Questões de Concurso
Para analista jurídico
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De acordo com o Relatório de Programas e Ações do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) para Conselheiro Lafaiete, havia no município, em dezembro de 2018, aproximadamente ______ famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família, cerca de ____ da população. O benefício médio mensal pago foi de pouco mais de ________ . Para acessar o Programa Bolsa Família é preciso, primeiro, estar cadastrado no CadÚnico. O Relatório estima que, em Conselheiro Lafaiete, há ___________ pessoas cadastradas no CadÚnico do que a meta do Ministério do Desenvolvimento Social, calculada a partir ao perfil socioeconômico da população obtido no último censo.
A sequência que preenche corretamente as lacunas do texto é
Segundo o Atlas de Desenvolvimento Humano (PNUD, 2013), o município de Conselheiro Lafaiete ocupa a ____ posição no ranking do IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal). O melhor desempenho do município foi no quesito _____________ e o pior no quesito _______________. Entre os anos de 1991 e 2010, o valor do IDHM de Conselheiro Lafaiete _____________.
A sequência que preenche corretamente as lacunas do texto é
Um folheto, ou panfleto, constitui um excelente meio de divulgação de uma ideia ou de informações importantes. Panfletos são muito utilizados para atingir grande número de pessoas em tempo mínimo. Considere o folheto e avalie os aspectos fonéticos, de ortografia e de acentuação das afirmações a seguir.
I. O vocábulo “livremente” quanto à acentuação tônica é paroxítono e apresenta um acento principal e outro secundário.
II. A separação silábica da palavra CON-FE-CÇÃO está correta e se explica pela presença de um dífono, ou seja, a letra “c” é pronunciada com o som de /cs/ ou /ks/.
III. As palavras “operações”, “essenciais” e “anual”, considerando-se a posição do acento tônico, são oxítonas; em relação ao número de sílabas, nem todas são polissílabas.
IV. A unidade lexical “pelo” [ê] (por+o) e o termo “pelo” (flexão de pelar) são homógrafas paroxítonas e, segundo o Novo Acordo, não se distinguem mais pelo acento diferencial.
V. A pronúncia culta de “gratuito” é gratúito, com a tônica no u do ditongo ui; por conta disso, há um erro na sua grafia, identificado pela ausência do acento agudo na letra “i” para consolidar o hiato.
Está correto apenas o que se afirma em
Na sintaxe da língua portuguesa, a colocação pronominal diz respeito ao modo como se dispõem os pronomes em relação aos demais elementos de uma oração. Há três tipos de posição que os pronomes átonos podem ocupar na oração: antes (próclise), depois (ênclise) e no meio (mesóclise) do verbo.
A esse respeito, leia a ti rinha.
Analise as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.
I. No primeiro quadrinho, segundo os gramáticos, a colocação do pronome oblíquo átono está correta
PORQUE,
II. na frase em que foi empregada, a próclise é preferida, pois o verbo vem antecedido do advérbio
“que”
Sobre as asserções, é correto afirmar que
Os fragmentos de textos a seguir foram transcritos e adaptados de sites diversos, que tratam de fatos científicos curiosos e, ao mesmo tempo, surpreendentes.
Após a leitura, é correto afirmar que aquele em que o articulador destacado estabelece uma relação sintático-semântica de adição entre as frases é
A leitura é a prática letrada mais frequente na vida social de todas as pessoas, que leem textos em diferentes situações de interação linguística.
A esse respeito, leia os textos seguintes.
Texto 1
Leitor proficiente é aquele que não só decodifica as palavras que compõem o texto escrito, mas também constrói sentidos de acordo com as condições de funcionamento do gênero em foco, mobilizando, para isso, um conjunto de saberes (sobre a língua, outros textos, o gênero textual, o assunto focalizado, o autor do texto, o suporte, os modos de leitura). No processamento do texto, portanto, são articulados os elementos linguísticos que compõem a materialidade desse texto e o contexto de produção e de leitura.
