Questões de Concurso
Para câmara de nova iguaçu - rj
Foram encontradas 242 questões
Resolva questões gratuitamente!
Junte-se a mais de 4 milhões de concurseiros!
Lembrança do primeiro medo
Admiro a coragem dos atores. Alguns são tímidos, estremecem antes de interiorizar outro caráter e já não são eles mesmos quando apresentam uma personagem que em nada lhes assemelham.
Quando morava na França, fiz um teste para trabalhar num filme amador e, por azar, fui selecionado. [...] A filmagem foi um calvário: fiquei gago, esqueci trechos do texto que havia decorado e ensaiado, como se as palavras tivessem sido apagadas da minha memória; não sei se foi uma falha de memória ou medo diante da câmera.
O fato é que eu jamais poderia ser ator, nem mesmo um ator mudo, encenando apenas com gestos e com o olhar. Naquela época comecei a sondar de onde vinha minha aversão a uma lente dirigida para mim. Não era aversão, e sim medo.
O medo é uma das lembranças mais fortes da infância. Eu ouvia histórias de crianças que tinham se afogado no rio Negro ou no Amazonas, crianças que saltavam do galho alto de uma árvore, mergulhavam num rio e nunca mais apareciam. Diziam que elas tinham sido devoradas por bichos gigantescos, peixes fantásticos que abocanhavam suas pequenas vítimas e as arrastavam para um lugar profundo e escuro. Essas histórias eram contadas em casa, e aos cinco anos de idade você acredita em tudo.
Lembro o domingo em que fui com meus pais a um dos balneários de Manaus, um clube de campo banhado por um rio de águas limpas e pretas. Um tronco comprido unia as extremidades do igarapé, e minha mãe teimou em tirar uma foto do filho sentado no meio dessa ponte estreita e precária. Meu pai me conduziu ao lugar indicado pela fotógrafa. Sentei no centro da ponte, meus pés nem roçavam a água. Quando meu pai se afastou, tive a impressão de que as margens do rio estavam muito longe de mim. Não conseguia olhar para baixo, o rio era um abismo tenebroso. Então ouvi minha mãe gritar: “Ri, filho. Ri e olha para cá”.
Não ri, e quando olhei na direção da voz, vi o cabelo da fotógrafa, o rosto tapado por uma câmera enorme. O olho de vidro era também enorme, tudo era enorme naquela manhã de sol, inclusive meu medo. Eu não sabia nadar. E, no momento em que estava sendo fotografado, recordei as histórias de crianças afogadas e depois engolidas por um bestiário fluvial. Em poucos segundos, senti mais medo do que sentiria nas futuras brigas de rua, nas batalhas bárbaras, violentíssimas entre estudantes de escolas rivais durante o desfile de Sete de Setembro, senti muito mais medo do que sentiria nas passeatas e pichações na época da ditadura. Talvez por que o medo na infância seja definitivo, profundo, único. Talvez por isso, o mais traumático.
Quando a fotografia foi revelada e ampliada, minha expressão de pavor frustrou minha mãe, que desejava mostrar às amigas a imagem do filho corajoso, rindo à beira de um abismo. A vaidade materna pode gerar traumas no filho.
Aprendi a nadar nas margens daquele igarapé, mas sem a presença de um olho vigilante. Com o passar do tempo, percebi que não havia feras fantásticas no fundo das águas, que a escuridão aquática era um atributo da natureza e que era possível atravessar a nado naquele rio que, na infância, tinha sido perigoso e ameaçador.
Um dia percebi que o rio não era um abismo, mas então eu já não era uma criança, nem acreditava em todas as palavras dos mais velhos.
HATOUN, Milton. Um solitário à espreita – Crônicas. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.
Lembrança do primeiro medo
Admiro a coragem dos atores. Alguns são tímidos, estremecem antes de interiorizar outro caráter e já não são eles mesmos quando apresentam uma personagem que em nada lhes assemelham.
Quando morava na França, fiz um teste para trabalhar num filme amador e, por azar, fui selecionado. [...] A filmagem foi um calvário: fiquei gago, esqueci trechos do texto que havia decorado e ensaiado, como se as palavras tivessem sido apagadas da minha memória; não sei se foi uma falha de memória ou medo diante da câmera.
