Questões de Concurso
Para professor - língua portuguesa
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Analise as afirmativas a seguir:
I. Considere 3 figuras geométricas que medem, respectivamente, 68 m², 77 m² e 123 m². Assim, dados esses valores, a área total somada dessas figuras é superior a 247 m² e inferior a 288 m².
II. Sobre um triângulo, sabe-se 2 medidas: a altura, que é igual a 12 centímetros; e a área, que é igual a 60 cm². Assim, se a base dessa figura geométrica for aumentada em 80%, então a sua área será aumentada em 51,333...%.
Marque a alternativa CORRETA:
Analise as afirmativas a seguir:
I. É possível construir uma cerca em um determinado terreno em 11 dias, instalando 65 estacas por dia. Assim, se forem fincadas 11 estacas por dia, apenas, essa mesma cerca seria construída em menos de 54 dias.
II. As durações de 3 atividades são, respectivamente: 1.001 minutos, 23 minutos e 111 minutos. Juntas, essas atividades somam 19,81 horas.
Marque a alternativa CORRETA:
Analise as afirmativas a seguir:
I. Se R$ 5.250 forem investidos em uma aplicação que rende juros compostos de 3,5% ao mês, por um período de 6 meses, resultará em um montante maior que R$ 6.591,333....
II. Considere um desconto de 3% que foi aplicado a um produto cujo preço inicial era de R$ 18,00. Assim, é correto afirmar que o preço final do item, após o desconto, é inferior a R$ 16,75.
Marque a alternativa CORRETA:
Leia o texto abaixo:
Romance de 30 foi a denominação dada – não se sabe primeiro por quem – a um conjunto de obras de ficção escritas no Brasil a partir de 1928, ano da primeira edição de A bagaceira, de José Américo de Almeida, o qual, como está implícito, integra o grupo de autores obviamente qualificados de romancistas de 30.
Este grupo não é homogêneo nem bem definido. Dele, além do já citado José Américo de Almeida, fazem parte, sem que ninguém discorde, Graciliano Ramos, Jorge Amado, Erico Verissimo, José Lins do Rego, Cyro Martins, Raquel de Queiroz, Ivan Pedro de Martins e Aureliano de Figueiredo Pinto.
DACANAL, José Hildebrando – O Romance de 30 – ed. Mercado Aberto, P. Alegre, 1982, p. 11.
Assinale a alternativa correta de acordo com o texto e com seus conhecimentos.
Leia o texto abaixo:
Texto 1
A Semana de Arte Moderna aconteceu em fevereiro de 1922, na cidade de São Paulo, 100 anos após a Independência do Brasil, 34 anos após a abolição da escravidão e 4 anos após o fim da Primeira Guerra Mundial. Nesse contexto, uma questão importante para os considerados intelectuais brasileiros era como o Brasil tinha se saído desses processos históricos, principalmente comparando o país com os Estados Unidos da América, que saíram da Primeira Guerra Mundial como uma grande potência. Além disso, as questões sociais, principalmente a abolição da escravidão, recebiam pouco destaque nos trabalhos artísticos. Assim, a Semana de Arte Moderna se apoiava no pensamento nacionalista e na busca de uma identidade para o Brasil, além da procura por uma produção artística mais liberta, que rompesse com uma estética das academias de Belas Artes e das ideias parnasianistas. As ideias parnasianistas tratavam da arte pela arte, privilegiavam a busca pela perfeição e demonstravam pouca preocupação com os sentimentos humanos e os contextos sociais.
https://www.ufmg.br/espacodoconhecimento/100-anos-dasemana-de-arte-moderna-celebracao-ou-reflexao/
Texto 2
Vista sob esse ângulo, a “fase heroica” do Modernismo foi especialmente rica de aventuras experimentais tanto no terreno poético como no da ficção. São aventuras que se inserem na complexa história das invenções formais da literatura europeia a partir de Mallarmé, Rimbaud e Laforgue (…)
BOSI, Alfredo – História concisa da Literatura Brasileira – ed. Cultrix, São Paulo, 3ª ed, 1984, p. 391
Baseado nos textos 1 e 2 e em seus conhecimentos, analise as afirmativas abaixo sobre a Semana de Arte Moderna e sobre o Modernismo.
