Questões de Concurso Para professor - letras

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Ano: 2017 Banca: IFB Órgão: IFB Prova: IFB - 2017 - IFB - Professor - Português/Inglês |
Q776055 Literatura
Segundo Bosi (2013), a documentação do teatro medieval português é escassíssima. Ele menciona também que o teatro de Gil Vicente mergulha raízes na tradição oral. Completando, o autor escreve que é o primeiro documento do teatro português, de autoria vicentina, o (a):
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Ano: 2017 Banca: IFB Órgão: IFB Prova: IFB - 2017 - IFB - Professor - Português/Inglês |
Q776054 Literatura
A Carta de Caminha a D. Manuel, tida para a nossa história como uma autêntica certidão de nascimento, insere-se no gênero literatura de viagens. NÃO é um trecho da Carta o que se apresenta em:
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Ano: 2017 Banca: IFB Órgão: IFB Prova: IFB - 2017 - IFB - Professor - Português |
Q771400 Português
Leia as duas últimas estrofes do “Soneto de Fidelidade”, de Vinícius de Moraes, a seguir apresentadas, para responder à questão:
“[...] E assim, quando mais tarde me procure Quem sabe a morte, angústia de quem vive Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive): Que não seja imortal, posto que é chama Mas que seja infinito enquanto dure.”
É CORRETO afirmar sobre as estruturas sintáticas dos versos:
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Ano: 2017 Banca: IFB Órgão: IFB Prova: IFB - 2017 - IFB - Professor - Português |
Q771399 Literatura
Todas as afirmações, a seguir, fazem referência ao romance A hora da estrela, de Clarice Lispector, mas apenas uma opção está CORRETA. Indique-a:
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Ano: 2017 Banca: IFB Órgão: IFB Prova: IFB - 2017 - IFB - Professor - Português |
Q771398 Literatura
Assinale com V (VERDADEIRO) ou com F (FALSO) as afirmações abaixo sobre os importantes romances Vidas secas e São Bernardo, de Graciliano Ramos, e O Quinze, de Raquel de Queiroz, da geração de 1930. Em seguida, escolha a sequência CORRETA:

( ) A sua história é marcada pela solidão. Abandonado pelos pais e criado por uma negra doceira, trabalhou na roça e, em busca de seu objetivo, o poder econômico, com uma arma na mão e a mentalidade de enriquecer de qualquer modo na cabeça, por não conseguir adquirir a fazenda desejada, em Viçosa, suicida-se. (São Bernardo)

( ) A obra pode ser vista, por um lado, como regionalista, porque critica a vida sofrida do sertão. Há nela uma preciosa aula de escrita, quando o personagem principal, um analfabeto, consegue se humanizar pelas letras e pelo sofrimento. (Vidas Secas)

( ) A criança era só osso e pele depois de morto. O pai foi buscar a velha rezadeira que, olhando o menino doente, disse que ele não tinha mais jeito, pois ele já era de “Nosso Senhor”. A mãe mergulhou no choro. E lá ficou o menino esquelético, na sua cova à beira da estrada, com uma cruz de dois paus feita pelo pai. (O Quinze)

( ) O vaqueiro abateu um animal no meio do caminho. Em seguida, com uma faca, abriu a presa, na esperança de alimentar todos os membros da sua família faminta. Mas, logo, apareceu furioso o dono do animal abatido. O dono recuperou o bicho mesmo morto e, a despeito das súplicas do vaqueiro desesperado, deixou-lhe somente as tripas para servir de alimento. (Vidas Secas)

