma linguístico

                                                                                                                                  Aldo Bizzocchi


      A ciência funda-se nos princípios da objetividade, neutralidade e imparcialidade, pilares do método científico, na busca da verdade, doa em quem doer, e na destruição de crenças infundadas, por mais arraigadas que estejam.

      Não obstante, muitos discursos, especialmente nas ciências humanas - mas não exclusivamente nestas -, pautam-se pela subjetividade e passionalismo. [...]

      Com a linguística não é diferente. Embora tenha sido a primeira das humanidades a ganhar status de ciência, em princípios do século 19, muito do que se publica hoje a respeito de língua resvala no juízo de valor, na subjetividade e tendenciosidade em detrimento dos fatos objetivos.

      Variação: É natural que todo estudioso, face à sua própria formação acadêmica e interesse de pesquisa, se filie a alguma corrente teórica, isto é, adote uma determinada metáfora para descrever a realidade (a língua como ser vivo, estrutura mecânica, sistema complexo, fato biológico, social ou mental, e assim por diante). Mas a defesa intransigente do modelo a despeito da realidade que ele pretende descrever arrisca-se a transformar teoria em dogma e ciência em religião ou facção política.

      Nenhuma teoria científica, por mais neutra, imparcial e objetiva que seja (e é preciso que assim o seja, senão não é científica), está livre de transformar-se em ideologia nas mãos de pesquisadores imaturos ou mal-intencionados. A bola da vez parece ser a chamada linguística variacionista.

      Decorrente dos estudos sociolinguísticos dos anos 1970, essa linha de investigação teve o mérito de mostrar que a língua não é um sistema único, monolítico, mas um conjunto de subsistemas apenas parcialmente coincidentes, em que as variações e mudanças decorrem de fatores como o tempo histórico, a localização geográfica, a classe social, o nível de escolarização, a situação de comunicação, a modalidade (oral ou escrita) e o meio físico (canal ou mídia) em que se dá o discurso.

      Revisão: A teoria da variação linguística permitiu mostrar que todos somos, como diria Evanildo Bechara, poliglotas em nossa língua, assim como contribuiu para relativizar a questão do erro gramatical e da obediência cega à norma padrão. Entretanto, se desmistificou a crença de que "a maioria dos brasileiros não sabe falar português" ou "nunca se falou tão mal como hoje em dia", muniu os ideólogos de plantão com argumentos que, para contestar a norma vigente, fazem apologia da fala popular e não escolarizada; para defender uma pseudodemocracia linguística, legitimam o desrespeito à gramática, vista como instrumento de repressão a serviço das classes dominantes; e assim por diante. 

      É evidente que não se pode nem se deve usar o português normativo numa mesa de bar ou numa brincadeira de crianças, mas isso não quer dizer que se deva estimular as pessoas a falar de modo informal em situações formais. É óbvio que está equivocado o professor que destrói a autoestima dos alunos ao convencê-los de que são ignorantes, falam errado ou não sabem se expressar direito. É para mostrar que há várias línguas dentro da língua e que cada uma é adequada a uma situação de discurso que muitos linguistas propõem o ensino da variação linguística em sala de aula. Mas desde que fique claro que o objetivo da escola é ensinar o aluno a manejar com maestria o português formal, pois é este o que lhe será exigido no mercado de trabalho e em muitas relações sociais, até porque no português informal o aluno já é proficiente. 

      Contexto: Mas há educadores que, mesmo bem-intencionados, disseminam a falsa crença de que o importante na comunicação é a eficiência (Si deu pra intendê, tá tudo certo!) e de que clareza, correção e elegância são coisas supérfluas ou, pior, excludentes ("a norma culta é o instrumento linguístico criado pela burguesia para oprimir o proletariado"). Esses maus educadores acabam contribuindo para alimentar a fama que os linguistas têm entre gramáticos conservadores e leigos desavisados de que são a favor do vale-tudo em matéria de língua. 

      Com isso, perde a linguística séria, pautada no método científico; perde o já tão desprestigiado ensino de língua; perdem os estudantes, que irão para o mercado de trabalho despreparados e para a sociedade dotados de um vocabulário de não mais que oitocentas palavras; perde enfim o país, costumeiramente na lanterninha em avaliações internacionais de desempenho escolar.