O fato é que eu jamais poderia ser ator, nem mesmo um ator mudo, encenando apenas com gestos e com o olhar. Naquela época comecei a sondar de onde vinha minha aversão a uma lente dirigida para mim. Não era aversão, e sim medo.
O medo é uma das lembranças mais fortes da infância. Eu ouvia histórias de crianças que tinham se afogado no rio Negro ou no Amazonas, crianças que saltavam do galho alto de uma árvore, mergulhavam num rio e nunca mais apareciam. Diziam que elas tinham sido devoradas por bichos gigantescos, peixes fantásticos que abocanhavam suas pequenas vítimas e as arrastavam para um lugar profundo e escuro. Essas histórias eram contadas em casa, e aos cinco anos de idade você acredita em tudo.
Lembro o domingo em que fui com meus pais a um dos balneários de Manaus, um clube de campo banhado por um rio de águas limpas e pretas. Um tronco comprido unia as extremidades do igarapé, e minha mãe teimou em tirar uma foto do filho sentado no meio dessa ponte estreita e precária. Meu pai me conduziu ao lugar indicado pela fotógrafa. Sentei no centro da ponte, meus pés nem roçavam a água. Quando meu pai se afastou, tive a impressão de que as margens do rio estavam muito longe de mim. Não conseguia olhar para baixo, o rio era um abismo tenebroso. Então ouvi minha mãe gritar: “Ri, filho. Ri e olha para cá”.
Não ri, e quando olhei na direção da voz, vi o cabelo da fotógrafa, o rosto tapado por uma câmera enorme. O olho de vidro era também enorme, tudo era enorme naquela manhã de sol, inclusive meu medo. Eu não sabia nadar. E, no momento em que estava sendo fotografado, recordei as histórias de crianças afogadas e depois engolidas por um bestiário fluvial. Em poucos segundos, senti mais medo do que sentiria nas futuras brigas de rua, nas batalhas bárbaras, violentíssimas entre estudantes de escolas rivais durante o desfile de Sete de Setembro, senti muito mais medo do que sentiria nas passeatas e pichações na época da ditadura. Talvez por que o medo na infância seja definitivo, profundo, único. Talvez por isso, o mais traumático.
Quando a fotografia foi revelada e ampliada, minha expressão de pavor frustrou minha mãe, que desejava mostrar às amigas a imagem do filho corajoso, rindo à beira de um abismo. A vaidade materna pode gerar traumas no filho.
Aprendi a nadar nas margens daquele igarapé, mas sem a presença de um olho vigilante. Com o passar do tempo, percebi que não havia feras fantásticas no fundo das águas, que a escuridão aquática era um atributo da natureza e que era possível atravessar a nado naquele rio que, na infância, tinha sido perigoso e ameaçador.
Um dia percebi que o rio não era um abismo, mas então eu já não era uma criança, nem acreditava em todas as palavras dos mais velhos.
HATOUN, Milton. Um solitário à espreita – Crônicas. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.
Quando a fotografia foi revelada e ampliada, minha expressão de pavor frustrou minha mãe, que desejava mostrar às amigas a imagem do filho corajoso, rindo à beira de um abismo.[...]
Lembrança do primeiro medo
Admiro a coragem dos atores. Alguns são tímidos, estremecem antes de interiorizar outro caráter e já não são eles mesmos quando apresentam uma personagem que em nada lhes assemelham.
Quando morava na França, fiz um teste para trabalhar num filme amador e, por azar, fui selecionado. [...] A filmagem foi um calvário: fiquei gago, esqueci trechos do texto que havia decorado e ensaiado, como se as palavras tivessem sido apagadas da minha memória; não sei se foi uma falha de memória ou medo diante da câmera.
O fato é que eu jamais poderia ser ator, nem mesmo um ator mudo, encenando apenas com gestos e com o olhar. Naquela época comecei a sondar de onde vinha minha aversão a uma lente dirigida para mim. Não era aversão, e sim medo.
