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Q2051140 Raciocínio Lógico
Na cidade de Pasárgada, todos os moradores possuem registro civil. João não possui registro criminal. José possui registro civil. Pedro não possui registro criminal nem registro civil. Qualquer pessoa que possui registro civil também possui registro criminal.
Nessas condições, podemos inferir logicamente que
Alternativas
Q2051139 Raciocínio Lógico
Um conjunto A possui 30 elementos enquanto que um conjunto B possui 20 elementos. Sobre a quantidade de elementos no conjunto formado pela união dos conjuntos A e B, é CORRETO afirmar que
Alternativas
Q2051138 Raciocínio Lógico

Considere as seguintes proposições:


I. “Se João vai à feira, então Maria fica em casa e Pedro vai trabalhar”

II. “Renata não está alegre”

III. “Se Maria fica em casa então Renata está alegre”


Com base nas proposições I, II e III podemos concluir logicamente que 

Alternativas
Q2051137 Raciocínio Lógico
A sequência de Fibonacci é uma conhecida sequência de números inteiros não-negativos na qual os dois primeiros elementos são 0 e 1 – nessa ordem - e cada elemento a partir do terceiro é a soma dos dois elementos precedentes. Os números inteiros que aparecem como números da sequência de Fibonacci são chamados de números de Fibonacci. Os primeiros elementos da sequência, conforme essa descrição, são
0,1,1,2,3,5,8,13,...
Sobre números de Fibonacci, é CORRETO afirmar que 
Alternativas
Q2051136 Raciocínio Lógico
Um funcionário decidiu organizar os 230 documentos relativos a um dado processo em 06 pastas separadas e todas inicialmente vazias. É CORRETO afirmar que
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Q2051135 Português

 TEXTO 2


                                        

No Texto 2, o enunciador emprega o não atendimento às convenções da escrita, dirigindo-se, especialmente
Alternativas
Q2051134 Português
Considerando alguns aspectos das atuais normas que regem algumas convenções da escrita em língua portuguesa, assinale a alternativa CORRETA.
Alternativas
Q2051133 Português
Quanto aos processos sintáticos de concordância e regência nominal e verbal, identifique os enunciados que atendem à norma-padrão da língua portuguesa. 
1. Fazem 140 anos que a peça de Henrik Ibsen foi escrita, mas, mesmo assim, ela é assombrosamente atual.
2. Devia haver umas 100 pessoas que interagiam veementemente com os atores disfarçados na plateia.
3. Há obras artísticas cujos propósitos parecem servir a uma causa maior, mais importante e mais solidária.
4. Nesses tempos atuais, infelizmente, não é difícil encontrar pessoas indiferentes com o discurso de rejeição à ciência.

Estão CORRETOS apenas:
Alternativas
Q2051132 Português
Quanto à conjugação de certos verbos da língua portuguesa, assinale a alternativa na qual as formas verbais destacadas estão conjugadas CORRETAMENTE.
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Q2051131 Português
TEXTO 1

O cientista e o 'inimigo do povo'

Peça de Ibsen encenada em SP traz embate entre ciência, política e negócios

       Um médico da comunidade, sanitarista e cientista, descobre que as águas da estação balneária da cidade estão contaminadas. As amostras são analisadas nos microscópios da universidade, já que os micróbios não eram visíveis a olho nu. Frequentadores do balneário, em busca de saúde, estavam ficando doentes. O médico coleta a água e em sigilo envia para a universidade fazer as análises. Com a evidência científica em mãos, pede que o alerta seja dado a todos e que providências públicas sejam tomadas. Ele envia a notícia para ser publicada no jornal local, o que evitará que novos turistas se contaminem. O balneário, que é uma empresa privada S.A., deverá fazer novas obras para captar águas limpas noutro ponto e então reabrir as portas. O diagnóstico e a solução parecem corretos e exequíveis. Mas a posição pró-esclarecimento, favorável à saúde pública e baseada em evidência científica, irá sofrer um forte revés.

        A peça de Henrik Ibsen, escrita há 140 anos, é assombrosamente atual. Em cartaz em São Paulo no Teatro Aliança Francesa nos últimos dois meses, a montagem, dirigida por José Fernando de Azevedo, professor da ECA-USP, tem como protagonista um ator negro, Rogério Brito, que interpreta com paixão (e razão) o sanitarista Doutor Thomas Stockmann, e o traz para os dias atuais – o que introduz ao texto de Ibsen uma nova dimensão de raça, tempo e lugar.

