Questões de Concurso
Para uepb
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Atente ao fragmento abaixo, extraído do romance d´APedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta, de Ariano Suassuna, de modo a responder a questão.
“Folheto I - Pequeno Cantar Acadêmico a Modo de Introdução Daqui de cima, no pavimento superior, pela janela gradeada da Cadeia onde estou preso, vejo os arredores da nossa indomável Vila sertaneja. O Sol treme na vista, reluzindo nas pedras mais próximas. Da terra agreste, espinhenta e pedregosa, batida pelo Sol esbraseado, parece desprender-se um sopro ardente, que tanto pode ser o arquejo de gerações e gerações de Cangaceiros, de rudes Beatos e Profetas, assassinados durante anos e anos entre essas pedras selvagens, como pode ser a respiração dessa Fera estranha, a Terra - esta Onça-Parda em cujo dorso habita a Raça piolhosa dos homens. Pode ser, também, a respiração fogosa dessa outra Fera, a Divindade, Onça-Malhada que é dona da Parda, e que, há milênios, acicata a nossa Raça, puxando-a para o alto, para o Reino e para o Sol. Daqui de cima, porém, o que vejo agora é a tripla face, de Paraíso, Purgatório e Inferno, do Sertão. Para os lados do poente, longe, azulada pela distância, a Serra do Pico, com a enorme e alta pedra que lhe dá nome. Perto, no leito seco do Rio Taperoá, cuja areia é cheia de cristais despedaçados que faíscam ao Sol, grandes Cajueiros, com seus frutos vermelhos e cor de ouro. Para o outro lado, o do nascente, o da estrada de Campina Grande e Estaca-Zero, vejo pedaços esparsos e agrestes de tabuleiro, cobertos de Marmeleiros secos e Xiquexiques. Finalmente, para os lados do norte, vejo pedras, lajedos e serrotes, cercando a nossa Vila e cercados, eles mesmos, por Favelas espinhentas e Urtigas, parecendo enormes Lagartos cinzentos, malhados de negro e ferrugem; Lagartos venenosos, adormecidos, estirados ao Sol e abrigando Cobras, Gaviões e outros bichos ligados à crueldade da Onça do Mundo. Aí, talvez por causa da situação em que me encontro, preso na Cadeia, o Sertão, sob o Sol fagulhante do meio-dia, me aparece, ele todo, como uma enorme Cadeia, dentro da qual, entre muralhas de serras pedregosas que lhe servissem de muro inexpugnável a apertar suas fronteiras, estivéssemos todos nós, aprisionados e acusados, aguardando as decisões da Justiça; sendo que, a qualquer momento, a Onça-Malhada do Divino pode se precipitar sobre nós, para nos sangrar, ungir e consagrar pela destruição. É meio-dia, agora, em nossa Vila de Taperoá. Estamos a 9 de Outubro de 1938. É tempo de seca, e aqui, dentro da Cadeia onde estou preso, o calor começou a ficar insuportável desde as dez horas da manhã. Pedi então ao Cabo Luís Riscão que me deixasse sair lá de baixo, da cela comum, e vir cá para cima, varrer o chão de madeira do pavimento superior, onde funcionava, até o fim do ano passado, a Câmara Municipal”. ".
(SUASSUNA, Ariano. O Romance d´APedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta, Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1971).
Atente ao fragmento abaixo, extraído do romance d´APedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta, de Ariano Suassuna, de modo a responder a questão.
“Folheto I - Pequeno Cantar Acadêmico a Modo de Introdução Daqui de cima, no pavimento superior, pela janela gradeada da Cadeia onde estou preso, vejo os arredores da nossa indomável Vila sertaneja. O Sol treme na vista, reluzindo nas pedras mais próximas. Da terra agreste, espinhenta e pedregosa, batida pelo Sol esbraseado, parece desprender-se um sopro ardente, que tanto pode ser o arquejo de gerações e gerações de Cangaceiros, de rudes Beatos e Profetas, assassinados durante anos e anos entre essas pedras selvagens, como pode ser a respiração dessa Fera estranha, a Terra - esta Onça-Parda em cujo dorso habita a Raça piolhosa dos homens. Pode ser, também, a respiração fogosa dessa outra Fera, a Divindade, Onça-Malhada que é dona da Parda, e que, há milênios, acicata a nossa Raça, puxando-a para o alto, para o Reino e para o Sol. Daqui de cima, porém, o que vejo agora é a tripla face, de Paraíso, Purgatório e Inferno, do Sertão. Para os lados do poente, longe, azulada pela distância, a Serra do Pico, com a enorme e alta pedra que lhe dá nome. Perto, no leito seco do Rio Taperoá, cuja areia é cheia de cristais despedaçados que faíscam ao Sol, grandes Cajueiros, com seus frutos vermelhos e cor de ouro. Para o outro lado, o do nascente, o da estrada de Campina Grande e Estaca-Zero, vejo pedaços esparsos e agrestes de tabuleiro, cobertos de Marmeleiros secos e Xiquexiques. Finalmente, para os lados do norte, vejo pedras, lajedos e serrotes, cercando a nossa Vila e cercados, eles mesmos, por Favelas espinhentas e Urtigas, parecendo enormes Lagartos cinzentos, malhados de negro e ferrugem; Lagartos venenosos, adormecidos, estirados ao Sol e abrigando Cobras, Gaviões e outros bichos ligados à crueldade da Onça do Mundo. Aí, talvez por causa da situação em que me encontro, preso na Cadeia, o Sertão, sob o Sol fagulhante do meio-dia, me aparece, ele todo, como uma enorme Cadeia, dentro da qual, entre muralhas de serras pedregosas que lhe servissem de muro inexpugnável a apertar suas fronteiras, estivéssemos todos nós, aprisionados e acusados, aguardando as decisões da Justiça; sendo que, a qualquer momento, a Onça-Malhada do Divino pode se precipitar sobre nós, para nos sangrar, ungir e consagrar pela destruição. É meio-dia, agora, em nossa Vila de Taperoá. Estamos a 9 de Outubro de 1938. É tempo de seca, e aqui, dentro da Cadeia onde estou preso, o calor começou a ficar insuportável desde as dez horas da manhã. Pedi então ao Cabo Luís Riscão que me deixasse sair lá de baixo, da cela comum, e vir cá para cima, varrer o chão de madeira do pavimento superior, onde funcionava, até o fim do ano passado, a Câmara Municipal”. ".