(Disponível em: <http://www.ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossario-ceale/verbetes/leitor-proficiente> . Acesso em: 04 jan. 2019. Adaptado.)
Texto 2
Considerando a variedade de tipos e de gêneros textuais que circulam no dia a dia, o conceito de leitor
mencionado no Texto 1 e a produção de sentidos que
dele será exigida em relação ao Texto 2, é correto
afirmar que o segundo texto, fundamentalmente,
o slogan e o hino
Carlos bozzo Junior
Em 04 de janeiro, o slogan “Pátria Amada Brasil” e a logomarca – uma bandeira do país estilizada, que remete ao nascer do sol – do novo governo presidido por Jair Bolsonaro foram anunciados via redes sociais. Reafirmando o discurso nacionalista manifesto durante sua campanha, o presidente eleito usa o último verso do Hino Nacional brasileiro como marca da recém-iniciada administração.
Símbolos patrióticos oficiais, os hinos nacionais surgiram no final do século 18 para despertar o senti mento de identidade nacional. Tanto faz se é uma marcha simples, que sua letra seja trivial, rebuscada, cheia de metáforas, pretensiosa, ou escrita no estilo parnasiano, como é o caso do hino brasileiro. Em ocasiões como a Copa do Mundo ou Olimpíadas, muitos entoam o hino com orgulho e respeito à nação que há dentro de nós.
(Folha de São Paulo, 9. Jan. 2019, p. B8. Adaptado.)
Preencha corretamente as lacunas, observando o que está em discussão.
Se o slogan do governo federal “Pátria Amada Brasil” fosse transcrito rigorosamente do Hino Nacional Brasileiro e obedecesse à gramática, ele deveria conter um (a) _______________ antes do nome do país, porque nessa estrutura frasal, “Pátria amada” é o _______________ e “Brasil”, o _______________.
A sequência que preenche corretamente as lacunas do texto é
adicto*
fraga**
Refleti muito antes de revelar: também sou usuário de droga. Pense! A mais traiçoeira. Sim, sou dependente químico, como tantos em nossa época, mundo a fora.
Entenda. Eu aspiro oxigênio. Vulgo ar. Aí. Pronto, falei!
Antes de me abrir, pensei primeiro em me tratar. A vergonha me impediu de procurar ajuda. Do ridículo de não ser compreendido ao denunciar esse vício terrível, do qual a sociedade global parece nem tomar conhecimento. Imagine chegar num AA (Aspiradores Anônimos) e declarar: Hoje fiquei quase 3 minutos sem aspirar ar. E anunciar a meta triunfal para a próxima semana: Talvez 4 minutos!
Puizé, aspiro ar desde bebê. Desconfio que minha mãe também consumia doses cavalares de ar durante a gestação. Assim fui contaminado. Ainda bem que na maternidade suspeitaram e logo me entubaram.
Vício remoto da espécie, de quando um anfíbio saiu d´água. Dizem que hoje já somos mais de 7 bilhões de viciados. Até os animais dependem dessa droga. As plantas preferem gás carbônico.
Qualquer viciado em ar sabe como é inflar os pulmões, a ânsia frenética, incessante, ah!, aquela sensação contínua de bem-estar. Vício estúpido, sei. Porque é fatal para todos, questão de tempo. Ninguém sai vivo desse hábito.
Usamos as narinas no piloto automático, nem pensamos no que fazemos. Tem gente até que respira pela boca, forma ainda mais perigosa de ingerir ar, já que a droga leva pra dentro de nós micróbios, vírus e bactérias. Ar é tão perigoso que certas bactérias o evitam, preferem a saudável vida anaeróbica.
Há casos de gente que tenta permanecer o maior tempo possível sem ar; são capazes de mergulho em apneia a grandes profundidades até quase estourarem os pulmões. Não se curam, apenas entram no Livro Guinness. Alpinistas são outros que sobem a alturas com ar rarefeito e lá em cima, narinas semi-abertas, suportam momentos terríveis de falta de ar. Experimentam uma vitória ínfima, só para contar para seus familiares que tentaram, mas, infelizmente, esse gás maldito que envolve o planeta os venceu mais uma vez. Nem o Everest consola.