[...]

       O médico/cientista negro é o portador da liberdade de pensamento, do esclarecimento, da defesa da vida e da dignidade humana – contra os interesses dominantes. Personagem e ator que se entrelaçam com o Brasil atual, seja com a missão de médicos cubanos, seja com a ampliação de negros nos cursos de medicina, graças às políticas afirmativas e de acesso por cotas. Se a empatia com o protagonista aumenta, por ele ser negro, não há dúvida de que o discurso científico do sanitarista e o jaleco branco são raramente associados no Brasil a peles negras – o que produz uma dissonância de partida. As leituras de raça e gênero são diversas na montagem, com metade do elenco negra, incluindo um dos antagonistas, evitando maniqueísmos étnicos.

      O médico é o protagonista imbuído da verdade, mas despreparado para entender o jogo de poder e interesses que o cercam, daí certa ingenuidade idealista que o torna um herói quixotesco diante das forças da ordem e dos negócios que farão frente à sua descoberta. No texto dramático, Ibsen não apenas faz o elogio à ciência, mas ao livre pensamento e à capacidade de defender causas e posições novas, levadas à frente por minorias e que ainda não foram compreendidas pelas multidões, quase sempre manipuladas pelos donos do poder, do dinheiro e da mídia. [...] A reação conservadora é rápida e atua em bloco: domina as notícias, recusa as evidências científicas (como acreditar no que "não se vê a olho nu"?), trata o médico como louco: ele paga com linchamento moral, apedrejamento de sua casa, demissão e despejo.

       A montagem de José Fernando, no entanto, inverte o jogo, sem desrespeitar o texto original. Em uma das últimas cenas, Ibsen constrói uma assembleia, convocada pelo doutor Stockmann, uma vez que o jornal local e as associações de comerciantes não lhe dão voz, para convocar a população e falar a verdade. Ibsen imaginou a cena em palco, com atores formando a assembleia que vocifera, interrompe e ataca o médico. Mas, na montagem brasileira, a assembleia passa a ser composta pelo próprio público da peça. Atores sentados no meio da plateia tentam seguir o texto de Ibsen, de linchamento moral do médico, mas o público de fato reage e o defende, contracenando e invertendo o resultado: a plateia no Aliança Francesa vota ao final pela verdade e em defesa do cientista negro. Resta ao prefeito e ao presidente da associação de proprietários manipular o resultado da votação, voltando a condenar o médico como "inimigo do povo", para que a peça possa seguir o texto original.

      O momento, contudo, traz o aprendizado da plateia sobre o que vê e sua capacidade de se indignar, reagir e escolher o lado certo – que é derrotado no texto, mas não na vida. De algum modo, esse levante do público, não para aderir, mas para se insurgir contra o negacionismo e as forças do atraso, traz mais uma vez Ibsen para a atualidade. Afinal, a arte segue iluminando a vida. Quem será o verdadeiro "inimigo do povo"?


Pedro Arantes, Soraya Smaili, Maria Angélica Minhoto. Andres Sandoval/SoU_Ciência. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/blogs/sou-ciencia/2022/05/o-cientista-e-o-inimigo-do-povo.shtml Acesso 06/05/22. Adaptado.
Acerca das relações entre termos e orações que constroem as ideias e estão a serviço da apreensão dos sentidos do texto, assinale a alternativa CORRETA.
Alternativas
Q2051130 Português
TEXTO 1

O cientista e o 'inimigo do povo'

Peça de Ibsen encenada em SP traz embate entre ciência, política e negócios

       Um médico da comunidade, sanitarista e cientista, descobre que as águas da estação balneária da cidade estão contaminadas. As amostras são analisadas nos microscópios da universidade, já que os micróbios não eram visíveis a olho nu. Frequentadores do balneário, em busca de saúde, estavam ficando doentes. O médico coleta a água e em sigilo envia para a universidade fazer as análises. Com a evidência científica em mãos, pede que o alerta seja dado a todos e que providências públicas sejam tomadas. Ele envia a notícia para ser publicada no jornal local, o que evitará que novos turistas se contaminem. O balneário, que é uma empresa privada S.A., deverá fazer novas obras para captar águas limpas noutro ponto e então reabrir as portas. O diagnóstico e a solução parecem corretos e exequíveis. Mas a posição pró-esclarecimento, favorável à saúde pública e baseada em evidência científica, irá sofrer um forte revés.