(SUASSUNA, Ariano. O Romance d´APedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta, Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1971).
Atente ao fragmento abaixo, extraído do romance d´APedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta, de Ariano Suassuna, de modo a responder a questão.
“Folheto I - Pequeno Cantar Acadêmico a Modo de Introdução Daqui de cima, no pavimento superior, pela janela gradeada da Cadeia onde estou preso, vejo os arredores da nossa indomável Vila sertaneja. O Sol treme na vista, reluzindo nas pedras mais próximas. Da terra agreste, espinhenta e pedregosa, batida pelo Sol esbraseado, parece desprender-se um sopro ardente, que tanto pode ser o arquejo de gerações e gerações de Cangaceiros, de rudes Beatos e Profetas, assassinados durante anos e anos entre essas pedras selvagens, como pode ser a respiração dessa Fera estranha, a Terra - esta Onça-Parda em cujo dorso habita a Raça piolhosa dos homens. Pode ser, também, a respiração fogosa dessa outra Fera, a Divindade, Onça-Malhada que é dona da Parda, e que, há milênios, acicata a nossa Raça, puxando-a para o alto, para o Reino e para o Sol. Daqui de cima, porém, o que vejo agora é a tripla face, de Paraíso, Purgatório e Inferno, do Sertão. Para os lados do poente, longe, azulada pela distância, a Serra do Pico, com a enorme e alta pedra que lhe dá nome. Perto, no leito seco do Rio Taperoá, cuja areia é cheia de cristais despedaçados que faíscam ao Sol, grandes Cajueiros, com seus frutos vermelhos e cor de ouro. Para o outro lado, o do nascente, o da estrada de Campina Grande e Estaca-Zero, vejo pedaços esparsos e agrestes de tabuleiro, cobertos de Marmeleiros secos e Xiquexiques. Finalmente, para os lados do norte, vejo pedras, lajedos e serrotes, cercando a nossa Vila e cercados, eles mesmos, por Favelas espinhentas e Urtigas, parecendo enormes Lagartos cinzentos, malhados de negro e ferrugem; Lagartos venenosos, adormecidos, estirados ao Sol e abrigando Cobras, Gaviões e outros bichos ligados à crueldade da Onça do Mundo. Aí, talvez por causa da situação em que me encontro, preso na Cadeia, o Sertão, sob o Sol fagulhante do meio-dia, me aparece, ele todo, como uma enorme Cadeia, dentro da qual, entre muralhas de serras pedregosas que lhe servissem de muro inexpugnável a apertar suas fronteiras, estivéssemos todos nós, aprisionados e acusados, aguardando as decisões da Justiça; sendo que, a qualquer momento, a Onça-Malhada do Divino pode se precipitar sobre nós, para nos sangrar, ungir e consagrar pela destruição. É meio-dia, agora, em nossa Vila de Taperoá. Estamos a 9 de Outubro de 1938. É tempo de seca, e aqui, dentro da Cadeia onde estou preso, o calor começou a ficar insuportável desde as dez horas da manhã. Pedi então ao Cabo Luís Riscão que me deixasse sair lá de baixo, da cela comum, e vir cá para cima, varrer o chão de madeira do pavimento superior, onde funcionava, até o fim do ano passado, a Câmara Municipal”. ".
(SUASSUNA, Ariano. O Romance d´APedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta, Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1971).
Quem escreve deve trabalhar com o máximo possível de atenção, adotando todos os cuidados necessários à eficácia da boa redação tanto em relação à forma, como em relação à clareza do que se afirma. Neste sentido, atente aos enunciados abaixo:
I- Os filhos de seu Francisco, que estudaram, tiveram sucesso na vida.
II- Os filhos de seu Francisco que estudaram tiveram sucesso na vida.
III- Vi uma foto sua no ônibus.
IV- O motorista infligiu a lei, ao estacionar em fila dupla, e foi multado. O guarda lhe infringiu uma multa de 270,00 reais.
V- As questões ligadas à assessoria parlamentar devem ser meticulosamente avaliadas afim de que não se cometam injustiças.
VI- Desculpem-me, mas não dá para fazer uma cronicazinha divertida hoje. Simplesmente não dá. Não tem como disfarçar: esta é uma típica manhã de segunda-feira. A começar pela luz acesa da sala que esqueci ontem à noite. Seis recados para serem respondidos na secretária eletrônica. Recados chatos. Contas para pagar que venceram ontem. Estou nervoso. Estou zangado. (CARNEIRO, J. E. Veja, 11 set. 2002) (fragmento).
Com base nas sentenças acima assinale a alternativa que julgar VERDADEIRA:
Leia as sentenças a seguir com atenção para a organização sintática:
I- “O Magnífico Reitor, em face de estar acometido de patologia, não deve estar presente hoje à abertura dos festejos relativos aos 40 anos da instituição. ”
II- “O ofício enviado a Vossa Excelência tem falhas estruturais e de compreensão primárias. ”
III- “Não pode ter havido erros no envio do documento”.