O medo é uma das lembranças mais fortes da infância. Eu ouvia histórias de crianças que tinham se afogado no rio Negro ou no Amazonas, crianças que saltavam do galho alto de uma árvore, mergulhavam num rio e nunca mais apareciam. Diziam que elas tinham sido devoradas por bichos gigantescos, peixes fantásticos que abocanhavam suas pequenas vítimas e as arrastavam para um lugar profundo e escuro. Essas histórias eram contadas em casa, e aos cinco anos de idade você acredita em tudo.
Lembro o domingo em que fui com meus pais a um dos balneários de Manaus, um clube de campo banhado por um rio de águas limpas e pretas. Um tronco comprido unia as extremidades do igarapé, e minha mãe teimou em tirar uma foto do filho sentado no meio dessa ponte estreita e precária. Meu pai me conduziu ao lugar indicado pela fotógrafa. Sentei no centro da ponte, meus pés nem roçavam a água. Quando meu pai se afastou, tive a impressão de que as margens do rio estavam muito longe de mim. Não conseguia olhar para baixo, o rio era um abismo tenebroso. Então ouvi minha mãe gritar: “Ri, filho. Ri e olha para cá”.
Não ri, e quando olhei na direção da voz, vi o cabelo da fotógrafa, o rosto tapado por uma câmera enorme. O olho de vidro era também enorme, tudo era enorme naquela manhã de sol, inclusive meu medo. Eu não sabia nadar. E, no momento em que estava sendo fotografado, recordei as histórias de crianças afogadas e depois engolidas por um bestiário fluvial. Em poucos segundos, senti mais medo do que sentiria nas futuras brigas de rua, nas batalhas bárbaras, violentíssimas entre estudantes de escolas rivais durante o desfile de Sete de Setembro, senti muito mais medo do que sentiria nas passeatas e pichações na época da ditadura. Talvez por que o medo na infância seja definitivo, profundo, único. Talvez por isso, o mais traumático.
Quando a fotografia foi revelada e ampliada, minha expressão de pavor frustrou minha mãe, que desejava mostrar às amigas a imagem do filho corajoso, rindo à beira de um abismo. A vaidade materna pode gerar traumas no filho.
Aprendi a nadar nas margens daquele igarapé, mas sem a presença de um olho vigilante. Com o passar do tempo, percebi que não havia feras fantásticas no fundo das águas, que a escuridão aquática era um atributo da natureza e que era possível atravessar a nado naquele rio que, na infância, tinha sido perigoso e ameaçador.
Um dia percebi que o rio não era um abismo, mas então eu já não era uma criança, nem acreditava em todas as palavras dos mais velhos.
HATOUN, Milton. Um solitário à espreita – Crônicas. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.
Lembrança do primeiro medo
Admiro a coragem dos atores. Alguns são tímidos, estremecem antes de interiorizar outro caráter e já não são eles mesmos quando apresentam uma personagem que em nada lhes assemelham.
Quando morava na França, fiz um teste para trabalhar num filme amador e, por azar, fui selecionado. [...] A filmagem foi um calvário: fiquei gago, esqueci trechos do texto que havia decorado e ensaiado, como se as palavras tivessem sido apagadas da minha memória; não sei se foi uma falha de memória ou medo diante da câmera.
O fato é que eu jamais poderia ser ator, nem mesmo um ator mudo, encenando apenas com gestos e com o olhar. Naquela época comecei a sondar de onde vinha minha aversão a uma lente dirigida para mim. Não era aversão, e sim medo.
O medo é uma das lembranças mais fortes da infância. Eu ouvia histórias de crianças que tinham se afogado no rio Negro ou no Amazonas, crianças que saltavam do galho alto de uma árvore, mergulhavam num rio e nunca mais apareciam. Diziam que elas tinham sido devoradas por bichos gigantescos, peixes fantásticos que abocanhavam suas pequenas vítimas e as arrastavam para um lugar profundo e escuro. Essas histórias eram contadas em casa, e aos cinco anos de idade você acredita em tudo.