( ) “Minha mãe, José Baía, Amaro, sinhá Leopoldina, o moleque e os cachorros da fazenda abandonaram-me. Aperto na garganta, a casa a girar, o meu corpo a cair lento, voando, abelhas de todos os cortiços enchendo-me os ouvidos - e, nesse zunzum, a pergunta medonha. Náusea, sono. Onde estava o cinturão? Dormir muito, atrás dos caixões, livre do martírio. Havia uma neblina, e não percebi direito os movimentos de meu pai. Não o vi aproximar-se do torno e pegar o chicote. A mão cabeluda prendeu-me, arrastou-me para o meio da sala, a folha de couro fustigou-me as costas. Uivos, alarido inútil, estertor. Já então eu devia saber que rogos e adulações exasperavam o algoz. Nenhum socorro. José Baía, meu amigo, era um pobre-diabo.” (São Bernardo)
A sequência CORRETA de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
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Ano: 2017 Banca: IFB Órgão: IFB Prova: IFB - 2017 - IFB - Professor - Português |
Q771397 Literatura
Esses dois célebres textos modernos dialogam com um manifesto lançado no início do século XX, na Europa, por ocasião das Vanguardas Europeias:

“Existe a ordem dos colegiais infantes que saem
das escolas de mãos dadas, dois a dois. Existe
uma ordem nos estudantes das escolas
superiores que descem uma escada de quatro
em quatro degraus, chocando-se lindamente.
Existe uma ordem, inda mais alta, na fúria
desencadeada dos elementos.”

(ANDRADE, Mário de. Prefácio Interessantíssimo. Poesias completas. Belo Horizonte: Villa Rica, 1993.)

“Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente
protocolo e manifestações de apreço ao Sr.diretor.”

(BANDEIRA, Manuel. Poética. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: José Olympio, 1990.)
Levando em conta o desejo de liberdade geral (interpretada nos dois textos citados), de irreverência e de ruptura total, com a história da tradição, qual é o movimento de Vanguarda que mais defendeu esses ideais?
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Ano: 2017 Banca: IFB Órgão: IFB Prova: IFB - 2017 - IFB - Professor - Português |
Q771396 Literatura

Leia os textos para responder à próxima questão:

Texto 1:

“O indianismo está de novo a deitar copa, de nome mudado. Crismou-se de ‘caboclismo’. O cocar de penas de arara passou a chapéu de palha rebatido à testa; o ocara virou rancho de sapé: o tacape afilou, criou gatilho, deitou ouvido e é hoje espingarda troxada; o boré descaiu lamentavelmente para pio de inambu; a tanga ascendeu a camisa aberta ao peito. Mas o substrato psíquico não mudou: orgulho indomável, independência, fidalguia, coragem, virilidade heróica, todo o recheio em suma, sem faltar uma azeitona, dos Peris e Ubirajaras.”


Texto 2:

“Ah! Doutor! Doutor!... Era mágico o título, tinha poderes e alcances múltiplos, vários, polifórmicos... Era um pallium, era alguma coisa como clâmide sagrada, tecida com um fio tênue e quase imponderável, mas a cujo encontro os elementos, os maus olhares, os exorcismos se quebravam. De posse dela, as gotas da chuva afastar se iam transidas do meu corpo, não se animariam a tocar me nas roupas, no calçado sequer. O invisível distribuidor dos raios solares escolheria os mais meigos para me aquecer, e gastaria os fortes, os inexoráveis, com o comum dos homens que não é doutor. Oh! Ser formado, de anel no dedo, sobrecasaca e cartola, inflado e grosso, como um sapo intanha antes de ferir a martelada à beira do brejo; andar assim pelas ruas, pelas praças, pelas estradas, pelas salas, recebendo cumprimentos: Doutor, como passou? Como está, doutor? Era sobre humano!...”


Texto 3:

“Senhoras: Não pouco vos surpreenderá, por certo, o endereço e a literatura desta missiva. Cumpre-nos, entretanto, iniciar estas linhas de saudades e muito amor, com desagradável nova. É bem verdade que na boa cidade de São Paulo - a maior do universo, no dizer de seus pro lixos habitantes - não sois conhecidas por ‘icamiabas’, voz espúria, sinão que pelo apelativo de Amazonas; e de vós, se afirma, cavalgardes ginetes belígeros e virdes da Hélade clássica; e assim sois chamadas. Muito nos pesou a nós, Imperator vosso, tais dislates da erudição porém heis de convir conosco que, assim, ficais mais heróicas e mais conspícuas, tocadas por essa platina respeitável da tradição e da pureza antiga.”