IV- “Precisa-se de bons analistas para esta função”.
V- “Anexas ao requerimento solicitado seguem as comprovações. ”
Acerca dos enunciados acima, é possível afirmar que
Comentário:
Em uma bronca, em vídeo, na equipe que cuida de suas redes sociais, Caetano Veloso deu uma aula de como usar a contração de preposição e artigo. Tudo porque, em sua página no Facebook, um acento grave foi publicado fora do lugar na expressão “homenagem à Bituca [apelido de Milton Nascimento] (sic)”. O erro irritou o cantor. “O ‘a’ é apenas a preposição nesse caso. Bituca não é uma mulher, nem um nome em que você pode usar o artigo feminino antes”, explicou. A composição correta seria “homenagem a Bituca”. “Um erro chato, que eu não gosto. Um erro que eu acho idiota. Até os linguistas estimulam, dizendo que não se deve ligar para a crase. Nada disso! Tem que saber português e saber trabalhar bem a língua no Brasil.”
(Disponível em: > http://www.gazetadopovo.com.br/caderno-g/gente/caetano-veloso-da-bronca-e-ensina-como-usar-a-crase762flvs9zjcabxfoibdst7a7e<.
Data da consulta: 26/09/2017.
Com relação ao desabafo de Caetano Veloso, na página anterior, acerca da “derrapagem linguística” de sua equipe redatora: “O ‘a’é apenas a preposição nesse caso. Bituca não é uma mulher, nem um nome em que você pode usar o artigo feminino antes”, julgue cada uma das afirmativas abaixo.
I- Embora no Sudeste não seja percebido, em usos linguísticos de algumas regiões do Brasil, mais precisamente no Norte, é comum, sim, o uso de artigos, femininos ou masculinos, antecedendo nomes próprios, tais como: O Luiz..., A Luiza, etc. Portanto, na sua admoestação - do ponto de vista do reconhecimento do chamado regionalismo linguístico no Brasil - o nobre poeta Caetano pode ter cometido um preconceito linguístico de natureza regional.
II- Seguindo a mesma lógica sintática acima de Caetano Veloso, no período “Devo a você a minha vida. O meu desabafo a outros não convém, mas a ti, sim.”, há dois casos de objeto indireto que exigem, necessariamente, acento marcador de crase.
III- O desabafo de Caetano Veloso é impertinente, improcedente e demonstra certo desconhecimento do poeta acerca do normativismo gramatical.
É CORRETO o que se afirma em:
Como um eficaz mecanismo linguístico de elucidação e/ou esclarecimento de eventuais ambiguidades no uso cotidiano da língua, a crase, enquanto construção que faz parte do universo da regência verbal ou nominal, exerce grande importância na comunicação verbal da nossa língua, como elemento de coerência, embora que, em algumas situações sociocomunicativas, a sua presença não necessariamente compromete a eficácia plena do gênero. Nesse sentido, julgue a cena enunciativa abaixo e responda o que se pede:
Comentário:
Em uma bronca, em vídeo, na equipe que cuida de suas redes sociais, Caetano Veloso deu uma aula de como usar a contração de preposição e artigo. Tudo porque, em sua página no Facebook, um acento grave foi publicado fora do lugar na expressão “homenagem à Bituca [apelido de Milton Nascimento] (sic)”. O erro irritou o cantor. “O ‘a’ é apenas a preposição nesse caso. Bituca não é uma mulher, nem um nome em que você pode usar o artigo feminino antes”, explicou. A composição correta seria “homenagem a Bituca”. “Um erro chato, que eu não gosto. Um erro que eu acho idiota. Até os linguistas estimulam, dizendo que não se deve ligar para a crase. Nada disso! Tem que saber português e saber trabalhar bem a língua no Brasil.”
(Disponível em: > http://www.gazetadopovo.com.br/caderno-g/gente/caetano-veloso-da-bronca-e-ensina-como-usar-a-crase762flvs9zjcabxfoibdst7a7e<. Data da consulta: 26/09/2017.
Em se tratando de relação entre os termos que estabelecem a regência verbal no enunciado, julgue cada uma das afirmativas abaixo:
I- Em ambas as placas, não obstante o fato de haver transgressões formais no uso (ou omissão) do acento marcador da crase, na Cena I, o efeito final de sentido no uso indevido do acento marcador de crase é irrelevante para esta situação comunicativa.
II- Da forma como construído, isto é, com a omissão do acento marcador de crase, o enunciado da Cena I revela-se de caráter unissêmico e não se permite mais que uma interpretação semântica.
III- Os enunciados presentes em ambas as placas apresentam rigorosamente predicados apenas nominais.
IV- A expressão “à entidades assistenciais” (Cena I) exerce a função sintática, neste contexto, de complemento nominal de “revertido”.
É VERDADE o que se afirma em:
Atente às duas charges abaixo e responda ao que se pede:
Com base nas ideias propostas nas imagens acima, julgue cada uma das sentenças abaixo:
I- O sujeito sintático de “CURA ESSE GAY AGORA!”, conforme as exigências da norma padrão, está implícito e é “VOCÊ” referenciando, no contexto, “JESUS”.
II- É latente o caráter metafórico na expressão “Que gatinho!” (imagem I) e polissêmico nas expressões “dinheiro limpinho” e “laranja” (imagem II), legitimando, na imagem II, um importante fator de textualidade chamado intertextualidade.
III- As expressões “como” e “tão” (Imagem I) induzem a, respectivamente, circunstâncias causal e temporal.
