Questões de Concurso Para uem

Foram encontradas 562 questões

Resolva questões gratuitamente!

Junte-se a mais de 4 milhões de concurseiros!

Ano: 2017 Banca: UEM Órgão: UEM Prova: UEM - 2017 - UEM - Biólogo |
Q837223 Biologia
A construção da coluna óptico-eletrônica do microscópio eletrônico de varredura visa à produção de um pequeno feixe de elétrons de alta intensidade. Não faz parte da coluna
Alternativas
Ano: 2017 Banca: UEM Órgão: UEM Prova: UEM - 2017 - UEM - Biólogo |
Q837222 Biologia
O sinal gerado pelos elétrons retroespalhados é resultante das interações ocorridas mais para o interior da amostra e proveniente de uma região do volume de interação, abrangendo um diâmetro maior do que o diâmetro do feixe primário. A imagem gerada por esses elétrons fornece informações em relação
Alternativas
Ano: 2017 Banca: UEM Órgão: UEM Prova: UEM - 2017 - UEM - Biólogo |
Q837221 Biologia
A aparência tridimensional das imagens obtidas em um microscópio eletrônico de varredura é resultado direto
Alternativas
Ano: 2017 Banca: UEM Órgão: UEM Prova: UEM - 2017 - UEM - Biólogo |
Q837220 Biologia
O microscópio eletrônico de varredura não pode fornecer informações sobre
Alternativas
Ano: 2017 Banca: UEM Órgão: UEM Prova: UEM - 2017 - UEM - Biólogo |
Q837219 Biologia
Um microscópio eletrônico de varredura (MEV) utiliza um feixe de elétrons para obter imagens, enquanto um microscópio óptico convencional utiliza fótons para esse propósito. O fato de o microscópio eletrônico usar um feixe de elétrons permite
Alternativas
Ano: 2017 Banca: UEM Órgão: UEM Prova: UEM - 2017 - UEM - Biólogo |
Q837218 Biologia
A imagem formada a partir do sinal captado na varredura eletrônica de uma superfície pode apresentar diferentes características, uma vez que a imagem resulta da amplificação de um sinal obtido de uma interação entre o feixe eletrônico e o material da amostra. Diferentes sinais podem ser emitidos pela amostra. Os tipos de sinais (elétrons) utilizados na formação de imagens por microscopia eletrônica de varredura são
Alternativas
Ano: 2017 Banca: UEM Órgão: UEM Prova: UEM - 2017 - UEM - Biólogo |
Q837217 Biologia
No microscópio eletrônico de varredura, devido à necessidade de interação do feixe eletrônico com a amostra, alguns elétrons são absorvidos pela amostra. Esses elétrons devem ser conduzidos para o fio terra do microscópio. Por isso, recomenda-se
Alternativas
Ano: 2017 Banca: UEM Órgão: UEM Prova: UEM - 2017 - UEM - Químico |
Q837214 Química
Em relação às colunas empregadas na cromatografia em fase gasosa, qual afirmação está incorreta?
Alternativas
Ano: 2017 Banca: UEM Órgão: UEM Prova: UEM - 2017 - UEM - Químico |
Q837213 Química

As afirmações abaixo estão relacionadas à fonte de ionização por impacto de elétrons (EI) empregada na espectrometria de massas.


I) Aplicada a moléculas de média e de baixa polaridade em qualquer faixa de massa molecular.

II) Empregada na determinação da massa molecular dos compostos devido ao aparecimento do íon molecular em todos os espectros de massas.

III) Empregada na identificação de compostos devido ao grande número de fragmentos formados.

IV) Aplica-se a moléculas de média e de baixa polaridade em analitos com massa molecular inferior a 1.000 daltons.


Assinale a alternativa com as afirmações corretas.

Alternativas
Ano: 2017 Banca: UEM Órgão: UEM Prova: UEM - 2017 - UEM - Químico |
Q837212 Química
O pico base em um espectro de massas é definido como
Alternativas
Ano: 2017 Banca: UEM Órgão: UEM Prova: UEM - 2017 - UEM - Químico |
Q837211 Química

Considere as afirmações abaixo sobre os modos de injeção de amostras empregados na técnica de cromatografia em fase gasosa.