Taí o problema desse vício: a abundância da substância ao nosso redor. Tal fartura impede, pelo menos, o tráfico. Somos viciados em qualquer ar: aspiramos no trânsito, em meio a plantações regadas a agrotóxicos e ao ar viciado de elevadores e ônibus lotados, recintos fechados.
As autoridades sanitárias nunca tentaram entender tamanha adição. Saber porque as crises de abstinência são tão dramáticas, às vezes poucos segundos. E mesmo como pacientes terminais, ainda assim nos agarramos às máscaras: ar, mais ar, mais, mais!
E nem o irrespirável clima do país em meio a campanhas políticas arrefece o vício. Acho que o ar não será criminalizado.
* Dependente; submisso.
** Autor do texto e colunista no jornal Extraclasse.
(Disponível em: <htt ps://www.extraclasse.org.br/edicoes/2018/09/adicto/>
adicto*
fraga**
Refleti muito antes de revelar: também sou usuário de droga. Pense! A mais traiçoeira. Sim, sou dependente químico, como tantos em nossa época, mundo a fora.
Entenda. Eu aspiro oxigênio. Vulgo ar. Aí. Pronto, falei!
Antes de me abrir, pensei primeiro em me tratar. A vergonha me impediu de procurar ajuda. Do ridículo de não ser compreendido ao denunciar esse vício terrível, do qual a sociedade global parece nem tomar conhecimento. Imagine chegar num AA (Aspiradores Anônimos) e declarar: Hoje fiquei quase 3 minutos sem aspirar ar. E anunciar a meta triunfal para a próxima semana: Talvez 4 minutos!
Puizé, aspiro ar desde bebê. Desconfio que minha mãe também consumia doses cavalares de ar durante a gestação. Assim fui contaminado. Ainda bem que na maternidade suspeitaram e logo me entubaram.
Vício remoto da espécie, de quando um anfíbio saiu d´água. Dizem que hoje já somos mais de 7 bilhões de viciados. Até os animais dependem dessa droga. As plantas preferem gás carbônico.
Qualquer viciado em ar sabe como é inflar os pulmões, a ânsia frenética, incessante, ah!, aquela sensação contínua de bem-estar. Vício estúpido, sei. Porque é fatal para todos, questão de tempo. Ninguém sai vivo desse hábito.
Usamos as narinas no piloto automático, nem pensamos no que fazemos. Tem gente até que respira pela boca, forma ainda mais perigosa de ingerir ar, já que a droga leva pra dentro de nós micróbios, vírus e bactérias. Ar é tão perigoso que certas bactérias o evitam, preferem a saudável vida anaeróbica.
Há casos de gente que tenta permanecer o maior tempo possível sem ar; são capazes de mergulho em apneia a grandes profundidades até quase estourarem os pulmões. Não se curam, apenas entram no Livro Guinness. Alpinistas são outros que sobem a alturas com ar rarefeito e lá em cima, narinas semi-abertas, suportam momentos terríveis de falta de ar. Experimentam uma vitória ínfima, só para contar para seus familiares que tentaram, mas, infelizmente, esse gás maldito que envolve o planeta os venceu mais uma vez. Nem o Everest consola.
Taí o problema desse vício: a abundância da substância ao nosso redor. Tal fartura impede, pelo menos, o tráfico. Somos viciados em qualquer ar: aspiramos no trânsito, em meio a plantações regadas a agrotóxicos e ao ar viciado de elevadores e ônibus lotados, recintos fechados.
As autoridades sanitárias nunca tentaram entender tamanha adição. Saber porque as crises de abstinência são tão dramáticas, às vezes poucos segundos. E mesmo como pacientes terminais, ainda assim nos agarramos às máscaras: ar, mais ar, mais, mais!
E nem o irrespirável clima do país em meio a campanhas políticas arrefece o vício. Acho que o ar não será criminalizado.
* Dependente; submisso.