IV- A função da linguagem predominante na imagem II é a metalinguística.
V- O sufixo “inho” na expressão “gatinho” (imagem I) propõe, no contexto, uma carga semântica onde o afeto é minimizado em relação à pequenez física do interlocutor.
É CORRETO o que se afirma em
Um texto bem construído e, naturalmente, bem interpretado, vai apresentar aquilo que Beaugrande, Dressler (1996) e Costa Val (2002) chamam de textualidade, isto é, o conjunto de características que fazem com que um texto seja assim chamado e não uma sequência de frases quaisquer.
Atente para os dois textos a seguir e responda ao que se pede:
Texto IV
As Caravanas (Chico Buarque)
É um dia de real grandeza, tudo azul
Um mar turquesa à la Istambul enchendo os olhos
Um sol de torrar os miolos
Quando pinta em Copacabana
A caravana do Arará, do Caxangá, da Chatuba
A caravana do Irajá, o comboio da Penha
Não há barreira que retenha esses estranhos
Suburbanos tipo muçulmanos do Jacarezinho
A caminho do Jardim de Alá
É o bicho, é o buchicho, é a charanga
Diz que malocam seus facões e adagas
Em sungas estufadas e calções disformes
É, diz que eles têm picas enormes
E seus sacos são granadas
Lá das quebradas da Maré
Com negros torsos nus deixam em polvorosa
A gente ordeira e virtuosa que apela
Pra polícia despachar de volta
O populacho pra favela
Ou pra Benguela, ou pra Guiné
Sol, a culpa deve ser do sol
Que bate na moleira, o sol
Que estoura as veias, o suor
Que embaça os olhos e a razão
E essa zoeira dentro da prisão
Crioulos empilhados no porão
De caravelas no alto mar
Tem que bater, tem que matar, engrossa a gritaria
Filha do medo, a raiva é mãe da covardia
Ou doido sou eu que escuto vozes
Não há gente tão insana
Nem caravana
Nem caravana
Nem caravana do Arará
Segundo Marcuschi (2001), “Usamos a expressão tipo textual para designar uma espécie de construção teórica definida pela natureza linguística de sua composição (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas). Em geral, os tipos textuais abrangem cerca de meia dúzia de categorias conhecidas como: narração, argumentação, exposição, descrição, injunção. Usamos a expressão gênero textual como uma noção propositalmente vaga para referir os textos materializados que encontramos em nossa vida diária e que apresentam características sociocomunicativas definidas por conteúdos, propriedades funcionais, estilo e composição característica.” Com base nesta compreensão, preencha os parênteses com a seguinte convenção: (TT) para Tipo textual e (GT) para Gênero textual.
( ) Carta-denúncia
( ) Argumentação
( ) Ofício
( ) Narração-descrição
( ) Propaganda
( ) Conferência
( ) Injunção
A sequência CORRETA é
Texto I
Eu, etiqueta
Em minha calça está grudado um nome
Que não é meu de batismo ou de cartório
Um nome... estranho
Meu blusão traz lembrete de bebida
Que jamais pus na boca, nessa vida,
Em minha camiseta, a marca de cigarro
Que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produtos
Que nunca experimentei
Mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
De alguma coisa não provada
Por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
Minha gravata e cinto e escova e pente,
Meu copo, minha xícara,
Minha toalha de banho e sabonete,
Meu isso, meu aquilo.
Desde a cabeça ao bico dos sapatos,
São mensagens,
Letras falantes,
Gritos visuais,
Ordens de uso, abuso, reincidências.
Costume, hábito, premência,
Indispensabilidade,
E fazem de mim homem-anúncio itinerante,
Escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É duro andar na moda, ainda que a moda
Seja negar minha identidade,
Trocá-lo por mil, açambarcando
Todas as marcas registradas,
Todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
Eu que antes era e me sabia
Tão diverso de outros, tão mim mesmo,
Ser pensante sentinte e solitário
Com outros seres diversos e conscientes
De sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio
Ora vulgar ora bizarro.
Em língua nacional ou em qualquer língua
(Qualquer, principalmente.)
E nisto me comprazo, tiro glória
De minha anulação.
Não sou – vê lá – anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
Para anunciar, para vender
Em bares festas praias pérgulas piscinas,
E bem à vista exibo esta etiqueta
Global no corpo que desiste
De ser veste e sandália de uma essência
Tão viva, independente,
Que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
meu gosto e capacidade de escolher,
Minhas idiossincrasias tão pessoais,
Tão minhas que no rosto se espelhavam
E cada gesto, cada olhar,
Cada vinco da roupa
Sou gravado de forma universal,
Saio da estamparia, não de casa,
Da vitrine me tiram, recolocam,
Objeto pulsante mas objeto
Que se oferece como signo de outros
Objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
De ser não eu, mas artigo industrial,
Peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é Coisa.
Eu sou a Coisa, coisamente.
(Carlos Drummond de Andrade)
Entre os textos I e II existe uma proximidade semântica. Observe os versos abaixo extraídos do texto I, e, em seguida, assinale a alternativa que apresenta os versos que melhor ilustram as pistas temáticas propostas quando comparadas às do texto II.
Texto I
Eu, etiqueta
Em minha calça está grudado um nome
Que não é meu de batismo ou de cartório
Um nome... estranho
Meu blusão traz lembrete de bebida
Que jamais pus na boca, nessa vida,
Em minha camiseta, a marca de cigarro
Que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produtos
Que nunca experimentei
Mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
De alguma coisa não provada
Por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
Minha gravata e cinto e escova e pente,
Meu copo, minha xícara,
Minha toalha de banho e sabonete,
Meu isso, meu aquilo.