Lembro o domingo em que fui com meus pais a um dos balneários de Manaus, um clube de campo banhado por um rio de águas limpas e pretas. Um tronco comprido unia as extremidades do igarapé, e minha mãe teimou em tirar uma foto do filho sentado no meio dessa ponte estreita e precária. Meu pai me conduziu ao lugar indicado pela fotógrafa. Sentei no centro da ponte, meus pés nem roçavam a água. Quando meu pai se afastou, tive a impressão de que as margens do rio estavam muito longe de mim. Não conseguia olhar para baixo, o rio era um abismo tenebroso. Então ouvi minha mãe gritar: “Ri, filho. Ri e olha para cá”.
Não ri, e quando olhei na direção da voz, vi o cabelo da fotógrafa, o rosto tapado por uma câmera enorme. O olho de vidro era também enorme, tudo era enorme naquela manhã de sol, inclusive meu medo. Eu não sabia nadar. E, no momento em que estava sendo fotografado, recordei as histórias de crianças afogadas e depois engolidas por um bestiário fluvial. Em poucos segundos, senti mais medo do que sentiria nas futuras brigas de rua, nas batalhas bárbaras, violentíssimas entre estudantes de escolas rivais durante o desfile de Sete de Setembro, senti muito mais medo do que sentiria nas passeatas e pichações na época da ditadura. Talvez por que o medo na infância seja definitivo, profundo, único. Talvez por isso, o mais traumático.
Quando a fotografia foi revelada e ampliada, minha expressão de pavor frustrou minha mãe, que desejava mostrar às amigas a imagem do filho corajoso, rindo à beira de um abismo. A vaidade materna pode gerar traumas no filho.
Aprendi a nadar nas margens daquele igarapé, mas sem a presença de um olho vigilante. Com o passar do tempo, percebi que não havia feras fantásticas no fundo das águas, que a escuridão aquática era um atributo da natureza e que era possível atravessar a nado naquele rio que, na infância, tinha sido perigoso e ameaçador.
Um dia percebi que o rio não era um abismo, mas então eu já não era uma criança, nem acreditava em todas as palavras dos mais velhos.
HATOUN, Milton. Um solitário à espreita – Crônicas. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.
Lembrança do primeiro medo
Admiro a coragem dos atores. Alguns são tímidos, estremecem antes de interiorizar outro caráter e já não são eles mesmos quando apresentam uma personagem que em nada lhes assemelham.
Quando morava na França, fiz um teste para trabalhar num filme amador e, por azar, fui selecionado. [...] A filmagem foi um calvário: fiquei gago, esqueci trechos do texto que havia decorado e ensaiado, como se as palavras tivessem sido apagadas da minha memória; não sei se foi uma falha de memória ou medo diante da câmera.
O fato é que eu jamais poderia ser ator, nem mesmo um ator mudo, encenando apenas com gestos e com o olhar. Naquela época comecei a sondar de onde vinha minha aversão a uma lente dirigida para mim. Não era aversão, e sim medo.
O medo é uma das lembranças mais fortes da infância. Eu ouvia histórias de crianças que tinham se afogado no rio Negro ou no Amazonas, crianças que saltavam do galho alto de uma árvore, mergulhavam num rio e nunca mais apareciam. Diziam que elas tinham sido devoradas por bichos gigantescos, peixes fantásticos que abocanhavam suas pequenas vítimas e as arrastavam para um lugar profundo e escuro. Essas histórias eram contadas em casa, e aos cinco anos de idade você acredita em tudo.
Lembro o domingo em que fui com meus pais a um dos balneários de Manaus, um clube de campo banhado por um rio de águas limpas e pretas. Um tronco comprido unia as extremidades do igarapé, e minha mãe teimou em tirar uma foto do filho sentado no meio dessa ponte estreita e precária. Meu pai me conduziu ao lugar indicado pela fotógrafa. Sentei no centro da ponte, meus pés nem roçavam a água. Quando meu pai se afastou, tive a impressão de que as margens do rio estavam muito longe de mim. Não conseguia olhar para baixo, o rio era um abismo tenebroso. Então ouvi minha mãe gritar: “Ri, filho. Ri e olha para cá”.