1. A primeira fase do Modernismo buscava o rompimento com as estruturas do passado – entre elas o verso livre, sem respeito à métrica, em oposição ao Parnasianismo.
2. Na linguagem, o Modernismo de 1922 buscava aproximação com o português brasileiro, com o falar do povo brasileiro.
3. Sobre a temática, os modernistas da primeira fase queriam romper com a exaltação aos valores da antiguidade clássica greco-romana.
4. Dentre estes escritores da primeira fase, ou fase heroica, estavam Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Carlos Drummond de Andrade.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
Leia o poema abaixo tirado de uma notícia de jornal.
João Gostoso era carregador de
feira livre e morava no morro
da Babilônia num barracão sem
número
Uma noite ele chegou no bar
Vinte de Novembro
Bebeu
Cantou
Dançou
Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.
Analise as afirmativas abaixo sobre o poema.
1. O poema, por ser inspirado em notícia de jornal, é narrativo por conter as características próprias desse tipo textual: ação, personagem, ideia de tempo e de lugar.
2. O poema é reflexivo, porque não há uma ação concreta, nem ideia de tempo.
3. O poema possui a estrutura narrativa, inclusive, com o final se constituindo em ponto alto da ação.
4. O poema emprega ideia de tempo linear.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
Leia o texto abaixo:
Do cachimbo e de seu uso
Dominado o fogo, o homem cozinhou alimentos e achou que podia aproveitar o seu subproduto mais óbvio. Talos de plantas com caule oco serviram para aspirar a fumaça – que não era lá essas coisas. Mas o cachimbo estava inventado.
Daí até chegar aos cachimbos de nó de cerejeira, aos “dunhill” e aos “savinellis”, demorou um pouco, mas foi aparentemente mais fácil do que chegar à Lua e ao computador pessoal.
O homem sempre procurou aspirar, se não a um alto destino, ao menos a qualquer coisa que lhe provoque a sensação de euforia, lucidez ou calma. Usou rapé nas narinas, agora usa cocaína. Entre o rapé e a coca, o fumo ficou no meio-termo e, antes da onda que o acusa de dar câncer, infarto e impotência, ele foi tão importante que até hoje figura, em forma de folhas verdes, no escudo oficial do Brasil.
O cachimbo, embora mais antigo, ficou no meio--termo entre o cigarro e o charuto. Sherlock Holmes o usava sempre. E, embora também se servisse de cocaína e tocasse violino, o cachimbo lhe era mais útil do que o dr. Watson, que não passava de um elementar. Tal como no caso dos “pretos veios” da umbanda, o cachimbo formou-lhe o logotipo. (…)
O encanto do cachimbo é outro. Ele foi feito para o silêncio, até mesmo para a solidão. É o companheiro da reflexão, equipamento de mergulho para o homem dentro de si mesmo. É muito eficiente, também, para depois do amor. A começar pelo perfume, que combina com o cheiro dos lençóis – se há lençóis na jogada. E pela nuvem da fumaça que cria no espaço aquelas curvas arredondadas, que entram umas dentro das outras. Olhadas com atenção, essas curvas convidam para mais uma vez.
CONY, Carlos Heitor – Folha de S. Paulo, 29/12/98, editado
Assinale a alternativa correta em relação ao texto.
Leia o texto abaixo:
O homem, como alguns insetos, vários pássaros e muitos de seus primos, os primatas, é um ser social.................... dois detalhes, no entanto, o diferenciam: a fala e o sexo feito às escondidas. Desde que o ser humano é humano, aquela tem sido usada para tornar pública a privacidade deste, sobretudo quando há em jogo algum tipo de transgressão. Em resumo, basta haver linguagem articulada e libido praticada privadamente para que haja fofocas. (…)
ASCHER, Nelson – Fofoca e bisbilhotice nascem com o homem. Folha de S. Paulo, São Paulo, 7 set. 1997, p. 27. Adaptação
Assinale a alternativa correta em relação ao texto.
Leia o texto abaixo:
No ritmo atual da destruição, uma espécie se extingue a cada 20 minutos. Há muito para ser feito, mas o tempo é curto. Por onde começar, então? Muitos acreditam que bastam dados alarmantes para a conscientização das pessoas. Especialistas em comunicação advertem, no entanto, que pode acontecer o contrário: a grandiosidade do problema talvez provoque a imobilização e o conformismo nas pessoas. Segundo Michael Soulé, professor da Universidade de Recursos Naturais de Michigan, “a realidade mostra que as más notícias, quando apresentadas sem perspectivas de saída, criam uma repulsão pelo tema”.