Desde a cabeça ao bico dos sapatos,
São mensagens,
Letras falantes,
Gritos visuais,
Ordens de uso, abuso, reincidências.
Costume, hábito, premência,
Indispensabilidade,
E fazem de mim homem-anúncio itinerante,
Escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É duro andar na moda, ainda que a moda
Seja negar minha identidade,
Trocá-lo por mil, açambarcando
Todas as marcas registradas,
Todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
Eu que antes era e me sabia
Tão diverso de outros, tão mim mesmo,
Ser pensante sentinte e solitário
Com outros seres diversos e conscientes
De sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio
Ora vulgar ora bizarro.
Em língua nacional ou em qualquer língua
(Qualquer, principalmente.)
E nisto me comprazo, tiro glória
De minha anulação.
Não sou – vê lá – anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
Para anunciar, para vender
Em bares festas praias pérgulas piscinas,
E bem à vista exibo esta etiqueta
Global no corpo que desiste
De ser veste e sandália de uma essência
Tão viva, independente,
Que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
meu gosto e capacidade de escolher,
Minhas idiossincrasias tão pessoais,
Tão minhas que no rosto se espelhavam
E cada gesto, cada olhar,
Cada vinco da roupa
Sou gravado de forma universal,
Saio da estamparia, não de casa,
Da vitrine me tiram, recolocam,
Objeto pulsante mas objeto
Que se oferece como signo de outros
Objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
De ser não eu, mas artigo industrial,
Peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é Coisa.
Eu sou a Coisa, coisamente.
(Carlos Drummond de Andrade)
Atente aos vocábulos em destaque nos versos a seguir, extraídos do texto I, e responda ao que se pede:
“Meu nome novo é Coisa. / Eu sou a Coisa, coisamente.”
Com base nas pistas semântico-discursivas propostas no texto, e fazendo-se as devidas adaptações morfossintáticas, as palavras que, na sequência, melhor podem substituir as sublinhadas são:
Texto I
Eu, etiqueta
Em minha calça está grudado um nome
Que não é meu de batismo ou de cartório
Um nome... estranho
Meu blusão traz lembrete de bebida
Que jamais pus na boca, nessa vida,
Em minha camiseta, a marca de cigarro
Que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produtos
Que nunca experimentei
Mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
De alguma coisa não provada
Por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
Minha gravata e cinto e escova e pente,
Meu copo, minha xícara,
Minha toalha de banho e sabonete,
Meu isso, meu aquilo.
Desde a cabeça ao bico dos sapatos,
São mensagens,
Letras falantes,
Gritos visuais,
Ordens de uso, abuso, reincidências.
Costume, hábito, premência,
Indispensabilidade,
E fazem de mim homem-anúncio itinerante,
Escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É duro andar na moda, ainda que a moda
Seja negar minha identidade,
Trocá-lo por mil, açambarcando
Todas as marcas registradas,
Todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
Eu que antes era e me sabia
Tão diverso de outros, tão mim mesmo,
Ser pensante sentinte e solitário
Com outros seres diversos e conscientes
De sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio
Ora vulgar ora bizarro.
Em língua nacional ou em qualquer língua
(Qualquer, principalmente.)
E nisto me comprazo, tiro glória
De minha anulação.
Não sou – vê lá – anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
Para anunciar, para vender
Em bares festas praias pérgulas piscinas,
E bem à vista exibo esta etiqueta
Global no corpo que desiste
De ser veste e sandália de uma essência
Tão viva, independente,
Que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
meu gosto e capacidade de escolher,
Minhas idiossincrasias tão pessoais,
Tão minhas que no rosto se espelhavam
E cada gesto, cada olhar,
Cada vinco da roupa
Sou gravado de forma universal,
Saio da estamparia, não de casa,
Da vitrine me tiram, recolocam,
Objeto pulsante mas objeto
Que se oferece como signo de outros
Objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
De ser não eu, mas artigo industrial,
Peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é Coisa.
Eu sou a Coisa, coisamente.
(Carlos Drummond de Andrade)
Texto II
Disponível em: >https://www.google.com.br/searchbiw=1366&bih=638&tbm=isch&sa=1&q=propagandas+do+corpo&oq=
propagandas+do+corpo&gs<. Data da
consulta: 10/09/2017.
Apartir, ainda, da reflexão proposta nos textos I e II, pode-se deduzir que
Texto I
Eu, etiqueta
Em minha calça está grudado um nome
Que não é meu de batismo ou de cartório
Um nome... estranho
Meu blusão traz lembrete de bebida
Que jamais pus na boca, nessa vida,
Em minha camiseta, a marca de cigarro
Que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produtos
Que nunca experimentei
Mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
De alguma coisa não provada
Por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
Minha gravata e cinto e escova e pente,
Meu copo, minha xícara,
Minha toalha de banho e sabonete,
Meu isso, meu aquilo.
Desde a cabeça ao bico dos sapatos,
São mensagens,
Letras falantes,
Gritos visuais,
Ordens de uso, abuso, reincidências.
Costume, hábito, premência,
Indispensabilidade,
E fazem de mim homem-anúncio itinerante,
Escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É duro andar na moda, ainda que a moda
Seja negar minha identidade,
Trocá-lo por mil, açambarcando
Todas as marcas registradas,
Todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
Eu que antes era e me sabia
Tão diverso de outros, tão mim mesmo,
Ser pensante sentinte e solitário
Com outros seres diversos e conscientes
De sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio
Ora vulgar ora bizarro.
Em língua nacional ou em qualquer língua
(Qualquer, principalmente.)