        A peça de Henrik Ibsen, escrita há 140 anos, é assombrosamente atual. Em cartaz em São Paulo no Teatro Aliança Francesa nos últimos dois meses, a montagem, dirigida por José Fernando de Azevedo, professor da ECA-USP, tem como protagonista um ator negro, Rogério Brito, que interpreta com paixão (e razão) o sanitarista Doutor Thomas Stockmann, e o traz para os dias atuais – o que introduz ao texto de Ibsen uma nova dimensão de raça, tempo e lugar.

[...]

       O médico/cientista negro é o portador da liberdade de pensamento, do esclarecimento, da defesa da vida e da dignidade humana – contra os interesses dominantes. Personagem e ator que se entrelaçam com o Brasil atual, seja com a missão de médicos cubanos, seja com a ampliação de negros nos cursos de medicina, graças às políticas afirmativas e de acesso por cotas. Se a empatia com o protagonista aumenta, por ele ser negro, não há dúvida de que o discurso científico do sanitarista e o jaleco branco são raramente associados no Brasil a peles negras – o que produz uma dissonância de partida. As leituras de raça e gênero são diversas na montagem, com metade do elenco negra, incluindo um dos antagonistas, evitando maniqueísmos étnicos.

      O médico é o protagonista imbuído da verdade, mas despreparado para entender o jogo de poder e interesses que o cercam, daí certa ingenuidade idealista que o torna um herói quixotesco diante das forças da ordem e dos negócios que farão frente à sua descoberta. No texto dramático, Ibsen não apenas faz o elogio à ciência, mas ao livre pensamento e à capacidade de defender causas e posições novas, levadas à frente por minorias e que ainda não foram compreendidas pelas multidões, quase sempre manipuladas pelos donos do poder, do dinheiro e da mídia. [...] A reação conservadora é rápida e atua em bloco: domina as notícias, recusa as evidências científicas (como acreditar no que "não se vê a olho nu"?), trata o médico como louco: ele paga com linchamento moral, apedrejamento de sua casa, demissão e despejo.

       A montagem de José Fernando, no entanto, inverte o jogo, sem desrespeitar o texto original. Em uma das últimas cenas, Ibsen constrói uma assembleia, convocada pelo doutor Stockmann, uma vez que o jornal local e as associações de comerciantes não lhe dão voz, para convocar a população e falar a verdade. Ibsen imaginou a cena em palco, com atores formando a assembleia que vocifera, interrompe e ataca o médico. Mas, na montagem brasileira, a assembleia passa a ser composta pelo próprio público da peça. Atores sentados no meio da plateia tentam seguir o texto de Ibsen, de linchamento moral do médico, mas o público de fato reage e o defende, contracenando e invertendo o resultado: a plateia no Aliança Francesa vota ao final pela verdade e em defesa do cientista negro. Resta ao prefeito e ao presidente da associação de proprietários manipular o resultado da votação, voltando a condenar o médico como "inimigo do povo", para que a peça possa seguir o texto original.

      O momento, contudo, traz o aprendizado da plateia sobre o que vê e sua capacidade de se indignar, reagir e escolher o lado certo – que é derrotado no texto, mas não na vida. De algum modo, esse levante do público, não para aderir, mas para se insurgir contra o negacionismo e as forças do atraso, traz mais uma vez Ibsen para a atualidade. Afinal, a arte segue iluminando a vida. Quem será o verdadeiro "inimigo do povo"?


Pedro Arantes, Soraya Smaili, Maria Angélica Minhoto. Andres Sandoval/SoU_Ciência. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/blogs/sou-ciencia/2022/05/o-cientista-e-o-inimigo-do-povo.shtml Acesso 06/05/22. Adaptado.
Considerando o primeiro parágrafo do Texto 1 quanto ao aspecto da tipologia textual, é CORRETO afirmar que, nesta parte do texto, predominam as sequências:
Alternativas
Q2051129 Português
TEXTO 1

O cientista e o 'inimigo do povo'

Peça de Ibsen encenada em SP traz embate entre ciência, política e negócios

       Um médico da comunidade, sanitarista e cientista, descobre que as águas da estação balneária da cidade estão contaminadas. As amostras são analisadas nos microscópios da universidade, já que os micróbios não eram visíveis a olho nu. Frequentadores do balneário, em busca de saúde, estavam ficando doentes. O médico coleta a água e em sigilo envia para a universidade fazer as análises. Com a evidência científica em mãos, pede que o alerta seja dado a todos e que providências públicas sejam tomadas. Ele envia a notícia para ser publicada no jornal local, o que evitará que novos turistas se contaminem. O balneário, que é uma empresa privada S.A., deverá fazer novas obras para captar águas limpas noutro ponto e então reabrir as portas. O diagnóstico e a solução parecem corretos e exequíveis. Mas a posição pró-esclarecimento, favorável à saúde pública e baseada em evidência científica, irá sofrer um forte revés.