Não ri, e quando olhei na direção da voz, vi o cabelo da fotógrafa, o rosto tapado por uma câmera enorme. O olho de vidro era também enorme, tudo era enorme naquela manhã de sol, inclusive meu medo. Eu não sabia nadar. E, no momento em que estava sendo fotografado, recordei as histórias de crianças afogadas e depois engolidas por um bestiário fluvial. Em poucos segundos, senti mais medo do que sentiria nas futuras brigas de rua, nas batalhas bárbaras, violentíssimas entre estudantes de escolas rivais durante o desfile de Sete de Setembro, senti muito mais medo do que sentiria nas passeatas e pichações na época da ditadura. Talvez por que o medo na infância seja definitivo, profundo, único. Talvez por isso, o mais traumático.
Quando a fotografia foi revelada e ampliada, minha expressão de pavor frustrou minha mãe, que desejava mostrar às amigas a imagem do filho corajoso, rindo à beira de um abismo. A vaidade materna pode gerar traumas no filho.
Aprendi a nadar nas margens daquele igarapé, mas sem a presença de um olho vigilante. Com o passar do tempo, percebi que não havia feras fantásticas no fundo das águas, que a escuridão aquática era um atributo da natureza e que era possível atravessar a nado naquele rio que, na infância, tinha sido perigoso e ameaçador.
Um dia percebi que o rio não era um abismo, mas então eu já não era uma criança, nem acreditava em todas as palavras dos mais velhos.
HATOUN, Milton. Um solitário à espreita – Crônicas. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.
Lembrança do primeiro medo
Admiro a coragem dos atores. Alguns são tímidos, estremecem antes de interiorizar outro caráter e já não são eles mesmos quando apresentam uma personagem que em nada lhes assemelham.
Quando morava na França, fiz um teste para trabalhar num filme amador e, por azar, fui selecionado. [...] A filmagem foi um calvário: fiquei gago, esqueci trechos do texto que havia decorado e ensaiado, como se as palavras tivessem sido apagadas da minha memória; não sei se foi uma falha de memória ou medo diante da câmera.
O fato é que eu jamais poderia ser ator, nem mesmo um ator mudo, encenando apenas com gestos e com o olhar. Naquela época comecei a sondar de onde vinha minha aversão a uma lente dirigida para mim. Não era aversão, e sim medo.
O medo é uma das lembranças mais fortes da infância. Eu ouvia histórias de crianças que tinham se afogado no rio Negro ou no Amazonas, crianças que saltavam do galho alto de uma árvore, mergulhavam num rio e nunca mais apareciam. Diziam que elas tinham sido devoradas por bichos gigantescos, peixes fantásticos que abocanhavam suas pequenas vítimas e as arrastavam para um lugar profundo e escuro. Essas histórias eram contadas em casa, e aos cinco anos de idade você acredita em tudo.
Lembro o domingo em que fui com meus pais a um dos balneários de Manaus, um clube de campo banhado por um rio de águas limpas e pretas. Um tronco comprido unia as extremidades do igarapé, e minha mãe teimou em tirar uma foto do filho sentado no meio dessa ponte estreita e precária. Meu pai me conduziu ao lugar indicado pela fotógrafa. Sentei no centro da ponte, meus pés nem roçavam a água. Quando meu pai se afastou, tive a impressão de que as margens do rio estavam muito longe de mim. Não conseguia olhar para baixo, o rio era um abismo tenebroso. Então ouvi minha mãe gritar: “Ri, filho. Ri e olha para cá”.
Não ri, e quando olhei na direção da voz, vi o cabelo da fotógrafa, o rosto tapado por uma câmera enorme. O olho de vidro era também enorme, tudo era enorme naquela manhã de sol, inclusive meu medo. Eu não sabia nadar. E, no momento em que estava sendo fotografado, recordei as histórias de crianças afogadas e depois engolidas por um bestiário fluvial. Em poucos segundos, senti mais medo do que sentiria nas futuras brigas de rua, nas batalhas bárbaras, violentíssimas entre estudantes de escolas rivais durante o desfile de Sete de Setembro, senti muito mais medo do que sentiria nas passeatas e pichações na época da ditadura. Talvez por que o medo na infância seja definitivo, profundo, único. Talvez por isso, o mais traumático.