BIZZOCCHI, Aldo. Quando a ciência vira alquimia. In: Revista Língua Portuguesa. Ano 9, n.113, março de 2015. p.60-61 


Aldo Bizzocchi é doutor em Linguística pela USP, com pós-doutorado pela UERJ, pesquisador do Núcleo de Pesquisa em Etimologia e História da Língua Portuguesa da USP, com pós-doutorado na UERJ. É autor de Léxico e Ideologia na Europa Ocidental (Annablume) e Anatomia da Cultura (Palas Athena). www.aldobizzocchi.com.br 

O quarto parágrafo do texto remete, principalmente, à ideia de que:
Alternativas
Ano: 2015 Banca: IESES Órgão: IFC-SC Prova: IESES - 2015 - IFC-SC - Letras Português |
Q859071 Português

Texto I


A arte pós-moderna vai se diferenciar dos movimentos do alto modernismo, por preferir formas lúdicas, disjuntivas, ecléticas e fragmentadas. A arte vai servir aí como parâmetro, exprimindo o imaginário da pós-modernidade, não se estruturando mais na paródia (o escárnio do passado), mas no pastiche (a apropriação do passado). A única possibilidade, já que tudo já foi feito, é combinar, mesclar, re-apropriar [sic]. [...]

A arte eletrônica vai constituir-se numa nova "forma simbólica", através da qual os artistas utilizam as novas tecnologias numa postura ao mesmo tempo crítica e lúdica, com o intuito de multiplicar suas possibilidades estéticas. Essa nova forma simbólica vai explorar a numerização (trabalhando indiferentemente texto, sons, imagens fixas e em movimento), a spectralidade (a imagem é auto-referente [sic], não dependendo de um objeto real, e sim de um modelo), o ciberespaço (o espaço eletrônico), a instantaneidade (o tempo real) e a interatividade [...].

(LEMOS, André. Fragmento extraído de: Arte eletrônica e cibercultura. Disponível em: http://www.blogacesso.com.br/?p=102 Acesso em 15 abr 2015). André Lemos é professor e pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas da UFBA. Para saber mais sobre o objeto de estudo de André Lemos, acesse o site www.andrelemos.info


Texto II 
Imagem associada para resolução da questão

Retome as ideias presentes nos textos I e II e assinale a única alternativa INCORRETA
Alternativas
Q838354 Governança de TI
As ferramentas de gestão de TI, COBIT e o ITIL, atuam em diferentes áreas de uma organização. Com relação aos aspectos de suas principais características, órgãos reguladores e pontos positivos, assinale entre as quatro opções, a única alternativa INCORRETA:
Alternativas
Q838353 Banco de Dados

Analise os itens relacionados aos Sistemas de Banco de Dados:


I. Na terminologia de base de dados relacional, a linha é chamada de atributo, a coluna é chamada de tupla e a tabela de domínio. O tipo de dado que especifica o tipo dos valores que podem aparecer em uma coluna é chamado de relação.

II. Um banco de dados relacional é um banco de dados percebido por seus usuários como uma coleção de RelVars (relvars) ou, de modo mais informal, tabelas.

III. Um sistema relacional é um sistema que admite bancos de dados relacionais e operações sobre esses bancos dados, incluindo em particular as operações de restrição, projeção e junção.

IV. O modelo relacional de dados está relacionado com três aspectos principais dos dados: a estrutura de dados, a integridade de dados e a manipulação de dados.

A sequência correta é:

Alternativas
Q838352 Engenharia de Software
Em relação à tecnologia de orientação a objetos, a capacidade de um novo objeto tomar atributos e operações de um objeto existente, permitindo criar classes complexas sem repetir código é definida como:
Alternativas
Respostas
1201: A
1202: A
1203: D
1204: B
1205: D
1206: D
1207: C
1208: B
1209: C
1210: D
1211: B
1212: C
1213: B
1214: A
1215: A
1216: C
1217: A
1218: A
1219: D
1220: C