As organizações não governamentais, que dependem do apoio público para sobreviver, há muito descobriram a importância de propor estímulos positivos enquanto denunciam a devastação. “É preferível o otimismo das ações ao pessimismo das ideias”, sustentam os militantes do Greenpeace, num dos seus slogans prediletos. Essas ideias são compartilhadas por Mário Mantovani, diretor da Fundação SOS Mata Atlântica, hoje com mais de 23.000 associados. “Reforçamos os fatos positivos. Mostrar uma área da Mata Atlântica que tenha se regenerado depois de praticamente destruída prova para as pessoas que a luta vale a pena.”
“Não conseguiremos ensinar às pessoas o amor à vida com argumentos econômicos e raciocínio lógico”, sentencia Michael Soulé. Para ele, a conscientização depende de um sentimento de comunhão com a natureza. Para amá-la, é preciso um contato direto, o pé na trilha, a caminhada na praia, o pôr do sol na praça. “Não há argumento que substitua a experiência direta com o mundo natural”, assegura.
“É quase uma experiência religiosa”, disse o biólogo Russel Mittermeier, presidente da organização Conservation International, à revista Time. Esses momentos podem ser precedidos por informações colhidas em livros, revistas, filmes ou mesmo exposições. Mittermeier conta que aprendeu a amar a natureza com os livros de Tarzan. Porém, esses contatos indiretos só são sedimentados nos momentos de real comunhão, ao vivo. “Se quiser convencer alguém da importância da biodiversidade, em vez dos números, tenha a coragem de contar uma experiência emocional concreta sua com a natureza”, sugere o professor Michael Soulé. O amor pela diversidade da vida continua sendo a nossa melhor arma.
ALVES, Liane Camargo de Almeida. Um mundo por conhecer e preservar. Terra, São Paulo, v.8, n. 5, p. 29, maio 1999, adaptação
Assinale a alternativa correta em relação ao texto.
Leia o texto abaixo:
O triste fim de Lima Barreto
É inevitável a comparação entre Machado de Assis e Lima Barreto. Dois cariocas, descendentes de escravos, mestiços, pinçaram, na mesma cidade e quase ao mesmo tempo, a paisagem, os personagens e os temas de seus romances. Se as semelhanças são grandes, as diferenças são igualmente profundas.
Autodidata, Machado percorreu um caminho ascendente. Dos ofícios humildes exercidos na juventude e na mocidade, alçou-se cultural e socialmente. Não criou apenas uma obra, mas criou-se a si próprio. Já foi dito que o Machado da maturidade, com aquele pincenê hierático, o cavanhaque grisalho, a efígie de selo postal, teria sido a sua maior criação.
Lima percorreu caminho inverso. Teve boa escolaridade, cursou a Politécnica, embora órfão de mãe desde a infância, teve o apoio do pai, que era tipógrafo conceituado, até bem pouco as gráficas usavam um manual francês traduzido por João Henriques Lima Barreto, pai do futuro romancista. (…)
Machado de Assis e Lima Barreto, ao morrerem, receberam um tipo estranho de homenagem.
Aos 41 anos, consumido pelo parati e pela miséria, com o pai louco no quarto ao lado, ele morreu abraçado a uma revista e teve um enterro humilde, acompanhado por bêbados como ele, vagabundos de subúrbio, cheirando a cachaça, os pés descalços. Quis ser enterrado em Botafogo -que ele detestava e criticava. Pouco mais de dez pessoas assistiram a seu sepultamento, entre eles, Félix Pacheco, Olegário e José Mariano -sendo que este pagou as despesas. Nenhuma repercussão nos jornais.
Machado saiu da Academia que ele fundara com Lúcio Mendonça, teve discurso de Ruy Barbosa, que o substituiu na presidência da casa que teria o nome dele. Apesar disso, como dois artistas que eram, receberam ambos a única homenagem que conta, a única que realmente eleva e consola.