E nisto me comprazo, tiro glória
De minha anulação.
Não sou – vê lá – anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
Para anunciar, para vender
Em bares festas praias pérgulas piscinas,
E bem à vista exibo esta etiqueta
Global no corpo que desiste
De ser veste e sandália de uma essência
Tão viva, independente,
Que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
meu gosto e capacidade de escolher,
Minhas idiossincrasias tão pessoais,
Tão minhas que no rosto se espelhavam
E cada gesto, cada olhar,
Cada vinco da roupa
Sou gravado de forma universal,
Saio da estamparia, não de casa,
Da vitrine me tiram, recolocam,
Objeto pulsante mas objeto
Que se oferece como signo de outros
Objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
De ser não eu, mas artigo industrial,
Peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é Coisa.
Eu sou a Coisa, coisamente.
(Carlos Drummond de Andrade)
Texto II
Disponível em: >https://www.google.com.br/searchbiw=1366&bih=638&tbm=isch&sa=1&q=propagandas+do+corpo&oq=
propagandas+do+corpo&gs<. Data da
consulta: 10/09/2017.
Julgue o que se afirma abaixo acerca dos textos I e II e, em seguida, responda ao que se pede.
I- Ambos os textos, a partir de diferentes estratégias de manipulação midiática, de uma forma ou de outra, tratam da mesma temática: o forte e agressivo apelo ao consumo exacerbado promovido pelos diversos suportes midiáticos, que coisificam o ser humano – inclusive o seu corpo – e o transformam em mercadoria e objeto de exposição do consumo.
II- Além de constituírem diferentes gêneros textuais – portanto, de estruturas distintas – os textos I e II também apresentam diferentes propostas temáticas: enquanto o primeiro reflete acerca do processo de coisificação a que o ser humano vem sendo historicamente submetido por vias da imposição midiática, que induz ao consumo exacerbado e predador, o segundo se limita a infantilizar o apelo publicitário, no momento em que, de forma ingênua e bem humorada, se utiliza do corpo dos bebês para expressão explícita do consumo.
III- O texto I traz como proposta um processo de escravização do ser humano, promovido pela mídia, que o induz a se transformar em objeto e coisa do consumo, este tido como senhor da contemporaneidade; já o texto II, trata do processo de encantamento e magia autônomos e livres a que a criança é submetida desde os primeiros dias de vida pelos encantos midiáticos impulsionadores do consumismo responsável e adequado a essa fase etária.
IV- Uma das grandes denúncias explicitadas no texto I se refere à perda da identidade humana a partir da força dos apelos consumistas: a perda da capacidade de escolha livre e independente é uma delas.
V- A “estamparia ambulante” na qual a criança se transforma (texto II), aliada ao fato de, na cena, estar sendo sustentada por mãos adultas, podem sugerir um processo de manipulação estrategicamente posto e comandado, não só pela indústria do consumo, mas também com o aval da própria família.
É VERDADEIRO o que se afirma apenas em:
A violência tem atingido os mais diversos municípios, dos mais aos menos populosos. O texto abaixo sinaliza esse aspecto.
O ranking dos municípios mais violentos do Brasil de 2015, divulgado pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA) em 2017, aponta o município de Santa Rita como o mais violento da Paraíba e o 22º do país. Com uma população de 134.940 habitantes o município registrou 100 homicídios no ano de 2015, o que dá uma taxa de 74,1 homicídios por 100 mil habitantes. Na outra ponta do estudo, o município de Botucatu foi o segundo menos violento de São Paulo e o 6º do país. Com uma população de 139.483 habitantes, o município registrou 6 homicídios no ano de 2015, o que dá uma taxa de 4,3 homicídios por 100 mil habitantes.
Como dois municípios com tamanhos populacionais semelhantes podem ter taxas de homicídios tão diferentes? Marque a alternativa que apresenta fatores CORRETOSpara essa diferença.
Trabalho escravo: “Há fazendas com hospitais para o gado, mas o trabalhador não tem nem água tratada”
Há dez dias, a chamada “lista suja” do trabalho escravo, que revela o nome de empregadores envolvidos em contratações análogas à escravidão, voltou a ser publicada. Em entrevista concedida ao jornal El País, o Procurador-geral do Trabalho, Ronaldo Fleury, falou sobre a atualidade do tema no Brasil. Abaixo, alguns trechos da entrevista.
“Faltava a exposição pública dessas empresas para que a própria sociedade possa ter a consciência de que aquele produto foi produzido com mão de obra escrava. Por exemplo: eu vou comprar um vestido para a minha mulher ou um terno para mim, se eu sei que aquela loja já foi condenada por trabalho escravo eu não vou comprar naquela loja.” “O que se pretende no projeto que tramita no Senado Federal é restringir o trabalho escravo a apenas o trabalho com restrição de liberdade. Esse conceito é o que a gente tinha quando a Lei Áurea foi editada. Se isso passar, vamos ter um atraso de uns 130 anos na história. Eles querem tirar o conceito de jornada exaustiva e de trabalho degradante da norma. Claro que jornada exaustiva não é a de 10, 12 horas. É a de 18, 20 horas por dia. Condição degradante é o trabalhador ser obrigado a se alimentar com comida podre, a beber água de rio, fazer as necessidades no meio do mato. É ele se machucar e ser jogado no meio do mato. Já peguei um caso no Tocantins que o trabalhador estava operando uma serra elétrica, que pegou um nó na madeira, pulou e quase arrancou a perna dele. E o empregador falou: 'isso não é problema meu, se vira'. Achamos esse trabalhador se arrastando na estrada. Isso não é o que se faz nem com um animal. Há fazendas de criação de gado que têm até instalações hospitalares para o gado, mas o trabalhador não tem, sequer, uma cama para dormir ou água tratada.”
