Questões de Concurso
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I - Seguem _____________ aos livros minhas poesias para serem entregues a sua irmã.
II - É _______________ entrada de pessoas não autorizadas neste local.
III - ______________ dez anos que meu primo não vinha na minha casa.
IV - Vossa Excelência ___________ silêncio para iniciar o discurso.
As crianças e a conta do mês
Braulio Tavares
Eu nunca soube quanto meu pai ganhava de salário, nunca soube quanto era o aluguel que ele pagava antes de comprar a casa própria. Na minha casa, havia umas noites em que meu pai e minha mãe sentavam à mesa da sala, após o jantar, e em vez das cartas de “crapô” (um jogo de baralho que era o grande passatempo da família) espalhavam sobre ela as contas do mês. E começava aquela ladainha de sempre. “Pagamos esta, deixamos esta outra esperando...” As contas são sempre mais do que o que a gente tem no momento, então é preciso fazer esse malabarismo, melhor deixar que todas atrasem um pouquinho do que deixar uma delas atrasar demais.
O detalhe é que quando a gente se aproximava para acompanhar eles diziam: “Vá brincar, papai e mamãe estão cuidando de coisas sérias” – não eram essas as palavras, mas era a intenção. Hoje, já tendo passado pelo penoso processo de acompanhar os filhos na entrada da idade adulta, fico me perguntando se não seria melhor puxar as crianças desde cedo para dentro desse processo. Crianças só ficam sabendo dessas coisas quando o problema se tornou grande, quando os pais já estão se descabelando, batendo boca, irritados: “Mas não é possível, dois meses de atraso no colégio, os meninos estão sendo cobrados na frente da classe toda!”
Seria interessante dar uma ideia, desde cedo, de como a casa é administrada. Crianças sentem, com razão, que têm direito àquilo tudo: casa, comida, brinquedo, tudo o mais. O.k., não precisam devolver uma parte da mesada. Mas, seria bom que tivessem ideia de quanto custa aquela estrutura toda à sua volta. Crianças parecem pensar que os pais têm um suprimento inesgotável de dinheiro e quando negam alguma coisa é por sovinice ou má vontade. O pagamento das contas da casa é um processo totalmente invisível aos olhos dos filhos. Ninguém sabe nada, porque não é com eles. Com eles é pedir o dinheiro do cinema, do ônibus, do lanche, um direito seu.
Penso hoje, que se eu tivesse participado mais daqueles serões na mesa da sala, percebendo a proporção dos ganhos e dos gastos, isso teria me ajudado a administrar melhor minhas várias casas, depois que virei adulto. Não custa muito. É uma espécie de dever de casa que se faz uma vez por mês, não mais do que isso, mas pode ajudar a gente a deixar mais nítidas em todas as ideias e a convicção emocional de que “estamos todos no mesmo barco”.
Fonte: Disponível em: http://goo.gl/vG4m9x
As crianças e a conta do mês
Braulio Tavares
Eu nunca soube quanto meu pai ganhava de salário, nunca soube quanto era o aluguel que ele pagava antes de comprar a casa própria. Na minha casa, havia umas noites em que meu pai e minha mãe sentavam à mesa da sala, após o jantar, e em vez das cartas de “crapô” (um jogo de baralho que era o grande passatempo da família) espalhavam sobre ela as contas do mês. E começava aquela ladainha de sempre. “Pagamos esta, deixamos esta outra esperando...” As contas são sempre mais do que o que a gente tem no momento, então é preciso fazer esse malabarismo, melhor deixar que todas atrasem um pouquinho do que deixar uma delas atrasar demais.
O detalhe é que quando a gente se aproximava para acompanhar eles diziam: “Vá brincar, papai e mamãe estão cuidando de coisas sérias” – não eram essas as palavras, mas era a intenção. Hoje, já tendo passado pelo penoso processo de acompanhar os filhos na entrada da idade adulta, fico me perguntando se não seria melhor puxar as crianças desde cedo para dentro desse processo. Crianças só ficam sabendo dessas coisas quando o problema se tornou grande, quando os pais já estão se descabelando, batendo boca, irritados: “Mas não é possível, dois meses de atraso no colégio, os meninos estão sendo cobrados na frente da classe toda!”