        A peça de Henrik Ibsen, escrita há 140 anos, é assombrosamente atual. Em cartaz em São Paulo no Teatro Aliança Francesa nos últimos dois meses, a montagem, dirigida por José Fernando de Azevedo, professor da ECA-USP, tem como protagonista um ator negro, Rogério Brito, que interpreta com paixão (e razão) o sanitarista Doutor Thomas Stockmann, e o traz para os dias atuais – o que introduz ao texto de Ibsen uma nova dimensão de raça, tempo e lugar.

[...]

       O médico/cientista negro é o portador da liberdade de pensamento, do esclarecimento, da defesa da vida e da dignidade humana – contra os interesses dominantes. Personagem e ator que se entrelaçam com o Brasil atual, seja com a missão de médicos cubanos, seja com a ampliação de negros nos cursos de medicina, graças às políticas afirmativas e de acesso por cotas. Se a empatia com o protagonista aumenta, por ele ser negro, não há dúvida de que o discurso científico do sanitarista e o jaleco branco são raramente associados no Brasil a peles negras – o que produz uma dissonância de partida. As leituras de raça e gênero são diversas na montagem, com metade do elenco negra, incluindo um dos antagonistas, evitando maniqueísmos étnicos.

      O médico é o protagonista imbuído da verdade, mas despreparado para entender o jogo de poder e interesses que o cercam, daí certa ingenuidade idealista que o torna um herói quixotesco diante das forças da ordem e dos negócios que farão frente à sua descoberta. No texto dramático, Ibsen não apenas faz o elogio à ciência, mas ao livre pensamento e à capacidade de defender causas e posições novas, levadas à frente por minorias e que ainda não foram compreendidas pelas multidões, quase sempre manipuladas pelos donos do poder, do dinheiro e da mídia. [...] A reação conservadora é rápida e atua em bloco: domina as notícias, recusa as evidências científicas (como acreditar no que "não se vê a olho nu"?), trata o médico como louco: ele paga com linchamento moral, apedrejamento de sua casa, demissão e despejo.

       A montagem de José Fernando, no entanto, inverte o jogo, sem desrespeitar o texto original. Em uma das últimas cenas, Ibsen constrói uma assembleia, convocada pelo doutor Stockmann, uma vez que o jornal local e as associações de comerciantes não lhe dão voz, para convocar a população e falar a verdade. Ibsen imaginou a cena em palco, com atores formando a assembleia que vocifera, interrompe e ataca o médico. Mas, na montagem brasileira, a assembleia passa a ser composta pelo próprio público da peça. Atores sentados no meio da plateia tentam seguir o texto de Ibsen, de linchamento moral do médico, mas o público de fato reage e o defende, contracenando e invertendo o resultado: a plateia no Aliança Francesa vota ao final pela verdade e em defesa do cientista negro. Resta ao prefeito e ao presidente da associação de proprietários manipular o resultado da votação, voltando a condenar o médico como "inimigo do povo", para que a peça possa seguir o texto original.

      O momento, contudo, traz o aprendizado da plateia sobre o que vê e sua capacidade de se indignar, reagir e escolher o lado certo – que é derrotado no texto, mas não na vida. De algum modo, esse levante do público, não para aderir, mas para se insurgir contra o negacionismo e as forças do atraso, traz mais uma vez Ibsen para a atualidade. Afinal, a arte segue iluminando a vida. Quem será o verdadeiro "inimigo do povo"?