Os três textos anteriormente citados representam excertos de narrativas modernas de obras que foram para relevantes para o amadurecimento da Literatura Brasileira do século XX. São elas, na ordem em que se apresentam:
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Ano: 2017 Banca: IFB Órgão: IFB Prova: IFB - 2017 - IFB - Professor - Português |
Q771395 Português
PAPEL

E tudo que eu pensei
e tudo que eu falei
e tudo que me contaram
era papel.

E tudo que descobri
amei
detestei:
papel.

Papel quanto havia em mim
e nos outros, papel
de jornal
de parede
de embrulho
papel de papel
papelão.

(ANDRADE, Carlos Drummond de. As impurezas do branco. Rio de Janeiro: Record, 1990.)
No poema de Carlos Drummond de Andrade exemplificado em seguida, há uma figura de pensamento e outra figura de sintaxe que reforçam o sentido conotativo do texto. Escolha a resposta que, mais adequadamente, nomeia e explica essas duas figuras.
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Ano: 2017 Banca: IFB Órgão: IFB Prova: IFB - 2017 - IFB - Professor - Português |
Q771394 Português


Texto 1:
SONHO BRANCO
(Cruz e Sousa)

De linho e rosas brancas vais vestido,
Sonho virgem que cantas no meu peito!...
És do Luar o claro deus eleito,
Das estrelas puríssimas nascido. [...]

Texto 2:
DENTRO DA NOITE
(Manuel Bandeira)

Dentro da noite a vida canta
E esgarça névoas ao luar...
Fosco minguante o vale encanta.
Morreu pecando alguma santa...
A água não para de chorar. [...]
A seguir, há dois extratos de poemas de épocas diferentes: o primeiro, do final do século XIX, e o segundo, do início do século XX. Mesmo sendo textos com dessemelhanças contextuais, há, neles, uma figura de linguagem comum. Leia-os, para marcar a opção CORRETA:
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Ano: 2017 Banca: IFB Órgão: IFB Prova: IFB - 2017 - IFB - Professor - Português |
Q771393 Português
Mário de Andrade, autor do Modernismo brasileiro, teve um importante papel durante a fase áurea da Semana de Arte Moderna de 1922. Nesse ano, o autor publicou Pauliceia Desvairada, livro do qual foram extraídos os dois poemas seguintes: “Eu sou trezentos...” e “Inspiração”: 

EU SOU TREZENTOS...
Eu sou trezentos, sou trezentos-e-cincoenta,
As sensações renascem de si mesmas sem repouso,
Ôh espelhos, oh! Pireneus! ôh caiçaras!
Si um deus morrer, irei no Piauí buscar outro!

Abraço no meu leito as melhores palavras,
E os suspiros que dou são violinos alheios;
Eu piso a terra como quem descobre a furto
Nas esquinas, nos táxis, nas camarinhas seus próprios beijos!

Eu sou trezentos, sou trezentos-e-cincoenta,
Mas um dia afinal eu toparei comigo...
Tenhamos paciência, andorinhas curtas,
Só o esquecimento é que condensa,
E então minha alma servirá de abrigo.

(ANDRADE, Mário de. Poesias completas. Belo Horizonte: Villa Rica, 1993.)



INSPIRAÇÃO
São Paulo! comoção de minha vida...
Os meus amores são flores feitas de original...
Arlequinal!... Traje de losangos... Cinza e ouro...
Luz e bruma... Forno e inverno morno...
Elegâncias sutis sem escândalos, sem ciúmes...
Perfumes de Paris... Arys!
Bofetadas líricas no Trianon... Algodoal!...

São Paulo! comoção de minha vida...
Galicismo a berrar nos desertos da América!

(ANDRADE, Mário de. Poesias completas. Belo Horizonte: Villa Rica, 1993.)
Em “Eu sou trezentos...”, fica clara a característica multifacetada que era atribuída ao autor Mário, principalmente, por motivo de seu interesse cultural vasto: o próprio título indica isso. Indique qual expressão, em “Inspiração”, tem esse mesmo sentido multifacetado, que está diretamente associado às intenções do livro publicado em 1922:
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Ano: 2017 Banca: IFB Órgão: IFB Prova: IFB - 2017 - IFB - Professor - Português |
Q771392 Português

Para responder à questão, leia este poema de Manoel de Barros:


No descomeço era o verbo.