Seria interessante dar uma ideia, desde cedo, de como a casa é administrada. Crianças sentem, com razão, que têm direito àquilo tudo: casa, comida, brinquedo, tudo o mais. O.k., não precisam devolver uma parte da mesada. Mas, seria bom que tivessem ideia de quanto custa aquela estrutura toda à sua volta. Crianças parecem pensar que os pais têm um suprimento inesgotável de dinheiro e quando negam alguma coisa é por sovinice ou má vontade. O pagamento das contas da casa é um processo totalmente invisível aos olhos dos filhos. Ninguém sabe nada, porque não é com eles. Com eles é pedir o dinheiro do cinema, do ônibus, do lanche, um direito seu.
Penso hoje, que se eu tivesse participado mais daqueles serões na mesa da sala, percebendo a proporção dos ganhos e dos gastos, isso teria me ajudado a administrar melhor minhas várias casas, depois que virei adulto. Não custa muito. É uma espécie de dever de casa que se faz uma vez por mês, não mais do que isso, mas pode ajudar a gente a deixar mais nítidas em todas as ideias e a convicção emocional de que “estamos todos no mesmo barco”.
Fonte: Disponível em: http://goo.gl/vG4m9x
As crianças e a conta do mês
Braulio Tavares
Eu nunca soube quanto meu pai ganhava de salário, nunca soube quanto era o aluguel que ele pagava antes de comprar a casa própria. Na minha casa, havia umas noites em que meu pai e minha mãe sentavam à mesa da sala, após o jantar, e em vez das cartas de “crapô” (um jogo de baralho que era o grande passatempo da família) espalhavam sobre ela as contas do mês. E começava aquela ladainha de sempre. “Pagamos esta, deixamos esta outra esperando...” As contas são sempre mais do que o que a gente tem no momento, então é preciso fazer esse malabarismo, melhor deixar que todas atrasem um pouquinho do que deixar uma delas atrasar demais.
O detalhe é que quando a gente se aproximava para acompanhar eles diziam: “Vá brincar, papai e mamãe estão cuidando de coisas sérias” – não eram essas as palavras, mas era a intenção. Hoje, já tendo passado pelo penoso processo de acompanhar os filhos na entrada da idade adulta, fico me perguntando se não seria melhor puxar as crianças desde cedo para dentro desse processo. Crianças só ficam sabendo dessas coisas quando o problema se tornou grande, quando os pais já estão se descabelando, batendo boca, irritados: “Mas não é possível, dois meses de atraso no colégio, os meninos estão sendo cobrados na frente da classe toda!”
Seria interessante dar uma ideia, desde cedo, de como a casa é administrada. Crianças sentem, com razão, que têm direito àquilo tudo: casa, comida, brinquedo, tudo o mais. O.k., não precisam devolver uma parte da mesada. Mas, seria bom que tivessem ideia de quanto custa aquela estrutura toda à sua volta. Crianças parecem pensar que os pais têm um suprimento inesgotável de dinheiro e quando negam alguma coisa é por sovinice ou má vontade. O pagamento das contas da casa é um processo totalmente invisível aos olhos dos filhos. Ninguém sabe nada, porque não é com eles. Com eles é pedir o dinheiro do cinema, do ônibus, do lanche, um direito seu.
Penso hoje, que se eu tivesse participado mais daqueles serões na mesa da sala, percebendo a proporção dos ganhos e dos gastos, isso teria me ajudado a administrar melhor minhas várias casas, depois que virei adulto. Não custa muito. É uma espécie de dever de casa que se faz uma vez por mês, não mais do que isso, mas pode ajudar a gente a deixar mais nítidas em todas as ideias e a convicção emocional de que “estamos todos no mesmo barco”.
Fonte: Disponível em: http://goo.gl/vG4m9x
As crianças e a conta do mês
Braulio Tavares
Eu nunca soube quanto meu pai ganhava de salário, nunca soube quanto era o aluguel que ele pagava antes de comprar a casa própria. Na minha casa, havia umas noites em que meu pai e minha mãe sentavam à mesa da sala, após o jantar, e em vez das cartas de “crapô” (um jogo de baralho que era o grande passatempo da família) espalhavam sobre ela as contas do mês. E começava aquela ladainha de sempre. “Pagamos esta, deixamos esta outra esperando...” As contas são sempre mais do que o que a gente tem no momento, então é preciso fazer esse malabarismo, melhor deixar que todas atrasem um pouquinho do que deixar uma delas atrasar demais.