** Autor do texto e colunista no jornal Extraclasse.
(Disponível em: <htt ps://www.extraclasse.org.br/edicoes/2018/09/adicto/>
Quando lemos um texto, é possível determinar funções da linguagem com base nas características do discurso e nas intenções do locutor. Nesse senti do, a linguagem desempenha uma, outra ou várias funções, de acordo com o elemento de comunicação posto em foco pelo produtor do texto.
Considere esse princípio e identifique corretamente qual a função da linguagem predominante na crônica.
adicto*
fraga**
Refleti muito antes de revelar: também sou usuário de droga. Pense! A mais traiçoeira. Sim, sou dependente químico, como tantos em nossa época, mundo a fora.
Entenda. Eu aspiro oxigênio. Vulgo ar. Aí. Pronto, falei!
Antes de me abrir, pensei primeiro em me tratar. A vergonha me impediu de procurar ajuda. Do ridículo de não ser compreendido ao denunciar esse vício terrível, do qual a sociedade global parece nem tomar conhecimento. Imagine chegar num AA (Aspiradores Anônimos) e declarar: Hoje fiquei quase 3 minutos sem aspirar ar. E anunciar a meta triunfal para a próxima semana: Talvez 4 minutos!
Puizé, aspiro ar desde bebê. Desconfio que minha mãe também consumia doses cavalares de ar durante a gestação. Assim fui contaminado. Ainda bem que na maternidade suspeitaram e logo me entubaram.
Vício remoto da espécie, de quando um anfíbio saiu d´água. Dizem que hoje já somos mais de 7 bilhões de viciados. Até os animais dependem dessa droga. As plantas preferem gás carbônico.
Qualquer viciado em ar sabe como é inflar os pulmões, a ânsia frenética, incessante, ah!, aquela sensação contínua de bem-estar. Vício estúpido, sei. Porque é fatal para todos, questão de tempo. Ninguém sai vivo desse hábito.
Usamos as narinas no piloto automático, nem pensamos no que fazemos. Tem gente até que respira pela boca, forma ainda mais perigosa de ingerir ar, já que a droga leva pra dentro de nós micróbios, vírus e bactérias. Ar é tão perigoso que certas bactérias o evitam, preferem a saudável vida anaeróbica.
Há casos de gente que tenta permanecer o maior tempo possível sem ar; são capazes de mergulho em apneia a grandes profundidades até quase estourarem os pulmões. Não se curam, apenas entram no Livro Guinness. Alpinistas são outros que sobem a alturas com ar rarefeito e lá em cima, narinas semi-abertas, suportam momentos terríveis de falta de ar. Experimentam uma vitória ínfima, só para contar para seus familiares que tentaram, mas, infelizmente, esse gás maldito que envolve o planeta os venceu mais uma vez. Nem o Everest consola.
Taí o problema desse vício: a abundância da substância ao nosso redor. Tal fartura impede, pelo menos, o tráfico. Somos viciados em qualquer ar: aspiramos no trânsito, em meio a plantações regadas a agrotóxicos e ao ar viciado de elevadores e ônibus lotados, recintos fechados.
As autoridades sanitárias nunca tentaram entender tamanha adição. Saber porque as crises de abstinência são tão dramáticas, às vezes poucos segundos. E mesmo como pacientes terminais, ainda assim nos agarramos às máscaras: ar, mais ar, mais, mais!
E nem o irrespirável clima do país em meio a campanhas políticas arrefece o vício. Acho que o ar não será criminalizado.
* Dependente; submisso.
** Autor do texto e colunista no jornal Extraclasse.
(Disponível em: <htt ps://www.extraclasse.org.br/edicoes/2018/09/adicto/>
Um texto sempre é construído com base na leitura de mundo do autor, ou seja, ao se reportar a outros textos, estabelece com eles uma relação direta ou indireta.
Com base na leitura do texto, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma.
( ) A criação da sigla AA (Aspiradores Anônimos) remete a uma bricolagem em relação ao texto-fonte, pois alude a uma irmandade que ajuda pessoas a se recuperarem do alcoolismo.