Pedro Arantes, Soraya Smaili, Maria Angélica Minhoto. Andres Sandoval/SoU_Ciência. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/blogs/sou-ciencia/2022/05/o-cientista-e-o-inimigo-do-povo.shtml Acesso 06/05/22. Adaptado.
Acerca do significado que certas expressões assumem no Texto 1, analise as afirmativas a seguir.
1. No trecho: “O balneário, que é uma empresa privada S.A.,” (primeiro parágrafo), a expressão destacada ressalta a ideia de que o balneário tem interesses opostos à esfera pública.
2. No trecho: “o discurso científico do sanitarista e o jaleco branco são raramente associados no Brasil a peles negras – o que produz uma dissonância de partida.”, a expressão destacada deve ser compreendida como „um estranhamento inicial‟.
3. Releia: “As leituras de raça e gênero são diversas na montagem, com metade do elenco negra, incluindo um dos antagonistas, evitando maniqueísmos étnicos.”. Conforme os autores, um elenco em que todos os atores fossem negros ou todos os antagonistas fossem brancos caracterizaria „maniqueísmo étnico‟.
4. Em: “daí certa ingenuidade idealista que o torna um herói quixotesco diante das forças da ordem e dos negócios”, o tópico sublinhado significa o mesmo que „herói folhetinesco‟.
Estão CORRETOS:
Alternativas
Q2051127 Português
TEXTO 1

O cientista e o 'inimigo do povo'

Peça de Ibsen encenada em SP traz embate entre ciência, política e negócios

       Um médico da comunidade, sanitarista e cientista, descobre que as águas da estação balneária da cidade estão contaminadas. As amostras são analisadas nos microscópios da universidade, já que os micróbios não eram visíveis a olho nu. Frequentadores do balneário, em busca de saúde, estavam ficando doentes. O médico coleta a água e em sigilo envia para a universidade fazer as análises. Com a evidência científica em mãos, pede que o alerta seja dado a todos e que providências públicas sejam tomadas. Ele envia a notícia para ser publicada no jornal local, o que evitará que novos turistas se contaminem. O balneário, que é uma empresa privada S.A., deverá fazer novas obras para captar águas limpas noutro ponto e então reabrir as portas. O diagnóstico e a solução parecem corretos e exequíveis. Mas a posição pró-esclarecimento, favorável à saúde pública e baseada em evidência científica, irá sofrer um forte revés.

        A peça de Henrik Ibsen, escrita há 140 anos, é assombrosamente atual. Em cartaz em São Paulo no Teatro Aliança Francesa nos últimos dois meses, a montagem, dirigida por José Fernando de Azevedo, professor da ECA-USP, tem como protagonista um ator negro, Rogério Brito, que interpreta com paixão (e razão) o sanitarista Doutor Thomas Stockmann, e o traz para os dias atuais – o que introduz ao texto de Ibsen uma nova dimensão de raça, tempo e lugar.

[...]

       O médico/cientista negro é o portador da liberdade de pensamento, do esclarecimento, da defesa da vida e da dignidade humana – contra os interesses dominantes. Personagem e ator que se entrelaçam com o Brasil atual, seja com a missão de médicos cubanos, seja com a ampliação de negros nos cursos de medicina, graças às políticas afirmativas e de acesso por cotas. Se a empatia com o protagonista aumenta, por ele ser negro, não há dúvida de que o discurso científico do sanitarista e o jaleco branco são raramente associados no Brasil a peles negras – o que produz uma dissonância de partida. As leituras de raça e gênero são diversas na montagem, com metade do elenco negra, incluindo um dos antagonistas, evitando maniqueísmos étnicos.

      O médico é o protagonista imbuído da verdade, mas despreparado para entender o jogo de poder e interesses que o cercam, daí certa ingenuidade idealista que o torna um herói quixotesco diante das forças da ordem e dos negócios que farão frente à sua descoberta. No texto dramático, Ibsen não apenas faz o elogio à ciência, mas ao livre pensamento e à capacidade de defender causas e posições novas, levadas à frente por minorias e que ainda não foram compreendidas pelas multidões, quase sempre manipuladas pelos donos do poder, do dinheiro e da mídia. [...] A reação conservadora é rápida e atua em bloco: domina as notícias, recusa as evidências científicas (como acreditar no que "não se vê a olho nu"?), trata o médico como louco: ele paga com linchamento moral, apedrejamento de sua casa, demissão e despejo.