Só depois é que veio o delírio do verbo.

O delírio do verbo estava no começo, lá

onde a criança diz: Eu escuto a cor dos

passarinhos.

A criança não sabe que o verbo escutar não

funciona para cor, mas para som.

Então se a criança muda a função de um

verbo, ele delira.

E pois.

Em poesia que é voz de poeta, que é a voz

de fazer nascimentos

O verbo tem que pegar delírio.


(BARROS, Manoel de. Poesia completa. São Paulo: Leya, 2010.)

Releia as duas frases seguintes, extraídas do poema:

1) “A criança não sabe que o verbo escutar não funciona para cor, mas para som.”

2) “O verbo tem que pegar delírio.”


Quanto à regência dos verbos “funcionar” e “ter”, nas frases acima, é CORRETO afirmar, de acordo com a Gramática e com as normas internas do poema:

Alternativas
Ano: 2017 Banca: IFB Órgão: IFB Prova: IFB - 2017 - IFB - Professor - Português |
Q771390 Português

Para responder à questão, leia este poema de Manoel de Barros:


No descomeço era o verbo.

Só depois é que veio o delírio do verbo.

O delírio do verbo estava no começo, lá

onde a criança diz: Eu escuto a cor dos

passarinhos.

A criança não sabe que o verbo escutar não

funciona para cor, mas para som.

Então se a criança muda a função de um

verbo, ele delira.

E pois.

Em poesia que é voz de poeta, que é a voz

de fazer nascimentos

O verbo tem que pegar delírio.


(BARROS, Manoel de. Poesia completa. São Paulo: Leya, 2010.)

Leia as duas frases extraídas do poema:

1) “O delírio do verbo estava no começo, lá onde a criança diz: Eu escuto a cor dos passarinhos.”

2) “A criança não sabe que o verbo escutar não funciona para cor, mas para som.”


Agora, assinale a alternativa CORRETA quanto à sintaxe:

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Ano: 2017 Banca: IFB Órgão: IFB Prova: IFB - 2017 - IFB - Professor - Português |
Q771389 Português

Para responder à questão, leia este poema de Manoel de Barros:


No descomeço era o verbo.

Só depois é que veio o delírio do verbo.

O delírio do verbo estava no começo, lá

onde a criança diz: Eu escuto a cor dos

passarinhos.

A criança não sabe que o verbo escutar não

funciona para cor, mas para som.

Então se a criança muda a função de um

verbo, ele delira.

E pois.

Em poesia que é voz de poeta, que é a voz

de fazer nascimentos

O verbo tem que pegar delírio.


(BARROS, Manoel de. Poesia completa. São Paulo: Leya, 2010.)

A genealogia da poesia está marcada, no poema, por duas palavras: “descomeço” e “começo”. Tendo isso em vista, indique a interpretação coerente com a poética de Manoel de Barros:
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Ano: 2017 Banca: IFB Órgão: IFB Prova: IFB - 2017 - IFB - Professor - Português |
Q771388 Português

A questão terá como base o texto seguinte:


ESSES TEXTOS


O texto primeiro existe

só, como ponto.

Se transforma depois em linha

com sua própria força

de deslocação,

sua velocidade própria.


Depois,

o leitor institui

outra linha, lendo.

O leitor constitui

um feixe de linhas cruzadas

organizando os textos.


No percurso do texto

e no trânsito da leitura,

as linhas se chocam,

se repudiam, se perdem,

correm paralelas

e podem se amar.

Depois, saber fazer

retorná-las a ponto.


(Mas o importante é o leitor. Você.)


É preciso ter calma.

Saber ir abotoando

os elementos vários

à espera do clique

de colchete.

Quando dois ou mais

se engatam,

fecha-se um sentido

único e exclusivo.

Mas que você pode emprestar

a alguém,

desde que o diga


(Não tenha medo da alta-velocidade.

Não tenha receio de dar marcha à ré.)


É preciso ter pressa.

Saber ir desabotoando

os colchetes de sentido

como quem quer tirar

camisa usada e suada

de dia de trabalho.

Cada camisa,

depois de surrada,

é fonte

de novo esforço.

Ou então vira

camisa-de-força.


É preciso saber vestir

o texto,

como tatuagem na própria

pele.


É preciso saber tatuar

o texto,

como sulcos feitos

na bruta realidade.

O duplo estilete

do texto e da leitura,

do autor e do leitor.


A dupla tatuagem

contra o próprio corpo

e a realidade bruta.


A tatuagem que se imprime

para poder forçar

a barra.

A tatuagem que o corpo,

depois de violado

tatua. Violentando.



(SANTIAGO, Silviano, Crescendo durante a guerra numa província ultramarina. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1978.)

Observe os destaques, nas frases retiradas do poema, e escolha a opção que apresenta uma explicação CORRETA quanto à sintaxe:
Alternativas
Ano: 2017 Banca: IFB Órgão: IFB Prova: IFB - 2017 - IFB - Professor - Português |
Q771387 Português

A questão terá como base o texto seguinte:


ESSES TEXTOS


O texto primeiro existe

só, como ponto.

Se transforma depois em linha

com sua própria força

de deslocação,

sua velocidade própria.


Depois,

o leitor institui

outra linha, lendo.

O leitor constitui

um feixe de linhas cruzadas

organizando os textos.


No percurso do texto

e no trânsito da leitura,

as linhas se chocam,

se repudiam, se perdem,

correm paralelas

e podem se amar.

Depois, saber fazer

retorná-las a ponto.


(Mas o importante é o leitor. Você.)


É preciso ter calma.

Saber ir abotoando

os elementos vários

à espera do clique

de colchete.

Quando dois ou mais

se engatam,

fecha-se um sentido

único e exclusivo.

Mas que você pode emprestar

a alguém,

desde que o diga


(Não tenha medo da alta-velocidade.

Não tenha receio de dar marcha à ré.)


É preciso ter pressa.

Saber ir desabotoando

os colchetes de sentido

como quem quer tirar

camisa usada e suada

de dia de trabalho.

Cada camisa,

depois de surrada,

é fonte

de novo esforço.

Ou então vira

camisa-de-força.


É preciso saber vestir

o texto,

como tatuagem na própria

pele.


É preciso saber tatuar

o texto,

como sulcos feitos

na bruta realidade.

O duplo estilete

do texto e da leitura,

do autor e do leitor.


A dupla tatuagem

contra o próprio corpo

e a realidade bruta.


A tatuagem que se imprime

para poder forçar

a barra.

A tatuagem que o corpo,

depois de violado

tatua. Violentando.



(SANTIAGO, Silviano, Crescendo durante a guerra numa província ultramarina. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1978.)

No tocante à interpretação de “Esses textos”, está CORRETO afirmar:
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Ano: 2017 Banca: IFB Órgão: IFB Prova: IFB - 2017 - IFB - Professor - Português |
Q771386 Literatura
O último verso de cada estrofe deste poema de Carlos Drummond de Andrade estabelece uma relação diferenciada em relação aos demais versos da mesma estrofe. Fica a impressão, com isso, de que o poeta está consciente da realidade vivida em um momento histórico. Sente esse contexto, com pejo, não obstante haver uma ponta de esperança em cada estrofe. 

Leia o texto:

CONSOLO NA PRAIA

Vamos, não chores...
A infância está perdida.
A mocidade está perdida.
Mas a vida não se perdeu.

O primeiro amor passou.
O segundo amor passou.
O terceiro amor passou.
Mas o coração continua.

Perdeste o melhor amigo.
Não tentaste qualquer viagem.
Não possuis casa, navio, terra.
Mas tens um cão.

Algumas palavras duras,
em voz mansa, te golpearam.
Nunca, nunca cicatrizam.
Mas, e o humour?

(ANDRADE, Carlos Drummond de. Reunião. Rio de Janeiro: José Olympio, 1980.)
Escolha, agora, a opção coerente em relação ao contexto a que esse poema de Drummond se refere:
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Ano: 2017 Banca: IFB Órgão: IFB Prova: IFB - 2017 - IFB - Professor - Português |
Q771385 Literatura
CATAR FEIJÃO
Catar feijão se limita com escrever:
jogam-se os grãos na água do alguidar
e as palavras na da folha de papel;
e depois, joga-se fora o que boiar.
Certo, toda palavra boiará no papel,
água congelada, por chumbo seu verbo:
pois para catar esse feijão, soprar nele,
e jogar fora o leve e oco, palha e eco.
 2
Ora, nesse catar feijão entra um risco:
o de que entre os grãos pesados entre
um grão qualquer, pedra ou indigesto,
um grão imastigável, de quebrar dente.
Certo não, quando ao catar palavras:
a pedra dá à frase seu grão mais vivo:
obstrui a leitura fluviante, flutual,
açula a atenção, isca-a com o risco.

(MELO NETO, João Cabral de. A educação pela pedra e depois. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997.)
Analise o poema “Catar feijão”, de João Cabral de Melo Neto, para, em seguida, marcar a opção CORRETA:
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Ano: 2017 Banca: IFB Órgão: IFB Prova: IFB - 2017 - IFB - Professor - Português |
Q771384 Literatura
Para responder à questão , considere os dois poemas de Oswald de Andrade e o excerto do livro Casa-Grande & Senzala, de Gilberto Freyre.

PRONOMINAIS

Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro

(ANDRADE, Oswald de. Pau-Brasil. São Paulo: Globo, 1991.)


BRASIL

 Zé Pereira chegou de caravela
E preguntou pro guarani da mata virgem
— Sois cristão?
— Não. Sou bravo, sou forte, sou filho da
Morte
Teterê tetê Quizá Quizá Quecê!
Lá longe a onça resmungava Uu! ua! uu!
O negro zonzo saído da fornalha
Tomou a palavra e respondeu
— Sim pela graça de Deus
Canhem Babá Canhem Babá Cum Cum!
E fizeram o Carnaval!

(ANDRADE, Oswald de. Primeiro caderno do aluno de poesia Oswald de Andrade. São Paulo: Globo, 1994.)


ABRASILEIRAMENTO DA LÍNGUA PORTUGUESA NO BRASIL DOS PRIMEIROS TEMPOS
“A ama negra fez muitas vezes com as palavras o mesmo que a comida: machucou-as, tirou-lhes as espinhas, os ossos, as durezas, só deixando para a boca do menino branco as sílabas moles. Daí esse português de menino que no Norte do Brasil, principalmente, é uma das falas mais doces deste mundo. Sem rr nem ss; as sílabas finais moles; palavras que só faltam desmanchar-se na boca da gente. A linguagem infantil brasileira, e mesmo a portuguesa, tem um sabor quase africano: cacá, pipi, bumbum, nenen, tatá, lili […] Esse amolecimento se deu em grande parte pela ação da ama negra junto à criança; do escravo preto junto ao filho do senhor branco. E não só a língua infantil se abrandou desse jeito, mas a linguagem em geral, a fala séria, solene, da gente, toda ela sofreu no Brasil, ao contacto do senhor com o escravo, um amolecimento de resultados às vezes deliciosos para o ouvido. Efeitos semelhantes aos que sofreram o inglês e o francês noutras partes da América, sob a mesma influência do africano e do clima quente.”

(Freyre, Gilberto. "Casa-Grande & Senzala". 9. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1958.)
Comparando o poema “Pronominais”, de Oswald de Andrade, com as reflexões de Gilberto Freyre, sobre as influências sofridas pela Língua Portuguesa no Brasil, é possível considerar:
Alternativas
Ano: 2017 Banca: IFB Órgão: IFB Prova: IFB - 2017 - IFB - Professor - Português |
Q771383 Literatura
Para responder à questão , considere os dois poemas de Oswald de Andrade e o excerto do livro Casa-Grande & Senzala, de Gilberto Freyre.

PRONOMINAIS

Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro

(ANDRADE, Oswald de. Pau-Brasil. São Paulo: Globo, 1991.)


BRASIL

 Zé Pereira chegou de caravela
E preguntou pro guarani da mata virgem
— Sois cristão?
— Não. Sou bravo, sou forte, sou filho da
Morte
Teterê tetê Quizá Quizá Quecê!
Lá longe a onça resmungava Uu! ua! uu!
O negro zonzo saído da fornalha
Tomou a palavra e respondeu
— Sim pela graça de Deus
Canhem Babá Canhem Babá Cum Cum!
E fizeram o Carnaval!

(ANDRADE, Oswald de. Primeiro caderno do aluno de poesia Oswald de Andrade. São Paulo: Globo, 1994.)


ABRASILEIRAMENTO DA LÍNGUA PORTUGUESA NO BRASIL DOS PRIMEIROS TEMPOS
“A ama negra fez muitas vezes com as palavras o mesmo que a comida: machucou-as, tirou-lhes as espinhas, os ossos, as durezas, só deixando para a boca do menino branco as sílabas moles. Daí esse português de menino que no Norte do Brasil, principalmente, é uma das falas mais doces deste mundo. Sem rr nem ss; as sílabas finais moles; palavras que só faltam desmanchar-se na boca da gente. A linguagem infantil brasileira, e mesmo a portuguesa, tem um sabor quase africano: cacá, pipi, bumbum, nenen, tatá, lili […] Esse amolecimento se deu em grande parte pela ação da ama negra junto à criança; do escravo preto junto ao filho do senhor branco. E não só a língua infantil se abrandou desse jeito, mas a linguagem em geral, a fala séria, solene, da gente, toda ela sofreu no Brasil, ao contacto do senhor com o escravo, um amolecimento de resultados às vezes deliciosos para o ouvido. Efeitos semelhantes aos que sofreram o inglês e o francês noutras partes da América, sob a mesma influência do africano e do clima quente.”

(Freyre, Gilberto. "Casa-Grande & Senzala". 9. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1958.)
Os poemas “Pronominais” e “Brasil”, de Oswald de Andrade, pertencem à 1ª fase do Modernismo brasileiro. Considerando as características do autor e ideais da época, escolha as assertivas adequadas, marcando a sequência correspondente:
I) Autores como Oswald de Andrade e Mário de Andrade, comumente, refletiam sobre os erros gramaticais. Embora modernos, esses autores não admitiam a informalidade da linguagem. II) Em “Pronominais”, há, claramente, um elogio à cultura acadêmica em detrimento à cultura popular. III) O poema “Brasil” parodia um clássico poema indianista de Castro Alves. IV) O dois poemas referem-se à cultura portuguesa como formadora da cultura brasileira.
Alternativas
Ano: 2017 Banca: IFB Órgão: IFB Prova: IFB - 2017 - IFB - Professor - Português |
Q771382 Português
Leia os dois textos seguintes, “Televisão” e “TVGrama I”, para a resolução da questão.

TELEVISÃO
(Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Tony Belloto)

A televisão me deixou burro muito burro demais
Agora todas as coisas que eu penso me parecem iguais
O sorvete me deixou gripado pelo resto da vida
E agora toda noite que eu deito é boa noite, querida

O Cride, fala pra mãe
Que eu nunca li num livro
Que um espirro fosse um vírus sem cura.
Vê se me entende pelo menos uma vez criatura!
O Cride, fala pra mãe!

A mãe diz para eu fazer alguma coisa, mas eu não faço nada
A luz do sol me incomoda, então deixo a cortina fechada
É que a televisão me deixou burro, muito burro demais
E agora eu vivo dentro dessa jaula junto dos animais

O Cride, fala pra mãe
Que tudo que a antena captar meu coração captura
Vê se me entende pelo menos uma vez, criatura!
O Cride, fala pra mãe!



Dos trechos extraídos dos dois textos, marque a única opção em que os termos sintáticos destacados têm função similar:
Alternativas
Respostas
1101: A
1102: C
1103: E
1104: A
1105: C
1106: A
1107: B
1108: D
1109: A
1110: C
1111: D
1112: B
1113: C
1114: A
1115: B
1116: B
1117: C
1118: D
1119: E
1120: E