( ) A noção de dialogismo, pela presença de diferentes vozes no texto, está exemplificada em frases como «Usamos as narinas no piloto automático» e «Acho que o ar não será criminalizado».
( ) A menção ao “Livro Guinness” é um exemplo de intertextualidade explícita, que, no texto em questão, tem como objetivo conferir atenção não só à informação, mas também à sua fonte.
( ) O uso adequado de signos verbais e não verbais nesse tipo de texto permite que se elimine um dos códigos, porque as informações são fornecidas pelo outro e há dissintonia dialógica entre eles.
De acordo com as afirmações, a sequência correta é
adicto*
fraga**
Refleti muito antes de revelar: também sou usuário de droga. Pense! A mais traiçoeira. Sim, sou dependente químico, como tantos em nossa época, mundo a fora.
Entenda. Eu aspiro oxigênio. Vulgo ar. Aí. Pronto, falei!
Antes de me abrir, pensei primeiro em me tratar. A vergonha me impediu de procurar ajuda. Do ridículo de não ser compreendido ao denunciar esse vício terrível, do qual a sociedade global parece nem tomar conhecimento. Imagine chegar num AA (Aspiradores Anônimos) e declarar: Hoje fiquei quase 3 minutos sem aspirar ar. E anunciar a meta triunfal para a próxima semana: Talvez 4 minutos!
Puizé, aspiro ar desde bebê. Desconfio que minha mãe também consumia doses cavalares de ar durante a gestação. Assim fui contaminado. Ainda bem que na maternidade suspeitaram e logo me entubaram.
Vício remoto da espécie, de quando um anfíbio saiu d´água. Dizem que hoje já somos mais de 7 bilhões de viciados. Até os animais dependem dessa droga. As plantas preferem gás carbônico.
Qualquer viciado em ar sabe como é inflar os pulmões, a ânsia frenética, incessante, ah!, aquela sensação contínua de bem-estar. Vício estúpido, sei. Porque é fatal para todos, questão de tempo. Ninguém sai vivo desse hábito.
Usamos as narinas no piloto automático, nem pensamos no que fazemos. Tem gente até que respira pela boca, forma ainda mais perigosa de ingerir ar, já que a droga leva pra dentro de nós micróbios, vírus e bactérias. Ar é tão perigoso que certas bactérias o evitam, preferem a saudável vida anaeróbica.
Há casos de gente que tenta permanecer o maior tempo possível sem ar; são capazes de mergulho em apneia a grandes profundidades até quase estourarem os pulmões. Não se curam, apenas entram no Livro Guinness. Alpinistas são outros que sobem a alturas com ar rarefeito e lá em cima, narinas semi-abertas, suportam momentos terríveis de falta de ar. Experimentam uma vitória ínfima, só para contar para seus familiares que tentaram, mas, infelizmente, esse gás maldito que envolve o planeta os venceu mais uma vez. Nem o Everest consola.
Taí o problema desse vício: a abundância da substância ao nosso redor. Tal fartura impede, pelo menos, o tráfico. Somos viciados em qualquer ar: aspiramos no trânsito, em meio a plantações regadas a agrotóxicos e ao ar viciado de elevadores e ônibus lotados, recintos fechados.
As autoridades sanitárias nunca tentaram entender tamanha adição. Saber porque as crises de abstinência são tão dramáticas, às vezes poucos segundos. E mesmo como pacientes terminais, ainda assim nos agarramos às máscaras: ar, mais ar, mais, mais!
E nem o irrespirável clima do país em meio a campanhas políticas arrefece o vício. Acho que o ar não será criminalizado.
* Dependente; submisso.
** Autor do texto e colunista no jornal Extraclasse.
(Disponível em: <htt ps://www.extraclasse.org.br/edicoes/2018/09/adicto/>
Toda língua se encontra em constante alteração, evolução e atualização, não sendo um sistema estático e fechado. O uso faz a regra e os falantes utilizam a língua de modo a suprir suas necessidades comunicativas, adaptando-a conforme suas intenções e necessidades.