I) No modo Split (com divisor de fluxo), a amostra é dividida antes de entrar na coluna.

II) No modo Splitless (sem divisor de fluxo), toda amostra entra na coluna.

III) No modo Split (com divisor de fluxo), a amostra é dividida antes de entrar na coluna, sempre na razão de 1:50.

IV) No modo Split (com divisor de fluxo), toda amostra entra na coluna.


Assinale a alternativa com as afirmações corretas.

Alternativas
Ano: 2017 Banca: UEM Órgão: UEM Prova: UEM - 2017 - UEM - Químico |
Q837210 Química
Qual dos fatores abaixo não afeta o tempo de retenção na cromatografia em fase gasosa?
Alternativas
Ano: 2017 Banca: UEM Órgão: UEM Prova: UEM - 2017 - UEM - Químico |
Q837209 Química
Com relação à fonte de radiação (lâmpada de cátodo oco (L.C.O.)), empregada nas espectrometrias de absorção atômica em chama e em forno de grafite, qual a alternativa com a informação incorreta?
Alternativas
Ano: 2017 Banca: UEM Órgão: UEM Prova: UEM - 2017 - UEM - Químico |
Q837208 Química
Sobre o processo de atomização em espectrometria de absorção atômica em forno de grafite (GF AAS), qual a alternativa com a afirmação incorreta?
Alternativas
Ano: 2017 Banca: UEM Órgão: UEM Prova: UEM - 2017 - UEM - Químico |
Q837207 Química

Com relação às interferências que podem ocorrer em espectrometria de absorção atômica em chama (F AAS) e em espectrometria de absorção atômica em forno de grafite (GF AAS), qual a alternativa com as afirmações corretas?


I) As interferências químicas podem ocorrer devido à formação, durante o processo de atomização, de espécies moleculares do analito termicamente instáveis.

II) As interferências espectrais podem ser causadas devido a sinais de absorção de fundo gerados por espécies moleculares não completamente dissociadas e/ou devido à presença de material particulado sólido, suspenso no sistema de atomização.

III) Sinais de absorção de fundo podem ser corrigidos empregando-se um sistema instrumental de correção, baseado no uso de uma lâmpada de deutério, tanto para análises realizadas na região do ultravioleta, como também na região do visível do espectro eletromagnético.

IV) As determinações analíticas realizadas pela técnica de GF AAS são mais susceptíveis à ocorrência de interferências espectrais do que aquelas realizadas pela técnica de F AAS.

V) As determinações analíticas realizadas pela técnica de F AAS são mais susceptíveis à ocorrência de interferências espectrais do que aquelas realizadas pela técnica de GF AAS.

Alternativas
Ano: 2017 Banca: UEM Órgão: UEM Prova: UEM - 2017 - UEM - Químico |
Q837206 Química

Com relação à espectrometria de absorção atômica em chama (F AAS), considerando a aplicação do procedimento de aspiração contínua (procedimento convencional) de solução de amostras, qual a alternativa com as afirmações incorretas?


I) Pode ser aplicada para a determinação de íons metálicos.

II) É uma técnica instrumental analítica mais sensível para a realização de determinações, em comparação à espectrometria de absorção atômica em forno de grafite (GF AAS).

III) Não permite a atomização do analito em um ambiente mais livre da presença de componentes da matriz da amostra.

IV) É uma técnica instrumental analítica fortemente afetada pelo efeito de interferências espectrais.

V) Possibilita a correção de sinais de absorção de fundo que ocorrem em comprimentos de onda da região do visível do espectro eletromagnético, mediante a utilização do sistema instrumental de correção com lâmpada de deutério.

Alternativas
Ano: 2017 Banca: UEM Órgão: UEM Prova: UEM - 2017 - UEM - Químico |
Q837205 Química

A determinação da concentração total de Cálcio (Ca) por espectrometria de absorção atômica em chama (F AAS) pode ser realizada empregando-se a chama ar-acetileno ou a chama óxido nitroso-acetileno. Considerando que uma amostra de interesse para a determinação do referido elemento contenha fósforo (P) na forma de fosfato (PO43-), em concentração relativamente elevada em relação à concentração do analito, qual a alternativa com as afirmações corretas?