(https://brasil.elpais.com/brasil/2017/03/29/politica/1490822084_983546.html acesso em 16/10/2017)
Sobre o trabalho em condições análogas à escravidão, avalie as proposições como verdadeiras (V) ou falsas (F).
( ) Devido à alta carga de impostos e à ausência de linhas de crédito a juros baixos, o empregador se vê obrigado a “economizar” com o trabalhador, que representa o maior custo de uma empresa, justificando, assim, o trabalho escravo.
( ) O governo pode ser conivente com o trabalho análogo à escravidão à medida que propõe ao congresso reformas que permitem o empregador cortar direitos e benefícios do trabalhador ao mesmo tempo que aumenta sua jornada de trabalho e reduz seu horário de almoço.
( ) Segundo o Procurador-Geral do Trabalho, a divulgação da lista suja do trabalho escravo é necessária pois é pedagógica. Apopulação passa a conhecer as empresas que exploram seus trabalhadores e violam seus direitos.
( ) Uma forma de a população colaborar para a diminuição do trabalho em condições de escravidão no Brasil consumindo os produtos de empresas que usam mão-de-obra em regime semelhante à escravidão.
( ) O financiamento privado de campanhas políticas também contribui para existência do trabalho análogo à escravidão, pois os políticos
eleitos com dinheiro das empresas não tomam as medidas necessárias contra essas mesmas empresas que violam os direitos
trabalhistas.
Relações étnico-raciais: O papel da UNESCO para a superação da discriminação racial no Brasil
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) é uma entidade que procura destacar a contribuição dos diversos povos no mundo para a construção da civilização. O desafio, no entanto, é tentar trazer à luz “a compreensão sobre a origem dos conflitos, do preconceito, da discriminação e da segregação racial que assolam o mundo”.
A UNESCO, entre outros fatores, assegura que a diversidade étnico-racial e cultural de um povo constitui a principal riqueza da sociedade que a compõe, especialmente quando promove a igualdade de direitos. Nessa perspectiva, ela afirma que a sociedade brasileira é constituída por diferentes grupos étnico-raciais que a caracterizam, em termos culturais, como uma das mais ricas do mundo. No entanto, sua história é marcada por desigualdades e discriminações, especificamente contra negros e indígenas, impedindo, desta forma, seu pleno desenvolvimento econômico, político e social.
(http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/social-and-human-sciences/ethnic-and-racial-relations/ acesso em 16 de outubro de 2017)
Em relação à superação dos conflitos étnico-raciais no Brasil, podemos afirmar que
A narrativa abaixo tem como personagem central Totonha, que revela um pouco a sua visão de mundo
Totonha
Capim sabe ler? Escrever? Já viu cachorro letrado, científico? Já viu juízo de valor? Em quê? Não quero aprender, dispenso.
Deixa pra gente que é moço. Gente que tem ainda vontade de doutorar. De falar bonito. De salvar vida de pobre. O pobre só precisa ser pobre. E mais nada precisa. Deixa eu, aqui no meu canto. Na boca do fogão é que fico. Tô bem. Já viu fogo ir atrás de sílaba?
O governo me dê o dinheiro da feira. O dente o presidente. E o vale-doce e o vale-lingüiça. Quero ser bem ignorante. Aprender com o vento, ta me entendendo? Demente como um mosquito. Na bosta ali, da cabrita. Que ninguém respeita mais a bosta do que eu. A química.
Tem coisa mais bonita? A geografia do rio mesmo seco, mesmo esculhambado? O risco da poeira? O pó da água? Hein? O que eu vou fazer com essa cartilha? Número?
Só para o prefeito dizer que valeu a pena o esforço? Tem esforço mais esforço que o meu esforço? Todo dia, há tanto tempo, nesse esquecimento. Acordando com o sol. Tem melhor bê-á-bá? Assoletrar se a chuva vem? Se não vem?
Morrer, já sei. Comer, também. De vez em quando, ir atrás de preá, caruá. Roer osso de tatu. Adivinhar quando a coceira é só uma coceira, não uma doença. Tenha santa paciência!
Será que eu preciso mesmo garranchear meu nome? Desenhar só pra mocinha aí ficar contente? Dona professora, que valia tem o meu nome numa folha de papel, me diga honestamente. Coisa mais sem vida é um nome assim, sem gente. Quem está atrás do nome não conta?
No papel, sou menos ninguém do que aqui, no Vale do Jequitinhonha. Pelo menos aqui todo mundo me conhece. Grita, apelida. Vem me chamar de Totonha. Quase não mudo de roupa, quase não mudo de lugar. Sou sempre a mesma pessoa. Que voa.
Para mim, a melhor sabedoria é olhar na cara da pessoa. No focinho de quem for. Não tenho medo de linguagem superior. Deus que me ensinou. Só quero que me deixem sozinha. Eu e minha língua, sim, que só passarinho entende, entende?
Não preciso ler, moça. A mocinha que aprenda. O doutor. O presidente é que precisa saber o que assinou. Eu é que não vou baixar minha cabeça para escrever.
Ah, não vou.
(FREIRE, Marcelino. “Totonha” in. Contos Negreiros, pp. 79-81. Record, 2005)
Após leitura atenta do texto, conclui-se que a personagem Totonha vive em situação precária de vulnerabilidade e risco social, PORQUE
ela
O texto abaixo aborda os impactos da longa seca na economia.