Na agonia de Machado, um jovem desconhecido de 15 anos entrou em seu quarto, ajoelhou-se e beijou--lhe a mão. Soube-se depois o nome desse jovem, que se tornou crítico literário e um dos fundadores do Partido Comunista Brasileiro: Astrojildo Pereira.
Com Lima Barreto a homenagem foi diferente. Chovia em Todos os Santos. O velório na sala era interrompido pelo barulho da chuva e, de quando em quando, pelos gritos do pai, que, no quarto ao lado, louco e moribundo, morreria horas depois. Em volta do caixão de terceira, os irmãos e a gente modesta do subúrbio, que Lima conhecia dos botequins e das ruas enlameadas e tristes.
De repente, um homem de seus 50 anos, cuja roupa e cujos modos revelavam que viera de longe, aproximou-se da mesa onde haviam colocado o caixão. Ninguém o conhecia, ninguém procurou saber quem era. Em silêncio, ele descobriu o rosto de Lima Barreto, contemplou-o, curvou-se e beijou-lhe a testa.
Saiu como entrara: em silêncio, sem cumprimentar ninguém. (…)
O triste fim de Lima Barreto ficou mais triste com o beijo de um desconhecido que nem a história nem a família ficaram sabendo quem era. Num registro de seu diário íntimo, Lima desabafara: “”Gosto da morte porque ela nos sagra”. O afilhado de Nossa Senhora da Glória -ele sempre invocava essa condição- morreu sem glória. Pouco a pouco, contudo, em torno de seu nome e de sua obra, vão se aproximando aqueles que, em silêncio, se curvam diante de sua dilacerada herança.
Carlos Heitor Cony – Folha de S. Paulo, 22 de outubro de 1999.
Afonso Henriques de Lima Barreto morreu em 1º de novembro de 1922, no Rio de Janeiro. Portanto, completam-se 100 anos da morte do escritor.
Consoante ao texto acima e aos seus conhecimentos sobre esse autor e sua obra, assinale a alternativa correta.
Leia os textos abaixo:
Texto 1
Canção do Exílio
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá,
As aves que aqui gorgeiam
Não gorgeiam como lá.
Gonçalves Dias
Texto 2
Canto de Regresso à Pátria
Minha terra tem palmares
Onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá.
Oswald de Andrade
Texto 3
Europa, França e Bahia
Meus olhos brasileiros se fecham saudosos
Minha boca procura a “Canção do Exílio”.
Como era mesmo a “Canção do Exílio”?
Ai terra que tem palmeiras
Onde canta o sabiá!
Carlos Drummond de Andrade
Analise as afirmativas abaixo sobre os textos apresentados.
1. Os três textos marcam a intertextualidade, em que o texto 2 faz uma paródia do texto 1.
2. O texto 2 e 3 possuem trechos de paráfrase do texto 1.
3. Não há relação entre os três textos, porque tratam de temáticas diferentes.
4. O texto 3 está parodiando o texto 1.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
Leia o texto abaixo:
O Gene da Fidelidade
Cientistas americanos conseguiram transformar uma espécie promíscua de rato em um parceiro fiel. Para tanto, bastou alterar um único gene da cadeia de DNA do roedor. Mais precisamente o que determina a absorção pelo cérebro de um hormônio: a vasopressina. A experiência tem consequências fantásticas para a ciência porque é a primeira vez que se prova que apenas um gene determina mudanças em um comportamento social tão complexo. O trabalho foi divulgado na revista científica Nature. Mas seus autores, cientistas da Universidade Emory (EUA), advertem que não se pode transportar este tipo de conclusão para os humanos. “Na cultura humana, a experiência acumulada e certos valores têm muito mais influência no comportamento.” De todo modo, creem que a descoberta pode ajudar a entender doenças mentais como o autismo, o mal de Alzheimer, talvez, a esquizofrenia. O próximo passo da equipe, então, é o de estudar a genética da vasopressina nos primatas, incluindo os homens.
Veja 25,08/99
Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras ( V ) e as falsas ( F ) em relação ao texto.
( ) O texto deve ser classificado quanto ao gênero como notícia, porque lida com fatos, com informação.
( ) Segundo o texto, essa descoberta não tem nenhuma consequência prática para a ciência, muito menos para o ser humano.
( ) A descoberta é fantástica pelo fato de provar, pela primeira vez, que um gene apenas determina mudanças no comportamento social.
( ) Transportar a descoberta para os humanos não é possível, porque a cultura do homem é complexa, o que invalida a descoberta.
( ) A transformação do comportamento dos ratos (de promíscuos em fiéis) foi determinada pela alteração de um único gene, logo foi extremamente óbvia, o que fica provado pelo uso do verbo bastar no segundo período do texto.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
Leia o texto abaixo:
Sobre Política e Jardinagem
De todas as vocações, a política é a mais nobre. Vocação, do latim “vocare”, quer dizer “chamado”. Vocação é um chamado interior de amor: chamado de amor por um “fazer”. No lugar desse “fazer” o vocacionado quer “fazer amor” com o mundo. Psicologia de amante: faria, mesmo que não ganhasse nada.
“Política” vem de “polis”, cidade. A cidade era, para os gregos, um espaço seguro, ordenado e manso, onde os homens podiam se dedicar à busca da felicidade. O político seria aquele que cuidaria desse espaço. A vocação política, assim, estaria a serviço da felicidade dos moradores da cidade.
Talvez por terem sido nômades no deserto, os hebreus não sonhavam com cidades; sonhavam com jardins. Quem mora no deserto sonha com oásis. Deus não criou uma cidade. Ele criou um jardim. Se perguntássemos a um profeta hebreu “o que é política?”, ele nos responderia: “A arte da jardinagem aplicada às coisas públicas”.
O político por vocação é um apaixonado pelo grande jardim para todos. Seu amor é tão grande que ele abre mão do pequeno jardim que ele poderia plantar para si mesmo. De que vale um pequeno jardim se a sua volta está o deserto? É preciso que o deserto inteiro se transforme em jardim.
Amo a minha vocação, que é escrever. Literatura é uma vocação bela e fraca. O escritor tem amor, mas não tem poder. Mas o político tem. Um político por vocação é um poeta forte: ele tem o poder de transformar poemas sobre jardins em jardins de verdade. (texto editado)
Rubem Alves, 66, educador, escritor e psicanalista, é professor emérito da Universidade Estadual de Campinas. É autor de “Entre a Ciência e a Sapiência: o Dilema da Educação” (Edições Loyola), entre outras obras.
Assinale a alternativa correta em relação ao texto.
Leia o texto abaixo:
O filme Central do Brasil, de Walter Salles, tem como protagonista a professora aposentada Dora, que ganha um dinheiro extra escrevendo cartas para analfabetos na Central do Brasil, estação ferroviária do Rio de Janeiro. Outra personagem é o menino Josué, filho de Ana, que contrata os serviços de Dora para escrever cartas passionais para seu ex-marido, pai de Josué. Logo após ter contratado a tarefa, Ana morre atropelada. Josué, sem ninguém a recorrer na metrópole sem rosto, sob o jugo do estado mínimo (sem proteção social), vê em Dora a única pessoa que poderá levá-lo até seu pai, no interior do Sertão nordestino.
Dos vários momentos emocionantes do filme, o mais sensibilizante é o encontro de Josué com os presumíveis irmãos que, como o pai elaborado em seus sonhos, são também marceneiros. A câmera faz uma panorâmica no interior do sertão para mostrar um conjunto habitacional de casas populares recém--construídas; em uma das casas, os moradores são os filhos do pai de Josué que, em sua residência simples, acolhem para dormir Josué e Dora. Os irmãos dormem juntos e dividem a mesma cama. Existe uma comunhão de sentimentos entre os irmãos: os que têm um teto para morar, têm trabalho, dão amparo ao menino órfão sem eira nem beira.
No filme, a grande questão do analfabetismo está acoplada a outro desafio, que é a questão nordestina, ou seja, o atraso econômico e social da região. Não basta combater o analfabetismo, que, por si só, necessitaria dos esforços de, no mínimo, uma geração de brasileiros para ser debelado, pois, em 1996, o analfabetismo da população de 15 anos e mais, no Brasil, era de 13,03%, representando um total de 13,9 milhões de pessoas. Segundo a UNESCO, o Brasil chegaria ao ano 2000 em sétimo lugar entre os países com maior número de analfabetos.