I) Recomenda-se a adição de concentração elevada de La3+ na forma de cloreto a todas as soluções envolvidas na análise, considerando-se a utilização da chama ar-acetileno como sistema de atomização.

II) Recomenda-se a adição de K+ ou Cs+ na forma de cloretos, a todas as soluções envolvidas na análise, considerando-se a utilização da chama óxido nitroso-acetileno como sistema de atomização.

III) A interferência de ionização pode ser eliminada utilizando-se a chama óxido nitroso-acetileno como sistema de atomização, ou adicionando-se um supressor (tampão) de ionização a todas as soluções envolvidas na análise.

IV) A interferência de ionização pode ser evitada empregando-se a chama ar-acetileno como sistema de atomização.

V) A determinação de Ca mediante o uso da chama ar-acetileno, independentemente de sua concentração em uma amostra, não exige a utilização de agente de liberação, até mesmo quando presente em uma matriz que contém uma concentração relativa muito elevada de P. 

Alternativas
Ano: 2017 Banca: UEM Órgão: UEM Prova: UEM - 2017 - UEM - Contador |
Q837202 Português

                  Literatura faz bem para a saúde (Moacyr Scliar)


1 É difícil / extrair novidades de poemas / no entanto, pessoas morrem miseravelmente / pela falta daquilo que ali se encontra.” O poeta e dramaturgo modernista americano William Carlos Williams (1883-1963) sabia do que estava falando quando escreveu esses versos: além de escritor multitalentoso, tinha formação em medicina e efetivamente trabalhava cuidando da saúde dos outros. A partir de sua afirmativa, a pergunta se impõe: o que existe, nos poemas e na literatura em geral, que pode manter as pessoas vivas e, quem sabe, até ajudar na cura de algumas doenças?

2 Em primeiro lugar, podemos destacar as próprias palavras. Que são, como costumavam dizer os antigos gregos, um verdadeiro remédio para as mentes sofredoras. Não se tratava só de uma metáfora engenhosa e sedutora: no século 1 d.C., o médico romano Soranus prescrevia poemas e peças teatrais para seus pacientes. O teatro, aliás, era considerado uma válvula de escape para aquelas emoções reprimidas que todos têm, através da catarse (alívio) que proporciona.

3 A palavra tem um efeito terapêutico. Verbalizar ajuda os pacientes, e esse é o fundamento da psicoterapia – ou talk therapy, como dizem os americanos. E a inversa é verdadeira: ao ouvir histórias, as crianças sentem-se emocionalmente amparadas. E não apenas elas, claro. Todos nós gostamos de escutar causos e de nos identificarmos com alguns deles. Dizia Bruno Bettelheim (1903- 1990), psicólogo americano de origem austríaca, sobrevivente dos campos de concentração nazistas: “Os contos de fadas, à diferença de qualquer outra forma de literatura, dirigem a criança para a descoberta de sua identidade. Os contos de fadas mostram que uma vida compensadora e boa está ao alcance da pessoa, apesar das adversidades”.

4 Não é de admirar, portanto, que a leitura tenha se transformado em recurso terapêutico ao longo dos tempos. No primeiro hospital para doentes mentais dos Estados Unidos, o Pennsylvania Hospital (fundado em 1751 por Benjamin Franklin), na Filadélfia, os pacientes não apenas liam como escreviam e publicavam seus textos em um jornal muito sugestivamente chamado The Illuminator (“O Iluminador”, em inglês). Nos anos 60 e 70 do século 20, o termo “biblioterapia” passou a designar essas atividades. Logo surgiu a “poematerapia”, desenvolvida em instituições como o Instituto de Terapia Poética de Los Angeles, no estado americano da Califórnia. Aliás, nos Estados Unidos, existe até uma Associação Nacional pela Terapia Poética.  