       A montagem de José Fernando, no entanto, inverte o jogo, sem desrespeitar o texto original. Em uma das últimas cenas, Ibsen constrói uma assembleia, convocada pelo doutor Stockmann, uma vez que o jornal local e as associações de comerciantes não lhe dão voz, para convocar a população e falar a verdade. Ibsen imaginou a cena em palco, com atores formando a assembleia que vocifera, interrompe e ataca o médico. Mas, na montagem brasileira, a assembleia passa a ser composta pelo próprio público da peça. Atores sentados no meio da plateia tentam seguir o texto de Ibsen, de linchamento moral do médico, mas o público de fato reage e o defende, contracenando e invertendo o resultado: a plateia no Aliança Francesa vota ao final pela verdade e em defesa do cientista negro. Resta ao prefeito e ao presidente da associação de proprietários manipular o resultado da votação, voltando a condenar o médico como "inimigo do povo", para que a peça possa seguir o texto original.

      O momento, contudo, traz o aprendizado da plateia sobre o que vê e sua capacidade de se indignar, reagir e escolher o lado certo – que é derrotado no texto, mas não na vida. De algum modo, esse levante do público, não para aderir, mas para se insurgir contra o negacionismo e as forças do atraso, traz mais uma vez Ibsen para a atualidade. Afinal, a arte segue iluminando a vida. Quem será o verdadeiro "inimigo do povo"?


Pedro Arantes, Soraya Smaili, Maria Angélica Minhoto. Andres Sandoval/SoU_Ciência. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/blogs/sou-ciencia/2022/05/o-cientista-e-o-inimigo-do-povo.shtml Acesso 06/05/22. Adaptado.

O Texto 1 se organiza em torno de relações intertextuais, na medida em que os autores:


1. incorporam outras vozes ao texto: “não há dúvida de que o discurso científico do sanitarista e o jaleco branco são raramente associados no Brasil a peles negras.”.


2. comentam as alterações feitas por José Fernando à montagem da peça de Ibsen: “inverte o jogo, sem desrespeitar o texto original.”.


3. assumem um posicionamento crítico amplamente conhecido: “esse levante do público, não para aderir, mas para se insurgir contra o negacionismo e as forças do atraso”.


4. tomam o texto de Henrik Ibsen para compor um discurso acerca da própria realidade: “Quem será o verdadeiro „inimigo do povo‟?” 


Estão CORRETOS: 

Alternativas
Q2051126 Português
TEXTO 1

O cientista e o 'inimigo do povo'

Peça de Ibsen encenada em SP traz embate entre ciência, política e negócios

       Um médico da comunidade, sanitarista e cientista, descobre que as águas da estação balneária da cidade estão contaminadas. As amostras são analisadas nos microscópios da universidade, já que os micróbios não eram visíveis a olho nu. Frequentadores do balneário, em busca de saúde, estavam ficando doentes. O médico coleta a água e em sigilo envia para a universidade fazer as análises. Com a evidência científica em mãos, pede que o alerta seja dado a todos e que providências públicas sejam tomadas. Ele envia a notícia para ser publicada no jornal local, o que evitará que novos turistas se contaminem. O balneário, que é uma empresa privada S.A., deverá fazer novas obras para captar águas limpas noutro ponto e então reabrir as portas. O diagnóstico e a solução parecem corretos e exequíveis. Mas a posição pró-esclarecimento, favorável à saúde pública e baseada em evidência científica, irá sofrer um forte revés.

        A peça de Henrik Ibsen, escrita há 140 anos, é assombrosamente atual. Em cartaz em São Paulo no Teatro Aliança Francesa nos últimos dois meses, a montagem, dirigida por José Fernando de Azevedo, professor da ECA-USP, tem como protagonista um ator negro, Rogério Brito, que interpreta com paixão (e razão) o sanitarista Doutor Thomas Stockmann, e o traz para os dias atuais – o que introduz ao texto de Ibsen uma nova dimensão de raça, tempo e lugar.

[...]

       O médico/cientista negro é o portador da liberdade de pensamento, do esclarecimento, da defesa da vida e da dignidade humana – contra os interesses dominantes. Personagem e ator que se entrelaçam com o Brasil atual, seja com a missão de médicos cubanos, seja com a ampliação de negros nos cursos de medicina, graças às políticas afirmativas e de acesso por cotas. Se a empatia com o protagonista aumenta, por ele ser negro, não há dúvida de que o discurso científico do sanitarista e o jaleco branco são raramente associados no Brasil a peles negras – o que produz uma dissonância de partida. As leituras de raça e gênero são diversas na montagem, com metade do elenco negra, incluindo um dos antagonistas, evitando maniqueísmos étnicos.