A esse respeito, leia o texto escrito por Fraga e avalie as afirmações apresentadas sobre variação linguística.
I. Observa-se que, embora o texto se apresente em registro escrito, há ocorrências de características típicas da linguagem oral.
II. Ocorre um distanciamento entre autor e leitor, provocado pelo emprego de palavras com significados pouco conhecidos.
III. São amostras do português culto urbano a maneira de estruturar as frases, o vocabulário e, em algumas passagens, o significado das palavras.
IV. Verifica-se, na construção do texto, uma inadequação vocabular, demonstrada pela seleção de palavras e expressões como, por exemplo, “puizé” e “Vulgo ar”.
V. Identifica-se a variação situacional porque, de acordo com o contexto, há momentos em que é utilizado um registro formal e outros em que se usa o coloquialismo.
Está correto apenas o que se afirma em
adicto*
fraga**
Refleti muito antes de revelar: também sou usuário de droga. Pense! A mais traiçoeira. Sim, sou dependente químico, como tantos em nossa época, mundo a fora.
Entenda. Eu aspiro oxigênio. Vulgo ar. Aí. Pronto, falei!
Antes de me abrir, pensei primeiro em me tratar. A vergonha me impediu de procurar ajuda. Do ridículo de não ser compreendido ao denunciar esse vício terrível, do qual a sociedade global parece nem tomar conhecimento. Imagine chegar num AA (Aspiradores Anônimos) e declarar: Hoje fiquei quase 3 minutos sem aspirar ar. E anunciar a meta triunfal para a próxima semana: Talvez 4 minutos!
Puizé, aspiro ar desde bebê. Desconfio que minha mãe também consumia doses cavalares de ar durante a gestação. Assim fui contaminado. Ainda bem que na maternidade suspeitaram e logo me entubaram.
Vício remoto da espécie, de quando um anfíbio saiu d´água. Dizem que hoje já somos mais de 7 bilhões de viciados. Até os animais dependem dessa droga. As plantas preferem gás carbônico.
Qualquer viciado em ar sabe como é inflar os pulmões, a ânsia frenética, incessante, ah!, aquela sensação contínua de bem-estar. Vício estúpido, sei. Porque é fatal para todos, questão de tempo. Ninguém sai vivo desse hábito.
Usamos as narinas no piloto automático, nem pensamos no que fazemos. Tem gente até que respira pela boca, forma ainda mais perigosa de ingerir ar, já que a droga leva pra dentro de nós micróbios, vírus e bactérias. Ar é tão perigoso que certas bactérias o evitam, preferem a saudável vida anaeróbica.
Há casos de gente que tenta permanecer o maior tempo possível sem ar; são capazes de mergulho em apneia a grandes profundidades até quase estourarem os pulmões. Não se curam, apenas entram no Livro Guinness. Alpinistas são outros que sobem a alturas com ar rarefeito e lá em cima, narinas semi-abertas, suportam momentos terríveis de falta de ar. Experimentam uma vitória ínfima, só para contar para seus familiares que tentaram, mas, infelizmente, esse gás maldito que envolve o planeta os venceu mais uma vez. Nem o Everest consola.
Taí o problema desse vício: a abundância da substância ao nosso redor. Tal fartura impede, pelo menos, o tráfico. Somos viciados em qualquer ar: aspiramos no trânsito, em meio a plantações regadas a agrotóxicos e ao ar viciado de elevadores e ônibus lotados, recintos fechados.
As autoridades sanitárias nunca tentaram entender tamanha adição. Saber porque as crises de abstinência são tão dramáticas, às vezes poucos segundos. E mesmo como pacientes terminais, ainda assim nos agarramos às máscaras: ar, mais ar, mais, mais!
E nem o irrespirável clima do país em meio a campanhas políticas arrefece o vício. Acho que o ar não será criminalizado.
* Dependente; submisso.
** Autor do texto e colunista no jornal Extraclasse.
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