Quando a fotografia foi revelada e ampliada, minha expressão de pavor frustrou minha mãe, que desejava mostrar às amigas a imagem do filho corajoso, rindo à beira de um abismo. A vaidade materna pode gerar traumas no filho.
Aprendi a nadar nas margens daquele igarapé, mas sem a presença de um olho vigilante. Com o passar do tempo, percebi que não havia feras fantásticas no fundo das águas, que a escuridão aquática era um atributo da natureza e que era possível atravessar a nado naquele rio que, na infância, tinha sido perigoso e ameaçador.
Um dia percebi que o rio não era um abismo, mas então eu já não era uma criança, nem acreditava em todas as palavras dos mais velhos.
HATOUN, Milton. Um solitário à espreita – Crônicas. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.
Venda de Mercadorias .......................................... 230.000,00 Estoque Inicial de Mercadorias ............................ 50.000,00 Devolução de Vendas ........................................... 8.000,00 Devolução de Compras ........................................ 12.000,00 Estoque Final de Mercadorias .............................. 30.000,00 Abatimento sobre Vendas .................................... 5.000,00 Abatimento sobre Compras ................................. 8.000,00 Compras ................................................................. 190.000,00
De acordo com esses dados, é CORRETO afirmar que o Lucro Bruto do mês de abril, em reais, foi de
I. Os recursos da empresa em poder de terceiros são chamados de obrigações. II. Os recursos de terceiros em poder da empresa são chamados de direito. III. O objetivo fundamental da contabilidade é prestar informações que auxiliem na tomada de decisões. IV. O aparecimento do método das partidas dobradas significa um marco importante na história da contabilidade.
Estão CORRETOS os seguintes itens:
(1) Custeio Pleno ou RKW (2) Custeio Variável (3) Custeio por Absorção (4) Custeio Baseado em Atividades
( ) É uma metodologia de custeio que procura reduzir sensivelmente as distorções provocadas pelo rateio arbitrário dos custos indiretos. ( ) Consiste em uma apropriação de todos os custos de produção, quer fixos ou variáveis, quer diretos ou indiretos aos produtos elaborados. ( ) Consiste na alocação dos custos variáveis aos produtos, ficando os custos fixos separados e considerados como despesa do período, indo diretamente para o Resultado. ( ) Consiste no rateio não só dos custos de produção como também de todas as despesas da empresa.
Logo, a correlação CORRETA apresenta a seguinte ordem, lida de cima para baixo:
Os custos desse mês de março foram os seguintes: Mão-de-obra variável ........................... 90.000,00 Outros custos variáveis ........................ 40.000,00 Custos fixos ........................................... 60.000,00 Matéria-prima ...................................... 50.000,00
Assim, os valores totais do Estoque final pelo Custeio por Absorção e Custeio Variável foram, respectivamente,
Logo, através do Custeio de Absorção, em agosto de 2015, foi apurado o Lucro Bruto de
Receita Orçamentária ................................ 460.000,00 Despesa Orçamentária .............................. 350.000,00 Saldo do Exercício Anterior ...................... 40.000,00 Restos a Pagar inscritos no Exercício ....... 30.000,00 Despesa Extraorçamentárias .................... 80.000,00 Outras Receitas Extraorçamentárias ........ 60.000,00
De acordo com essas informações apresentadas, pode-se afirmar que o saldo do Balanço Financeiro em 31/12/2014, equivale, em R$, a
• Economia de gastos .................. 30.000,00 • Excesso de Arrecadação .......... 32.000,00 • Despesa Fixada ........................ 490.000,00 • Superávit Orçamentário ......... 90.000,00
A partir desses dados, pode-se concluir que o montante da receita realizada foi, em reais, igual a
I. a origem e o objeto do que se deve pagar. II. a importância exata a pagar. III. a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação. IV. a nota de empenho. V. o contrato. VI. os comprovantes de entrega de material.
Logo, são verdadeiros os itens
Esse Quadro de Recursos abrangerá, no mínimo, o período de