      O médico é o protagonista imbuído da verdade, mas despreparado para entender o jogo de poder e interesses que o cercam, daí certa ingenuidade idealista que o torna um herói quixotesco diante das forças da ordem e dos negócios que farão frente à sua descoberta. No texto dramático, Ibsen não apenas faz o elogio à ciência, mas ao livre pensamento e à capacidade de defender causas e posições novas, levadas à frente por minorias e que ainda não foram compreendidas pelas multidões, quase sempre manipuladas pelos donos do poder, do dinheiro e da mídia. [...] A reação conservadora é rápida e atua em bloco: domina as notícias, recusa as evidências científicas (como acreditar no que "não se vê a olho nu"?), trata o médico como louco: ele paga com linchamento moral, apedrejamento de sua casa, demissão e despejo.

       A montagem de José Fernando, no entanto, inverte o jogo, sem desrespeitar o texto original. Em uma das últimas cenas, Ibsen constrói uma assembleia, convocada pelo doutor Stockmann, uma vez que o jornal local e as associações de comerciantes não lhe dão voz, para convocar a população e falar a verdade. Ibsen imaginou a cena em palco, com atores formando a assembleia que vocifera, interrompe e ataca o médico. Mas, na montagem brasileira, a assembleia passa a ser composta pelo próprio público da peça. Atores sentados no meio da plateia tentam seguir o texto de Ibsen, de linchamento moral do médico, mas o público de fato reage e o defende, contracenando e invertendo o resultado: a plateia no Aliança Francesa vota ao final pela verdade e em defesa do cientista negro. Resta ao prefeito e ao presidente da associação de proprietários manipular o resultado da votação, voltando a condenar o médico como "inimigo do povo", para que a peça possa seguir o texto original.

      O momento, contudo, traz o aprendizado da plateia sobre o que vê e sua capacidade de se indignar, reagir e escolher o lado certo – que é derrotado no texto, mas não na vida. De algum modo, esse levante do público, não para aderir, mas para se insurgir contra o negacionismo e as forças do atraso, traz mais uma vez Ibsen para a atualidade. Afinal, a arte segue iluminando a vida. Quem será o verdadeiro "inimigo do povo"?


Pedro Arantes, Soraya Smaili, Maria Angélica Minhoto. Andres Sandoval/SoU_Ciência. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/blogs/sou-ciencia/2022/05/o-cientista-e-o-inimigo-do-povo.shtml Acesso 06/05/22. Adaptado.
Considerando o gênero em que o Texto 1 se comunica, é CORRETO concluir que o seu principal propósito é: 
Alternativas
Q2033752 Direito Constitucional
Considere:
I. Órgão de controle interno do Poder Executivo federal encontra-se autorizado a fiscalizar a aplicação de recursos públicos federais mesmo em um Estado ou Município, sem que isso importe em ofensa ao pacto federativo ou usurpação de competência do Tribunal de Contas da União. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.
II. A competência técnica do Tribunal de Contas do Estado, ao negar registro de admissão de pessoal, não se subordina à revisão pelo Poder Legislativo respectivo.
III. Os Tribunais de Contas estão sujeitos ao prazo de 5 anos para o julgamento da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, a contar da chegada do processo à respectiva Corte de Contas, em homenagem ao princípio da proteção da confiança legítima.
IV. O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público, desde que motivadamente e respeitado o princípio da colegialidade, pois exerce função judicante.

No que se refere à sistemática de controle interno e externo estabelecida na Constituição Federal, está correto o que se afirma APENAS em
Alternativas
Q2033751 Direito Financeiro
São princípios orçamentários específicos ou setoriais:
Alternativas
Q2033750 Direito Financeiro
Acerca do tema dos orçamentos, a Constituição Federal estabelece:  
Alternativas
Q2033749 Direito Financeiro
O conceito de Constituição financeira contempla, entre outros aspectos: 
Alternativas
Q2033748 Direito Financeiro
Supondo que em uma determinada prefeitura, a relação entre despesas correntes e receitas correntes, no período de 12 (doze) meses, seja superior a 95%, razão pela qual o Poder Executivo adotou um ajuste fiscal, sendo, por isso,
Alternativas
Q2033747 Direito Financeiro
No que se refere às despesas e receitas públicas, a legislação pertinente estabelece:
Alternativas
Respostas
101: D
102: C
103: A
104: E
105: C
106: C
107: B
108: C
109: D
110: D
111: E
112: A
113: E
114: D
115: E
116: A
117: B
118: A
119: E
120: D