O detalhe é que quando a gente se aproximava para acompanhar eles diziam: “Vá brincar, papai e mamãe estão cuidando de coisas sérias” – não eram essas as palavras, mas era a intenção. Hoje, já tendo passado pelo penoso processo de acompanhar os filhos na entrada da idade adulta, fico me perguntando se não seria melhor puxar as crianças desde cedo para dentro desse processo. Crianças só ficam sabendo dessas coisas quando o problema se tornou grande, quando os pais já estão se descabelando, batendo boca, irritados: “Mas não é possível, dois meses de atraso no colégio, os meninos estão sendo cobrados na frente da classe toda!”
Seria interessante dar uma ideia, desde cedo, de como a casa é administrada. Crianças sentem, com razão, que têm direito àquilo tudo: casa, comida, brinquedo, tudo o mais. O.k., não precisam devolver uma parte da mesada. Mas, seria bom que tivessem ideia de quanto custa aquela estrutura toda à sua volta. Crianças parecem pensar que os pais têm um suprimento inesgotável de dinheiro e quando negam alguma coisa é por sovinice ou má vontade. O pagamento das contas da casa é um processo totalmente invisível aos olhos dos filhos. Ninguém sabe nada, porque não é com eles. Com eles é pedir o dinheiro do cinema, do ônibus, do lanche, um direito seu.
Penso hoje, que se eu tivesse participado mais daqueles serões na mesa da sala, percebendo a proporção dos ganhos e dos gastos, isso teria me ajudado a administrar melhor minhas várias casas, depois que virei adulto. Não custa muito. É uma espécie de dever de casa que se faz uma vez por mês, não mais do que isso, mas pode ajudar a gente a deixar mais nítidas em todas as ideias e a convicção emocional de que “estamos todos no mesmo barco”.
Fonte: Disponível em: http://goo.gl/vG4m9x
As crianças e a conta do mês
Braulio Tavares
Eu nunca soube quanto meu pai ganhava de salário, nunca soube quanto era o aluguel que ele pagava antes de comprar a casa própria. Na minha casa, havia umas noites em que meu pai e minha mãe sentavam à mesa da sala, após o jantar, e em vez das cartas de “crapô” (um jogo de baralho que era o grande passatempo da família) espalhavam sobre ela as contas do mês. E começava aquela ladainha de sempre. “Pagamos esta, deixamos esta outra esperando...” As contas são sempre mais do que o que a gente tem no momento, então é preciso fazer esse malabarismo, melhor deixar que todas atrasem um pouquinho do que deixar uma delas atrasar demais.
O detalhe é que quando a gente se aproximava para acompanhar eles diziam: “Vá brincar, papai e mamãe estão cuidando de coisas sérias” – não eram essas as palavras, mas era a intenção. Hoje, já tendo passado pelo penoso processo de acompanhar os filhos na entrada da idade adulta, fico me perguntando se não seria melhor puxar as crianças desde cedo para dentro desse processo. Crianças só ficam sabendo dessas coisas quando o problema se tornou grande, quando os pais já estão se descabelando, batendo boca, irritados: “Mas não é possível, dois meses de atraso no colégio, os meninos estão sendo cobrados na frente da classe toda!”
Seria interessante dar uma ideia, desde cedo, de como a casa é administrada. Crianças sentem, com razão, que têm direito àquilo tudo: casa, comida, brinquedo, tudo o mais. O.k., não precisam devolver uma parte da mesada. Mas, seria bom que tivessem ideia de quanto custa aquela estrutura toda à sua volta. Crianças parecem pensar que os pais têm um suprimento inesgotável de dinheiro e quando negam alguma coisa é por sovinice ou má vontade. O pagamento das contas da casa é um processo totalmente invisível aos olhos dos filhos. Ninguém sabe nada, porque não é com eles. Com eles é pedir o dinheiro do cinema, do ônibus, do lanche, um direito seu.
Penso hoje, que se eu tivesse participado mais daqueles serões na mesa da sala, percebendo a proporção dos ganhos e dos gastos, isso teria me ajudado a administrar melhor minhas várias casas, depois que virei adulto. Não custa muito. É uma espécie de dever de casa que se faz uma vez por mês, não mais do que isso, mas pode ajudar a gente a deixar mais nítidas em todas as ideias e a convicção emocional de que “estamos todos no mesmo barco”.
Fonte: Disponível em: http://goo.gl/vG4m9x