Seca, a velha inimiga
“No Agreste de Pernambuco, Toritama ganhou espaço nas últimas duas décadas ao se consolidar como um dos principais polos de produção de jeans no Brasil, atrás apenas de São Paulo. Aseca mudou a paisagem: no lugar de ônibus com turistas em busca de peças, hoje se veem caminhões-pipa a abastecer a população e as confecções, que precisam do insumo para a lavagem desse tecido. Mais de 20 lavanderias fecharam as portas nos últimos dois anos, a produção caiu 60% e os custos aumentaram. Mas a indústria da seca prosperou. Alguns empresários investiram na compra de caminhões-pipa e na logística de distribuição de água. A esperança é de que uma barragem, construída em caráter emergencial pelo governo, possa melhorar a situação. “Se tivermos água a cada 15 dias, que era o normal, poderemos nos organizar”, afirma Edilson Tavares, prefeito da cidade. Um levantamento da Confederação Nacional dos Municípios aponta que, entre 2013 e 2015, a estiagem causou um prejuízo de 103,5 bilhões de reais na região, cifra que tende a crescer, pois a seca continua. Nos próximos meses, principalmente a partir de novembro, quando se inicia o período das chuvas, a atenção estará em São Pedro. Chuvas acima da média serão fundamentais para a região começar a regularizar seus reservatórios. No curto prazo, campanhas de racionalização estão em vigor em várias capitais, enquanto no interior dos estados o drama é mais intenso. O sinal amarelo está aceso. Para João Suassuna, pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, a crise é resultado da falta de chuvas combinada à de planejamento, gestão e a influências políticas.”
(https://www.cartacapital.com.br/especiais/nordeste/seca-a-velha-inimiga/ acesso em 15 de outubro de 2017).
De acordo com o texto, pode-se observar o drama da crise hídrica. Analise as afirmações a seguir e marque a alternativa CORRETA.
O texto abaixo aborda o fenômeno da desertificação no Nordeste brasileiro.
“Adesertificação é um processo cumulativo de degradação ambiental, que afeta as condições econômicas e sociais de uma região ou país, que ao mesmo tempo em que reduz continuamente a superfície das terras agricultáveis, faz com que a população desses locais ocupe novos territórios, em busca da sobrevivência”, explica o professor da Universidade Federal de Alagoas(UFAL) e coordenador do Laboratório de Processamento de Imagens de Satélites (Lapis), Humberto Barbosa. (...) “A Paraíba é o estado brasileiro mais afetado, proporcionalmente, pela desertificação - processo de degradação ambiental que torna as terras inférteis e improdutivas - segundo dados do Instituto Nacional do Semiárido (INSA). Ela é uma consequência das ações humanas e não pode ser revertida - nem com chuva -, apenas desacelerada”.
(http://g1.globo.com/pb/paraiba/noticia/2017/04/desertificacao-ameaca-94-das-terras-na-paraiba-e-e-irreversivel-diz-insa.html acesso em 15/10/2017).
Dada a crescente desertificação no Nordeste brasileiro, várias medidas são propostas para desacelerar seu avanço. Considerando as características do fenômeno, assinale apenas a alternativa que apresenta as medidas adequadas atenuar o problema.
Leia o texto abaixo com atenção para o tipo de violência nele retratado.
Bali, Tunes, Nice, Barcelona e mais: quando os ataques visam o turismo
Todos os anos são 78 milhões os visitantes - entre estrangeiros e espanhóis e segundo dados do Gabinete de Turismo da cidade - que passeiam ao longo dos 1,2 quilômetros das Ramblas de Barcelona. Uma média de 200 mil por dia. Ao escolherem um local que para muitos é sinónimo de férias e diversão, o Estado Islâmico está mais do que nunca a atacar um modo de vida ocidental e o turismo. Um pouco como a Al-Qaeda fez em 2002 na ilha indonésia de Bali ou como o próprio ISIS ao ter como alvo o Museu do Bardo, em Tunes, em 2015, ou o Passeio dos Ingleses, em Nice, no ano passado.
(...) A capital francesa foi palco de uma série de ataques coordenados em novembro de 2015 que tiveram como alvos o Stade de France, várias esplanadas e a sala de espetáculos do Bataclan, fazendo 130 mortos. (...)
A Europa está longe de ser a única a ver o terrorismo afastar os turistas. O Norte de África, que já perdera visitantes devido à instabilidade causada pela Primavera Árabe, também tem sido alvo de atentados, sobretudo a Tunísia. (...) Em março de 2015, três militantes do ISIS atacaram o Museu do Bardo em Tunes, fazendo 21 mortos, muitos deles turistas ocidentais. Tal como eram turistas a maioria das vítimas do ataque a tiro, em junho do mesmo ano, numa praia de Sousse. Das 38 vítimas, 30 eram britânicos. Passados dois anos sobre os atentados, a Tunísia ainda está a tentar recuperar a confiança dos turistas. Em 2015, o número de visitantes baixou 25%, para os 5,4 milhões, e os lucros caíram 35%, para 935 milhões de Euros. O desemprego alastrou no setor, levando muitos resorts à falência. Hoje, há algum otimismo no setor, apoiado pelas estatísticas. Até 31 de julho, a Tunísia recebera já 3,1 milhões de visitantes neste ano, mais 27% do que no mesmo período de 2016. E até o Reino Unido já retirou a recomendação aos seus cidadãos para não viajarem para aquele país. (...)
(https://www.dn.pt/mundo/interior/bali-tunes-nice-barcelona-e-mais-quando-os-ataques-visam-o-turismo-8716305.html acesso em 17 de outubro de 2017)
De acordo com o texto, a violência praticada nesses ataques é popularmente classificada como: