Questões de Concurso Para professor

Foram encontradas 27.352 questões

Resolva questões gratuitamente!

Junte-se a mais de 4 milhões de concurseiros!

Q2540511 Português

Para responder à questão, leia atentamente o Texto I:


Texto I – Escutatória - Rubem Alves


Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar... Ninguém quer aprender a ouvir.

Pensei em oferecer um curso de escutatória, mas acho que ninguém vai se matricular. Escutar é complicado e sutil.

Diz Alberto Caeiro que... Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores.

É preciso também não ter filosofia nenhuma.

Filosofia é um monte de ideias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas. Para se ver, é preciso que a cabeça esteja vazia.

Parafraseio o Alberto Caeiro: Não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito. É preciso também que haja silêncio dentro da alma.

Daí a dificuldade: 

A gente não aguenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor...

Sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer.

Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração...

E precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor. Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil de nossa arrogância e vaidade.

No fundo, somos os mais bonitos...

Tenho um velho amigo, Jovelino, que se mudou para os Estados Unidos estimulado pela revolução de 64.

Contou-me de sua experiência com os índios: reunidos os participantes, ninguém fala.

Há um longo, longo silêncio.

Vejam a semelhança... 

Os pianistas, por exemplo, antes de iniciar o concerto, diante do piano, ficam assentados em silêncio...

Abrindo vazios de silêncio... Expulsando todas as ideias estranhas.

Todos em silêncio, à espera do pensamento essencial. Aí, de repente, alguém fala.

Curto. Todos ouvem. Terminada a fala, novo silêncio.

Falar logo em seguida seria um grande desrespeito, pois o outro falou os seus pensamentos...

Pensamentos que ele julgava essenciais.

São-me estranhos. É preciso tempo para entender o que o outro falou.

Se eu falar logo a seguir... São duas as possibilidades.

Primeira: fiquei em silêncio só por delicadeza.

Na verdade, não ouvi o que você falou.

Enquanto você falava, eu pensava nas coisas que iria falar quando você terminasse sua (tola) fala.

Falo como se você não tivesse falado. 

Segunda: ouvi o que você falou. Mas, isso que você falou como novidade eu já pensei há muito tempo.

É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o que você falou.

Em ambos os casos, estou chamando o outro de tolo. O que é pior que uma bofetada.

O longo silêncio quer dizer: Estou ponderando cuidadosamente tudo aquilo que você falou. E, assim vai a reunião.

Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos.

E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia.

Eu comecei a ouvir.

Fernando Pessoa conhecia a experiência...

E, se referia a algo que se ouve nos interstícios das palavras... No lugar onde não há palavras.

A música acontece no silêncio. A alma é uma catedral submersa.

No fundo do mar - quem faz mergulho sabe - a boca fica fechada. Somos todos olhos e ouvidos.

Aí, livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia, ouvimos a melodia que não havia...

Que de tão linda nos faz chorar. 

Para mim, Deus é isto: a beleza que se ouve no silêncio.

Daí a importância de saber ouvir os outros: a beleza mora lá também.

Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto.

Fonte: ALVES, Rubens. Escutatória In: As melhores crônicas de Rubem Alves. São Paulo: Papirus, 2008.

Sobre o título do texto, analise as informações:
I- A palavra escutatória é um neologismo, com sentido de habilidade de desenvolvimento do processo de escuta ativa. II- Derivada do verbo escutar, a palavra escutatória é o antônimo de falatório. III- O termo escutatória passou por um processo de formação de palavras: a derivação sufixal.
É CORRETO o que se afirma em:
Alternativas
Q2540510 Pedagogia
Analise as asserções a seguir sobre o desenvolvimento mental apresentado por Jean Piaget.
I- O desenvolvimento psíquico, que começa quando nascemos e termina na idade adulta, é comparável ao crescimento orgânico: como este, orienta-se, essencialmente, para o equilíbrio. II- Um corpo está em evolução até atingir um nível relativamente estável – caracterizado pela conclusão do crescimento e pela maturidade dos órgãos –, também a vida mental pode ser concebida como evoluindo na direção de uma forma de equilíbrio final, representada pelo espírito adulto. III- O desenvolvimento é uma equilibração progressiva, uma passagem contínua de um estado de menor equilíbrio para um estado de equilíbrio superior. Assim, do ponto de vista da inteligência, é fácil se opor à instabilidade e incoerência relativa às ideias infantis e à sistematização de raciocínio do adulto. No campo da vida afetiva, notou-se, muitas vezes, por que o equilíbrio dos sentimentos diminui com a idade.
É CORRETO o que se afirma apenas em:
Alternativas
Q2540509 Pedagogia
Sobre o pleno desenvolvimento dos educandos, analise as asserções a seguir, de acordo com as ideias de Carneiro (2015).
I- Os deveres e a viabilização ao direito fundamental à educação com a tríplice natureza da finalidade desta, são: o pleno desenvolvimento do educando, o preparo para o exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho. II- A educação como processo intencional deve contribuir para que o organismo psicológico do aprendiz se desenvolva numa trajetória única e estável. O nível cognitivo volta-se para a não-assimilação de certos conhecimentos e de certas operações mentais. III- A primeira etapa da trajetória do desenvolvimento educacional corresponde às aprendizagens desenvolvidas na fase inicial da evolução da criança.
É CORRETO o que se afirma apenas em:
Alternativas
Q2540508 Pedagogia
A abordagem de Vygotsky nos informa: “numa mesma perspectiva que o homem enquanto corpo e mente, enquanto ser biológico e ser social, enquanto membro da espécie humana e participante de um processo histórico” (Oliveira, 1995, p. 23).
Considerando a citação, analise as proposições sobre a elaboração dos pilares da abordagem teórica de Vygotsky:
I- As funções psicológicas têm um suporte biológico, pois são produtos da atividade cerebral. II- O funcionamento psicológico fundamenta-se nas relações sociais entre o indivíduo e o mundo exterior, as quais desenvolvem-se num processo histórico. III- A relação homem/mundo é entendida como não-mediada por sistemas simbólicos.
Sobre os pilares do pensamento de Vygotsky é CORRETO o que se afirma em: 
Alternativas
Q2540507 Pedagogia
De acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), na prática da gestão escolar e pedagógica, “a dupla composta por diretor e coordenador pedagógico, que aqui vamos chamar de dupla gestora, em cooperação, promove a dinâmica de trabalho na escola, gera oportunidades para que as melhores práticas sejam exercidas e atua como guardiã das ações que visam às aprendizagens e ao desenvolvimento de todas as crianças e jovens participantes da comunidade escolar” (Brasil, 2018, p. 59-63).
Considerando o texto, analise as proposições sobre a colaboração da direção e da coordenação pedagógica na cooperação para oportunizar as melhores práticas:
I- O histórico da comunidade é considerado no projeto político-pedagógico da escola. II- Os alunos apresentam à dupla gestora a realidade de suas comunidades de pertencimento para somar aos planejamentos e avaliações dos processos de ensino e aprendizagem. III- Os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital são valorizados para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
Sobre a colaboração para as melhores práticas junto aos participantes da comunidade escolar, é CORRETO o que se afirma em: 
Alternativas
Respostas
216: C
217: E
218: E
219: C
220: A