5 Aqui no Brasil, já temos várias experiências na área. No livro O Terapeuta e o Lobo – A Utilização do Conto na Psicoterapia da Criança, o psiquiatra infantil, poeta e escritor Celso Gutfreind, destaca a enorme importância terapêutica do conto, como forma de reforço à identidade infantil e como antídoto contra o medo que aflige tantas crianças. Também é de destacar o Projeto Biblioteca Viva em Hospitais, realizado no Rio de Janeiro e mantido pelo Ministério da Saúde, pela Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança e por um grande banco. A leitura, realizada por voluntários, ajuda a criança a vencer a insegurança do ambiente estranho e da penosa experiência da doença, terrível para todos, mas ainda mais amedrontadora para os pequenos.

6 Finalmente, é preciso dizer que a literatura pode colaborar para a própria formação médica. Muitas escolas de medicina pelo mundo, inclusive no Brasil, estão incluindo no currículo a disciplina Medicina e Literatura. Através de textos como A Morte de Ivan Illich, do escritor russo Léon Tolstoi (em que o personagem sofre de câncer), A Montanha Mágica, do alemão Thomas Mann (que fala sobre a tuberculose) e O Alienista, do brasileiro Machado de Assis (uma sátira às instituições mentais do século 19), os alunos tomam conhecimento da dimensão humana da doença. E assim, mesmo que muitas vezes indiretamente, a literatura passa a ajudar pacientes de todas as idades.

*Moacyr Scliar foi médico sanitarista e um dos principais escritores brasileiros, autor de, entre outros, A Paixão Transformada, um ensaio sobre as relações entre medicina e literatura.

Adaptado de <http://www.revistaprosaversoearte.com/literatura-faz-bem-para-saude-moacyr-scliar/> . Acessado em 19 de julho de 2017.  

Sobre a acentuação gráfica de palavras retiradas do texto, assinale a alternativa correta.
Alternativas
Ano: 2017 Banca: UEM Órgão: UEM Prova: UEM - 2017 - UEM - Contador |
Q837201 Português

                  Literatura faz bem para a saúde (Moacyr Scliar)


1 É difícil / extrair novidades de poemas / no entanto, pessoas morrem miseravelmente / pela falta daquilo que ali se encontra.” O poeta e dramaturgo modernista americano William Carlos Williams (1883-1963) sabia do que estava falando quando escreveu esses versos: além de escritor multitalentoso, tinha formação em medicina e efetivamente trabalhava cuidando da saúde dos outros. A partir de sua afirmativa, a pergunta se impõe: o que existe, nos poemas e na literatura em geral, que pode manter as pessoas vivas e, quem sabe, até ajudar na cura de algumas doenças?

2 Em primeiro lugar, podemos destacar as próprias palavras. Que são, como costumavam dizer os antigos gregos, um verdadeiro remédio para as mentes sofredoras. Não se tratava só de uma metáfora engenhosa e sedutora: no século 1 d.C., o médico romano Soranus prescrevia poemas e peças teatrais para seus pacientes. O teatro, aliás, era considerado uma válvula de escape para aquelas emoções reprimidas que todos têm, através da catarse (alívio) que proporciona.

3 A palavra tem um efeito terapêutico. Verbalizar ajuda os pacientes, e esse é o fundamento da psicoterapia – ou talk therapy, como dizem os americanos. E a inversa é verdadeira: ao ouvir histórias, as crianças sentem-se emocionalmente amparadas. E não apenas elas, claro. Todos nós gostamos de escutar causos e de nos identificarmos com alguns deles. Dizia Bruno Bettelheim (1903- 1990), psicólogo americano de origem austríaca, sobrevivente dos campos de concentração nazistas: “Os contos de fadas, à diferença de qualquer outra forma de literatura, dirigem a criança para a descoberta de sua identidade. Os contos de fadas mostram que uma vida compensadora e boa está ao alcance da pessoa, apesar das adversidades”.