No Brasil, carecemos de políticas públicas que atendam, de forma igualitária, a população, em especial aquelas voltadas para as crianças, os idosos e as mulheres. A permanência da questão nordestina é um exemplo constante das nossas desigualdades, do desprezo à vida e da falta de políticas públicas que atendam aos anseios mínimos do povo trabalhador. Não saber ler nem escrever, no Brasil, é um elemento a mais na desagregação dos indivíduos que serão párias permanentes em uma sociedade que se diz moderna e globalizada, mas que é debilitada naquilo que é mais premente ao povo: alimentação, trabalho, saúde e educação. Sem essas condições básicas, praticamente se nega o direito à cidadania da ampla maioria da população brasileira.
Os ensinamentos que podemos tirar de Central de Brasil são que devemos atacar a questão social de várias frentes, em especial na educação de todos os brasileiros, jovens e velhos; lutar por políticas públicas de qualidade que direcionem os investimentos para promover uma desconcentração regional e pessoal da renda no país, propugnando por um novo modelo econômico e social. Ao garantir uma vida digna, a maioria da população saberá, por meio da solidariedade de classe, responder às necessidades da construção de uma sociedade mais justa. Central do Brasil é um exemplo vivo de que o Brasil tem rumo e esperança.
Salvatore Santagada – Zero Hora – 20/03/1999
Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras ( V ) e as falsas ( F ) em relação ao texto.
( ) Em relação à estrutura do texto, os dois parágrafos iniciais fazem um relato do filme; os parágrafos seguintes dissertam sobre o tema central, que é a desagregação da família brasileira.
( ) O texto deve ser classificado quanto ao gênero como resenha, por se tratar de opinião sobre um filme.
( ) A palavra acoplada,no terceiro parágrafo, poderia ser substituída, sem alteração de significado, por relacionada, mas haveria a necessidade de empregar o sinal indicativo de crase na sequência.
( ) Pode-se inferir do texto que o autor não concorda com a ideia de que a sociedade brasileira é moderna e globalizada.
( ) Na conclusão, o autor propõe genericamente algumas medidas, alguns caminhos a serem seguidos, mas é pessimista em relação ao futuro.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais podem funcionar como elemento catalisador de ações na busca de uma melhoria da qualidade da educação brasileira:
A avaliação é algo fundamental no processo de escolarização, tanto para o profissional quanto para o estudante.
Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras ( V ) e as falsas ( F ) levando em conta a complexidade do ato de avaliar e as orientações presentes no documento do MEC – Indagações sobre currículo: currículo e avaliação (2007).
( ) A avaliação não deve ser usada com o objetivo de acerto de contas, punição, discriminação ou qualquer tipo de exclusão dos estudantes.
( ) Segundo Reuven Feuerstein, todas as pessoas são capazes de aprender e de se modificar; portanto, as ações educativas devem ser sempre intencionais, planejadas e de qualidade com estratégias que levem os estudantes a aprender a pensar.
( ) A avaliação não tem como foco classificar e selecionar os estudantes, e, portanto, deve ser realizada como um processo que ocorre durante todo o ano letivo.
( ) Os estudantes aprendem de variadas formas, e de acordo com o tipo de percepção sensorial, das suas diferentes vivências pessoais, de suas experiências anteriores e do seu ponto de vista.
( ) A prática avaliativa deve ser pautada nas aprendizagens que os estudantes realizam.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
Relacione algumas das competências da BNCC (2017) com as suas definições:
Coluna 1 Competências
1. Conhecimento
2. Repertório cultural
3. Trabalho e projeto de vida
4. Empatia e cooperação
Coluna 2 Definições
( ) Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.
( ) Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
( ) Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, suas identidades, suas culturas e suas potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.
( ) Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais, apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais auxiliam o professor na tarefa de reflexão e discussão de aspectos do cotidiano da prática pedagógica, a serem transformados continuamente pelo professor.
As possibilidades para sua utilização são:
Reuven Feuerstein é pensador contemporâneo das questões ligadas à aprendizagem e à mediação do conhecimento. Define três critérios como condições para que aconteça a mediação da aprendizagem: Intencionalidade, Significados e Transcendência.
Assinale a alternativa que indica corretamente esses três critérios.
O trabalho docente é parte integrante do processo educativo mais global pelo qual os membros da sociedade são preparados para a participação na vida social. (LIBÂNEO, 1994 p. 16).
A partir das informações apresentadas, é correto afirmar: