Questões de Concurso
Para professor - sociologia
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O suíço Johann Heinrich Pestalozzi defendia o princípio de que o professor deve respeitar a individualidade do aluno e de que o ensino não deve objetivar a mera exposição dogmática e a memorização mecânica, mas o desenvolvimento das capacidades intelectuais.
Identificar diversas formas de violência (física, simbólica, psicológica etc.), suas principais vítimas, suas causas sociais, psicológicas e afetivas, seus significados e usos políticos, sociais e culturais, discutindo e avaliando mecanismos para combatê-las, com base em argumentos éticos, não é papel do estudante de sociologia.
O professor de sociologia deve instruir seus alunos a analisar as características socioeconômicas da sociedade brasileira — com base na análise de documentos (dados, tabelas, mapas etc.) de diferentes fontes —, propor medidas para enfrentar os problemas identificados e construir uma sociedade mais próspera, justa e inclusiva, que valorize o protagonismo de seus cidadãos e promova o autoconhecimento, a autoestima, a autoconfiança e a empatia.
O estudante deve adquirir a habilidade de analisar e comparar indicadores de emprego, trabalho e renda em diferentes espaços, escalas e tempos, associando-os a processos de estratificação e desigualdade socioeconômica.
O aluno deve ser estimulado a desenvolver a competência de analisar as relações de produção, capital e trabalho apenas em seu território, seu contexto e sua cultura, discutindo o papel dessas relações na construção, na consolidação e na transformação da sua sociedade.
O estudante de sociologia deve ser incentivado a desenvolver a competência de analisar e avaliar criticamente as relações de diferentes grupos, povos e sociedades com a natureza (produção, distribuição e consumo) e seus impactos econômicos e socioambientais, com vistas à proposição de alternativas que respeitem e promovam a consciência, a ética socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional, nacional e global.
O estudante deve adquirir a competência de permanecer indiferente diante das diversas formas de injustiça, preconceito e violência, adotando princípios éticos, democráticos e neutros e respeitando os direitos humanos.
A Terceira Onda foi uma experiência social para demonstrar as razões do sucesso do fascismo na Alemanha de Hitler. Foi conduzida por Ron Jones, professor de história do Ensino Médio de uma escola da Califórnia (EUA), em 1967. Seria possível um regime fascista ser implantado na atualidade, em um país democrático? Que fatores levariam pessoas comuns a abraçar uma ideologia totalitária, como o fascismo nazista? Para responder, o professor fez os alunos experimentarem diretamente o envolvimento em situações similares a uma cultura autoritária, criando o movimento da Terceira Onda, e convencendo os alunos da necessidade de eliminar a democracia, considerada um obstáculo à coesão social. O lema era: “força pela disciplina, força pela união, força pela ação, força pelo orgulho”.
A experiência conduzida em sala de aula permite desenvolver
uma reflexão sociológica sobre a personalidade autoritária,
concluindo que
Do ponto de vista da sociologia do conhecimento, existe uma interdependência entre paradigmas teóricos e os respectivos contextos históricos em que amadureceram. Deste modo, a “descoberta da sociedade” foi realizada pelos sociólogos na Europa Ocidental (no decorrer do século XIX) e nos Estados Unidos (entre o século XIX e XX), coincidindo com a identificação de novas práticas e novas relações sociais próprias da sociedade moderna, o que possibilitou a “invenção” da categoria “relações sociais”.
Adaptado de IORIO, G. “La nascita della sociologia e la relazione sociale”. In Nuova Umanità XXVII, 162, p. 831-49.
Com base no texto, a respeito do contexto de surgimento da sociologia, assinale (V) para a afirmativa verdadeira e (F) para a falsa.
( ) A sociologia tematiza inicialmente os problemas da questão social: as condições de vida e trabalho das classes populares, a criminalidade e a miséria, como na tradição da social survey inglesa.
( ) A sociologia se consolida como conhecimento científico em uma época pós-revolucionária: na França, é introduzida por Comte e Saint-Simon e, na Inglaterra, pelos estudos de Spencer.
( ) A sociologia se constitui como domínio autônomo de conhecimento, ao criticar a economia política e os princípios do laissez-faire: os estudos de Weber e Durkheim, por exemplo, evidenciam a importância da comunidade estabelecida sobre normas e valores compartilhados.
A sequência correta, de cima para baixo, é
O Novo Ensino Médio deve ofertar um conjunto de disciplinas, projetos, oficinas e núcleos de estudo que os estudantes poderão escolher para o aprofundamento de conhecimentos e preparação para o seu futuro. Essa reestruturação foi proposta para que os alunos possam estudar de modo mais aprofundado os temas de seu interesse e desenvolver habilidades importantes para o mundo contemporâneos, como tomada de decisão e resolução de problemas.
Assinale a opção que identifica corretamente o componente do Novo Ensino Médio descrito no texto.
A ideia de território ganha centralidade na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), seja através da autonomia outorgada aos referenciais curriculares de cada município, estado ou do Distrito Federal, seja considerando a diversidade das juventudes e a própria experiência do estudante nas diferentes regiões e contextos. No contexto educacional, o conceito de territorialidade designa identidades, sentidos e sentimentos de pertencimento a determinado lugar ou situação social, considerando, desse modo, a concepção humana integral, cognitiva e socioemocional.
Adaptado de IGNEZ, M. Integração curricular: o que, por que e como? In https://nossoensinomedio.org.br/
As afirmativas a seguir identificam corretamente a importância da referência da territorialidade para a proposta curricular do Novo Ensino Médio, à exceção de uma. Assinale-a.
Para analisar e criticar as relações de poder, não podemos atribuir-lhes uma qualificação pejorativa ou laudatória global, definitiva e unilateral. Pois elas funcionam em termos de jogos, com táticas e estratégias, mediante a norma e pelo acaso. Caracterizam fenômenos difusos e descentralizados, mais do que as batalhas a respeito das coerções estatais. Quando analisamos as relações de poder, estamos às voltas com um poliedro de inteligibilidade, no qual o número das faces não está definido previamente e não pode jamais ser considerado encerrado de pleno direito.
FOUCAULT, M. Ética, sexualidade e política.
RJ: Forense Universitária, 2004, p. 45-55.
Com base no trecho, pode-se dizer que as relações de poder
Observe a situação a seguir: uma visitante do Museu Hirshhorn (Washington) admira a serigrafia fotográfica de Barbara Kruger, intitulada “Eu compro, portanto sou” (2008).
As afirmativas a seguir interpretam corretamente a cena, com
base em referenciais teóricos da sociologia sobre o consumo,
à exceção de uma. Assinale-a.
Sob o poder do monopólio, toda cultura de massa é idêntica, e seu esqueleto, a ossatura conceitual fabricada por aquele, começa a se delinear. Os dirigentes não estão mais sequer muito interessados em encobri-lo, seu poder se fortalece quanto mais brutalmente ele se confessa de público. O cinema e o rádio não precisam mais se apresentar como arte. A verdade de que não passam de um negócio, eles a utilizam como uma ideologia destinada a legitimar o lixo que propositalmente produzem.
ADORNO e HORKHEIMER. Dialética do Esclarecimento,
RJ: Zahar Editor, 1985. p. 100.
No trecho, Adorno e Horkheimer criticam
Sempre defendi que os direitos do homem, por mais fundamentais que sejam, são direitos históricos, nascidos em certas circunstâncias, caracterizadas por lutas em defesa de novas liberdades contra velhos poderes, e nascidos de modo gradual, não todos de uma vez e nem de uma vez por todas. A liberdade religiosa, por exemplo, é um efeito das guerras de religião; as liberdades civis, da luta dos parlamentos contra os soberanos absolutos; a liberdade política e as liberdades sociais, do nascimento, crescimento e amadurecimento do movimento dos trabalhadores assalariados e dos mais pobres, que exigem dos poderes públicos também a proteção do trabalho contra o desemprego. Ao lado dos direitos sociais (de segunda geração), emergiram hoje os chamados direitos de terceira geração, como o de viver em um ambiente não poluído, e os de quarta geração, referentes aos efeitos cada vez mais traumáticos da pesquisa biológica e do desenvolvimento da informática.
Adaptado de BOBBIO, N. A Era dos Direitos.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2004, p. 9-11.
Com base no texto, assinale a afirmativa que caracteriza corretamente a reflexão sociológica de Norberto Bobbio sobre os direitos humanos.
O conceito de Estado de Direito (Rechtsstaat) remonta ao século XIX, quando os Estados europeus consolidaram sua soberania e obtiveram o monopólio da produção e da administração do direito. Para uma perspectiva sistêmico-funcional como a de N. Luhmann, o Estado de Direito é formado por dois sistemas funcionais distintos: o sistema político e o sistema jurídico, os quais, no decorrer de sua evolução social, se converteram em sistemas com funções distintas na sociedade.
Assinale a afirmativa que caracteriza corretamente as relações entre o sistema político e o jurídico em um Estado de Direito.
Na década de 1970, o sociólogo Alain Touraine, ao estudar a categoria de movimento social, a definiu como uma ação conflitante de agentes sociais, lutando pelo controle do sistema de ação histórica, e incluiu nessa definição a identificação de três princípios pertinentes a todo movimento social:
1. O movimento social deve explicitar em nome de quem fala e quais são os interesses que protege ou defende.
2. O movimento social identifica contra quais bloqueios ou situações ele se mobiliza e busca vencer a apatia ou a indiferença em relação a uma dada situação.
3. O movimento social afirma defender interesses de um grupo em particular, mas o faz, participando do sistema de ação histórica.
Assinale a afirmativa que identifica corretamente os três princípios que norteiam o conceito de movimento social de Alain Touraine.
Com o crescente processo de digitalização da vida e da conectividade, tornou-se possível o registro de uma altíssima quantidade de dados que, com a redução e simplificação da sua dimensionalidade, criou um momento informacional novo sobre a realidade humana e natural. O Big Data é fruto da digitalização massiva, da larga e crescente disponibilidade tecnológica em modo online. A estatística e as técnicas de amostragem foram e ainda são um recurso amplamente utilizados para pesquisa sociológica, mas a escala massiva de dados digitais está tensionando o paradigma da amostra. Observações qualitativas, amostragem, coleta controlada de dados, testes e generalizações são esquemas não são totalmente aplicáveis para o tipo de informação do big data.
Adaptado de ROBERTSON e TRAVAGLIA “Big Data Sociology: preparing for the brave new world”. In The Sociological Review Blog, 2019.
A respeito dos desafios enfrentados pela sociologia na era do big data, analise as afirmativas a seguir.
I. Big data oferece uma nova classe de dados recolhidos de registros digitais de uma ampla gama de fenômenos sociais.
II. Big data exige novos métodos para simplificar a dimensionalidade dos dados
III. Big data demanda novas metodologias do fazer sociológico e reflexões sobre as implicações dessa nova era de informações na vida social.
Está correto o que se afirma em
É um sistema de disposições duráveis e transferíveis que, integrando todas as experiências passadas, funciona, a cada momento, como uma matriz de percepções, apreciações e ações, e torna possível a realização de tarefas infinitamente diferenciadas, graças às correções incessantes dos resultados obtidos, dialeticamente produzidas por estes resultados.
O trecho acima caracteriza um conceito sociológico de Pierre Bourdieu denominado