4 Não é de admirar, portanto, que a leitura tenha se transformado em recurso terapêutico ao longo dos tempos. No primeiro hospital para doentes mentais dos Estados Unidos, o Pennsylvania Hospital (fundado em 1751 por Benjamin Franklin), na Filadélfia, os pacientes não apenas liam como escreviam e publicavam seus textos em um jornal muito sugestivamente chamado The Illuminator (“O Iluminador”, em inglês). Nos anos 60 e 70 do século 20, o termo “biblioterapia” passou a designar essas atividades. Logo surgiu a “poematerapia”, desenvolvida em instituições como o Instituto de Terapia Poética de Los Angeles, no estado americano da Califórnia. Aliás, nos Estados Unidos, existe até uma Associação Nacional pela Terapia Poética.  

5 Aqui no Brasil, já temos várias experiências na área. No livro O Terapeuta e o Lobo – A Utilização do Conto na Psicoterapia da Criança, o psiquiatra infantil, poeta e escritor Celso Gutfreind, destaca a enorme importância terapêutica do conto, como forma de reforço à identidade infantil e como antídoto contra o medo que aflige tantas crianças. Também é de destacar o Projeto Biblioteca Viva em Hospitais, realizado no Rio de Janeiro e mantido pelo Ministério da Saúde, pela Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança e por um grande banco. A leitura, realizada por voluntários, ajuda a criança a vencer a insegurança do ambiente estranho e da penosa experiência da doença, terrível para todos, mas ainda mais amedrontadora para os pequenos.

6 Finalmente, é preciso dizer que a literatura pode colaborar para a própria formação médica. Muitas escolas de medicina pelo mundo, inclusive no Brasil, estão incluindo no currículo a disciplina Medicina e Literatura. Através de textos como A Morte de Ivan Illich, do escritor russo Léon Tolstoi (em que o personagem sofre de câncer), A Montanha Mágica, do alemão Thomas Mann (que fala sobre a tuberculose) e O Alienista, do brasileiro Machado de Assis (uma sátira às instituições mentais do século 19), os alunos tomam conhecimento da dimensão humana da doença. E assim, mesmo que muitas vezes indiretamente, a literatura passa a ajudar pacientes de todas as idades.

*Moacyr Scliar foi médico sanitarista e um dos principais escritores brasileiros, autor de, entre outros, A Paixão Transformada, um ensaio sobre as relações entre medicina e literatura.

Adaptado de <http://www.revistaprosaversoearte.com/literatura-faz-bem-para-saude-moacyr-scliar/> . Acessado em 19 de julho de 2017.  

No excerto “A leitura, realizada por voluntários, ajuda a criança a vencer a insegurança do ambiente estranho e da penosa experiência da doença [...].” (quinto parágrafo), as quatro ocorrências de “a”, respectivamente, são
Alternativas
Ano: 2017 Banca: UEM Órgão: UEM Prova: UEM - 2017 - UEM - Contador |
Q837200 Português

                  Literatura faz bem para a saúde (Moacyr Scliar)


1 É difícil / extrair novidades de poemas / no entanto, pessoas morrem miseravelmente / pela falta daquilo que ali se encontra.” O poeta e dramaturgo modernista americano William Carlos Williams (1883-1963) sabia do que estava falando quando escreveu esses versos: além de escritor multitalentoso, tinha formação em medicina e efetivamente trabalhava cuidando da saúde dos outros. A partir de sua afirmativa, a pergunta se impõe: o que existe, nos poemas e na literatura em geral, que pode manter as pessoas vivas e, quem sabe, até ajudar na cura de algumas doenças?

2 Em primeiro lugar, podemos destacar as próprias palavras. Que são, como costumavam dizer os antigos gregos, um verdadeiro remédio para as mentes sofredoras. Não se tratava só de uma metáfora engenhosa e sedutora: no século 1 d.C., o médico romano Soranus prescrevia poemas e peças teatrais para seus pacientes. O teatro, aliás, era considerado uma válvula de escape para aquelas emoções reprimidas que todos têm, através da catarse (alívio) que proporciona.

3 A palavra tem um efeito terapêutico. Verbalizar ajuda os pacientes, e esse é o fundamento da psicoterapia – ou talk therapy, como dizem os americanos. E a inversa é verdadeira: ao ouvir histórias, as crianças sentem-se emocionalmente amparadas. E não apenas elas, claro. Todos nós gostamos de escutar causos e de nos identificarmos com alguns deles. Dizia Bruno Bettelheim (1903- 1990), psicólogo americano de origem austríaca, sobrevivente dos campos de concentração nazistas: “Os contos de fadas, à diferença de qualquer outra forma de literatura, dirigem a criança para a descoberta de sua identidade. Os contos de fadas mostram que uma vida compensadora e boa está ao alcance da pessoa, apesar das adversidades”.

4 Não é de admirar, portanto, que a leitura tenha se transformado em recurso terapêutico ao longo dos tempos. No primeiro hospital para doentes mentais dos Estados Unidos, o Pennsylvania Hospital (fundado em 1751 por Benjamin Franklin), na Filadélfia, os pacientes não apenas liam como escreviam e publicavam seus textos em um jornal muito sugestivamente chamado The Illuminator (“O Iluminador”, em inglês). Nos anos 60 e 70 do século 20, o termo “biblioterapia” passou a designar essas atividades. Logo surgiu a “poematerapia”, desenvolvida em instituições como o Instituto de Terapia Poética de Los Angeles, no estado americano da Califórnia. Aliás, nos Estados Unidos, existe até uma Associação Nacional pela Terapia Poética.  

5 Aqui no Brasil, já temos várias experiências na área. No livro O Terapeuta e o Lobo – A Utilização do Conto na Psicoterapia da Criança, o psiquiatra infantil, poeta e escritor Celso Gutfreind, destaca a enorme importância terapêutica do conto, como forma de reforço à identidade infantil e como antídoto contra o medo que aflige tantas crianças. Também é de destacar o Projeto Biblioteca Viva em Hospitais, realizado no Rio de Janeiro e mantido pelo Ministério da Saúde, pela Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança e por um grande banco. A leitura, realizada por voluntários, ajuda a criança a vencer a insegurança do ambiente estranho e da penosa experiência da doença, terrível para todos, mas ainda mais amedrontadora para os pequenos.

6 Finalmente, é preciso dizer que a literatura pode colaborar para a própria formação médica. Muitas escolas de medicina pelo mundo, inclusive no Brasil, estão incluindo no currículo a disciplina Medicina e Literatura. Através de textos como A Morte de Ivan Illich, do escritor russo Léon Tolstoi (em que o personagem sofre de câncer), A Montanha Mágica, do alemão Thomas Mann (que fala sobre a tuberculose) e O Alienista, do brasileiro Machado de Assis (uma sátira às instituições mentais do século 19), os alunos tomam conhecimento da dimensão humana da doença. E assim, mesmo que muitas vezes indiretamente, a literatura passa a ajudar pacientes de todas as idades.

*Moacyr Scliar foi médico sanitarista e um dos principais escritores brasileiros, autor de, entre outros, A Paixão Transformada, um ensaio sobre as relações entre medicina e literatura.

Adaptado de <http://www.revistaprosaversoearte.com/literatura-faz-bem-para-saude-moacyr-scliar/> . Acessado em 19 de julho de 2017.  

Considere as seguintes afirmações sobre a pontuação empregada no texto.


I) No excerto “Em primeiro lugar, podemos destacar as próprias palavras.” (segundo parágrafo), o ponto final foi empregado para encerrar uma frase declarativa.

II) No excerto “E a inversa é verdadeira: ao ouvir histórias, as crianças sentem-se emocionalmente amparadas.” (terceiro parágrafo), os dois-pontos foram empregados para introduzir uma explicação.

III) No excerto “[...] o psiquiatra infantil, poeta e escritor Celso Gutfreind, destaca a enorme importância terapêutica do conto [...]” (quinto parágrafo), as vírgulas foram empregadas para destacar um aposto.


Assinale a alternativa correta.

Alternativas
Respostas
261: A
262: C
263: B
264: E
265: D
266: D
267: B
268: B
269: C
270: D
271: A
272: C
273: B
274: A
275: C
276: D
277: E
278: E
279: A
280: D